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Foram encontradas 55 questões.

2488722 Ano: 2014
Disciplina: Português
Banca: FAUEL
Orgão: IF-PR
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MÚSICA NO TÁXI

Carlos Drummond de Andrade

Quando menos se espera... Você pega o táxi, manda tocar para o seu destino (manda, não, pede por favor) e resigna-se a escutar durante 20 minutos, no volume mais possante, o rádio despejando assaltos e homicídios do dia. Os tiros, os gemidos, os desabamentos o acompanharão por todo o percurso. É a fatalidade da vida, quando se tem pressa.

Mas eis que o motorista pega de um imprevisto cassete, coloca-o no lugar devido, liga, e os acordes dos Contos dos Bosques de Viena irrompem do fusca amarrotado, mas digno.

Bem, não é a Nona Sinfonia nem um título menor da grande música, mas não estamos na Sala Cecília Meireles, e isso vale como homenagem especial a um passageiro distinto, que pede por favor.

Cumpre agradecer a fineza:

– Obrigado. O senhor mostra que tem satisfação em agradar aos passageiros, oferecendo-lhes música e não barulho e crimes.

– Não tem de quê. O senhor também aprecia?

– O quê?

– Strauss. É um dos meus prediletos.

– Sim, ele é agradável. O senhor está sendo gentil comigo.

– Ora, não é tanto assim. Pus o cassete porque gosto de música. Não sabia se o senhor também gostava ou não. Se não gostasse, eu desligava. Portanto, não tem que agradecer.

– E já lhe aconteceu desligar?

– Ih, tantas vezes. Fico observando a fisionomia do passageiro. Uns, mais acanhados, disfarçam, não dizem nada, mas tem outros que reclamam, não querem ouvir esse troço. O senhor já pensou: chamar Tchaikovski de “esse troço”? Pois ouvi isso de um cidadão de gravata e pasta de executivo. Ele disse que precisava se concentrar por causa de um negócio importante e Tchaicovski perturbava a concentração.

– Ele talvez quisesse dizer que ficava tão empolgado pela música que esquecia o negócio.

– Pois sim! Nesse caso, não falaria “esse troço”, que é o cúmulo da falta de respeito.

– Estou adivinhando que o senhor toca um instrumento.

– Como é que o senhor viu?

– Porque uma pessoa que gosta tanto de música, em geral toca. Seu instrumento qual é? Virou-se com tristeza na voz:

– Atualmente nenhum. O senhor sabe, essa crise geral, a gasolina pela hora da morte, e não é só a gasolina: a comida, o sapato, o resto. Tive de vender pra tapar uns buracos. Mas se as coisas melhorarem este ano...

– Melhoram. As coisas têm de melhorar – achei do meu dever confortá-lo.

– Porque clarinetista sem clarinete, o senhor sabe, é um negócio sem sentido. Clarinete tem esta vantagem: dá o recado sem precisar de orquestra. Um solo bem executado, não precisa mais pra encantar a alma. Mas clarinetista, sozinho, fica até ridículo.

– Não diga isso. E não desanime. O dia em que arranjar outro clarinete – quem sabe?, talvez até seja o mesmo que lhe pertenceu – será uma festa.

– Mas se demorar muito eu já estarei tão desacostumado que nem sei se volto a tocar razoavelmente. Porque, o senhor compreende, eu não sou um artista, minha vida não dá folga pra estudar nem meia hora por dia.

– O importante é gostar de música, ter amor e devoção por música, e está se vendo que o senhor tem de sobra.

– Lá isso tá certo.

– Não importa que o senhor não seja solista de uma grande orquestra, e mesmo de uma orquestra comum. Ninguém precisa ser grande em nada, uma vez que cultive alguma coisa bonita na vida.

Seu rosto iluminou-se.

– Que bom ouvir uma coisa dessas. Agora vou lhe confessar que isso de não ser músico dos tais que arrebatam o auditório sempre me doeu um pouco. Não era por vaidade não, quem sou pra ter vaidade? Mas um sonho esquisito, sei lá. Ficava me imaginando num palco iluminado, tocando... Bobagem, o senhor desculpe. Agora a sua palavra deixou tudo claro. Basta eu gostar de música. Não é preciso que gostem de mim, nem que ela goste de mim. Obrigado ao senhor.

Olhei o taxímetro, tirei a carteira.

– Eu nem devia cobrar do senhor. Fico até encabulado!

(Boca de Luar, 6 ed. pág. 69-71, Editora Record, Rio, 1987)

A pontuação no parágrafo foi omitida Em “Ele disse que precisava se concentrar por causa de um negócio importante e Tchaicovski perturbava a concentração”:

 

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2488089 Ano: 2014
Disciplina: Matemática
Banca: FAUEL
Orgão: IF-PR
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Duas barras de ferro, uma com comprimento de 3,5 m e outra com comprimento de 5,6 m devem ser cortadas em pedaços menores, todos com a mesma medida. O número mínimo de pedaços que podem ser obtidos a partir dessas duas barras de ferro é igual a:

 

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2487782 Ano: 2014
Disciplina: Português
Banca: FAUEL
Orgão: IF-PR
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MÚSICA NO TÁXI

Carlos Drummond de Andrade

Quando menos se espera... Você pega o táxi, manda tocar para o seu destino (manda, não, pede por favor) e resigna-se a escutar durante 20 minutos, no volume mais possante, o rádio despejando assaltos e homicídios do dia. Os tiros, os gemidos, os desabamentos o acompanharão por todo o percurso. É a fatalidade da vida, quando se tem pressa.

Mas eis que o motorista pega de um imprevisto cassete, coloca-o no lugar devido, liga, e os acordes dos Contos dos Bosques de Viena irrompem do fusca amarrotado, mas digno.

Bem, não é a Nona Sinfonia nem um título menor da grande música, mas não estamos na Sala Cecília Meireles, e isso vale como homenagem especial a um passageiro distinto, que pede por favor.

Cumpre agradecer a fineza:

– Obrigado. O senhor mostra que tem satisfação em agradar aos passageiros, oferecendo-lhes música e não barulho e crimes.

– Não tem de quê. O senhor também aprecia?

– O quê?

– Strauss. É um dos meus prediletos.

– Sim, ele é agradável. O senhor está sendo gentil comigo.

– Ora, não é tanto assim. Pus o cassete porque gosto de música. Não sabia se o senhor também gostava ou não. Se não gostasse, eu desligava. Portanto, não tem que agradecer.

– E já lhe aconteceu desligar?

– Ih, tantas vezes. Fico observando a fisionomia do passageiro. Uns, mais acanhados, disfarçam, não dizem nada, mas tem outros que reclamam, não querem ouvir esse troço. O senhor já pensou: chamar Tchaikovski de “esse troço”? Pois ouvi isso de um cidadão de gravata e pasta de executivo. Ele disse que precisava se concentrar por causa de um negócio importante e Tchaicovski perturbava a concentração.

– Ele talvez quisesse dizer que ficava tão empolgado pela música que esquecia o negócio.

– Pois sim! Nesse caso, não falaria “esse troço”, que é o cúmulo da falta de respeito.

– Estou adivinhando que o senhor toca um instrumento.

– Como é que o senhor viu?

– Porque uma pessoa que gosta tanto de música, em geral toca. Seu instrumento qual é? Virou-se com tristeza na voz:

– Atualmente nenhum. O senhor sabe, essa crise geral, a gasolina pela hora da morte, e não é só a gasolina: a comida, o sapato, o resto. Tive de vender pra tapar uns buracos. Mas se as coisas melhorarem este ano...

– Melhoram. As coisas têm de melhorar – achei do meu dever confortá-lo.

– Porque clarinetista sem clarinete, o senhor sabe, é um negócio sem sentido. Clarinete tem esta vantagem: dá o recado sem precisar de orquestra. Um solo bem executado, não precisa mais pra encantar a alma. Mas clarinetista, sozinho, fica até ridículo.

– Não diga isso. E não desanime. O dia em que arranjar outro clarinete – quem sabe?, talvez até seja o mesmo que lhe pertenceu – será uma festa.

– Mas se demorar muito eu já estarei tão desacostumado que nem sei se volto a tocar razoavelmente. Porque, o senhor compreende, eu não sou um artista, minha vida não dá folga pra estudar nem meia hora por dia.

– O importante é gostar de música, ter amor e devoção por música, e está se vendo que o senhor tem de sobra.

– Lá isso tá certo.

– Não importa que o senhor não seja solista de uma grande orquestra, e mesmo de uma orquestra comum. Ninguém precisa ser grande em nada, uma vez que cultive alguma coisa bonita na vida.

Seu rosto iluminou-se.

– Que bom ouvir uma coisa dessas. Agora vou lhe confessar que isso de não ser músico dos tais que arrebatam o auditório sempre me doeu um pouco. Não era por vaidade não, quem sou pra ter vaidade? Mas um sonho esquisito, sei lá. Ficava me imaginando num palco iluminado, tocando... Bobagem, o senhor desculpe. Agora a sua palavra deixou tudo claro. Basta eu gostar de música. Não é preciso que gostem de mim, nem que ela goste de mim. Obrigado ao senhor.

Olhei o taxímetro, tirei a carteira.

– Eu nem devia cobrar do senhor. Fico até encabulado!

(Boca de Luar, 6 ed. pág. 69-71, Editora Record, Rio, 1987)

Analise as afirmativas quanto a acentuação gráfica e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo:

( ) A mesma regra de acentuação que vale para “dá” vale também para “será”.

( ) “Ninguém” e “Também” são acentuadas por serem oxítonas terminadas em “em”.

( ) A palavra “agradável” é acentuada por ser uma paroxítona terminada em “l”.

( ) As palavras “homicídios”, “ridículo” e “título” obedecem à mesma regra de acentuação.

( ) As paroxítonas “Cecília” e “negócio” são acentuadas por terminarem em ditongo.

 

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2487390 Ano: 2014
Disciplina: Geografia
Banca: FAUEL
Orgão: IF-PR
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O domínio morfoclimático brasileiro cujo predomínio é de planaltos arenito-basálticos é:

 

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2487206 Ano: 2014
Disciplina: Geografia
Banca: FAUEL
Orgão: IF-PR
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Considerando o tempo geológico da Terra, “resfriamento da Terra e a formação das primeiras rochas” ocorreu predominantemente em:

 

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2486096 Ano: 2014
Disciplina: Matemática
Banca: FAUEL
Orgão: IF-PR
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A final de uma prova de atletismo num campeonato escolar foi disputada por 5 alunos atletas. O quadro que segue é demonstrativo dos tempos obtidos por eles:

ATLETAS

TEMPO (minutos)

Abimael

1,25

Brunoro

1,15

Claudecir

1,025

Dionatan

1,05

Edvaldo

1,02

De acordo com os tempos apresentados no quadro acima, o vencedor dessa prova foi:

 

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2485598 Ano: 2014
Disciplina: Matemática
Banca: FAUEL
Orgão: IF-PR
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A distância entre os pontos X e Y é de 1,5 dm. A distância entre os pontos Y e Z é de 0,02 dam. A distância entre os pontos X e Z, passando por Y é igual a:

 

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2485526 Ano: 2014
Disciplina: Biologia
Banca: FAUEL
Orgão: IF-PR
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Os produtores são capazes de produzirem sua própria matéria orgânica, assim são conhecidos como seres:

 

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2485445 Ano: 2014
Disciplina: Estatística
Banca: FAUEL
Orgão: IF-PR
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O gráfico abaixo é representativo das vendas, em milhares de reais, da “Lojinha Mil” no primeiro semestre deste ano:

Enunciado 2688848-1

De acordo com os dados apresentados no gráfico acima, é correto afirmar que:

 

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2485390 Ano: 2014
Disciplina: História
Banca: FAUEL
Orgão: IF-PR
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Os pontos em comum entre o Nazismo da Alemanha e o Fascismo Italiano são:

 

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