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Foram encontradas 50 questões.

Segundo Motta (1997), os significados dos termos diretrizes e bases contidos no próprio título da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional são, respectivamente:

 

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Durante a digitação de um texto no Word 2016 do pacote MS Office, pode-se inserir um dos diagramas mostrados na figura abaixo.

Enunciado 2093711-1

Essa janela é exibida por meio do uso de um recurso, que tem as características listadas a seguir.

Tem por objetivo inserir no texto um elemento gráfico para comunicar informações visualmente.

Os elementos gráficos variam desde listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos como diagramas de Venn e organogramas.
A janela é exibida na tela como resultado do acionamento da guia Enunciado 2093711-2 existente na Barra de Menu, e da escolha de um ícone na Faixa de Opções.

O ícone é:

 

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No uso dos recursos de um microcomputador com Windows 7 BR, um funcionário da Prefeitura de São Gonçalo está acessando os aplicativos Google Chrome, o Word 2019 BR, o Adobe Reader para leitura de um arquivo em PDF e o Excel 2019 BR, em regime de compartilhamento via multitarefa preemptiva.

I. Este sistema operacional oferece a possibilidade de alternar o acesso entre esses aplicativos, por meio da execução de dois atalhos de teclado.

II. Este sistema oferece também a possibilidade de executar um atalho de teclado para exibir e ocultar a Área de Trabalho, estando com um dos aplicativos acima exibidos na tela.

Os três atalhos de teclado, na sequência em que estão citados em I e II são, respectivamente:

 

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As planilhas SG1 em (a) e SG2 em (b) foram criadas no Excel 2019 BR, nas quais foram realizados os procedimentos descritos a seguir.

I. Em G11 da planilha SG1 foi inserida uma expressão para determinar a média aritmética exclusivamente entre os números mostrados nas células A9 e G9.

II. Em G9 da planilha SG2 foi inserida uma expressão que transporta o valor mostrado em G11 da planilha SG1.

Enunciado 2093709-1

Nessas condições, as expressões inseridas em G11 de SG1 e em G9 de SG2 foram, respectivamente:

 

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A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO

1 – Qual é a importância da vacinação?

José Augusto Alves de Britto: A vacinação sensibiliza o sistema imunológico do organismo, fazendo com que ele crie defesas, anticorpos especiais contra uma série de doenças que, quando ocorrem, podem acarretar a morte ou deixar graves sequelas na pessoa acometida.

A importância da vacinação não está somente na proteção individual, mas porque ela evita a propagação em massa de doenças que podem levar à morte ou a sequelas graves, comprometendo a qualidade de vida e saúde das pessoas vitimizadas.

2 – Quais os avanços no Brasil, com relação à vacinação?

Pesquisador: Em 1973, foi criado no Brasil o Programa Nacional de Imunização (PNI), com o objetivo de normatizar a imunização em nível nacional e, assim, contribuir para a erradicação ou controle de doenças transmissíveis. Ele faz parte das iniciativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e recebe apoio técnico do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

No mundo de hoje, globalizado, onde circulam milhões de pessoas entre diversos países, há que se ter uma atenção especial com a saúde global e essa associação do PNI com órgãos da responsabilidade, como a OMS, demonstra o compromisso do Brasil com a saúde da população nacional e global, por conseguinte.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza em seu calendário 19 tipos de vacina, que atendem a crianças, adolescentes, gestantes, trabalhadores, pessoas com mais de 60 anos, população indígena etc. É importante destacar que o PNI trabalha com metas importantes, como a de vacinar 90/95% da população.

O nosso país é reconhecido internacionalmente, porque, ao longo dos 35 anos do PNI, conseguiu erradicar doenças como a poliomielite, a rubéola congênita e, em 2016, recebeu da Organização Pan Americana da Saúde (Opas) o certificado de erradicação do sarampo.

3 – Algumas doenças já erradicadas no Brasil estão voltando. A que se deve isto?

Pesquisador: A partir de 1982, surgiu na Europa e nos Estados Unidos um movimento antivacina, a partir da divulgação de artigos muito polêmicos que relacionavam a vacinação com doenças cerebrais – que adiante se revelaram equívocos científicos e interesses escusos contra a indústria farmacêutica, levando, inclusive, à cassação do registro profissional dos pesquisadores envolvidos.

Adiante, surgiram movimentos, ora de cunho religioso, ora filosófico, que advogam a favor de não se sobrecarregar o sistema imunológico das crianças e considerando que a imunidade natural poderia dar conta da proteção.

No Brasil, este movimento já começa a ser observado, porém, devidamente acompanhado pela Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e do Ministério da Saúde (MS). Isso tem repercutido na queda da cobertura vacinal esperada e em uma certa resistência de aderência às campanhas nacionais, como recentemente contra o sarampo.

Acredita-se que, pelo fato de a vacinação ser um sucesso, causa a falsa sensação de que as doenças não existem mais e, portanto, que não há mais a necessidade de se tomar as vacinas. Desta maneira, doenças antes controladas voltam a ocorrer na população, inclusive com riscos de epidemia, tendo-se como exemplo o caso recente de epidemias por sarampo em cidades na região Norte do Brasil.

Naquelas cidades, as taxas de cobertura da vacinação estavam abaixo do esperado.

4 – Como contornar o problema da queda na vacinação?

Pesquisador: Uma das boas estratégias para se trabalhar a recuperação das taxas de cobertura é, primeira e fundamentalmente, garantir a oferta de vacinas para a população em tempo contínuo, não somente em períodos de campanha.

Também cabe aos profissionais de saúde manterem os pais, os adultos e os idosos estimulados a essa prática de saúde, mostrando claramente os benefícios para cada um e o efeito de proteção para todos a partir dela.

É necessário, ainda, que se busque combater rápida e fortemente a divulgação pelas mídias sociais de notícias falsas (fake news) a respeito das vacinas.

5 - O Brasil vive um momento de congelamento dos gastos públicos com saúde. Como isto afeta a imunização?

Pesquisador: O congelamento dos gastos públicos com saúde podem sim impactar de um modo bastante negativo o sucesso dos programas de vacinação. Quando o cidadão busca uma unidade de saúde e não lhe é disponibilizada a vacina, isso leva a um descrédito no sistema, a um desânimo de buscar, repetidamente e sem sucesso, a vacina, gerando então ainterrupção ou o abandono de esquemas de vacinas que vinham sendo corretamente seguidos. Isto propicia o retorno das doenças até então controladas.

Além disso, o congelamento de gastos pode comprometer os investimentos em pesquisas de vacinas contra a dengue e contra o vírus da zika, por exemplo. É preciso investir.

(Disponível em: https://www.incqs.fiocruz.br/index.php? option=com_content&view=article&id=1721:a-importancia-da-vacinacao-nao-estasomente- na-protecao-individual-mas-porque-ela-evita-a-propagacao-em-massade- doencas-que-podem-levar-a-morte-ou-a-sequelas-graves&catid=114& Itemid=166)

No texto, na resposta à terceira pergunta, um longo trecho, introduzido por travessão, tem o objetivo de:

 

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2053442 Ano: 2021
Disciplina: Português
Banca: SELECON
Orgão: Pref. São Gonçalo-RJ
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Políticas de expansão do mercado linguístico

A realidade linguística do mundo é complexa. Essa diversidade, que para muitos pode chegar a ser asfixiante, está sob constante ameaça de projetos unificadores, para os quais a existência de comunidades linguísticas diferenciadas que se reconhecem como tais constitui um elemento perigoso de desagregação.

Na realidade, apesar do número elevado de línguas no planeta, por volta de 7.000, 95% delas são usadas por apenas 5% da população mundial. O cálculo é necessariamente aproximado, e as cifras variam bastante entre um estudo e outro. Em termos geográficos, umas poucas línguas da Europa, onde se concentram 3% dos idiomas do mundo (enquanto os continentes asiático e africano reúnem 63% delas), são as mais faladas e as mais difundidas do planeta. Essa desigualdade numérica mundial tem a ver, obviamente, com a expansão colonial da Europa pelos outros continentes, sobretudo durante os séculos XIX e XX.

A robusta expansão do português e do espanhol começou já no século XVI, quando os reinos ibéricos iniciaram empresas de conquista e de evangelização por África e América. Essa difusão das línguas ibéricas tem características particulares nesse momento histórico, anteriormente à constituição dos Estados-nação, quando as línguas dominantes ainda não são instrumentos políticos de criação de cidadania, isto é, quando ainda não são vistas como língua nacionais, mas exclusivamente como instrumentos de poder e signo de distinção que não precisam estar ao alcance de todos.

Se a nação constitui (e se constitui por meio de) um mercado linguístico, a colonização pode ser vista, de uma ótica glotopolítica, como um processo de expansão desse mercado. A lógica colonial distribui papéis econômicos para além das fronteiras originais do país, situando a produção de bens básicos para o consumo, ou a exploração de energia e de matérias- primas, em outros territórios. Ao mesmo tempo em que a máquina do Estado nacional e suas estruturas ideológicas produzem a pureza étnica, elas são responsáveis pela produção de um Outro que pode ser explorado pelo bem da nação. Xoán C. Lagares

(Adaptado de: Qual política linguística? Desafios glotopolíticos contemporâneos. São Paulo: Parábola, 2018)

No segundo parágrafo, o uso de percentuais tem a função de reforçar a seguinte ideia:

 

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2053441 Ano: 2021
Disciplina: Português
Banca: SELECON
Orgão: Pref. São Gonçalo-RJ
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Qual é a força da metáfora?

Nas últimas séries do ensino fundamental, não é incomum se passar para o aluno uma longa lista de figuras de linguagem, divididas em figuras “de som” (como a aliteração, a assonância, a paronomásia), “de construção” (como a elipse, o zeugma, o polissíndeto, a inversão, a silepse, o anacoluto, o pleonasmo, a anáfora), “de pensamento” (como a antítese, a ironia, o eufemismo, a hipérbole, a prosopopeia, a apóstrofe) e “de palavra” (como a metáfora, a metonímia, a catacrese, a antonomásia, a sinestesia).

Naqueles livros didáticos, a metáfora costuma ser considerada um mero recurso retórico, quando concentro a comparação entre dois termos no segundo: ao invés de dizer à minha namorada que ela parece uma rosa, chamo-a amorosamente de “minha rosa” (pode ser que esteja pensando menos na beleza da flor e mais nos seus espinhos, mas aí é outra coisa, outra metáfora).

No entanto, toda a linguagem pode ser percebida como metafórica, se nenhuma palavra é a coisa que designa. Para Wayne Booth, não apenas toda linguagem é metafórica, como toda a nossa vida não passa de uma metáfora. Para George Lakoff, a metáfora está infiltrada de tal modo na vida cotidiana que pensamos e agimos sempre a partir de metáforas básicas. Para Wallace Stevens, a realidade é um clichê do qual escapamos pela metáfora.

A última definição é interessante, porque “clichê” não deixa de ser uma espécie de metáfora. Logo, a frase de Stevens pode ser reescrita de maneira circular, assim: “a realidade é uma metáfora da qual escapamos pela metáfora”. Em consequência, podemos até escapar da realidade, mas não podemos escapar... da metáfora!

Essa constatação está de acordo com a célebre formulação de Friedrich Nietzsche, pela qual a verdade é “uma multiplicidade incessante de metáforas, de metonímias, de antropomorfismos, em síntese, uma soma de relações humanas que foram poética e retoricamente elevadas, transpostas, ornamentadas, e que, após um longo uso, parecem a um povo firmes, regulares e constrangedoras”. As verdades seriam, ele continua, “ilusões cuja origem está esquecida, metáforas que foram usadas e que perderam a sua força sensível, moedas nas quais se apagou a impressão e que desde agora não são mais consideradas como moedas de valor, mas como metal”.

Deste modo, o que consideramos nossas verdades são, “na verdade”, catacreses, isto é: metáforas tão gastas pelo uso que não as reconhecemos como tal, do tipo “os pés da mesa” ou “os braços da cadeira”. Mesmo aquilo que entendemos como nós mesmos, ou seja, como nossa identidade, como nosso “eu”, ainda é uma metáfora existencial mais ou menos confortável.

Na definição milenar de Aristóteles, a metáfora é “uma coisa no lugar de outra coisa”. Digo “rosa” querendo dizer “amor” (ou “dor”). A metáfora surge sempre no lugar de outra coisa, precisamente daquilo que não se sabe - desse modo, fingimos que sabemos algo.

Se aceito o caráter metafórico de qualquer linguagem e discurso, preciso admitir que todo discurso é ficcional. Não é que “tudo” seja ficção, o que seria absurdo, mas sim que temos acesso ao real apenas através da mediação dos discursos. Todo discurso se aproxima da realidade (apenas se aproxima, nunca chega “lá”) através de ficções aproximativas, quer as chame “metáforas”, como na literatura, quer as chame “hipóteses”, como na ciência. Logo, como queríamos demonstrar, todo discurso é essencialmente metafórico. Nos termos de Alain Badiou: “nada pode atestar que o real é real, nada senão o sistema de ficção no qual ele virá a desempenhar o papel de real”.

Por isso, percebemos diversas regiões de sombra entre os significados que postulamos para as coisas e para os fenômenos. Essas regiões não são imóveis, ao contrário, elas se movem constantemente, razão pela qual não se consegue agarrá-las nem demarcá-las com facilidade. A metáfora tanto ilumina um objeto quanto dele deriva sombras, o que faz dela uma potência tão poderosa quanto ambígua.

Esta é a sua força.

Gustavo Bernardo (Adaptado de: http:// www. revista. vestibular.uerj.br/coluna/ coluna.php?seq_coluna=42)

Acerca da conceituação da metáfora, a discussão proposta no terceiro parágrafo formula uma:

 

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2053440 Ano: 2021
Disciplina: Português
Banca: SELECON
Orgão: Pref. São Gonçalo-RJ
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Qual é a força da metáfora?

Nas últimas séries do ensino fundamental, não é incomum se passar para o aluno uma longa lista de figuras de linguagem, divididas em figuras “de som” (como a aliteração, a assonância, a paronomásia), “de construção” (como a elipse, o zeugma, o polissíndeto, a inversão, a silepse, o anacoluto, o pleonasmo, a anáfora), “de pensamento” (como a antítese, a ironia, o eufemismo, a hipérbole, a prosopopeia, a apóstrofe) e “de palavra” (como a metáfora, a metonímia, a catacrese, a antonomásia, a sinestesia).

Naqueles livros didáticos, a metáfora costuma ser considerada um mero recurso retórico, quando concentro a comparação entre dois termos no segundo: ao invés de dizer à minha namorada que ela parece uma rosa, chamo-a amorosamente de “minha rosa” (pode ser que esteja pensando menos na beleza da flor e mais nos seus espinhos, mas aí é outra coisa, outra metáfora).

No entanto, toda a linguagem pode ser percebida como metafórica, se nenhuma palavra é a coisa que designa. Para Wayne Booth, não apenas toda linguagem é metafórica, como toda a nossa vida não passa de uma metáfora. Para George Lakoff, a metáfora está infiltrada de tal modo na vida cotidiana que pensamos e agimos sempre a partir de metáforas básicas. Para Wallace Stevens, a realidade é um clichê do qual escapamos pela metáfora.

A última definição é interessante, porque “clichê” não deixa de ser uma espécie de metáfora. Logo, a frase de Stevens pode ser reescrita de maneira circular, assim: “a realidade é uma metáfora da qual escapamos pela metáfora”. Em consequência, podemos até escapar da realidade, mas não podemos escapar... da metáfora!

Essa constatação está de acordo com a célebre formulação de Friedrich Nietzsche, pela qual a verdade é “uma multiplicidade incessante de metáforas, de metonímias, de antropomorfismos, em síntese, uma soma de relações humanas que foram poética e retoricamente elevadas, transpostas, ornamentadas, e que, após um longo uso, parecem a um povo firmes, regulares e constrangedoras”. As verdades seriam, ele continua, “ilusões cuja origem está esquecida, metáforas que foram usadas e que perderam a sua força sensível, moedas nas quais se apagou a impressão e que desde agora não são mais consideradas como moedas de valor, mas como metal”.

Deste modo, o que consideramos nossas verdades são, “na verdade”, catacreses, isto é: metáforas tão gastas pelo uso que não as reconhecemos como tal, do tipo “os pés da mesa” ou “os braços da cadeira”. Mesmo aquilo que entendemos como nós mesmos, ou seja, como nossa identidade, como nosso “eu”, ainda é uma metáfora existencial mais ou menos confortável.

Na definição milenar de Aristóteles, a metáfora é “uma coisa no lugar de outra coisa”. Digo “rosa” querendo dizer “amor” (ou “dor”). A metáfora surge sempre no lugar de outra coisa, precisamente daquilo que não se sabe - desse modo, fingimos que sabemos algo.

Se aceito o caráter metafórico de qualquer linguagem e discurso, preciso admitir que todo discurso é ficcional. Não é que “tudo” seja ficção, o que seria absurdo, mas sim que temos acesso ao real apenas através da mediação dos discursos. Todo discurso se aproxima da realidade (apenas se aproxima, nunca chega “lá”) através de ficções aproximativas, quer as chame “metáforas”, como na literatura, quer as chame “hipóteses”, como na ciência. Logo, como queríamos demonstrar, todo discurso é essencialmente metafórico. Nos termos de Alain Badiou: “nada pode atestar que o real é real, nada senão o sistema de ficção no qual ele virá a desempenhar o papel de real”.

Por isso, percebemos diversas regiões de sombra entre os significados que postulamos para as coisas e para os fenômenos. Essas regiões não são imóveis, ao contrário, elas se movem constantemente, razão pela qual não se consegue agarrá-las nem demarcá-las com facilidade. A metáfora tanto ilumina um objeto quanto dele deriva sombras, o que faz dela uma potência tão poderosa quanto ambígua.

Esta é a sua força.

Gustavo Bernardo (Adaptado de: http:// www. revista. vestibular.uerj.br/coluna/ coluna.php?seq_coluna=42)

No quarto parágrafo, o autor propõe uma reformulação de uma frase anterior como estratégia para enfatizar a seguinte ideia:

 

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2053439 Ano: 2021
Disciplina: Português
Banca: SELECON
Orgão: Pref. São Gonçalo-RJ
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Qual é a força da metáfora?

Nas últimas séries do ensino fundamental, não é incomum se passar para o aluno uma longa lista de figuras de linguagem, divididas em figuras “de som” (como a aliteração, a assonância, a paronomásia), “de construção” (como a elipse, o zeugma, o polissíndeto, a inversão, a silepse, o anacoluto, o pleonasmo, a anáfora), “de pensamento” (como a antítese, a ironia, o eufemismo, a hipérbole, a prosopopeia, a apóstrofe) e “de palavra” (como a metáfora, a metonímia, a catacrese, a antonomásia, a sinestesia).

Naqueles livros didáticos, a metáfora costuma ser considerada um mero recurso retórico, quando concentro a comparação entre dois termos no segundo: ao invés de dizer à minha namorada que ela parece uma rosa, chamo-a amorosamente de “minha rosa” (pode ser que esteja pensando menos na beleza da flor e mais nos seus espinhos, mas aí é outra coisa, outra metáfora).

No entanto, toda a linguagem pode ser percebida como metafórica, se nenhuma palavra é a coisa que designa. Para Wayne Booth, não apenas toda linguagem é metafórica, como toda a nossa vida não passa de uma metáfora. Para George Lakoff, a metáfora está infiltrada de tal modo na vida cotidiana que pensamos e agimos sempre a partir de metáforas básicas. Para Wallace Stevens, a realidade é um clichê do qual escapamos pela metáfora.

A última definição é interessante, porque “clichê” não deixa de ser uma espécie de metáfora. Logo, a frase de Stevens pode ser reescrita de maneira circular, assim: “a realidade é uma metáfora da qual escapamos pela metáfora”. Em consequência, podemos até escapar da realidade, mas não podemos escapar... da metáfora!

Essa constatação está de acordo com a célebre formulação de Friedrich Nietzsche, pela qual a verdade é “uma multiplicidade incessante de metáforas, de metonímias, de antropomorfismos, em síntese, uma soma de relações humanas que foram poética e retoricamente elevadas, transpostas, ornamentadas, e que, após um longo uso, parecem a um povo firmes, regulares e constrangedoras”. As verdades seriam, ele continua, “ilusões cuja origem está esquecida, metáforas que foram usadas e que perderam a sua força sensível, moedas nas quais se apagou a impressão e que desde agora não são mais consideradas como moedas de valor, mas como metal”.

Deste modo, o que consideramos nossas verdades são, “na verdade”, catacreses, isto é: metáforas tão gastas pelo uso que não as reconhecemos como tal, do tipo “os pés da mesa” ou “os braços da cadeira”. Mesmo aquilo que entendemos como nós mesmos, ou seja, como nossa identidade, como nosso “eu”, ainda é uma metáfora existencial mais ou menos confortável.

Na definição milenar de Aristóteles, a metáfora é “uma coisa no lugar de outra coisa”. Digo “rosa” querendo dizer “amor” (ou “dor”). A metáfora surge sempre no lugar de outra coisa, precisamente daquilo que não se sabe - desse modo, fingimos que sabemos algo.

Se aceito o caráter metafórico de qualquer linguagem e discurso, preciso admitir que todo discurso é ficcional. Não é que “tudo” seja ficção, o que seria absurdo, mas sim que temos acesso ao real apenas através da mediação dos discursos. Todo discurso se aproxima da realidade (apenas se aproxima, nunca chega “lá”) através de ficções aproximativas, quer as chame “metáforas”, como na literatura, quer as chame “hipóteses”, como na ciência. Logo, como queríamos demonstrar, todo discurso é essencialmente metafórico. Nos termos de Alain Badiou: “nada pode atestar que o real é real, nada senão o sistema de ficção no qual ele virá a desempenhar o papel de real”.

Por isso, percebemos diversas regiões de sombra entre os significados que postulamos para as coisas e para os fenômenos. Essas regiões não são imóveis, ao contrário, elas se movem constantemente, razão pela qual não se consegue agarrá-las nem demarcá-las com facilidade. A metáfora tanto ilumina um objeto quanto dele deriva sombras, o que faz dela uma potência tão poderosa quanto ambígua.

Esta é a sua força.

Gustavo Bernardo (Adaptado de: http:// www. revista. vestibular.uerj.br/coluna/ coluna.php?seq_coluna=42)

“Deste modo, o que consideramos nossas verdades são, 'na verdade', catacreses”. Nesse trecho, o emprego das aspas reforça a seguinte ideia central, desenvolvida no texto:

 

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De acordo com o Artigo 78 do Regimento Escolar Básico da Rede Pública Municipal de Ensino de São Gonçalo (2016), o município, através da Secretaria Municipal de Educação, garantirá matrícula aos estudantes com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades/dotação na rede regular de ensino:

 

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