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1348287 Ano: 2012
Disciplina: Português
Banca: DSEA UERJ
Orgão: UERJ
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Com base no texto abaixo, responda a questão.

Recordações do escrivão Isaías Caminha

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. Se me esforço por fazê-lo literário é para que ele possa ser lido, pois quero falar das minhas dores e dos meus sofrimentos ao espírito geral e no seu interesse, com a linguagem acessível a ele. É esse o meu propósito, o meu único propósito. Não nego que para isso tenha procurado modelos e normas. Procurei-os, confesso; e, agora mesmo, ao alcance das mãos, tenho os autores que mais amo. (...) Confesso que os leio, que os estudo, que procuro descobrir nos grandes romancistas o segredo de fazer. Mas não é a ambição literária que me move ao procurar esse dom misterioso para animar e fazer viver estas pálidas Recordações. Com elas, queria modificar a opinião dos meus concidadãos, obrigá-los a pensar de outro modo, a não se encherem de hostilidade e má vontade quando encontrarem na vida um rapaz como eu e com os desejos que tinha há dez anos passados. Tento mostrar que são legítimos e, se não merecedores de apoio, pelo menos dignos de indiferença.

Entretanto, quantas dores, quantas angústias! Vivo aqui só, isto é, sem relações intelectuais de qualquer ordem. Cercam-me dois ou três bacharéis idiotas e um médico mezinheiro, repletos de orgulho de suas cartas que sabe Deus como tiraram.A) (...) Entretanto, se eu amanhã lhes fosse falar neste livro - que espanto! que sarcasmo! que crítica desanimadora não fariam. Depois que se foi o doutor Graciliano, excepcionalmente simples e esquecido de sua carta apergaminhada, nada digo das minhas leituras, não falo das minhas lucubrações intelectuais a ninguém, e minha mulher, quando me demoro escrevendo pela noite afora, grita-me do quarto:

- Vem dormir, Isaías! Deixa esse relatório para amanhã!

De forma que não tenho por onde aferir se as minhas Recordações preenchem o fim a que as destino; se a minha inabilidade literária está prejudicando completamente o seu pensamento. Que tortura! E não é só isso: envergonho-me por esta ou aquela passagem em que me acho, em que me dispo em frente de desconhecidos, como uma mulher pública...B) Sofro assim de tantos modos, por causa desta obra, que julgo que esse mal-estar, com que às vezes acordo, vem dela,C) unicamente dela. Quero abandoná-la; mas não posso absolutamente. De manhã, ao almoço, na coletoria, na botica, jantando, banhando-me, só penso nela. À noite, quando todos em casa se vão recolhendo, insensivelmente aproximo-me da mesa e escrevo furiosamente. Estou no sexto capítulo e ainda não me preocupei em fazê-la pública, anunciar e arranjar um bom recebimento dos detentores da opinião nacional. Que ela tenha a sorte que merecer, mas que possa também, amanhã ou daqui a séculos, despertar um escritor mais hábilD) que a refaça e que diga o que não pude nem soube dizer.

(...) Imagino como um escritor hábil não saberia dizer o que eu senti lá dentro. Eu que sofri e pensei não o sei narrar. Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum, e, sobretudo, pouco expressiva do que eu de fato tinha sentido.

LIMA BARRETO Recordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010.

Na descrição de sua situação e de seus sentimentos, o narrador utiliza diversos recursos coesivos, dentre eles o da adição.

O fragmento do texto que exemplifica o recurso da adição está em:

 

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1348223 Ano: 2012
Disciplina: Inglês (Língua Inglesa)
Banca: DSEA UERJ
Orgão: UERJ
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Reflections on being a critic

Recently, I was seriously criticized in the comments section of my blog for being careless in some of my criticisms of a mid 70s Mingus release, Changes One (I actually like the record, by the way). This made me wonder why I bother being critical of anything.

If you go on Amazon.com and look at how the critics are rated, the top 100 critics are the ones who give positive reviews 99% of the time. It’s human nature that if you praise something to the skies, and someone likes that something too, they will find your review “helpful”. On the other hand, even if you give a mild criticism of something that’s thought to be a classic, you run the risk of being given a beat down, not to mention losing the popularity contest which, let’s face it, is what success on the Internet is all about.

Actually, I like nothing better than to rave1 about music and I prefer to write raves because: 1) they’re easier to write, 2) they result in links to my site, 3) readers like them and comment on them and, last but not least, 4) my major purpose in writing reviews is to steer my readers to music that I love.

So why write negative or mildly critical reviews at all? Well, I’d be the first to admit that guys like Charles Mingus, Miles Davis, John McLaughlin and John Coltrane are master jazz musicians. In fact, they are my heroes. But that doesn’t mean that every note they played was equally great. In my opinion, each one of these giants has put out lousy albums. So what? Everyone has an off day now and then, or even an off album... So, I’m just hoping to guide readers to the best records of these giants first, and if they love these guys so much that they want to be completists like me, that’s their call.

Which brings up another subject. How do I judge how many stars to give a recording? Am I comparing each musician to the greats? If I am reviewing one of the greats, like Mingus, am I only comparing him to his greatest accomplishments? How about my personal taste? It’s certainly possible for a recording to be technically excellent, but I just don’t like it for some reason.

Well, first of all, I have to be honest enough to admit that I am the one listening to the recording, bringing my personal history and prejudices to my criticism. If I personally don’t enjoy something, I’m not going to rate it five stars, no matter how good it is. Of course, it’s my responsibility to point out the discrepancy between the technical excellence of the recording and my personal taste in that case.

And second of all, any and all of the criteria discussed in this article might come into play when rating a date. You might say that results in me comparing apples to oranges, and you’d be right. For example, how could I possibly justify that a seriously flawed John McLaughlin album like Floating Point and a consistently good Mingus album like Changes One both rate three stars?

I don’t know what to tell you except to read both reviews. I hope that by reading the reviews, looking at the star ratings, and listening to the samples, and factoring in your own taste, you can come to some reasonable conclusion for yourself. That conclusion might be that I’m off my rocker and that you can depend on me to pan2 recordings that you love, in which case you might want to pay special attention to things I pan. Or it may be that you agree with me a lot of the time. Or it may be that you find my criticism completely inconsistent and worthless, in which case you probably won’t be visiting this site very often. Whichever conclusion you come to is fine with me.

Michael Kydonieus jazzbonotes.com

1to rave – criticar entusiasticamente
2to pan – criticar severamente

This made me wonder why I bother being critical of anything.

The fragment above points to what motivated the blog writer to develop his reflection.

His motivation is related to the:

 

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1348132 Ano: 2012
Disciplina: Espanhol (Língua Espanhola)
Banca: DSEA UERJ
Orgão: UERJ
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Cómo ser crítico de cine

Quizás no debería mencionar en voz alta que me dedico profesionalmente a la crítica de cine, pero, en fin, ¡hay que comer! Sí, ya sé que no es excusa, pero son tiempos de crisis, el trabajo está muy mal, etc. Yo reconozco que tenía razón Antón Ego, cuando hablaba de nuestra profesión al final de Ratatouille: “Preferimos la crítica negativa, que es divertida de leer y escribir. Pero la triste verdad que debemos enfrentar los críticos es que, al final, cualquier plato común seguramente tiene más sentido que la crítica que lo condena”. O sea, que vale mucho más la pena el esfuerzo de quienes hayan inventado una película - por mala que sea - que nuestras opiniones.

Siempre me dicen que tengo “mucho morro1”, porque mi supuesto “trabajo” consiste en ir a ver preestrenos sin pagar un duro, me dan a la salida canapés y una camiseta estupenda (así que no tengo que gastar en comida ni en ropa), y encima correspondo a todas essas atenciones poniendo a caldo con brusquedad a la película en cuestión. El caso es que mucha gente piensa que vivo como un maharajá y algunos individuos me preguntan qué tienen que hacer para ser también críticos.

Pero, ¿eso de ser crítico de cine dónde se estudia? No existe, todavía, la licenciatura en Ciencias de la Crítica de Cine. Aunque tanto yo como mis amigos que se dedican a esto somos de su padre y de su madre (periodistas, químicos, biólogos, abogados, etc.), podría argumentar que es bastante importante la formación humanística (filosofía, sociología y similares pueden ayudar). Y sobre todo se debe aprender cómo se hacen las películas, más que nada para no hacer el ridículo.

¿Cómo se escribe una crítica de cine? No hace falta esforzarse mucho. Basta con tomar una cerveza (dijo Groucho Marx que “los críticos de cine son esas personas que siempre piden bebidas baratas salvo cuando no pagan ellos”) con los compañeros al salir de la proyección, enterarse de cuál es la opinión más generalizada, y seguirles la corriente.

Sólo así se explican cosas como la frasecita sobre la película Aita (“a su lado una película de José Luis Guerín parece rodada por Steven Spielberg”) que se inventó uno de nosotros, y después se la he escuchado repetir a otros críticos como si fuera suya. O el curioso caso de Una historia verdadera, que según un 90 por ciento de cronistas recordaba al mejor John Ford. ¿En qué? A mí me gusta Una historia verdadera y me gusta John Ford, y hasta veo razonable que un crítico comparara esta película con la filmografía del gran maestro, pero no veo la razón por la que todos repetían lo mismo como papagayos. La única conexión que yo veo entre esa película y Ford es que el protagonista fue rechazado cuando se presentó al casting de Las uvas de la ira.

¿Sirve para algo la crítica de cine? Si así fuera no habría dado un duro por ejemplo Transformers: la venganza de los caídos, y el público haría manifestaciones en las puertas de los cines para exigir ciclos de Howard Hawks e Ingmar Bergman.

Dicen algunos optimistas que en algunos casos la crítica puede ser decisiva, cuando por ejemplo se aclamó unánimemente la película Pulp Fiction y el público acudió masivamente, o que puede ayudar a dar a conocer películas sin ningún tirón comercial pero muy buenas, como Solas. En fin, siempre que me preguntan esto recuerdo lo que le dijo un director al que ponía sus películas a caldo: “Te leo todos los días mientras voy al banco a ver cómo crece mi cuenta bancaria”.

JUAN LUIS SÁNCHEZ juanluissanchez.blogspot.com

1morro – “cara de pau”

- por mala que sea -

En el fragmento, el uso del signo de puntuación “raya” tiene la siguiente función:

 

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1347230 Ano: 2012
Disciplina: Química
Banca: DSEA UERJ
Orgão: UERJ
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Substâncias com calor de dissolução endotérmico são empregadas na fabricação de balas e chicletes, por causarem sensação de frescor. Um exemplo é o xilitol, que possui as seguintes propriedades:

Propriedade

Valor

massa molar

152 g/mol

entalpia de dissolução

+ 5,5 kcal/mol

solubilidade

60,8 g/100 g de água a 25 ºC

Considere M a massa de xilitol necessária para a formação de 8,04 g de solução aquosa saturada de xilitol, a 25 ºC.

A energia, em quilocalorias, absorvida na dissolução de M corresponde a:

 

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1347223 Ano: 2012
Disciplina: Física
Banca: DSEA UERJ
Orgão: UERJ
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Em uma experiência, três lâmpadas idênticas {L1, L2, L3} foram inicialmente associadas em série e conectadas a uma bateria E de resistência interna nula. Cada uma dessas lâmpadas pode ser individualmente ligada à bateria E sem se queimar.

Observe o esquema desse circuito, quando as três lâmpadas encontram-se acesas:

enunciado 3054367-1

Em seguida, os extremos não comuns de L1 e L2 foram conectados por um fio metálico, conforme ilustrado abaixo:

enunciado 3054367-2

A afirmativa que descreve o estado de funcionamento das lâmpadas nessa nova condição é:

 

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1347138 Ano: 2012
Disciplina: Português
Banca: DSEA UERJ
Orgão: UERJ
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Com base no texto abaixo, responda a questão.

Ciência e Hollywood

Infelizmente, é verdade: explosões não fazem barulho algum no espaço. Não me lembro de um só filme que tenha retratado isso direito. Pode ser que existam alguns, mas se existirem não fizeram muito sucesso. Sempre vemos explosões gigantescas, estrondos fantásticos. Para existir ruído é necessário um meio material que transporte as perturbações que chamamos de ondas sonoras. Na ausência de atmosfera, ou água, ou outro meio, as perturbações não têm onde se propagar. Para um produtor de cinema, a questão não passa pela ciência. Pelo menos não como prioridade. Seu interesse é tornar o filme emocionante, e explosões têm justamente este papel; roubar o som de uma grande espaçonave explodindo torna a cena bem sem graça.

Recentemente, o debate sobre as liberdades científicas tomadas pelo cinema tem aquecido. O sucesso do filme O dia depois de amanhã (The day after tomorrow), faturando mais de meio bilhão de dólares, e seu cenário de uma idade do gelo ocorrendo em uma semana, em vez de décadas ou, melhor ainda, centenas de anos, levantaram as sobrancelhas de cientistas mais rígidos que veem as distorções com desdém e esbugalharam os olhos dos espectadores (a maioria) que pouco ligam se a ciência está certa ou errada. Afinal, cinema é diversão.

Até recentemente, defendia a posição mais rígida, que filmes devem tentar ao máximo ser fiéis à ciência que retratam. Claro, isso sempre é bom. Mas não acredito mais que seja absolutamente necessário. Existe uma diferença crucial entre um filme comercial e um documentário científico. Óbvio, documentários devem retratar fielmente a ciência, educando e divertindo a população, mas filmes não têm necessariamente um compromisso pedagógico. As pessoas não vão ao cinema para serem educadas, ao menos como via de regra.

Claro, filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural. Outros educam as emoções através da ficção. Mas, se existirem exageros, eles não deverão ser criticados como tal. Fantasmas não existem, mas filmes de terror sim. Pode-se argumentar que, no caso de filmes que versam sobre temas científicos, as pessoas vão ao cinema esperando uma ciência crível. Isso pode ser verdade, mas elas não deveriam basear suas conclusões no que diz o filme. No mínimo, o cinema pode servir como mecanismo de alerta para questões científicas importantes: o aquecimento global, a inteligência artificial, a engenharia genética, as guerras nucleares, os riscos espaciais como cometas ou asteroides etc. Mas o conteúdo não deve ser levado ao pé da letra. A arte distorce para persuadir. E o cinema moderno, com efeitos especiais absolutamente espetaculares, distorce com enorme facilidade e poder de persuasão.

O que os cientistas podem fazer, e isso está virando moda nas universidades norte-americanas, é usar filmes nas salas de aula para educar seus alunos sobre o que é cientificamente correto e o que é absurdo. Ou seja, usar o cinema como ferramenta pedagógica. Os alunos certamente prestarão muita atenção, muito mais do que em uma aula convencional. Com isso, será possível educar a população para que, no futuro, um número cada vez maior de pessoas possa discernir o real do imaginário.

MARCELO GLEISER Adaptado de www1.folha.uol.com.br.

A oposição entre “ciência” e “Hollywood”, expressa no título do artigo de Gleiser, corresponde a outra oposição bastante estudada no campo da literatura, que se verifica entre:

 

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1347113 Ano: 2012
Disciplina: Biologia
Banca: DSEA UERJ
Orgão: UERJ
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Na presença de certos solventes, as proteínas sofrem alterações tanto em sua estrutura espacial quanto em suas propriedades biológicas. No entanto, com a remoção do solvente, voltam a assumir sua conformação e propriedades originais.

Essas características mostram que a conformação espacial das proteínas depende do seguinte tipo de estrutura de suas moléculas:

 

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1347103 Ano: 2012
Disciplina: Francês (Língua Francesa)
Banca: DSEA UERJ
Orgão: UERJ
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Qui es-tu pour juger?

Quand vient le temps de définir son rôle ou d’exercer son “métier”, le critique se bute souvent à la question: “Qui es-tu pour juger?”.

Quel est le rôle du critique? Le défi – qu’aucun commentateur de la presse ou de la télévision n’atteint et même pas toujours dans les magazines spécialisés – est d’amener les gens sur le plan de l’Art et de la critique. Si la critique implique par un certain rapport au vide de retarder, de ralentir, de s’attarder, de fixer son attention sur un objet, comment y parvenir dans un monde en proie au déficit d’attention? Comment être “de son temps”, un temps ultra-rapide, et en tirer le nécessaire sans être happé par lui, en restant sur le plan critique? Comment faire des liens entre les deux plans et combiner les deux vitesses? Le critique serait donc encore et toujours un missionnaire, son but serait de sortir quelques disciples de l’enfer du bruit et de la brûlante actualité pour l’amener sur un plan calme où sont ordonnés quelques objets, appréciés, valorisés selon une durée, un contexte, une vie.

Le travail critique, c’est donc essayer de comprendre, d’analyser, d’expliquer: “Pourquoi trouvestu ce film intéressant alors que je n’y vois aucun intérêt?” Travail difficile, à la découverte d’autrui, à la découverte de soi, à la découverte de l’Art, au risque de se tromper. Le travail du critique et de l’artiste, c’est la recherche perpétuelle de saisir le Beau. Si tout se valait, les artistes ne sacrifieraient pas leur vie à la recherche du Beau, Téléfilms et la Société de Développement des Entreprises Culturelles (SODEC) financeraient les projets en tirant au sort dans un chapeau, et les gens iraient au cinéma en choisissant les films au hasard de leur temps libre, et ils seraient également satisfaits de tout ce qu’ils voient. Il n’y aurait plus lieu d’écrire sur les films ni d’en parler. Finalement l’Art disparaîtrait.

En y réfléchissant même un peu, on conçoit bien que du début à la fin tous les intermédiaires choisissent en fonction de leurs valeurs: institutions qui financent, distributeurs, scénaristes, acteurs, boîtes de pub, télévision, critiques, animateurs de radio, etc., chacun va faire des choix, juger et décider de s’associer ou non à tel film, ce qui au bout du compte donne un cinéma à l’image de la frange qui domine le milieu. Faire un film, écrire sur le cinéma, c’est donc positionner une petite image individuelle dans la grande image de ce que nous sommes comme communauté, c’est laisser passer ou refléter certains rayons d’influences et résister à d’autres.

Qui est donc le critique pour juger? Un critique de cinéma est un amateur de films qui cherche à saisir le Beau dans son mouvement perpétuel, parce que tant que les hommes seront là pour créer et faire de l’Art, la définition sera ouverte. Parce que tout ne se vaut pas, qu’il y aura toujours des imitations, des copies, des faux et des oeuvres sans intérêt qui à défaut d’être “dénoncés” doivent être différenciés des films qui apportent quelque chose de nouveau et qui comptent. C’est d’ailleurs ces films que le critique devrait d’abord et avant tout défendre. Si le critique ne veut pas essuyer une rebuffade, il ne doit pas se contenter d’établir une hiérarchie entre les films et d’imposer sa vision sommaire du cinéma en pensant que le public acquiescera devant la grandeur de ses connaissances. Il doit éviter les pièges séduisants de l’opinion et du snobisme (tu n’es pas du clan), remonter aux sources du travail de l’artiste et faire appel à l’intelligence du spectateur (ses valeurs, son esprit critique, son intuition). Le critique doit entraîner le spectateur sur son plan de la quête du Beau, par l’intuition et la lucidité.

ANTOINE GODIN www.horschamp.qc.ca

s’associer ou non à tel film,

laisser passer ou refléter certains rayons d’influences

Dans ces deux extraits, la forme ou assume des valeurs différentes.

Ces valeurs sont indiquées respectivement dans:

 

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1347035 Ano: 2012
Disciplina: Português
Banca: DSEA UERJ
Orgão: UERJ
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Com base no texto abaixo, responda a questão.

Recordações do escrivão Isaías Caminha

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. São em geral de uma lastimável limitação de ideias,A) cheios de fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. Se me esforço por fazê-lo literário é para que ele possa ser lido, pois quero falar das minhas dores e dos meus sofrimentos ao espírito geral e no seu interesse, com a linguagem acessível a ele. É esse o meu propósito, o meu único propósito. Não nego que para isso tenha procurado modelos e normas. Procurei-os, confesso; e, agora mesmo, ao alcance das mãos, tenho os autores que mais amo. (...) Confesso que os leio, que os estudo, que procuro descobrir nos grandes romancistas o segredo de fazer. Mas não é a ambição literária que me move ao procurar esse dom misterioso para animar e fazer viver estas pálidas Recordações. Com elas, queria modificar a opinião dos meus concidadãos, obrigá-los a pensar de outro modo, a não se encherem de hostilidade e má vontade quando encontrarem na vida um rapaz como eu e com os desejos que tinha há dez anos passados. Tento mostrar que são legítimos e, se não merecedores de apoio, pelo menos dignos de indiferença.

Entretanto, quantas dores, quantas angústias! Vivo aqui só, isto é, sem relações intelectuais de qualquer ordem.B) Cercam-me dois ou três bacharéis idiotas e um médico mezinheiro, repletos de orgulho de suas cartas que sabe Deus como tiraram. (...) Entretanto, se eu amanhã lhes fosse falar neste livro - que espanto! que sarcasmo! que crítica desanimadora não fariam. Depois que se foi o doutor Graciliano, excepcionalmente simples e esquecido de sua carta apergaminhada, nada digo das minhas leituras, não falo das minhas lucubrações intelectuais a ninguém, e minha mulher, quando me demoro escrevendo pela noite afora, grita-me do quarto:

- Vem dormir, Isaías! Deixa esse relatório para amanhã!C)

De forma que não tenho por onde aferir se as minhas Recordações preenchem o fim a que as destino; se a minha inabilidade literária está prejudicando completamente o seu pensamento. Que tortura! E não é só isso: envergonho-me por esta ou aquela passagem em que me acho, em que me dispo em frente de desconhecidos, como uma mulher pública... Sofro assim de tantos modos, por causa desta obra, que julgo que esse mal-estar, com que às vezes acordo, vem dela, unicamente dela. Quero abandoná-la; mas não posso absolutamente. De manhã, ao almoço, na coletoria, na botica, jantando, banhando-me, só penso nela. À noite, quando todos em casa se vão recolhendo, insensivelmente aproximo-me da mesa e escrevo furiosamente. Estou no sexto capítulo e ainda não me preocupei em fazê-la pública, anunciar e arranjar um bom recebimento dos detentores da opinião nacional. Que ela tenha a sorte que merecer, mas que possa também, amanhã ou daqui a séculos, despertar um escritor mais hábil que a refaça e que diga o que não pude nem soube dizer.

(...) Imagino como um escritor hábil não saberia dizer o que eu senti lá dentro. Eu que sofri e pensei não o sei narrar. Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum,D) e, sobretudo, pouco expressiva do que eu de fato tinha sentido.

LIMA BARRETO Recordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010.

O texto de Lima Barreto explora o recurso da metalinguagem, ao comentar, na sua ficção, o próprio ato de compor uma ficção.

Esse recurso está exemplificado principalmente em:

 

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1347003 Ano: 2012
Disciplina: Português
Banca: DSEA UERJ
Orgão: UERJ
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Com base no texto abaixo, responda a questão.

Ciência e Hollywood

Infelizmente, é verdade: explosões não fazem barulho algum no espaço.A) Não me lembro de um só filme que tenha retratado isso direito. Pode ser que existam alguns, mas se existirem não fizeram muito sucesso.B) Sempre vemos explosões gigantescas, estrondos fantásticos. Para existir ruído é necessário um meio material que transporte as perturbações que chamamos de ondas sonoras. Na ausência de atmosfera, ou água, ou outro meio, as perturbações não têm onde se propagar. Para um produtor de cinema, a questão não passa pela ciência.C) Pelo menos não como prioridade. Seu interesse é tornar o filme emocionante, e explosões têm justamente este papel; roubar o som de uma grande espaçonave explodindo torna a cena bem sem graça.

Recentemente, o debate sobre as liberdades científicas tomadas pelo cinema tem aquecido. O sucesso do filme O dia depois de amanhã (The day after tomorrow), faturando mais de meio bilhão de dólares, e seu cenário de uma idade do gelo ocorrendo em uma semana, em vez de décadas ou, melhor ainda, centenas de anos, levantaram as sobrancelhas de cientistas mais rígidos que veem as distorções com desdém e esbugalharam os olhos dos espectadores (a maioria) que pouco ligam se a ciência está certa ou errada. Afinal, cinema é diversão.

Até recentemente, defendia a posição mais rígida, que filmes devem tentar ao máximo ser fiéis à ciência que retratam. Claro, isso sempre é bom. Mas não acredito mais que seja absolutamente necessário. Existe uma diferença crucial entre um filme comercial e um documentário científico. Óbvio, documentários devem retratar fielmente a ciência, educando e divertindo a população, mas filmes não têm necessariamente um compromisso pedagógico. As pessoas não vão ao cinema para serem educadas, ao menos como via de regra.

Claro, filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural. Outros educam as emoções através da ficção. Mas, se existirem exageros, eles não deverão ser criticados como tal. Fantasmas não existem, mas filmes de terror sim. Pode-se argumentar que, no caso de filmes que versam sobre temas científicos, as pessoas vão ao cinema esperando uma ciência crível. Isso pode ser verdade, mas elas não deveriam basear suas conclusões no que diz o filme. No mínimo, o cinema pode servir como mecanismo de alerta para questões científicas importantes: o aquecimento global, a inteligência artificial, a engenharia genética, as guerras nucleares, os riscos espaciais como cometas ou asteroides etc. Mas o conteúdo não deve ser levado ao pé da letra.D) A arte distorce para persuadir. E o cinema moderno, com efeitos especiais absolutamente espetaculares, distorce com enorme facilidade e poder de persuasão.

O que os cientistas podem fazer, e isso está virando moda nas universidades norte-americanas, é usar filmes nas salas de aula para educar seus alunos sobre o que é cientificamente correto e o que é absurdo. Ou seja, usar o cinema como ferramenta pedagógica. Os alunos certamente prestarão muita atenção, muito mais do que em uma aula convencional. Com isso, será possível educar a população para que, no futuro, um número cada vez maior de pessoas possa discernir o real do imaginário.

MARCELO GLEISER Adaptado de www1.folha.uol.com.br.

Na construção argumentativa, uma estratégia comum é aquela em que se reconhecem dados ou fatos contrários ao ponto de vista defendido, para, em seguida, negá-los ou reduzir sua importância.

O fragmento do texto que exemplifica essa estratégia é:

 

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