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1217091 Ano: 2013
Disciplina: Química
Banca: ITA
Orgão: ITA
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São feitas as seguintes comparações de valores de !$ pK_a !$ de compostos orgânicos:
I. !$ pK_a (CH_3COOH) > pK_a (CℓCH_2COOH) !$
II. !$ pK_a (F_3CCOOH) > pK_a (Cℓ_3CCOOH) !$
III. !$ pK_a (CH_3CH_2CHCℓCOOH) > pK_a (CH_3CHCℓCH_2COOH) !$
Das comparações acima, está(ão) CORRETA(S) apenas
 

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1215496 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: ITA
Orgão: ITA
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Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de atividade artística, um artista cuja arte contenha maior universalidade que a de Charles Chaplin. A razão vem de que o tipo de Carlito é uma dessas criações que, salvo idiossincrasias muito raras, interessam e agradam a toda a gente. Como os heróis das lendas populares ou as personagens das velhas farsas de mamulengo.
Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. Não saiu completo e definitivo da cabeça de Chaplin: foi uma criação em que o artista procedeu por uma sucessão de tentativas e erradas.
Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe.
Um dos traços mais característicos da pessoa física de Carlito foi achado casual. Chaplin certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada de um tabético. O público riu: estava fixado o andar habitual de Carlito.
O vestuário da personagem –fraquezinho humorístico, calças lambazonas, botinas escarrapachadas, cartolinha – também se fixou pelo consenso do público.
Certa vez que Carlito trocou por outras as botinas escarrapachadas e a clássica cartolinha, o público não achou graça: estava desapontado. Chaplin eliminou imediatamente a variante. Sentiu com o público que ela destruía a unidade física do tipo. Podia ser jocosa também, mas não era mais Carlito.
Note-se que essa indumentária, que vem dos primeiros filmes do artista, não contém nada de especialmente extravagante. Agrada por não sei quê de elegante que há no seu ridículo de miséria. Pode-se dizer que Carlito possui o dandismo do grotesco.
Não será exagero afirmar que toda a humanidade viva colaborou nas salas de cinema para a realização da personagem de Carlito, como ela aparece nessas estupendas obras-primas de humour que são O Garoto, Ombro Arma, Em Busca do Ouro e O Circo.
Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário dom de discernimento psicológico. Não obstante, se não houvesse nele profundidade de pensamento, lirismo, ternura, seria levado por esse processo de criação à vulgaridade dos artistas medíocres que condescendem com o fácil gosto do público.
Aqui é que começa a genialidade de Chaplin. Descendo até o público, não só não se vulgarizou, mas ao contrário ganhou maior força de emoção e de poesia. A sua originalidade extremou-se. Ele soube isolar em seus dados pessoais, em sua inteligência e em sua sensibilidade de exceção, os elementos de irredutível humanidade. Como se diz em linguagem matemática, pôs em evidência o fator comum de todas as expressões humanas. O olhar de Carlito, no filme O Circo, para a brioche do menino faz rir a criançada como um gesto de gulodice engraçada. Para um adulto pode sugerir da maneira mais dramática todas as categorias do desejo. A sua arte simplificou-se ao mesmo tempo que se aprofundou e alargou. Cada espectador pode encontrar nela o que procura: o riso, a crítica, o lirismo ou ainda o contrário de tudo isso.
Essas reflexões me acudiram ao espírito ao ler umas linhas da entrevista fornecida a Florent Fels pelo pintor Pascin, búlgaro naturalizado americano. Pascin não gosta de Carlito e explicou que uma fita de Carlito nos Estados Unidos tem uma significação muito diversa da que lhe dão fora de lá. Nos Estados Unidos Carlito é o sujeito que não sabe fazer as coisas como todo mundo, que não sabe viver como os outros, não se acomoda em meio algum, –em suma um inadaptável. O espectador americano ri satisfeito de se sentir tão diferente daquele sonhador ridículo. É isto que faz o sucesso de Chaplin nos Estados Unidos. Carlito com as suas lamentáveis aventuras constitui ali uma lição de moral para educação da mocidade no sentido de preparar uma geração de homens hábeis, práticos e bem quaisquer!
Por mais ao par que se esteja do caráter prático do americano, do seu critério de sucesso para julgamento das ações humanas, do seu gosto pela estandardização, não deixa de surpreender aquela interpretação moralista dos filmes de Chaplin. Bem examinadas as coisas, não havia motivo para surpresa. A interpretação cabe perfeitamente dentro do tipo e mais: o americano bem verdadeiramente americano, o que veda a entrada do seu território a doentes e estropiados, o que propõe o pacto contra a guerra e ao mesmo tempo assalta a Nicarágua, não poderia sentir de outro modo.
Não importa, não será menos legítima a concepção contrária, tanto é verdade que tudo cabe na humanidade vasta de Carlito. Em vez de um fraco, de um pulha, de um inadaptável, posso eu interpretar Carlito como um herói. Carlito passa por todas as misérias sem lágrimas nem queixas. Não é força isto? Não perde a bondade apesar de todas as experiências, e no meio das maiores privações acha um jeito de amparar a outras criaturas em aperto. Isso é pulhice?
Aceita com estoicismo as piores situações, dorme onde é possível ou não dorme, come sola de sapato cozida como se se tratasse de alguma língua do Rio Grande. É um inadaptável?
Sem dúvida não sabe se adaptar às condições de sucesso na vida. Mas haverá sucesso que valha a força de ânimo do sujeito sem nada neste mundo, sem dinheiro, sem amores, sem teto, quando ele pode agitar a bengalinha como Carlito com um gesto de quem vai tirar a felicidade do nada? Quando um ajuntamento se forma nos filmes, os transeuntes vão parando e acercando-se do grupo com um ar de curiosidade interesseira. Todos têm uma fisionomia preocupada. Carlito é o único que está certo do prazer ingênuo de olhar.
Neste sentido Carlito é um verdadeiro professor de heroísmo. Quem vive na solidão das grandes cidades não pode deixar de sentir intensamente o influxo da sua lição, e uma simpatia enorme nos prende ao boêmio nos seus gestos de aceitação tão simples.
Nada mais heróico, mais comovente do que a saída de Carlito no fim de O Circo. Partida a companhia, em cuja troupe seguia a menina que ele ajudara a casar com outro, Carlito por alguns momentos se senta no círculo que ficou como último vestígio do picadeiro, refletindo sobre os dias de barriga cheia e relativa felicidade sentimental que acabava de desfrutar. Agora está de novo sem nada e inteiramente só. Mas os minutos de fraqueza duram pouco. Carlito levanta-se, dá um puxão na casaquinha para recuperar a linha, faz um molinete com a bengalinha e sai campo afora sem olhar para trás. Não tem um vintém, não tem uma afeição, não tem onde dormir nem o que comer. No entanto vai como um conquistador pisando em terra nova. Parece que o Universo é dele. E não tenham dúvida: o Universo é dele.
Com efeito, Carlito é poeta.
(Em: Crônicas da Província do Brasil. 1937.)
idiossincrasia (linha 3): maneira de ser e de agir própria de cada pessoa.
mamulengo (linha 4): fantoche, boneco usado à mão em peças de teatro popular ou infantil.
tabético (linha 9): que tem andar desgovernado, sem muita firmeza.
dandismo (linha 18): relativo ao indivíduo que se veste e se comporta com elegância.
pulhice (linha 54): safadeza, canalhice.
estoicismo (linha 55): resignação com dignidade diante do sofrimento, da adversidade, do infortúnio.
molinete (linha 71): movimento giratório que se faz com a espada ou outro objeto semelhante.
Considerando que o título pode antecipar para o leitor o tema central do texto, assinale a opção que apresenta o título mais adequado.
 

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1214470 Ano: 2013
Disciplina: Inglês (Língua Inglesa)
Banca: ITA
Orgão: ITA
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DISTANT PEAK CAR
Carmakers worry that one day demand for cars will stop rising. But that is a long way off.
IN 1924 FORD ran an advertisement headlined “His First Car”, urging fathers to buy their teenage sons their first set of wheels. The idea caught on. For boys, especially, learning to drive became an essential part of growing up. By the late 1970s 86% of American 18-year-olds—of both sexes—had a driving licence. But then the trend went into reverse: researchers at the University of Michigan found that in 2010 only 61% of 18-year-old Americans had licences. Other rich countries are going the same way. Teenagers are showing less interest in cars as they turn their attention to smartphones and social networking.
This is a worry for carmakers, who are wondering where their future customers are going to come from. In the two decades to 2008 the number of miles driven by Americans in their 20s fell by 8%. In Britain a study for the RAC Foundation, a transport-research body, found a 30% drop among men in the same age group between 1996 and 2006.
One reason for concern is that half the world’s population now lives in towns and cities, which have only so much space for cars. Even in rapidly growing car markets such as China, city governments in the more prosperous parts of the country are beginning to restrict new car registrations and invest heavily in public transport.
Young urban residents may also be meeting up less often in person, thanks to social-networking sites that let them keep in touch digitally. So they have less need for a car, and when they do need one they turn to car clubs, which offer rental by the hour in their neighbourhood, and to car-sharing schemes. In particular, the generation who came of age after 2000, the so-called “millennials”, express a preference for having access to rather than owning cars. But some of that may be just talk. In a survey by McKinsey, American millennials said they expected to use car clubs in the future, but when asked if owning a car would remain an important status symbol, they were much more likely to answer “yes” than older consumers.
Economic factors, too, work against car ownership. Sheryl Connelly, Ford’s “global trends and futuring” manager, notes that a few decades ago teenagers in America often got free driving lessons at school, but now they may have to pay up to $800 for them before they can sit their test. The cost of adding a young driver to the family’s car-insurance policy too has risen sharply, she says. In Britain the RAC Foundation study found that fewer young men are driving because their employers have cut back on providing company cars.
However, studies also show a marked rise in the proportion of elderly people with driving licences. Babyboomers pretty much all learned to drive, and now that they are beginning to retire they expect to continue motoring. The development of assisted driving, followed one day by fully automated cars, will allow them to stay mobile for much longer.
What may be happening in rich countries is a one-off shift in the timing of people’s driving careers, so that they start later but then continue well into old age. This may be no bad thing for carmakers. It has long been an open secret in the business that cars are advertised as being for the young but are bought mainly by the middle-aged with the necessary disposable income. In America the average Mercedes buyer is in his late 50s, and even the supposedly youth-oriented MINI Cooper is typically bought by people in their early 40s. The world’s biggest car markets—China, North America and Europe—are all greying.
So it is not clear that declining car ownership among young urbanites will have more than a marginal effect on overall car sales. Besides, argues Renault-Nissan’s Mr Ghosn, for most people “their car is more than an object.” For some it is an extension of their home, he says, and most people would rather not share their home. For others it is their pet, and who wants to share their pet?
All in all, “peak car”—the point at which worldwide demand for cars will stop rising—still seems quite a long way off. In the rich world some of the economic factors that have deterred young people from taking up driving will fade away: as cars become increasingly self-piloting and accident rates fall, insurance costs should decrease, and in time there will be little or no need to take expensive lessons.
The Economist, April 20th, 2013.
Uma das razões para o menor uso de carros por jovens nos últimos anos é o(a)
 

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1214449 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: ITA
Orgão: ITA
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Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de atividade artística, um artista cuja arte contenha maior universalidade que a de Charles Chaplin. A razão vem de que o tipo de Carlito é uma dessas criações que, salvo idiossincrasias muito raras, interessam e agradam a toda a gente. Como os heróis das lendas populares ou as personagens das velhas farsas de mamulengo.
Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. Não saiu completo e definitivo da cabeça de Chaplin: foi uma criação em que o artista procedeu por uma sucessão de tentativas e erradas.
Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe.
Um dos traços mais característicos da pessoa física de Carlito foi achado casual. Chaplin certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada de um tabético. O público riu: estava fixado o andar habitual de Carlito.
O vestuário da personagem –fraquezinho humorístico, calças lambazonas, botinas escarrapachadas, cartolinha – também se fixou pelo consenso do público.
Certa vez que Carlito trocou por outras as botinas escarrapachadas e a clássica cartolinha, o público não achou graça: estava desapontado. Chaplin eliminou imediatamente a variante. Sentiu com o público que ela destruía a unidade física do tipo. Podia ser jocosa também, mas não era mais Carlito.
Note-se que essa indumentária, que vem dos primeiros filmes do artista, não contém nada de especialmente extravagante. Agrada por não sei quê de elegante que há no seu ridículo de miséria. Pode-se dizer que Carlito possui o dandismo do grotesco.
Não será exagero afirmar que toda a humanidade viva colaborou nas salas de cinema para a realização da personagem de Carlito, como ela aparece nessas estupendas obras-primas de humour que são O Garoto, Ombro Arma, Em Busca do Ouro e O Circo.
Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário dom de discernimento psicológico. Não obstante, se não houvesse nele profundidade de pensamento, lirismo, ternura, seria levado por esse processo de criação à vulgaridade dos artistas medíocres que condescendem com o fácil gosto do público.
Aqui é que começa a genialidade de Chaplin. Descendo até o público, não só não se vulgarizou, mas ao contrário ganhou maior força de emoção e de poesia. A sua originalidade extremou-se. Ele soube isolar em seus dados pessoais, em sua inteligência e em sua sensibilidade de exceção, os elementos de irredutível humanidade. Como se diz em linguagem matemática, pôs em evidência o fator comum de todas as expressões humanas. O olhar de Carlito, no filme O Circo, para a brioche do menino faz rir a criançada como um gesto de gulodice engraçada. Para um adulto pode sugerir da maneira mais dramática todas as categorias do desejo. A sua arte simplificou-se ao mesmo tempo que se aprofundou e alargou. Cada espectador pode encontrar nela o que procura: o riso, a crítica, o lirismo ou ainda o contrário de tudo isso.
Essas reflexões me acudiram ao espírito ao ler umas linhas da entrevista fornecida a Florent Fels pelo pintor Pascin, búlgaro naturalizado americano. Pascin não gosta de Carlito e explicou que uma fita de Carlito nos Estados Unidos tem uma significação muito diversa da que lhe dão fora de lá. Nos Estados Unidos Carlito é o sujeito que não sabe fazer as coisas como todo mundo, que não sabe viver como os outros, não se acomoda em meio algum, –em suma um inadaptável. O espectador americano ri satisfeito de se sentir tão diferente daquele sonhador ridículo. É isto que faz o sucesso de Chaplin nos Estados Unidos. Carlito com as suas lamentáveis aventuras constitui ali uma lição de moral para educação da mocidade no sentido de preparar uma geração de homens hábeis, práticos e bem quaisquer!
Por mais ao par que se esteja do caráter prático do americano, do seu critério de sucesso para julgamento das ações humanas, do seu gosto pela estandardização, não deixa de surpreender aquela interpretação moralista dos filmes de Chaplin. Bem examinadas as coisas, não havia motivo para surpresa. A interpretação cabe perfeitamente dentro do tipo e mais: o americano bem verdadeiramente americano, o que veda a entrada do seu território a doentes e estropiados, o que propõe o pacto contra a guerra e ao mesmo tempo assalta a Nicarágua, não poderia sentir de outro modo.
Não importa, não será menos legítima a concepção contrária, tanto é verdade que tudo cabe na humanidade vasta de Carlito. Em vez de um fraco, de um pulha, de um inadaptável, posso eu interpretar Carlito como um herói. Carlito passa por todas as misérias sem lágrimas nem queixas. Não é força isto? Não perde a bondade apesar de todas as experiências, e no meio das maiores privações acha um jeito de amparar a outras criaturas em aperto. Isso é pulhice?
Aceita com estoicismo as piores situações, dorme onde é possível ou não dorme, come sola de sapato cozida como se se tratasse de alguma língua do Rio Grande. É um inadaptável?
Sem dúvida não sabe se adaptar às condições de sucesso na vida. Mas haverá sucesso que valha a força de ânimo do sujeito sem nada neste mundo, sem dinheiro, sem amores, sem teto, quando ele pode agitar a bengalinha como Carlito com um gesto de quem vai tirar a felicidade do nada? Quando um ajuntamento se forma nos filmes, os transeuntes vão parando e acercando-se do grupo com um ar de curiosidade interesseira. Todos têm uma fisionomia preocupada. Carlito é o único que está certo do prazer ingênuo de olhar.
Neste sentido Carlito é um verdadeiro professor de heroísmo. Quem vive na solidão das grandes cidades não pode deixar de sentir intensamente o influxo da sua lição, e uma simpatia enorme nos prende ao boêmio nos seus gestos de aceitação tão simples.
Nada mais heróico, mais comovente do que a saída de Carlito no fim de O Circo. Partida a companhia, em cuja troupe seguia a menina que ele ajudara a casar com outro, Carlito por alguns momentos se senta no círculo que ficou como último vestígio do picadeiro, refletindo sobre os dias de barriga cheia e relativa felicidade sentimental que acabava de desfrutar. Agora está de novo sem nada e inteiramente só. Mas os minutos de fraqueza duram pouco. Carlito levanta-se, dá um puxão na casaquinha para recuperar a linha, faz um molinete com a bengalinha e sai campo afora sem olhar para trás. Não tem um vintém, não tem uma afeição, não tem onde dormir nem o que comer. No entanto vai como um conquistador pisando em terra nova. Parece que o Universo é dele. E não tenham dúvida: o Universo é dele.
Com efeito, Carlito é poeta.
(Em: Crônicas da Província do Brasil. 1937.)
idiossincrasia (linha 3): maneira de ser e de agir própria de cada pessoa.
mamulengo (linha 4): fantoche, boneco usado à mão em peças de teatro popular ou infantil.
tabético (linha 9): que tem andar desgovernado, sem muita firmeza.
dandismo (linha 18): relativo ao indivíduo que se veste e se comporta com elegância.
pulhice (linha 54): safadeza, canalhice.
estoicismo (linha 55): resignação com dignidade diante do sofrimento, da adversidade, do infortúnio.
molinete (linha 71): movimento giratório que se faz com a espada ou outro objeto semelhante.
Considerando a estrutura do texto, pode-se dizer que Bandeira
I. vale-se de outro texto para refletir sobre a recepção do público americano aos filmes de Chaplin.
II. considera fatos da época para refletir sobre o comportamento dos americanos.
III. descreve cenas de filmes para enaltecer a criação de Chaplin.
IV. usa recursos linguísticos, como perguntas retóricas e adjetivos, para reforçar seu ponto de vista.
Está(ão) correta(s)
 

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1207976 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: ITA
Orgão: ITA
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Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de atividade artística, um artista cuja arte contenha maior universalidade que a de Charles Chaplin. A razão vem de que o tipo de Carlito é uma dessas criações que, salvo idiossincrasias muito raras, interessam e agradam a toda a gente. Como os heróis das lendas populares ou as personagens das velhas farsas de mamulengo.
Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. Não saiu completo e definitivo da cabeça de Chaplin: foi uma criação em que o artista procedeu por uma sucessão de tentativas e erradas.
Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe.
Um dos traços mais característicos da pessoa física de Carlito foi achado casual. Chaplin certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada de um tabético. O público riu: estava fixado o andar habitual de Carlito.
O vestuário da personagem –fraquezinho humorístico, calças lambazonas, botinas escarrapachadas, cartolinha – também se fixou pelo consenso do público.
Certa vez que Carlito trocou por outras as botinas escarrapachadas e a clássica cartolinha, o público não achou graça: estava desapontado. Chaplin eliminou imediatamente a variante. Sentiu com o público que ela destruía a unidade física do tipo. Podia ser jocosa também, mas não era mais Carlito.
Note-se que essa indumentária, que vem dos primeiros filmes do artista, não contém nada de especialmente extravagante. Agrada por não sei quê de elegante que há no seu ridículo de miséria. Pode-se dizer que Carlito possui o dandismo do grotesco.
Não será exagero afirmar que toda a humanidade viva colaborou nas salas de cinema para a realização da personagem de Carlito, como ela aparece nessas estupendas obras-primas de humour que são O Garoto, Ombro Arma, Em Busca do Ouro e O Circo.
Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário dom de discernimento psicológico. Não obstante, se não houvesse nele profundidade de pensamento, lirismo, ternura, seria levado por esse processo de criação à vulgaridade dos artistas medíocres que condescendem com o fácil gosto do público.
Aqui é que começa a genialidade de Chaplin. Descendo até o público, não só não se vulgarizou, mas ao contrário ganhou maior força de emoção e de poesia. A sua originalidade extremou-se. Ele soube isolar em seus dados pessoais, em sua inteligência e em sua sensibilidade de exceção, os elementos de irredutível humanidade. Como se diz em linguagem matemática, pôs em evidência o fator comum de todas as expressões humanas. O olhar de Carlito, no filme O Circo, para a brioche do menino faz rir a criançada como um gesto de gulodice engraçada. Para um adulto pode sugerir da maneira mais dramática todas as categorias do desejo. A sua arte simplificou-se ao mesmo tempo que se aprofundou e alargou. Cada espectador pode encontrar nela o que procura: o riso, a crítica, o lirismo ou ainda o contrário de tudo isso.
Essas reflexões me acudiram ao espírito ao ler umas linhas da entrevista fornecida a Florent Fels pelo pintor Pascin, búlgaro naturalizado americano. Pascin não gosta de Carlito e explicou que uma fita de Carlito nos Estados Unidos tem uma significação muito diversa da que lhe dão fora de lá. Nos Estados Unidos Carlito é o sujeito que não sabe fazer as coisas como todo mundo, que não sabe viver como os outros, não se acomoda em meio algum, –em suma um inadaptável. O espectador americano ri satisfeito de se sentir tão diferente daquele sonhador ridículo. É isto que faz o sucesso de Chaplin nos Estados Unidos. Carlito com as suas lamentáveis aventuras constitui ali uma lição de moral para educação da mocidade no sentido de preparar uma geração de homens hábeis, práticos e bem quaisquer!
Por mais ao par que se esteja do caráter prático do americano, do seu critério de sucesso para julgamento das ações humanas, do seu gosto pela estandardização, não deixa de surpreender aquela interpretação moralista dos filmes de Chaplin. Bem examinadas as coisas, não havia motivo para surpresa. A interpretação cabe perfeitamente dentro do tipo e mais: o americano bem verdadeiramente americano, o que veda a entrada do seu território a doentes e estropiados, o que propõe o pacto contra a guerra e ao mesmo tempo assalta a Nicarágua, não poderia sentir de outro modo.
Não importa, não será menos legítima a concepção contrária, tanto é verdade que tudo cabe na humanidade vasta de Carlito. Em vez de um fraco, de um pulha, de um inadaptável, posso eu interpretar Carlito como um herói. Carlito passa por todas as misérias sem lágrimas nem queixas. Não é força isto? Não perde a bondade apesar de todas as experiências, e no meio das maiores privações acha um jeito de amparar a outras criaturas em aperto. Isso é pulhice?
Aceita com estoicismo as piores situações, dorme onde é possível ou não dorme, come sola de sapato cozida como se se tratasse de alguma língua do Rio Grande. É um inadaptável?
Sem dúvida não sabe se adaptar às condições de sucesso na vida. Mas haverá sucesso que valha a força de ânimo do sujeito sem nada neste mundo, sem dinheiro, sem amores, sem teto, quando ele pode agitar a bengalinha como Carlito com um gesto de quem vai tirar a felicidade do nada? Quando um ajuntamento se forma nos filmes, os transeuntes vão parando e acercando-se do grupo com um ar de curiosidade interesseira. Todos têm uma fisionomia preocupada. Carlito é o único que está certo do prazer ingênuo de olhar.
Neste sentido Carlito é um verdadeiro professor de heroísmo. Quem vive na solidão das grandes cidades não pode deixar de sentir intensamente o influxo da sua lição, e uma simpatia enorme nos prende ao boêmio nos seus gestos de aceitação tão simples.
Nada mais heróico, mais comovente do que a saída de Carlito no fim de O Circo. Partida a companhia, em cuja troupe seguia a menina que ele ajudara a casar com outro, Carlito por alguns momentos se senta no círculo que ficou como último vestígio do picadeiro, refletindo sobre os dias de barriga cheia e relativa felicidade sentimental que acabava de desfrutar. Agora está de novo sem nada e inteiramente só. Mas os minutos de fraqueza duram pouco. Carlito levanta-se, dá um puxão na casaquinha para recuperar a linha, faz um molinete com a bengalinha e sai campo afora sem olhar para trás. Não tem um vintém, não tem uma afeição, não tem onde dormir nem o que comer. No entanto vai como um conquistador pisando em terra nova. Parece que o Universo é dele. E não tenham dúvida: o Universo é dele.
Com efeito, Carlito é poeta.
(Em: Crônicas da Província do Brasil. 1937.)
idiossincrasia (linha 3): maneira de ser e de agir própria de cada pessoa.
mamulengo (linha 4): fantoche, boneco usado à mão em peças de teatro popular ou infantil.
tabético (linha 9): que tem andar desgovernado, sem muita firmeza.
dandismo (linha 18): relativo ao indivíduo que se veste e se comporta com elegância.
pulhice (linha 54): safadeza, canalhice.
estoicismo (linha 55): resignação com dignidade diante do sofrimento, da adversidade, do infortúnio.
molinete (linha 71): movimento giratório que se faz com a espada ou outro objeto semelhante.
Segundo Bandeira, o comportamento de Carlito é “uma lição de moral para educação da mocidade”, porque:
 

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1206920 Ano: 2013
Disciplina: Inglês (Língua Inglesa)
Banca: ITA
Orgão: ITA
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A HISTORY OF PI
The history of Pi, says the author, though a small part of the history of mathematics, is nevertheless a mirror of the history of man. Petr Beckmann holds up this mirror, giving the background of the times when Pi made progress — and also when it did not, because science was being stifled by militarism or religious fanaticism. The mathematical level of this book is flexible, and there is plenty for readers of all ages and interests.
ABOUT THE AUTHOR
Petr Beckmann was born in Prague, Czechoslovakia, in 1924. Until 1963, he worked as a research scientist for the Czechoslovak Academy of Sciences, when he was invited as a Visiting Professor to the University of Colorado, where he decided to stay permanently as professor of electrical engineering.
Dr. Beckmann has authored 11 books and more than 50 scientific papers, mostly on probability theory and electromagnetic wave propagation. History is one of his side interests; another is linguistics (he is fluent in five languages and he has worked out a new generative grammar which enables a computer to construct trillions of grammatical sentences from a dictionary of less than 100 unprocessed words).
He also publishes a monthly pro-science, pro-technology, pro-free enterprise newsletter Access to Energy, in which he promotes the viewpoint that clean energy can be made plentiful, but that access to it is blocked by government interference and environmental paranoia.
BECKMANN, Petr. A History of Pi. New York: Barnes & Noble Books, 1983.
O livro A History of Pi
 

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1203708 Ano: 2013
Disciplina: Matemática
Banca: ITA
Orgão: ITA
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A equação do círculo localizado no 1º quadrante que tem área igual a !$ 4\pi !$ (unidades de área) e é tangente, simultaneamente, às retas !$ r : 2x − 2y + 5 = 0 !$ e !$ s : x + y − 4 = 0 !$ é
 

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1203312 Ano: 2013
Disciplina: Física
Banca: ITA
Orgão: ITA
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Um sistema binário é formado por duas estrelas esféricas de respectivas massas !$ m !$ e !$ M !$, cujos centros distam !$ d !$ entre si, cada qual descrevendo um movimento circular em torno do centro de massa desse sistema. Com a estrela de massa !$ m !$ na posição mostrada na figura, devido ao efeito Doppler, um observador !$ T !$ da Terra detecta uma raia do espectro do hidrogênio, emitida por essa estrela, com uma frequência !$ f !$ ligeiramente diferente da sua frequência natural !$ f_0 !$. Considere a Terra em repouso em relação ao centro de massa do sistema e que o movimento das estrelas ocorre no mesmo plano de observação. Sendo as velocidades das estrelas muito menores que !$ c !$, assinale a alternativa que explicita o valor absoluto de !$ (f-f_0)/f_0 !$. Se necessário, utilize !$ (1+x)^n\cong 1+nx !$ para !$ x\ll 1 !$.
enunciado 1203312-1
 

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1195936 Ano: 2013
Disciplina: Matemática
Banca: ITA
Orgão: ITA
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Uma pirâmide de altura !$ h = 1 \,cm !$ e volume !$ V = 50 \,cm^3 !$ tem como base um polígono convexo de !$ n !$ lados. A partir de um dos vértices do polígono traçam-se !$ n−3 !$ diagonais que o decompõem em !$ n − 2 !$ triângulos cujas áreas !$ Si, i = 1, 2, ..., n − 2 !$, constituem uma progressão aritmética na qual !$ S_3 = { \large{3 \over2}}\, cm^2\, e\, S_6 = 3 \,cm^2 !$. Então !$ n !$ é igual a
 

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466875 Ano: 2013
Disciplina: Inglês (Língua Inglesa)
Banca: ITA
Orgão: ITA
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DISTANT PEAK CAR
Carmakers worry that one day demand for cars will stop rising. But that is a long way off.
IN 1924 FORD ran an advertisement headlined “His First Car”, urging fathers to buy their teenage sons their first set of wheels. The idea caught on. For boys, especially, learning to drive became an essential part of growing up. By the late 1970s 86% of American 18-year-olds—of both sexes—had a driving licence. But then the trend went into reverse: researchers at the University of Michigan found that in 2010 only 61% of 18-year-old Americans had licences. Other rich countries are going the same way. Teenagers are showing less interest in cars as they turn their attention to smartphones and social networking.
This is a worry for carmakers, who are wondering where their future customers are going to come from. In the two decades to 2008 the number of miles driven by Americans in their 20s fell by 8%. In Britain a study for the RAC Foundation, a transport-research body, found a 30% drop among men in the same age group between 1996 and 2006.
One reason for concern is that half the world’s population now lives in towns and cities, which have only so much space for cars. Even in rapidly growing car markets such as China, city governments in the more prosperous parts of the country are beginning to restrict new car registrations and invest heavily in public transport.
Young urban residents may also be meeting up less often in person, thanks to social-networking sites that let them keep in touch digitally. So they have less need for a car, and when they do need one they turn to car clubs, which offer rental by the hour in their neighbourhood, and to car-sharing schemes. In particular, the generation who came of age after 2000, the so-called “millennials”, express a preference for having access to rather than owning cars. But some of that may be just talk. In a survey by McKinsey, American millennials said they expected to use car clubs in the future, but when asked if owning a car would remain an important status symbol, they were much more likely to answer “yes” than older consumers.
Economic factors, too, work against car ownership. Sheryl Connelly, Ford’s “global trends and futuring” manager, notes that a few decades ago teenagers in America often got free driving lessons at school, but now they may have to pay up to $800 for them before they can sit their test. The cost of adding a young driver to the family’s car-insurance policy too has risen sharply, she says. In Britain the RAC Foundation study found that fewer young men are driving because their employers have cut back on providing company cars.
However, studies also show a marked rise in the proportion of elderly people with driving licences. Babyboomers pretty much all learned to drive, and now that they are beginning to retire they expect to continue motoring. The development of assisted driving, followed one day by fully automated cars, will allow them to stay mobile for much longer.
What may be happening in rich countries is a one-off shift in the timing of people’s driving careers, so that they start later but then continue well into old age. This may be no bad thing for carmakers. It has long been an open secret in the business that cars are advertised as being for the young but are bought mainly by the middle-aged with the necessary disposable income. In America the average Mercedes buyer is in his late 50s, and even the supposedly youth-oriented MINI Cooper is typically bought by people in their early 40s. The world’s biggest car markets—China, North America and Europe—are all greying.
So it is not clear that declining car ownership among young urbanites will have more than a marginal effect on overall car sales. Besides, argues Renault-Nissan’s Mr Ghosn, for most people “their car is more than an object.” For some it is an extension of their home, he says, and most people would rather not share their home. For others it is their pet, and who wants to share their pet?
All in all, “peak car”—the point at which worldwide demand for cars will stop rising—still seems quite a long way off. In the rich world some of the economic factors that have deterred young people from taking up driving will fade away: as cars become increasingly self-piloting and accident rates fall, insurance costs should decrease, and in time there will be little or no need to take expensive lessons.
The Economist, April 20th, 2013.
De acordo com o texto, a expressão “a long way off” (no subtítulo e nas linhas 40 e 41) pode ser entendida como
 

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