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Foram encontradas 60 questões.

3110433 Ano: 2024
Disciplina: Redação Oficial
Banca: IDECAN
Orgão: ALEPI

Texto para as questões de 36 a 60.

Diva.

1 Visitando o negociante, vi ao entrar na sala uma linda moça, que não reconheci.

Estava só. De pé no vão da janela cheia de luz, meio reclinada ao peitoril, tinha na mão um livro aberto e lia com

atenção.

Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa estátua de moça.

5 Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém, na

mesma delicadeza do porte, esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade

nos relevos.

Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo ao beijo

do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha

10 de róseo matiz. A dela era assim.

Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como diadema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a sua pessoa

um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra. Contemplando-a naquele instante de enlevo, dir-se-ia que ela

se preparava para sua celeste ascensão.

Às vezes, porém, a impressão da leitura turbava a serena elação da sua figura, e despertava nela a mulher. Então

15 desferia alma por todos os poros. Os grandes olhos, velutados de negro, rasgavam-se para dardejar as centelhas elétricas do

nervoso organismo. Nesses momentos toda ela era somente coração, porque toda ela palpitava e sentia.

Eu tinha parado na porta, e admirava: afinal adiantei-me para cumprimentá-la. Ouvindo o rumor dos meus passos, ela

voltou-se.

- Minha senhora!... Murmurei inclinando-me.

20 As cores fugiram-lhe. Ela vestiu-se como de uma túnica lívida e glacial: logo depois sua fisionomia anuviou-se, e eu vi

lampejos fuzilarem naquela densidade de uma cólera súbita.

Fulminou-me com um olhar augusto e desapareceu.

Acreditas, Paulo, que essa moça que te descrevi fosse Emília, a menina feia e desgraciosa que eu deixara dois anos

antes? Que sublime trabalho de florescência animada não realizara a natureza nessa mulher!

25 Emília teria então dezessete anos. Sentia-se, olhando-a, a influência misteriosa que um espírito superior tinha exercido

na revolução operada em sua pessoa. O trajo, ainda nimiamente avaro dos encantos que ocultava, era de um molde severo;

mas havia, no gracioso da forma e na combinação do enfeite, uns toques artísticos, que se revelavam também no basto

trançado do luxuoso cabelo negro.

Voltei impressionado por essa visão de sala em pleno dia.

30 Se a transformação de Emília produzira em mim uma admiração grande, maior foi a humilhação que sofri com o seu

desdém. Já não era uma menina; estava moça, e não me devia só a cortesia a que tem direito o homem delicado, devia-me

gratidão.

- Talvez ignore! Disse eu comigo.

Nos dias que se seguiram, surgiu alguma vez em meu espírito aquela imagem de moça; mas essa lembrança me

35 incomodava.

Uma tarde encontrei-me com o irmão:

- Ia à tua casa! Disse-me Geraldo.

- Pois vamos.

- Não. Já que te encontrei poupa-me essa maçada. Minha tia manda-te dizer que amanhã toma-se chá em sua casa.

40 Julinha faz anos.

- Ah! D. Matilde?...

- Sim. Adeus.

- Espera.

- Não posso. Ainda vou à chácara, e tenho de voltar para o teatro.

45 D. Matilde é casada com um irmão de Duarte. Seu marido vive constantemente na fazenda, trabalhando para tirar

dela os avultados rendimentos necessários ao luxo que sua família ostenta na corte. Ainda moça, bonita e muito elegante,

ela é perdida pelo cortejo e galanteio de sala. Nunca a honra conjugal sucumbiu a essa fascinação, mas a casta dignidade da

esposa foi sacrificada sem reserva.

Disponível em: https://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/diva.pdf

A fim de prezar pela clareza e precisão nos Textos Oficiais, deve-se evitar no nível sintático da Redação

 

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3110432 Ano: 2024
Disciplina: Redação Oficial
Banca: IDECAN
Orgão: ALEPI

Texto para as questões de 36 a 60.

Diva.

1 Visitando o negociante, vi ao entrar na sala uma linda moça, que não reconheci.

Estava só. De pé no vão da janela cheia de luz, meio reclinada ao peitoril, tinha na mão um livro aberto e lia com

atenção.

Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa estátua de moça.

5 Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém, na

mesma delicadeza do porte, esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade

nos relevos.

Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo ao beijo

do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha

10 de róseo matiz. A dela era assim.

Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como diadema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a sua pessoa

um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra. Contemplando-a naquele instante de enlevo, dir-se-ia que ela

se preparava para sua celeste ascensão.

Às vezes, porém, a impressão da leitura turbava a serena elação da sua figura, e despertava nela a mulher. Então

15 desferia alma por todos os poros. Os grandes olhos, velutados de negro, rasgavam-se para dardejar as centelhas elétricas do

nervoso organismo. Nesses momentos toda ela era somente coração, porque toda ela palpitava e sentia.

Eu tinha parado na porta, e admirava: afinal adiantei-me para cumprimentá-la. Ouvindo o rumor dos meus passos, ela

voltou-se.

- Minha senhora!... Murmurei inclinando-me.

20 As cores fugiram-lhe. Ela vestiu-se como de uma túnica lívida e glacial: logo depois sua fisionomia anuviou-se, e eu vi

lampejos fuzilarem naquela densidade de uma cólera súbita.

Fulminou-me com um olhar augusto e desapareceu.

Acreditas, Paulo, que essa moça que te descrevi fosse Emília, a menina feia e desgraciosa que eu deixara dois anos

antes? Que sublime trabalho de florescência animada não realizara a natureza nessa mulher!

25 Emília teria então dezessete anos. Sentia-se, olhando-a, a influência misteriosa que um espírito superior tinha exercido

na revolução operada em sua pessoa. O trajo, ainda nimiamente avaro dos encantos que ocultava, era de um molde severo;

mas havia, no gracioso da forma e na combinação do enfeite, uns toques artísticos, que se revelavam também no basto

trançado do luxuoso cabelo negro.

Voltei impressionado por essa visão de sala em pleno dia.

30 Se a transformação de Emília produzira em mim uma admiração grande, maior foi a humilhação que sofri com o seu

desdém. Já não era uma menina; estava moça, e não me devia só a cortesia a que tem direito o homem delicado, devia-me

gratidão.

- Talvez ignore! Disse eu comigo.

Nos dias que se seguiram, surgiu alguma vez em meu espírito aquela imagem de moça; mas essa lembrança me

35 incomodava.

Uma tarde encontrei-me com o irmão:

- Ia à tua casa! Disse-me Geraldo.

- Pois vamos.

- Não. Já que te encontrei poupa-me essa maçada. Minha tia manda-te dizer que amanhã toma-se chá em sua casa.

40 Julinha faz anos.

- Ah! D. Matilde?...

- Sim. Adeus.

- Espera.

- Não posso. Ainda vou à chácara, e tenho de voltar para o teatro.

45 D. Matilde é casada com um irmão de Duarte. Seu marido vive constantemente na fazenda, trabalhando para tirar

dela os avultados rendimentos necessários ao luxo que sua família ostenta na corte. Ainda moça, bonita e muito elegante,

ela é perdida pelo cortejo e galanteio de sala. Nunca a honra conjugal sucumbiu a essa fascinação, mas a casta dignidade da

esposa foi sacrificada sem reserva.

Disponível em: https://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/diva.pdf

Acerca da formatação dos documentos do padrão ofício pode-se afirmar que

 

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3110431 Ano: 2024
Disciplina: Redação Oficial
Banca: IDECAN
Orgão: ALEPI

Texto para as questões de 36 a 60.

Diva.

1 Visitando o negociante, vi ao entrar na sala uma linda moça, que não reconheci.

Estava só. De pé no vão da janela cheia de luz, meio reclinada ao peitoril, tinha na mão um livro aberto e lia com

atenção.

Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa estátua de moça.

5 Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém, na

mesma delicadeza do porte, esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade

nos relevos.

Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo ao beijo

do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha

10 de róseo matiz. A dela era assim.

Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como diadema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a sua pessoa

um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra. Contemplando-a naquele instante de enlevo, dir-se-ia que ela

se preparava para sua celeste ascensão.

Às vezes, porém, a impressão da leitura turbava a serena elação da sua figura, e despertava nela a mulher. Então

15 desferia alma por todos os poros. Os grandes olhos, velutados de negro, rasgavam-se para dardejar as centelhas elétricas do

nervoso organismo. Nesses momentos toda ela era somente coração, porque toda ela palpitava e sentia.

Eu tinha parado na porta, e admirava: afinal adiantei-me para cumprimentá-la. Ouvindo o rumor dos meus passos, ela

voltou-se.

- Minha senhora!... Murmurei inclinando-me.

20 As cores fugiram-lhe. Ela vestiu-se como de uma túnica lívida e glacial: logo depois sua fisionomia anuviou-se, e eu vi

lampejos fuzilarem naquela densidade de uma cólera súbita.

Fulminou-me com um olhar augusto e desapareceu.

Acreditas, Paulo, que essa moça que te descrevi fosse Emília, a menina feia e desgraciosa que eu deixara dois anos

antes? Que sublime trabalho de florescência animada não realizara a natureza nessa mulher!

25 Emília teria então dezessete anos. Sentia-se, olhando-a, a influência misteriosa que um espírito superior tinha exercido

na revolução operada em sua pessoa. O trajo, ainda nimiamente avaro dos encantos que ocultava, era de um molde severo;

mas havia, no gracioso da forma e na combinação do enfeite, uns toques artísticos, que se revelavam também no basto

trançado do luxuoso cabelo negro.

Voltei impressionado por essa visão de sala em pleno dia.

30 Se a transformação de Emília produzira em mim uma admiração grande, maior foi a humilhação que sofri com o seu

desdém. Já não era uma menina; estava moça, e não me devia só a cortesia a que tem direito o homem delicado, devia-me

gratidão.

- Talvez ignore! Disse eu comigo.

Nos dias que se seguiram, surgiu alguma vez em meu espírito aquela imagem de moça; mas essa lembrança me

35 incomodava.

Uma tarde encontrei-me com o irmão:

- Ia à tua casa! Disse-me Geraldo.

- Pois vamos.

- Não. Já que te encontrei poupa-me essa maçada. Minha tia manda-te dizer que amanhã toma-se chá em sua casa.

40 Julinha faz anos.

- Ah! D. Matilde?...

- Sim. Adeus.

- Espera.

- Não posso. Ainda vou à chácara, e tenho de voltar para o teatro.

45 D. Matilde é casada com um irmão de Duarte. Seu marido vive constantemente na fazenda, trabalhando para tirar

dela os avultados rendimentos necessários ao luxo que sua família ostenta na corte. Ainda moça, bonita e muito elegante,

ela é perdida pelo cortejo e galanteio de sala. Nunca a honra conjugal sucumbiu a essa fascinação, mas a casta dignidade da

esposa foi sacrificada sem reserva.

Disponível em: https://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/diva.pdf

Em se tratando de correspondência oficial, segundo o Manual de Redação da Presidência da República, utiliza-se

 

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Considerando a fauna e a flora do estado do Piauí, refletindo uma biodiversidade rica e variada, assinale a alternativa correta.

 

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Texto para as questões de 36 a 60.

Diva.

1 Visitando o negociante, vi ao entrar na sala uma linda moça, que não reconheci.

Estava só. De pé no vão da janela cheia de luz, meio reclinada ao peitoril, tinha na mão um livro aberto e lia com

atenção.

Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa estátua de moça.

5 Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém, na

mesma delicadeza do porte, esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade

nos relevos.

Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo ao beijo

do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha

10 de róseo matiz. A dela era assim.

Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como diadema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a sua pessoa

um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra. Contemplando-a naquele instante de enlevo, dir-se-ia que ela

se preparava para sua celeste ascensão.

Às vezes, porém, a impressão da leitura turbava a serena elação da sua figura, e despertava nela a mulher. Então

15 desferia alma por todos os poros. Os grandes olhos, velutados de negro, rasgavam-se para dardejar as centelhas elétricas do

nervoso organismo. Nesses momentos toda ela era somente coração, porque toda ela palpitava e sentia.

Eu tinha parado na porta, e admirava: afinal adiantei-me para cumprimentá-la. Ouvindo o rumor dos meus passos, ela

voltou-se.

- Minha senhora!... Murmurei inclinando-me.

20 As cores fugiram-lhe. Ela vestiu-se como de uma túnica lívida e glacial: logo depois sua fisionomia anuviou-se, e eu vi

lampejos fuzilarem naquela densidade de uma cólera súbita.

Fulminou-me com um olhar augusto e desapareceu.

Acreditas, Paulo, que essa moça que te descrevi fosse Emília, a menina feia e desgraciosa que eu deixara dois anos

antes? Que sublime trabalho de florescência animada não realizara a natureza nessa mulher!

25 Emília teria então dezessete anos. Sentia-se, olhando-a, a influência misteriosa que um espírito superior tinha exercido

na revolução operada em sua pessoa. O trajo, ainda nimiamente avaro dos encantos que ocultava, era de um molde severo;

mas havia, no gracioso da forma e na combinação do enfeite, uns toques artísticos, que se revelavam também no basto

trançado do luxuoso cabelo negro.

Voltei impressionado por essa visão de sala em pleno dia.

30 Se a transformação de Emília produzira em mim uma admiração grande, maior foi a humilhação que sofri com o seu

desdém. Já não era uma menina; estava moça, e não me devia só a cortesia a que tem direito o homem delicado, devia-me

gratidão.

- Talvez ignore! Disse eu comigo.

Nos dias que se seguiram, surgiu alguma vez em meu espírito aquela imagem de moça; mas essa lembrança me

35 incomodava.

Uma tarde encontrei-me com o irmão:

- Ia à tua casa! Disse-me Geraldo.

- Pois vamos.

- Não. Já que te encontrei poupa-me essa maçada. Minha tia manda-te dizer que amanhã toma-se chá em sua casa.

40 Julinha faz anos.

- Ah! D. Matilde?...

- Sim. Adeus.

- Espera.

- Não posso. Ainda vou à chácara, e tenho de voltar para o teatro.

45 D. Matilde é casada com um irmão de Duarte. Seu marido vive constantemente na fazenda, trabalhando para tirar

dela os avultados rendimentos necessários ao luxo que sua família ostenta na corte. Ainda moça, bonita e muito elegante,

ela é perdida pelo cortejo e galanteio de sala. Nunca a honra conjugal sucumbiu a essa fascinação, mas a casta dignidade da

esposa foi sacrificada sem reserva.

Disponível em: https://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/diva.pdf

Segundo a Lei Ordinária n.º 5.861, de 01/07/2009 do Estado do Piauí, os atos normativos devem ser redigidos com clareza, precisão e ordem lógica, sendo aconselhados a

 

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3110311 Ano: 2024
Disciplina: Português
Banca: IDECAN
Orgão: ALEPI

Texto para as questões de 36 a 60.

Diva.

1 Visitando o negociante, vi ao entrar na sala uma linda moça, que não reconheci.

Estava só. De pé no vão da janela cheia de luz, meio reclinada ao peitoril, tinha na mão um livro aberto e lia com

atenção.

Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa estátua de moça.

5 Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém, na

mesma delicadeza do porte, esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade

nos relevos.

Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo ao beijo

do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha

10 de róseo matiz. A dela era assim.

Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como diadema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a sua pessoa

um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra. Contemplando-a naquele instante de enlevo, dir-se-ia que ela

se preparava para sua celeste ascensão.

Às vezes, porém, a impressão da leitura turbava a serena elação da sua figura, e despertava nela a mulher. Então

15 desferia alma por todos os poros. Os grandes olhos, velutados de negro, rasgavam-se para dardejar as centelhas elétricas do

nervoso organismo. Nesses momentos toda ela era somente coração, porque toda ela palpitava e sentia.

Eu tinha parado na porta, e admirava: afinal adiantei-me para cumprimentá-la. Ouvindo o rumor dos meus passos, ela

voltou-se.

- Minha senhora!... Murmurei inclinando-me.

20 As cores fugiram-lhe. Ela vestiu-se como de uma túnica lívida e glacial: logo depois sua fisionomia anuviou-se, e eu vi

lampejos fuzilarem naquela densidade de uma cólera súbita.

Fulminou-me com um olhar augusto e desapareceu.

Acreditas, Paulo, que essa moça que te descrevi fosse Emília, a menina feia e desgraciosa que eu deixara dois anos

antes? Que sublime trabalho de florescência animada não realizara a natureza nessa mulher!

25 Emília teria então dezessete anos. Sentia-se, olhando-a, a influência misteriosa que um espírito superior tinha exercido

na revolução operada em sua pessoa. O trajo, ainda nimiamente avaro dos encantos que ocultava, era de um molde severo;

mas havia, no gracioso da forma e na combinação do enfeite, uns toques artísticos, que se revelavam também no basto

trançado do luxuoso cabelo negro.

Voltei impressionado por essa visão de sala em pleno dia.

30 Se a transformação de Emília produzira em mim uma admiração grande, maior foi a humilhação que sofri com o seu

desdém. Já não era uma menina; estava moça, e não me devia só a cortesia a que tem direito o homem delicado, devia-me

gratidão.

- Talvez ignore! Disse eu comigo.

Nos dias que se seguiram, surgiu alguma vez em meu espírito aquela imagem de moça; mas essa lembrança me

35 incomodava.

Uma tarde encontrei-me com o irmão:

- Ia à tua casa! Disse-me Geraldo.

- Pois vamos.

- Não. Já que te encontrei poupa-me essa maçada. Minha tia manda-te dizer que amanhã toma-se chá em sua casa.

40 Julinha faz anos.

- Ah! D. Matilde?...

- Sim. Adeus.

- Espera.

- Não posso. Ainda vou à chácara, e tenho de voltar para o teatro.

45 D. Matilde é casada com um irmão de Duarte. Seu marido vive constantemente na fazenda, trabalhando para tirar

dela os avultados rendimentos necessários ao luxo que sua família ostenta na corte. Ainda moça, bonita e muito elegante,

ela é perdida pelo cortejo e galanteio de sala. Nunca a honra conjugal sucumbiu a essa fascinação, mas a casta dignidade da

esposa foi sacrificada sem reserva.

Disponível em: https://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/diva.pdf

Assinale a alternativa que contém a correta transposição do breve diálogo entre os dois amigos ao final do texto para o discurso indireto, respeitando a coesão e a coerência do texto e utilizando linguagem formal.

 

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3110310 Ano: 2024
Disciplina: Português
Banca: IDECAN
Orgão: ALEPI

Texto para as questões de 36 a 60.

Diva.

1 Visitando o negociante, vi ao entrar na sala uma linda moça, que não reconheci.

Estava só. De pé no vão da janela cheia de luz, meio reclinada ao peitoril, tinha na mão um livro aberto e lia com

atenção.

Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa estátua de moça.

5 Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém, na

mesma delicadeza do porte, esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade

nos relevos.

Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo ao beijo

do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha

10 de róseo matiz. A dela era assim.

Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como diadema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a sua pessoa

um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra. Contemplando-a naquele instante de enlevo, dir-se-ia que ela

se preparava para sua celeste ascensão.

Às vezes, porém, a impressão da leitura turbava a serena elação da sua figura, e despertava nela a mulher. Então

15 desferia alma por todos os poros. Os grandes olhos, velutados de negro, rasgavam-se para dardejar as centelhas elétricas do

nervoso organismo. Nesses momentos toda ela era somente coração, porque toda ela palpitava e sentia.

Eu tinha parado na porta, e admirava: afinal adiantei-me para cumprimentá-la. Ouvindo o rumor dos meus passos, ela

voltou-se.

- Minha senhora!... Murmurei inclinando-me.

20 As cores fugiram-lhe. Ela vestiu-se como de uma túnica lívida e glacial: logo depois sua fisionomia anuviou-se, e eu vi

lampejos fuzilarem naquela densidade de uma cólera súbita.

Fulminou-me com um olhar augusto e desapareceu.

Acreditas, Paulo, que essa moça que te descrevi fosse Emília, a menina feia e desgraciosa que eu deixara dois anos

antes? Que sublime trabalho de florescência animada não realizara a natureza nessa mulher!

25 Emília teria então dezessete anos. Sentia-se, olhando-a, a influência misteriosa que um espírito superior tinha exercido

na revolução operada em sua pessoa. O trajo, ainda nimiamente avaro dos encantos que ocultava, era de um molde severo;

mas havia, no gracioso da forma e na combinação do enfeite, uns toques artísticos, que se revelavam também no basto

trançado do luxuoso cabelo negro.

Voltei impressionado por essa visão de sala em pleno dia.

30 Se a transformação de Emília produzira em mim uma admiração grande, maior foi a humilhação que sofri com o seu

desdém. Já não era uma menina; estava moça, e não me devia só a cortesia a que tem direito o homem delicado, devia-me

gratidão.

- Talvez ignore! Disse eu comigo.

Nos dias que se seguiram, surgiu alguma vez em meu espírito aquela imagem de moça; mas essa lembrança me

35 incomodava.

Uma tarde encontrei-me com o irmão:

- Ia à tua casa! Disse-me Geraldo.

- Pois vamos.

- Não. Já que te encontrei poupa-me essa maçada. Minha tia manda-te dizer que amanhã toma-se chá em sua casa.

40 Julinha faz anos.

- Ah! D. Matilde?...

- Sim. Adeus.

- Espera.

- Não posso. Ainda vou à chácara, e tenho de voltar para o teatro.

45 D. Matilde é casada com um irmão de Duarte. Seu marido vive constantemente na fazenda, trabalhando para tirar

dela os avultados rendimentos necessários ao luxo que sua família ostenta na corte. Ainda moça, bonita e muito elegante,

ela é perdida pelo cortejo e galanteio de sala. Nunca a honra conjugal sucumbiu a essa fascinação, mas a casta dignidade da

esposa foi sacrificada sem reserva.

Disponível em: https://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/diva.pdf

Assinale a alternativa que contém pronome pessoal corretamente indicado.

 

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3110309 Ano: 2024
Disciplina: Português
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Diva.

1 Visitando o negociante, vi ao entrar na sala uma linda moça, que não reconheci.

Estava só. De pé no vão da janela cheia de luz, meio reclinada ao peitoril, tinha na mão um livro aberto e lia com

atenção.

Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa estátua de moça.

5 Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém, na

mesma delicadeza do porte, esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade

nos relevos.

Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo ao beijo

do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha

10 de róseo matiz. A dela era assim.

Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como diadema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a sua pessoa

um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra. Contemplando-a naquele instante de enlevo, dir-se-ia que ela

se preparava para sua celeste ascensão.

Às vezes, porém, a impressão da leitura turbava a serena elação da sua figura, e despertava nela a mulher. Então

15 desferia alma por todos os poros. Os grandes olhos, velutados de negro, rasgavam-se para dardejar as centelhas elétricas do

nervoso organismo. Nesses momentos toda ela era somente coração, porque toda ela palpitava e sentia.

Eu tinha parado na porta, e admirava: afinal adiantei-me para cumprimentá-la. Ouvindo o rumor dos meus passos, ela

voltou-se.

- Minha senhora!... Murmurei inclinando-me.

20 As cores fugiram-lhe. Ela vestiu-se como de uma túnica lívida e glacial: logo depois sua fisionomia anuviou-se, e eu vi

lampejos fuzilarem naquela densidade de uma cólera súbita.

Fulminou-me com um olhar augusto e desapareceu.

Acreditas, Paulo, que essa moça que te descrevi fosse Emília, a menina feia e desgraciosa que eu deixara dois anos

antes? Que sublime trabalho de florescência animada não realizara a natureza nessa mulher!

25 Emília teria então dezessete anos. Sentia-se, olhando-a, a influência misteriosa que um espírito superior tinha exercido

na revolução operada em sua pessoa. O trajo, ainda nimiamente avaro dos encantos que ocultava, era de um molde severo;

mas havia, no gracioso da forma e na combinação do enfeite, uns toques artísticos, que se revelavam também no basto

trançado do luxuoso cabelo negro.

Voltei impressionado por essa visão de sala em pleno dia.

30 Se a transformação de Emília produzira em mim uma admiração grande, maior foi a humilhação que sofri com o seu

desdém. Já não era uma menina; estava moça, e não me devia só a cortesia a que tem direito o homem delicado, devia-me

gratidão.

- Talvez ignore! Disse eu comigo.

Nos dias que se seguiram, surgiu alguma vez em meu espírito aquela imagem de moça; mas essa lembrança me

35 incomodava.

Uma tarde encontrei-me com o irmão:

- Ia à tua casa! Disse-me Geraldo.

- Pois vamos.

- Não. Já que te encontrei poupa-me essa maçada. Minha tia manda-te dizer que amanhã toma-se chá em sua casa.

40 Julinha faz anos.

- Ah! D. Matilde?...

- Sim. Adeus.

- Espera.

- Não posso. Ainda vou à chácara, e tenho de voltar para o teatro.

45 D. Matilde é casada com um irmão de Duarte. Seu marido vive constantemente na fazenda, trabalhando para tirar

dela os avultados rendimentos necessários ao luxo que sua família ostenta na corte. Ainda moça, bonita e muito elegante,

ela é perdida pelo cortejo e galanteio de sala. Nunca a honra conjugal sucumbiu a essa fascinação, mas a casta dignidade da

esposa foi sacrificada sem reserva.

Disponível em: https://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/diva.pdf

Assinale a alternativa cuja regência verbal está correta.

 

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Questão presente nas seguintes provas
3110308 Ano: 2024
Disciplina: Português
Banca: IDECAN
Orgão: ALEPI

Texto para as questões de 36 a 60.

Diva.

1 Visitando o negociante, vi ao entrar na sala uma linda moça, que não reconheci.

Estava só. De pé no vão da janela cheia de luz, meio reclinada ao peitoril, tinha na mão um livro aberto e lia com

atenção.

Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa estátua de moça.

5 Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém, na

mesma delicadeza do porte, esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade

nos relevos.

Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo ao beijo

do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha

10 de róseo matiz. A dela era assim.

Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como diadema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a sua pessoa

um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra. Contemplando-a naquele instante de enlevo, dir-se-ia que ela

se preparava para sua celeste ascensão.

Às vezes, porém, a impressão da leitura turbava a serena elação da sua figura, e despertava nela a mulher. Então

15 desferia alma por todos os poros. Os grandes olhos, velutados de negro, rasgavam-se para dardejar as centelhas elétricas do

nervoso organismo. Nesses momentos toda ela era somente coração, porque toda ela palpitava e sentia.

Eu tinha parado na porta, e admirava: afinal adiantei-me para cumprimentá-la. Ouvindo o rumor dos meus passos, ela

voltou-se.

- Minha senhora!... Murmurei inclinando-me.

20 As cores fugiram-lhe. Ela vestiu-se como de uma túnica lívida e glacial: logo depois sua fisionomia anuviou-se, e eu vi

lampejos fuzilarem naquela densidade de uma cólera súbita.

Fulminou-me com um olhar augusto e desapareceu.

Acreditas, Paulo, que essa moça que te descrevi fosse Emília, a menina feia e desgraciosa que eu deixara dois anos

antes? Que sublime trabalho de florescência animada não realizara a natureza nessa mulher!

25 Emília teria então dezessete anos. Sentia-se, olhando-a, a influência misteriosa que um espírito superior tinha exercido

na revolução operada em sua pessoa. O trajo, ainda nimiamente avaro dos encantos que ocultava, era de um molde severo;

mas havia, no gracioso da forma e na combinação do enfeite, uns toques artísticos, que se revelavam também no basto

trançado do luxuoso cabelo negro.

Voltei impressionado por essa visão de sala em pleno dia.

30 Se a transformação de Emília produzira em mim uma admiração grande, maior foi a humilhação que sofri com o seu

desdém. Já não era uma menina; estava moça, e não me devia só a cortesia a que tem direito o homem delicado, devia-me

gratidão.

- Talvez ignore! Disse eu comigo.

Nos dias que se seguiram, surgiu alguma vez em meu espírito aquela imagem de moça; mas essa lembrança me

35 incomodava.

Uma tarde encontrei-me com o irmão:

- Ia à tua casa! Disse-me Geraldo.

- Pois vamos.

- Não. Já que te encontrei poupa-me essa maçada. Minha tia manda-te dizer que amanhã toma-se chá em sua casa.

40 Julinha faz anos.

- Ah! D. Matilde?...

- Sim. Adeus.

- Espera.

- Não posso. Ainda vou à chácara, e tenho de voltar para o teatro.

45 D. Matilde é casada com um irmão de Duarte. Seu marido vive constantemente na fazenda, trabalhando para tirar

dela os avultados rendimentos necessários ao luxo que sua família ostenta na corte. Ainda moça, bonita e muito elegante,

ela é perdida pelo cortejo e galanteio de sala. Nunca a honra conjugal sucumbiu a essa fascinação, mas a casta dignidade da

esposa foi sacrificada sem reserva.

Disponível em: https://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/diva.pdf

Assinale a alternativa que contém a correta função sintática da palavra “que”.

 

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Questão presente nas seguintes provas
3110307 Ano: 2024
Disciplina: Português
Banca: IDECAN
Orgão: ALEPI

Texto para as questões de 36 a 60.

Diva.

1 Visitando o negociante, vi ao entrar na sala uma linda moça, que não reconheci.

Estava só. De pé no vão da janela cheia de luz, meio reclinada ao peitoril, tinha na mão um livro aberto e lia com

atenção.

Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa estátua de moça.

5 Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém, na

mesma delicadeza do porte, esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade

nos relevos.

Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo ao beijo

do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha

10 de róseo matiz. A dela era assim.

Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como diadema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a sua pessoa

um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra. Contemplando-a naquele instante de enlevo, dir-se-ia que ela

se preparava para sua celeste ascensão.

Às vezes, porém, a impressão da leitura turbava a serena elação da sua figura, e despertava nela a mulher. Então

15 desferia alma por todos os poros. Os grandes olhos, velutados de negro, rasgavam-se para dardejar as centelhas elétricas do

nervoso organismo. Nesses momentos toda ela era somente coração, porque toda ela palpitava e sentia.

Eu tinha parado na porta, e admirava: afinal adiantei-me para cumprimentá-la. Ouvindo o rumor dos meus passos, ela

voltou-se.

- Minha senhora!... Murmurei inclinando-me.

20 As cores fugiram-lhe. Ela vestiu-se como de uma túnica lívida e glacial: logo depois sua fisionomia anuviou-se, e eu vi

lampejos fuzilarem naquela densidade de uma cólera súbita.

Fulminou-me com um olhar augusto e desapareceu.

Acreditas, Paulo, que essa moça que te descrevi fosse Emília, a menina feia e desgraciosa que eu deixara dois anos

antes? Que sublime trabalho de florescência animada não realizara a natureza nessa mulher!

25 Emília teria então dezessete anos. Sentia-se, olhando-a, a influência misteriosa que um espírito superior tinha exercido

na revolução operada em sua pessoa. O trajo, ainda nimiamente avaro dos encantos que ocultava, era de um molde severo;

mas havia, no gracioso da forma e na combinação do enfeite, uns toques artísticos, que se revelavam também no basto

trançado do luxuoso cabelo negro.

Voltei impressionado por essa visão de sala em pleno dia.

30 Se a transformação de Emília produzira em mim uma admiração grande, maior foi a humilhação que sofri com o seu

desdém. Já não era uma menina; estava moça, e não me devia só a cortesia a que tem direito o homem delicado, devia-me

gratidão.

- Talvez ignore! Disse eu comigo.

Nos dias que se seguiram, surgiu alguma vez em meu espírito aquela imagem de moça; mas essa lembrança me

35 incomodava.

Uma tarde encontrei-me com o irmão:

- Ia à tua casa! Disse-me Geraldo.

- Pois vamos.

- Não. Já que te encontrei poupa-me essa maçada. Minha tia manda-te dizer que amanhã toma-se chá em sua casa.

40 Julinha faz anos.

- Ah! D. Matilde?...

- Sim. Adeus.

- Espera.

- Não posso. Ainda vou à chácara, e tenho de voltar para o teatro.

45 D. Matilde é casada com um irmão de Duarte. Seu marido vive constantemente na fazenda, trabalhando para tirar

dela os avultados rendimentos necessários ao luxo que sua família ostenta na corte. Ainda moça, bonita e muito elegante,

ela é perdida pelo cortejo e galanteio de sala. Nunca a honra conjugal sucumbiu a essa fascinação, mas a casta dignidade da

esposa foi sacrificada sem reserva.

Disponível em: https://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/diva.pdf

Assinale a alternativa que contém somente palavra corretamente grafada.

 

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