Foram encontradas 40 questões.
Certa universidade fez um estudo com 1000 pessoas. A mesma fez uma análise dos
batimentos cardíacos desses indivíduos em um determinado período. Após esse estudo,
criou-se um modelo matemático para representar os batimentos cardíacos desse grupo
de pessoas, cuja lei de formação é dada por P(t) = 80 – 18 cos , tal que 0 < t ≤ 0,6
e t é dado em segundos.
Com base nesses dados é possível afirmar que o maior valor da pressão arterial atingida pelos integrantes desse grupo ocorre quando t é igual a:
Com base nesses dados é possível afirmar que o maior valor da pressão arterial atingida pelos integrantes desse grupo ocorre quando t é igual a:
Provas
Questão presente nas seguintes provas
Sabe-se que os termos da sequência (8, 4, 0, -4, -8,...) formam uma Progressão
Aritmética com infinitos termos. Qual é o valor da soma do 13º com o 20º termo dessa
PA?
Provas
Questão presente nas seguintes provas
Seja M = Sabendo que det(M) = 0, o valor de x é:
Provas
Questão presente nas seguintes provas
Texto: Não ameis a distância
Em uma cidade há um milhão e meio de pessoas, em outra há outros milhões; e as
cidades são tão longe uma da outra que nesta é verão quando naquela é inverno. Em
cada uma dessas cidades há’ uma pessoa; e essas pessoas tão distantes acaso pensareis
que podem cultivar em segredo, como plantinha de estufa, um amor à distância?
Andam em ruas tão diferentes e passam o dia falando línguas diversas; cada uma tem
em torno de si uma presença constante e inumerável de olhos, vozes, notícias. Não se
telefonam mais; é tão caro e demorado e tão ruim e além disso, que se diriam?
Escrevem-se. Mas uma carta leva dias para chegar; ainda que venha vibrando, cálida,
cheia de sentimento, quem sabe se no momento em que é lida já não poderia ter sido
escrita? A carta não diz o que a outra pessoa está sentindo, diz o que sentiu na semana
passada… e as semanas passam de maneira assustadora, os domingos se precipitam mal
começam as noites de sábado, as segundas retornam com veemência gritando — “outra
semana!”, e as quartas já têm um gosto de sexta, e o abril de de-já-hoje é mudado em
agosto…
Sim, há uma frase na carta cheia de calor, cheia de luz; mas a vida presente é traiçoeira
e os astrônomos não dizem que muita vez ficamos como patetas a ver uma linda estrela
jurando pela sua existência — e no entanto há séculos ela se apagou na escuridão do
caos, sua luz é que custou a fazer a viagem? Direi que não importa a estrela em si
mesma, e sim a luz que ela nos manda; e eu vos direi: amai para entendê-las!
Ao que ama o que lhe importa não é a luz nem o som, é a própria pessoa amada mesma,
o seu vero cabelo, e o vero pêlo, o osso de seu joelho, sua terna e úmida presença carnal,
o imediato calor; é o de hoje, o agora, o aqui — e isso não há.
Então a outra pessoa vira retratinho no bolso, borboleta perdida no ar, brisa que a testa
recebe na esquina, tudo o que for eco, sombra, imagem, um pequeno fantasma, e nada
mais. E a vida de todo dia vai gastando insensivelmente a outra pessoa, hoje lhe tira um
modesto fio de cabelo, amanhã apenas passa a unha de leve fazendo um traço branco na
sua coxa queimada pelo sol, de súbito a outra pessoa entra em fading um sábado inteiro,
está-se gastando, perdendo seu poder emissor à distância.
Cuidai amar uma pessoa, e ao fim vosso amor é um maço de cartas e fotografias no
fundo de uma gaveta que se abre cada vez menos… Não ameis à distância, não ameis,
não ameis!
Fonte: https://www.pensador.com/cronicas_de_rubem_braga/
Provas
Questão presente nas seguintes provas
Texto: Não ameis a distância
Em uma cidade há um milhão e meio de pessoas, em outra há outros milhões; e as
cidades são tão longe uma da outra que nesta é verão quando naquela é inverno. Em
cada uma dessas cidades há’ uma pessoa; e essas pessoas tão distantes acaso pensareis
que podem cultivar em segredo, como plantinha de estufa, um amor à distância?
Andam em ruas tão diferentes e passam o dia falando línguas diversas; cada uma tem
em torno de si uma presença constante e inumerável de olhos, vozes, notícias. Não se
telefonam mais; é tão caro e demorado e tão ruim e além disso, que se diriam?
Escrevem-se. Mas uma carta leva dias para chegar; ainda que venha vibrando, cálida,
cheia de sentimento, quem sabe se no momento em que é lida já não poderia ter sido
escrita? A carta não diz o que a outra pessoa está sentindo, diz o que sentiu na semana
passada… e as semanas passam de maneira assustadora, os domingos se precipitam mal
começam as noites de sábado, as segundas retornam com veemência gritando — “outra
semana!”, e as quartas já têm um gosto de sexta, e o abril de de-já-hoje é mudado em
agosto…
Sim, há uma frase na carta cheia de calor, cheia de luz; mas a vida presente é traiçoeira
e os astrônomos não dizem que muita vez ficamos como patetas a ver uma linda estrela
jurando pela sua existência — e no entanto há séculos ela se apagou na escuridão do
caos, sua luz é que custou a fazer a viagem? Direi que não importa a estrela em si
mesma, e sim a luz que ela nos manda; e eu vos direi: amai para entendê-las!
Ao que ama o que lhe importa não é a luz nem o som, é a própria pessoa amada mesma,
o seu vero cabelo, e o vero pêlo, o osso de seu joelho, sua terna e úmida presença carnal,
o imediato calor; é o de hoje, o agora, o aqui — e isso não há.
Então a outra pessoa vira retratinho no bolso, borboleta perdida no ar, brisa que a testa
recebe na esquina, tudo o que for eco, sombra, imagem, um pequeno fantasma, e nada
mais. E a vida de todo dia vai gastando insensivelmente a outra pessoa, hoje lhe tira um
modesto fio de cabelo, amanhã apenas passa a unha de leve fazendo um traço branco na
sua coxa queimada pelo sol, de súbito a outra pessoa entra em fading um sábado inteiro,
está-se gastando, perdendo seu poder emissor à distância.
Cuidai amar uma pessoa, e ao fim vosso amor é um maço de cartas e fotografias no
fundo de uma gaveta que se abre cada vez menos… Não ameis à distância, não ameis,
não ameis!
Fonte: https://www.pensador.com/cronicas_de_rubem_braga/
“Mas uma carta leva dias para chegar; ainda que venha vibrando, cálida, cheia de sentimento, quem sabe se no momento em que é lida já não poderia ter sido escrita?” “A carta não diz o que a outra pessoa está sentindo, diz o que sentiu a semana passada... e as semanas passam de maneira assustadora os domingos se precipitam mal começam as noites de sábado, as segundas retornam com veemência gritando - "outra semana!"
A palavra veemência tem o mesmo significado de:
Provas
Questão presente nas seguintes provas
Texto: Não ameis a distância
Em uma cidade há um milhão e meio de pessoas, em outra há outros milhões; e as
cidades são tão longe uma da outra que nesta é verão quando naquela é inverno. Em
cada uma dessas cidades há’ uma pessoa; e essas pessoas tão distantes acaso pensareis
que podem cultivar em segredo, como plantinha de estufa, um amor à distância?
Andam em ruas tão diferentes e passam o dia falando línguas diversas; cada uma tem
em torno de si uma presença constante e inumerável de olhos, vozes, notícias. Não se
telefonam mais; é tão caro e demorado e tão ruim e além disso, que se diriam?
Escrevem-se. Mas uma carta leva dias para chegar; ainda que venha vibrando, cálida,
cheia de sentimento, quem sabe se no momento em que é lida já não poderia ter sido
escrita? A carta não diz o que a outra pessoa está sentindo, diz o que sentiu na semana
passada… e as semanas passam de maneira assustadora, os domingos se precipitam mal
começam as noites de sábado, as segundas retornam com veemência gritando — “outra
semana!”, e as quartas já têm um gosto de sexta, e o abril de de-já-hoje é mudado em
agosto…
Sim, há uma frase na carta cheia de calor, cheia de luz; mas a vida presente é traiçoeira
e os astrônomos não dizem que muita vez ficamos como patetas a ver uma linda estrela
jurando pela sua existência — e no entanto há séculos ela se apagou na escuridão do
caos, sua luz é que custou a fazer a viagem? Direi que não importa a estrela em si
mesma, e sim a luz que ela nos manda; e eu vos direi: amai para entendê-las!
Ao que ama o que lhe importa não é a luz nem o som, é a própria pessoa amada mesma,
o seu vero cabelo, e o vero pêlo, o osso de seu joelho, sua terna e úmida presença carnal,
o imediato calor; é o de hoje, o agora, o aqui — e isso não há.
Então a outra pessoa vira retratinho no bolso, borboleta perdida no ar, brisa que a testa
recebe na esquina, tudo o que for eco, sombra, imagem, um pequeno fantasma, e nada
mais. E a vida de todo dia vai gastando insensivelmente a outra pessoa, hoje lhe tira um
modesto fio de cabelo, amanhã apenas passa a unha de leve fazendo um traço branco na
sua coxa queimada pelo sol, de súbito a outra pessoa entra em fading um sábado inteiro,
está-se gastando, perdendo seu poder emissor à distância.
Cuidai amar uma pessoa, e ao fim vosso amor é um maço de cartas e fotografias no
fundo de uma gaveta que se abre cada vez menos… Não ameis à distância, não ameis,
não ameis!
Fonte: https://www.pensador.com/cronicas_de_rubem_braga/
“Mas uma carta leva dias para chegar; ainda que venha vibrando, cálida, cheia de sentimento, quem sabe se no momento em que é lida já não poderia ter sido escrita?” “A carta não diz o que a outra pessoa está sentindo, diz o que sentiu a semana passada... e as semanas passam de maneira assustadora os domingos se precipitam mal começam as noites de sábado, as segundas retornam com veemência gritando - "outra semana!"
O termo cálida no contexto do excerto tem a seguinte compreensão descrita:
Provas
Questão presente nas seguintes provas
Texto: Não ameis a distância
Em uma cidade há um milhão e meio de pessoas, em outra há outros milhões; e as
cidades são tão longe uma da outra que nesta é verão quando naquela é inverno. Em
cada uma dessas cidades há’ uma pessoa; e essas pessoas tão distantes acaso pensareis
que podem cultivar em segredo, como plantinha de estufa, um amor à distância?
Andam em ruas tão diferentes e passam o dia falando línguas diversas; cada uma tem
em torno de si uma presença constante e inumerável de olhos, vozes, notícias. Não se
telefonam mais; é tão caro e demorado e tão ruim e além disso, que se diriam?
Escrevem-se. Mas uma carta leva dias para chegar; ainda que venha vibrando, cálida,
cheia de sentimento, quem sabe se no momento em que é lida já não poderia ter sido
escrita? A carta não diz o que a outra pessoa está sentindo, diz o que sentiu na semana
passada… e as semanas passam de maneira assustadora, os domingos se precipitam mal
começam as noites de sábado, as segundas retornam com veemência gritando — “outra
semana!”, e as quartas já têm um gosto de sexta, e o abril de de-já-hoje é mudado em
agosto…
Sim, há uma frase na carta cheia de calor, cheia de luz; mas a vida presente é traiçoeira
e os astrônomos não dizem que muita vez ficamos como patetas a ver uma linda estrela
jurando pela sua existência — e no entanto há séculos ela se apagou na escuridão do
caos, sua luz é que custou a fazer a viagem? Direi que não importa a estrela em si
mesma, e sim a luz que ela nos manda; e eu vos direi: amai para entendê-las!
Ao que ama o que lhe importa não é a luz nem o som, é a própria pessoa amada mesma,
o seu vero cabelo, e o vero pêlo, o osso de seu joelho, sua terna e úmida presença carnal,
o imediato calor; é o de hoje, o agora, o aqui — e isso não há.
Então a outra pessoa vira retratinho no bolso, borboleta perdida no ar, brisa que a testa
recebe na esquina, tudo o que for eco, sombra, imagem, um pequeno fantasma, e nada
mais. E a vida de todo dia vai gastando insensivelmente a outra pessoa, hoje lhe tira um
modesto fio de cabelo, amanhã apenas passa a unha de leve fazendo um traço branco na
sua coxa queimada pelo sol, de súbito a outra pessoa entra em fading um sábado inteiro,
está-se gastando, perdendo seu poder emissor à distância.
Cuidai amar uma pessoa, e ao fim vosso amor é um maço de cartas e fotografias no
fundo de uma gaveta que se abre cada vez menos… Não ameis à distância, não ameis,
não ameis!
Fonte: https://www.pensador.com/cronicas_de_rubem_braga/
“Não se telefonam mais; é tão caro e demorado e tão ruim e além disso, que se diriam? Escrevem-se.
O termo em destaque, demorado destacado no fragmento retirado do texto, está corretamente classificado em:
Provas
Questão presente nas seguintes provas
Texto: Não ameis a distância
Em uma cidade há um milhão e meio de pessoas, em outra há outros milhões; e as
cidades são tão longe uma da outra que nesta é verão quando naquela é inverno. Em
cada uma dessas cidades há’ uma pessoa; e essas pessoas tão distantes acaso pensareis
que podem cultivar em segredo, como plantinha de estufa, um amor à distância?
Andam em ruas tão diferentes e passam o dia falando línguas diversas; cada uma tem
em torno de si uma presença constante e inumerável de olhos, vozes, notícias. Não se
telefonam mais; é tão caro e demorado e tão ruim e além disso, que se diriam?
Escrevem-se. Mas uma carta leva dias para chegar; ainda que venha vibrando, cálida,
cheia de sentimento, quem sabe se no momento em que é lida já não poderia ter sido
escrita? A carta não diz o que a outra pessoa está sentindo, diz o que sentiu na semana
passada… e as semanas passam de maneira assustadora, os domingos se precipitam mal
começam as noites de sábado, as segundas retornam com veemência gritando — “outra
semana!”, e as quartas já têm um gosto de sexta, e o abril de de-já-hoje é mudado em
agosto…
Sim, há uma frase na carta cheia de calor, cheia de luz; mas a vida presente é traiçoeira
e os astrônomos não dizem que muita vez ficamos como patetas a ver uma linda estrela
jurando pela sua existência — e no entanto há séculos ela se apagou na escuridão do
caos, sua luz é que custou a fazer a viagem? Direi que não importa a estrela em si
mesma, e sim a luz que ela nos manda; e eu vos direi: amai para entendê-las!
Ao que ama o que lhe importa não é a luz nem o som, é a própria pessoa amada mesma,
o seu vero cabelo, e o vero pêlo, o osso de seu joelho, sua terna e úmida presença carnal,
o imediato calor; é o de hoje, o agora, o aqui — e isso não há.
Então a outra pessoa vira retratinho no bolso, borboleta perdida no ar, brisa que a testa
recebe na esquina, tudo o que for eco, sombra, imagem, um pequeno fantasma, e nada
mais. E a vida de todo dia vai gastando insensivelmente a outra pessoa, hoje lhe tira um
modesto fio de cabelo, amanhã apenas passa a unha de leve fazendo um traço branco na
sua coxa queimada pelo sol, de súbito a outra pessoa entra em fading um sábado inteiro,
está-se gastando, perdendo seu poder emissor à distância.
Cuidai amar uma pessoa, e ao fim vosso amor é um maço de cartas e fotografias no
fundo de uma gaveta que se abre cada vez menos… Não ameis à distância, não ameis,
não ameis!
Fonte: https://www.pensador.com/cronicas_de_rubem_braga/
“Não se telefonam mais; é tão caro e demorado e tão ruim e além disso, que se diriam? Escrevem-se.
O termo mais, no fragmento apresentado tem a correta denominação em classes de palavras como:
Provas
Questão presente nas seguintes provas
Texto: Não ameis a distância
Em uma cidade há um milhão e meio de pessoas, em outra há outros milhões; e as
cidades são tão longe uma da outra que nesta é verão quando naquela é inverno. Em
cada uma dessas cidades há’ uma pessoa; e essas pessoas tão distantes acaso pensareis
que podem cultivar em segredo, como plantinha de estufa, um amor à distância?
Andam em ruas tão diferentes e passam o dia falando línguas diversas; cada uma tem
em torno de si uma presença constante e inumerável de olhos, vozes, notícias. Não se
telefonam mais; é tão caro e demorado e tão ruim e além disso, que se diriam?
Escrevem-se. Mas uma carta leva dias para chegar; ainda que venha vibrando, cálida,
cheia de sentimento, quem sabe se no momento em que é lida já não poderia ter sido
escrita? A carta não diz o que a outra pessoa está sentindo, diz o que sentiu na semana
passada… e as semanas passam de maneira assustadora, os domingos se precipitam mal
começam as noites de sábado, as segundas retornam com veemência gritando — “outra
semana!”, e as quartas já têm um gosto de sexta, e o abril de de-já-hoje é mudado em
agosto…
Sim, há uma frase na carta cheia de calor, cheia de luz; mas a vida presente é traiçoeira
e os astrônomos não dizem que muita vez ficamos como patetas a ver uma linda estrela
jurando pela sua existência — e no entanto há séculos ela se apagou na escuridão do
caos, sua luz é que custou a fazer a viagem? Direi que não importa a estrela em si
mesma, e sim a luz que ela nos manda; e eu vos direi: amai para entendê-las!
Ao que ama o que lhe importa não é a luz nem o som, é a própria pessoa amada mesma,
o seu vero cabelo, e o vero pêlo, o osso de seu joelho, sua terna e úmida presença carnal,
o imediato calor; é o de hoje, o agora, o aqui — e isso não há.
Então a outra pessoa vira retratinho no bolso, borboleta perdida no ar, brisa que a testa
recebe na esquina, tudo o que for eco, sombra, imagem, um pequeno fantasma, e nada
mais. E a vida de todo dia vai gastando insensivelmente a outra pessoa, hoje lhe tira um
modesto fio de cabelo, amanhã apenas passa a unha de leve fazendo um traço branco na
sua coxa queimada pelo sol, de súbito a outra pessoa entra em fading um sábado inteiro,
está-se gastando, perdendo seu poder emissor à distância.
Cuidai amar uma pessoa, e ao fim vosso amor é um maço de cartas e fotografias no
fundo de uma gaveta que se abre cada vez menos… Não ameis à distância, não ameis,
não ameis!
Fonte: https://www.pensador.com/cronicas_de_rubem_braga/
Provas
Questão presente nas seguintes provas
Texto: Não ameis a distância
Em uma cidade há um milhão e meio de pessoas, em outra há outros milhões; e as
cidades são tão longe uma da outra que nesta é verão quando naquela é inverno. Em
cada uma dessas cidades há’ uma pessoa; e essas pessoas tão distantes acaso pensareis
que podem cultivar em segredo, como plantinha de estufa, um amor à distância?
Andam em ruas tão diferentes e passam o dia falando línguas diversas; cada uma tem
em torno de si uma presença constante e inumerável de olhos, vozes, notícias. Não se
telefonam mais; é tão caro e demorado e tão ruim e além disso, que se diriam?
Escrevem-se. Mas uma carta leva dias para chegar; ainda que venha vibrando, cálida,
cheia de sentimento, quem sabe se no momento em que é lida já não poderia ter sido
escrita? A carta não diz o que a outra pessoa está sentindo, diz o que sentiu na semana
passada… e as semanas passam de maneira assustadora, os domingos se precipitam mal
começam as noites de sábado, as segundas retornam com veemência gritando — “outra
semana!”, e as quartas já têm um gosto de sexta, e o abril de de-já-hoje é mudado em
agosto…
Sim, há uma frase na carta cheia de calor, cheia de luz; mas a vida presente é traiçoeira
e os astrônomos não dizem que muita vez ficamos como patetas a ver uma linda estrela
jurando pela sua existência — e no entanto há séculos ela se apagou na escuridão do
caos, sua luz é que custou a fazer a viagem? Direi que não importa a estrela em si
mesma, e sim a luz que ela nos manda; e eu vos direi: amai para entendê-las!
Ao que ama o que lhe importa não é a luz nem o som, é a própria pessoa amada mesma,
o seu vero cabelo, e o vero pêlo, o osso de seu joelho, sua terna e úmida presença carnal,
o imediato calor; é o de hoje, o agora, o aqui — e isso não há.
Então a outra pessoa vira retratinho no bolso, borboleta perdida no ar, brisa que a testa
recebe na esquina, tudo o que for eco, sombra, imagem, um pequeno fantasma, e nada
mais. E a vida de todo dia vai gastando insensivelmente a outra pessoa, hoje lhe tira um
modesto fio de cabelo, amanhã apenas passa a unha de leve fazendo um traço branco na
sua coxa queimada pelo sol, de súbito a outra pessoa entra em fading um sábado inteiro,
está-se gastando, perdendo seu poder emissor à distância.
Cuidai amar uma pessoa, e ao fim vosso amor é um maço de cartas e fotografias no
fundo de uma gaveta que se abre cada vez menos… Não ameis à distância, não ameis,
não ameis!
Fonte: https://www.pensador.com/cronicas_de_rubem_braga/
Provas
Questão presente nas seguintes provas
Cadernos
Caderno Container