Magna Concursos

Foram encontradas 50 questões.

712680 Ano: 2014
Disciplina: Português
Banca: FUNCAB
Orgão: SEJUS-RO
Provas:

Leia o texto abaixo e responda a questão proposta.

Deu Gabo na Penha

Antes de ser leitor de jornais, eu gostava deles para fazer "Maria Preta". Pegava uma página qualquer, de preferência as duplas, maiores, e primeiro juntava a ponta do alto à direita com a ponta de baixo à esquerda. Depois, fazia a mesma operação com as duas outras pontas. Levava a do alto à esquerda para encontrar a de baixo à direita. As quatro pontas ficavam presas por um enroscado que se dava com a mão. A página ganhava o formato de balão- e é aí que o realismo fantástico começava.

Eu colocava fogo (com fósforos da marca Olho, Pinheiro ou Beija-Flor) em todas as pontas daquele parangolé impresso, uma verdadeira
escultura de papel, e esperava a mágica se realizar. Aos poucos a página queimava, e azar se o Carequinha tinha dito que quem brincasse com fogo fazia pipi na cama.

De repente, o pacote escuro, inflado pela fumaça da parte de dentro, subia pelos ares da Vila da Penha. A classe C ainda não havia ascendido socialmente para ir a Nova York e comprar brinquedos na FAO Schwarz. Era a brincadeira possível. O balão chegava aos 20 metros de altura. Aos poucos as cinzas iam se soltando e a noite suburbana ganhava novas estrelas.

Lembrei da "Maria Preta" brilhando nos céus do subúrbio quando soube da morte de Gabriel García Márquez. A Vila da Penha foi a minha Macondo.

Não sei se fui seguido por uma multidão de borboletas amarelas, como os personagens de "Cem anos de solidão", mas tive meus insetos sobrenaturais. Foi uma infância iluminada por vaga-lumes de todos os volts. As ruas escuras, apagadas pelo eterno abandono municipal, realçavam o pisca-pisca deles. [...]

Prendia dezenas de vaga-lumes nas caixas de fósforo. Depois, com os outros meninos que se dedicavam à mesma liberdade, abríamos todas as caixas num quarto escuro. Cercados de vaga-lumes aflitos por todos os lados, e eu soube mais tarde que nesses momentos eles ficam ainda mais luminosos, vivíamos aquele alumbramento coletivo. [...]

Eu, garoto entre muitos, moía vidro na linha do bonde para fazer cerol de pipa e ainda me protegia dos inimigos colocando uma gilete na rabiola. No peito, usava emplastro Sabiá. Na memória, Biotônico Fontoura - e graças a ele, talvez, ainda me lembre que, na falta de cem dias de chuva, como a que inundou a Macondo de Gabo, achamos inevitável o fim do mundo na noite em que o céu avermelhou de uma ponta a outra. Não havia a informação online para dizer do que se tratava. Pensou-se na chegada em grande estilo do Senhor Todo Poderoso, que Julio Louzada todo dia anunciava na "Ave Maria" das 18h na Rádio Tupi. Era a explosão do paiol de Deodoro.

Gabriel García Márquez dizia não ter inventado nada, apenas colocou no papel a realidade mágica de sua cidade. No meu bairro, eu vi a menina pedindo que lhe urinassem nos pés para curar uma frieira. Eu estava na missa quando o padre de sotaque alemão, diante do barulho dos fiéis saindo dos seus assentos para acolher a hóstia consagrada no altar, lamentou a algazarra: "Levantou a cavalaria". Imagino a existência de outras Macondos mais radicais, mas Gabo só um.[...]

Dias atrás, voltei à minha Macondo natal. Na casa onde tantas vezes tive rezada a espinhela caída, persiste a família que faz um mix sem preconceito de religiões. Desta vez eu não tinha nada para me queixar e ser rezado, mas confessei um mistério. E uma história real. Há décadas, centenas de pessoas, por algum assopro sobrenatural que eu gostari_a de identificar, trocam o meu nome por Francisco. E tão
constante que quando chamam Francisco, eu atendo.

A senhora que me fazia o trabalho religioso relutou por uns momentos em resolver o enigma. Achava que daria peso grave à vida de um cronista ligeiro. Diante da minha ansiedade, décadas sendo chamado por outro, ela resolveu esclarecer aquele capítulo do meu realismo fantástico.

"Alguma coisa aconteceu na sua infância e o seu destino mudou", disse. "Era para ser você, e não um argentino, o Papa Francisco". Ri suave, sem mostrar descrença. Não disse, é claro, mas meu Papa é outro. Eu preferia ser Gabo.

(SANTOS, J. Ferreira dos. O Globo, 28/04/2014.)

" ... que lhe urinassem nos pés ... "(§ 8)

Das orações abaixo, aquela em que o pronome "lhe" foi empregado com valor sintático idêntico ao emprego na oração acima é:

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
710758 Ano: 2014
Disciplina: Psicologia
Banca: FUNCAB
Orgão: SEJUS-RO
Provas:

A partir da Reforma Psiquiátrica, foi criada uma série de dispositivos destinados a colocar em funcionamento os princípios do Sistema Único de Saúde no campo da saúde mental. O dispositivo que deve operar de portas abertas, sem barreiras de acesso ou agendamento para dispor de ações de acolhimento, de base territorial, que oferece cuidado às pessoas em intenso sofrimento decorrente de transtornos mentais, uso de álcool e outras drogas e/ou da ambiência é o(a):

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
710646 Ano: 2014
Disciplina: Psicologia
Banca: FUNCAB
Orgão: SEJUS-RO
Provas:

A atuação da Psicologia nas pnsoes vem sendo objeto de reflexão em muitos fóruns de debate. Muitos estudos destacam que os modelos de prisão existentes:

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
693605 Ano: 2014
Disciplina: Direito Processual Penal
Banca: FUNCAB
Orgão: SEJUS-RO
Provas:

No caso do porte de drogas, para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é:

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
693505 Ano: 2014
Disciplina: Direito Constitucional
Banca: FUNCAB
Orgão: SEJUS-RO
Provas:

O alistamento eleitoral é vedado para:

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
682515 Ano: 2014
Disciplina: Psicologia
Banca: FUNCAB
Orgão: SEJUS-RO
Provas:

Frequentemente encontrado na dinâmica juvenil, o fenômeno da delinquência aponta o quanto os jovens têm investido em comportamentos impulsivos à procura de novas experiências. Dentre as diversas condutas observadas entre eles, aquela que se refere a não conscientização das normas que devem ser respeitadas, caracterizando-se pelo fato de causar incômodo, sem, contudo, causar danos físicos a outras pessoas é a conduta:

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
672263 Ano: 2014
Disciplina: Direito Administrativo
Banca: FUNCAB
Orgão: SEJUS-RO
Provas:

Um Secretário de Estado, utilizando-se da imprensa oficial, faz publicar, em nome de sua secretaria, um texto cuja intenção é meramente a de denegrir a honra de um político adversário. De acordo com a Lei de Improbidade Administrativa, uma das sanções cabíveis será a de suspensão dos direitos políticos:

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
670042 Ano: 2014
Disciplina: Psicologia
Banca: FUNCAB
Orgão: SEJUS-RO
Provas:

Prevenir a violência contra a criança e o adolescente é possível e quanto mais cedo se inicia a prevenção, maiores são as chances de proteger os membros da família desse problema. Uma das formas de prevenir a violência familiar é:

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
664086 Ano: 2014
Disciplina: Português
Banca: FUNCAB
Orgão: SEJUS-RO
Provas:

Leia o texto abaixo e responda a questão proposta.

Deu Gabo na Penha

Antes de ser leitor de jornais, eu gostava deles para fazer "Maria Preta". Pegava uma página qualquer, de preferência as duplas, maiores, e primeiro juntava a ponta do alto à direita com a ponta de baixo à esquerda. Depois, fazia a mesma operação com as duas outras pontas. Levava a do alto à esquerda para encontrar a de baixo à direita. As quatro pontas ficavam presas por um enroscado que se dava com a mão. A página ganhava o formato de balão- e é aí que o realismo fantástico começava.

Eu colocava fogo (com fósforos da marca Olho, Pinheiro ou Beija-Flor) em todas as pontas daquele parangolé impresso, uma verdadeira
escultura de papel, e esperava a mágica se realizar. Aos poucos a página queimava, e azar se o Carequinha tinha dito que quem brincasse com fogo fazia pipi na cama.

De repente, o pacote escuro, inflado pela fumaça da parte de dentro, subia pelos ares da Vila da Penha. A classe C ainda não havia ascendido socialmente para ir a Nova York e comprar brinquedos na FAO Schwarz. Era a brincadeira possível. O balão chegava aos 20 metros de altura. Aos poucos as cinzas iam se soltando e a noite suburbana ganhava novas estrelas.

Lembrei da "Maria Preta" brilhando nos céus do subúrbio quando soube da morte de Gabriel García Márquez. A Vila da Penha foi a minha Macondo.

Não sei se fui seguido por uma multidão de borboletas amarelas, como os personagens de "Cem anos de solidão", mas tive meus insetos sobrenaturais. Foi uma infância iluminada por vaga-lumes de todos os volts. As ruas escuras, apagadas pelo eterno abandono municipal, realçavam o pisca-pisca deles. [...]

Prendia dezenas de vaga-lumes nas caixas de fósforo. Depois, com os outros meninos que se dedicavam à mesma liberdade, abríamos todas as caixas num quarto escuro. Cercados de vaga-lumes aflitos por todos os lados, e eu soube mais tarde que nesses momentos eles ficam ainda mais luminosos, vivíamos aquele alumbramento coletivo. [...]

Eu, garoto entre muitos, moía vidro na linha do bonde para fazer cerol de pipa e ainda me protegia dos inimigos colocando uma gilete na rabiola. No peito, usava emplastro Sabiá. Na memória, Biotônico Fontoura - e graças a ele, talvez, ainda me lembre que, na falta de cem dias de chuva, como a que inundou a Macondo de Gabo, achamos inevitável o fim do mundo na noite em que o céu avermelhou de uma ponta a outra. Não havia a informação online para dizer do que se tratava. Pensou-se na chegada em grande estilo do Senhor Todo Poderoso, que Julio Louzada todo dia anunciava na "Ave Maria" das 18h na Rádio Tupi. Era a explosão do paiol de Deodoro.

Gabriel García Márquez dizia não ter inventado nada, apenas colocou no papel a realidade mágica de sua cidade. No meu bairro, eu vi a menina pedindo que lhe urinassem nos pés para curar uma frieira. Eu estava na missa quando o padre de sotaque alemão, diante do barulho dos fiéis saindo dos seus assentos para acolher a hóstia consagrada no altar, lamentou a algazarra: "Levantou a cavalaria". Imagino a existência de outras Macondos mais radicais, mas Gabo só um.[...]

Dias atrás, voltei à minha Macondo natal. Na casa onde tantas vezes tive rezada a espinhela caída, persiste a família que faz um mix sem preconceito de religiões. Desta vez eu não tinha nada para me queixar e ser rezado, mas confessei um mistério. E uma história real. Há décadas, centenas de pessoas, por algum assopro sobrenatural que eu gostari_a de identificar, trocam o meu nome por Francisco. E tão
constante que quando chamam Francisco, eu atendo.

A senhora que me fazia o trabalho religioso relutou por uns momentos em resolver o enigma. Achava que daria peso grave à vida de um cronista ligeiro. Diante da minha ansiedade, décadas sendo chamado por outro, ela resolveu esclarecer aquele capítulo do meu realismo fantástico.

"Alguma coisa aconteceu na sua infância e o seu destino mudou", disse. "Era para ser você, e não um argentino, o Papa Francisco". Ri suave, sem mostrar descrença. Não disse, é claro, mas meu Papa é outro. Eu preferia ser Gabo.

(SANTOS, J. Ferreira dos. O Globo, 28/04/2014.)

As palavras "cavalaria" (§ 8) e "sobrenatural" (§ 9), foram formadas, respectivamente, pelos processos de:

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
641807 Ano: 2014
Disciplina: Psicologia
Banca: FUNCAB
Orgão: SEJUS-RO
Provas:

Por vezes, a juventude é definida por sua característica revolucionária, de potência positiva e transformadora . Em outras circunstâncias, a
juventude é identificada como geradora de problemas para a sociedade e como um modo de vida que exige cuidados específicos. Nos últimos anos, em nosso país, tem havido maior investimento em programas de políticas públicas de juventude que visam instituir projetos que têm como um de seus objetivos:

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas