Magna Concursos

Foram encontradas 30 questões.

3198764 Ano: 2023
Disciplina: Português
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

Texto para questões de 06 a 09.

Por que nunca chegaremos à verdade?

Eu não acredito na transparência do olhar sobre mim ou sobre os outros. O olhar puro e transparente _______________(pressupor) uma essência e uma capacidade que eu acredito que não _____________ (ser) portadores. Eu não poderia olhar para mim, porque não tenho uma essência e nem sou permanentemente algo. Eu sou uma soma de muitas coisas e ______________(poder) ter, sobre mim, opiniões muito variadas e distintas.

Uma fábula indiana de que gosto muitíssimo narra que quatro cegos se ________________(aproximar) de um elefante. O primeiro cego, que nunca tinha visto um elefante diz, ao apalpar seu abdômen, que ele se parece com uma parede. Outro cego diz que ele se parece com uma corda, ao apalpar sua cauda. O terceiro diz que ele se parece com quatro colunas, ao apalpar suas pernas, e o último cego diz que o elefante se parece com uma espada, ao apalpar o marfim. Todos os quatro _____________(ter) razão e todos eles deram uma visão parcial do elefante. A verdade não é a soma dos quatro, porque o elefante não é uma parede, corda, colunas e espada: é algo ainda além disso.

Eu não acredito na transparência. Porém, não acredito também que estamos condenados ao olhar opaco. Ao defender que não existe o olhar opaco, quero dizer que não estamos condenados ao narciso permanente de nós mesmos num espelho, como uma velha que pergunta ao espelho se _______________(haver) alguém mais bela do que ela, e que só aceita uma resposta ou ameaça quebrar o espelho, caso a resposta não seja aquela.

Eu não acredito na transparência e nem na opacidade do olhar. Eu acredito que o exercício crítico, a filosofia, a psicanálise, a história, a antropologia, a sabedoria, a idade, a experiência, a dor – todas essas coisas podem tornar o meu olhar cada vez mais translúcido.

Cada vez mais eu olho para os outros, mas nunca os verei. Cada vez mais eu olho para mim, mas nunca ________________(captar), pois sempre me falta a experiência totalizadora, a última, a absoluta - que é morrer. Logo, nunca terei domínio de tudo, por que não sei ainda como é morrer.

Como diz Woody Allen: “Não tenho nada contra a morte. Só não gostaria de estar presente.”

Há a ideia de que a morte é a dor, mas, na verdade, é o último grande aprendizado. Padre Vieira diz que a morte é o espaço entre duas portas de diamante e que eu não posso retroceder diante delas, só avançar. Logo, o medo é natural.

Todos falam de uma angústia em quem está morrendo, em uma vontade de estar acompanhado, mas, ninguém vai conosco. Mesmo que seja um avião caindo, mesmo que seja a pessoa que está do meu lado caindo, ela não vai comigo para o mesmo lugar. Eu não sei para onde ela vai e não sei para onde ninguém vai. O resultado é que este aprendizado é o mais doloroso, mas, é mais uma etapa de tornar o opaco translúcido.

Desejar a utopia como transparência, rejeitar como autismo ontológico a opacidade, e aceitar como realidade subjetiva o translúcido são, hoje, as minhas crenças aos 50 anos. É um pouco complexo traduzir assim, mas, é a ideia de que, sim, é possível ver.

Digo isso por que há pessoas que eu conheço que se veem mais do que outras. E há pessoas que têm uma ideia de si inteiramente equivocada, entendendo como equívoco uma ideia única da pessoa sobre si, não compartilhada por mais ninguém ao redor dela. Convivi a vida inteira com alunos, professores e colegas que têm de si uma ideia inteiramente diferente do que os outros pensam dessa pessoa, mas, isso não quer dizer que a pessoa esteja errada, porque ela sozinha pode estar correta e o mundo pode estar errado.

Volto à velha ideia do homem que, andando na contramão numa estrada, vê todos buzinando para ele e ouve no rádio que há um louco andando na contramão, e ele diz: um não, milhares de loucos andando na contramão. Provavelmente, este homem, além de sua falta de senso de direção, é uma pessoa autocentrada e feliz.

Leandro Karnal.

Assinale a alternativa cujas palavras são acentuadas pelo mesmo motivo que último, alguém, crítico, angústia e avião, respectivamente:

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
3198673 Ano: 2023
Disciplina: Atualidades e Conhecimentos Gerais
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, é um esportista brasileiro, considerado o maior jogador da história do futebol, personalidade mundial do esporte e popularmente chamado de Rei do Futebol. Pelé faleceu no último dia 29 de dezembro de 2022. Pelé é natural de qual cidade brasileira?

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
3198656 Ano: 2023
Disciplina: Estatística
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

TEXTO PARA AS QUESTÕES 14 E 15

INCENTIVO À QUALIFICAÇÃO DO SERVIDOR FEDERAL TÉCNICO-ADMINISTRATIVO EM EDUCAÇÃO (TAE)

O Incentivo à qualificação é um direito do servidor e é devido sempre que o mesmo possuir educação formal superior ao exigido para o cargo do qual é titular. Por exemplo, se o servidor possui exigência mínima de ensino médio para o exercício do cargo e conclui um curso superior, ele poderá obter um aumento no salário, dependendo do plano de carreira da instituição na qual desenvolve suas atividades. A formação em área de conhecimento com relação direta ao ambiente organizacional de atuação do servidor proporcionará o percentual máximo, enquanto formação com relação indireta, corresponderão ao percentual mínimo.

O benefício é pago em percentuais calculados sobre o padrão de vencimento recebido pelo servidor. Os percentuais são fixados em tabela, que podem variar de 5% a 75%.

TABELA DE PERCENTUAIS DE INCENTIVO À QUALIFICAÇÃO (CARGO NÍVELMÉDIO)

NÍVEL DE ESCOLARIDADE SUPERIOR A EXIGIDA PARA O EXERCÍCIO DO CARGO*

PERCENTUAIS DE INCENTIVO

ÁREA DE CONHECIMENTO COM RELAÇÃO DIRETA

ÁREA DE CONHECIMENTO COM RELAÇÃO INDIRETA

CURSO DE GRADUAÇÃO COMPLETO

25%

15%

ESPECIALIZAÇÃO (CARGA HORÁRIA SUPERIOR OU IGUAL A 360 H)

30%

20%

MESTRADO

52%

35%

DOUTORADO

75%

50%

*(curso reconhecido pelo Ministério da Educação)

Considere a seguinte situação: dois servidores com cargo TAE de nível médio e vencimentos básicos iguais a R$ 2.446,96 solicitam no mesmo dia incentivo a qualificação ao setor responsável. Um dos servidores fez um curso de Mestrado (área de conhecimento com relação direta) e o outro servidor fez um curso de Doutorado (área de conhecimento com relação indireta), os dois pedidos foram deferidos em uma mesma data e no mês seguinte os servidores receberam seus salários com os respectivos aumentos correspondentes aos cursos que fizeram. Qual o valor aproximado da diferença positiva dos salários considerando um período de 12 meses de recebimentos?

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
3198654 Ano: 2023
Disciplina: Matemática
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

TEXTO PARA AS QUESTÕES 14 E 15

INCENTIVO À QUALIFICAÇÃO DO SERVIDOR FEDERAL TÉCNICO-ADMINISTRATIVO EM EDUCAÇÃO (TAE)

O Incentivo à qualificação é um direito do servidor e é devido sempre que o mesmo possuir educação formal superior ao exigido para o cargo do qual é titular. Por exemplo, se o servidor possui exigência mínima de ensino médio para o exercício do cargo e conclui um curso superior, ele poderá obter um aumento no salário, dependendo do plano de carreira da instituição na qual desenvolve suas atividades. A formação em área de conhecimento com relação direta ao ambiente organizacional de atuação do servidor proporcionará o percentual máximo, enquanto formação com relação indireta, corresponderão ao percentual mínimo.

O benefício é pago em percentuais calculados sobre o padrão de vencimento recebido pelo servidor. Os percentuais são fixados em tabela, que podem variar de 5% a 75%.

TABELA DE PERCENTUAIS DE INCENTIVO À QUALIFICAÇÃO (CARGO NÍVELMÉDIO)

NÍVEL DE ESCOLARIDADE SUPERIOR A EXIGIDA PARA O EXERCÍCIO DO CARGO*

PERCENTUAIS DE INCENTIVO

ÁREA DE CONHECIMENTO COM RELAÇÃO DIRETA

ÁREA DE CONHECIMENTO COM RELAÇÃO INDIRETA

CURSO DE GRADUAÇÃO COMPLETO

25%

15%

ESPECIALIZAÇÃO (CARGA HORÁRIA SUPERIOR OU IGUAL A 360 H)

30%

20%

MESTRADO

52%

35%

DOUTORADO

75%

50%

*(curso reconhecido pelo Ministério da Educação)

Um servidor aprovado em concurso para cargo TAE de nível médio inicia suas atividades numa determinada instituição com vencimento básico (salário base) no valor R$ 2.446,96. Após 3 anos de trabalho o servidor fez um curso de especialização (área de conhecimento com relação direta) com carga horária de 360 horas e solicitou o incentivo ao setor responsável que deferiu o pedido e no mês seguinte recebeu seu salário com o aumento percentual correspondente. Qual o novo valor aproximado do vencimento básico (salário base) recebido pelo servidor?

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
3198647 Ano: 2023
Disciplina: Matemática
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

Numa loja de departamentos a razão entre o número de atendentes ao público e o número de fiscais nessa ordem é de \( \dfrac{5}{2} \). Após uma reformulação, o número de atendentes foi triplicado e o número de fiscais foi mantido o mesmo, com isso a nova razão entre o número de atendentes ao público e o número de fiscais nessa ordem:

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
3198645 Ano: 2023
Disciplina: Matemática
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

Dos 8 funcionários disponíveis num determinado setor de uma repartição pública, 3 deles serão escolhidos para ocuparem cargos de diretor de patrimônio, secretário de almoxarifado e analista de riscos físicos. De quantas maneiras diferentes pode-se escolher 3 destes funcionários de modo que cada um ocupe apenas um dos cargos citados?

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
3198644 Ano: 2023
Disciplina: Matemática
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

Qual das razões a seguir não representa uma fração ordinária?

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
3198643 Ano: 2023
Disciplina: Português
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

Texto para questões de 06 a 09.

Por que nunca chegaremos à verdade?

Eu não acredito na transparência do olhar sobre mim ou sobre os outros. O olhar puro e transparente _______________(pressupor) uma essência e uma capacidade que eu acredito que não _____________ (ser) portadores. Eu não poderia olhar para mim, porque não tenho uma essência e nem sou permanentemente algo. Eu sou uma soma de muitas coisas e ______________(poder) ter, sobre mim, opiniões muito variadas e distintas.

Uma fábula indiana de que gosto muitíssimo narra que quatro cegos se ________________(aproximar) de um elefante. O primeiro cego, que nunca tinha visto um elefante diz, ao apalpar seu abdômen, que ele se parece com uma parede. Outro cego diz que ele se parece com uma corda, ao apalpar sua cauda. O terceiro diz que ele se parece com quatro colunas, ao apalpar suas pernas, e o último cego diz que o elefante se parece com uma espada, ao apalpar o marfim. Todos os quatro _____________(ter) razão e todos eles deram uma visão parcial do elefante. A verdade não é a soma dos quatro, porque o elefante não é uma parede, corda, colunas e espada: é algo ainda além disso.

Eu não acredito na transparência. Porém, não acredito também que estamos condenados ao olhar opaco. Ao defender que não existe o olhar opaco, quero dizer que não estamos condenados ao narciso permanente de nós mesmos num espelho, como uma velha que pergunta ao espelho se _______________(haver) alguém mais bela do que ela, e que só aceita uma resposta ou ameaça quebrar o espelho, caso a resposta não seja aquela.

Eu não acredito na transparência e nem na opacidade do olhar. Eu acredito que o exercício crítico, a filosofia, a psicanálise, a história, a antropologia, a sabedoria, a idade, a experiência, a dor – todas essas coisas podem tornar o meu olhar cada vez mais translúcido.

Cada vez mais eu olho para os outros, mas nunca os verei. Cada vez mais eu olho para mim, mas nunca ________________(captar), pois sempre me falta a experiência totalizadora, a última, a absoluta - que é morrer. Logo, nunca terei domínio de tudo, por que não sei ainda como é morrer.

Como diz Woody Allen: “Não tenho nada contra a morte. Só não gostaria de estar presente.”

Há a ideia de que a morte é a dor, mas, na verdade, é o último grande aprendizado. Padre Vieira diz que a morte é o espaço entre duas portas de diamante e que eu não posso retroceder diante delas, só avançar. Logo, o medo é natural.

Todos falam de uma angústia em quem está morrendo, em uma vontade de estar acompanhado, mas, ninguém vai conosco. Mesmo que seja um avião caindo, mesmo que seja a pessoa que está do meu lado caindo, ela não vai comigo para o mesmo lugar. Eu não sei para onde ela vai e não sei para onde ninguém vai. O resultado é que este aprendizado é o mais doloroso, mas, é mais uma etapa de tornar o opaco translúcido.

Desejar a utopia como transparência, rejeitar como autismo ontológico a opacidade, e aceitar como realidade subjetiva o translúcido são, hoje, as minhas crenças aos 50 anos. É um pouco complexo traduzir assim, mas, é a ideia de que, sim, é possível ver.

Digo isso por que há pessoas que eu conheço que se veem mais do que outras. E há pessoas que têm uma ideia de si inteiramente equivocada, entendendo como equívoco uma ideia única da pessoa sobre si, não compartilhada por mais ninguém ao redor dela. Convivi a vida inteira com alunos, professores e colegas que têm de si uma ideia inteiramente diferente do que os outros pensam dessa pessoa, mas, isso não quer dizer que a pessoa esteja errada, porque ela sozinha pode estar correta e o mundo pode estar errado.

Volto à velha ideia do homem que, andando na contramão numa estrada, vê todos buzinando para ele e ouve no rádio que há um louco andando na contramão, e ele diz: um não, milhares de loucos andando na contramão. Provavelmente, este homem, além de sua falta de senso de direção, é uma pessoa autocentrada e feliz.

Leandro Karnal.

Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase foi empregado de maneira incorreta.

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
3198638 Ano: 2023
Disciplina: Português
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

Texto para questões de 06 a 09.

Por que nunca chegaremos à verdade?

Eu não acredito na transparência do olhar sobre mim ou sobre os outros. O olhar puro e transparente _______________(pressupor) uma essência e uma capacidade que eu acredito que não _____________ (ser) portadores. Eu não poderia olhar para mim, porque não tenho uma essência e nem sou permanentemente algo. Eu sou uma soma de muitas coisas e ______________(poder) ter, sobre mim, opiniões muito variadas e distintas.

Uma fábula indiana de que gosto muitíssimo narra que quatro cegos se ________________(aproximar) de um elefante. O primeiro cego, que nunca tinha visto um elefante diz, ao apalpar seu abdômen, que ele se parece com uma parede. Outro cego diz que ele se parece com uma corda, ao apalpar sua cauda. O terceiro diz que ele se parece com quatro colunas, ao apalpar suas pernas, e o último cego diz que o elefante se parece com uma espada, ao apalpar o marfim. Todos os quatro _____________(ter) razão e todos eles deram uma visão parcial do elefante. A verdade não é a soma dos quatro, porque o elefante não é uma parede, corda, colunas e espada: é algo ainda além disso.

Eu não acredito na transparência. Porém, não acredito também que estamos condenados ao olhar opaco. Ao defender que não existe o olhar opaco, quero dizer que não estamos condenados ao narciso permanente de nós mesmos num espelho, como uma velha que pergunta ao espelho se _______________(haver) alguém mais bela do que ela, e que só aceita uma resposta ou ameaça quebrar o espelho, caso a resposta não seja aquela.

Eu não acredito na transparência e nem na opacidade do olhar. Eu acredito que o exercício crítico, a filosofia, a psicanálise, a história, a antropologia, a sabedoria, a idade, a experiência, a dor – todas essas coisas podem tornar o meu olhar cada vez mais translúcido.

Cada vez mais eu olho para os outros, mas nunca os verei. Cada vez mais eu olho para mim, mas nunca ________________(captar), pois sempre me falta a experiência totalizadora, a última, a absoluta - que é morrer. Logo, nunca terei domínio de tudo, por que não sei ainda como é morrer.

Como diz Woody Allen: “Não tenho nada contra a morte. Só não gostaria de estar presente.”

Há a ideia de que a morte é a dor, mas, na verdade, é o último grande aprendizado. Padre Vieira diz que a morte é o espaço entre duas portas de diamante e que eu não posso retroceder diante delas, só avançar. Logo, o medo é natural.

Todos falam de uma angústia em quem está morrendo, em uma vontade de estar acompanhado, mas, ninguém vai conosco. Mesmo que seja um avião caindo, mesmo que seja a pessoa que está do meu lado caindo, ela não vai comigo para o mesmo lugar. Eu não sei para onde ela vai e não sei para onde ninguém vai. O resultado é que este aprendizado é o mais doloroso, mas, é mais uma etapa de tornar o opaco translúcido.

Desejar a utopia como transparência, rejeitar como autismo ontológico a opacidade, e aceitar como realidade subjetiva o translúcido são, hoje, as minhas crenças aos 50 anos. É um pouco complexo traduzir assim, mas, é a ideia de que, sim, é possível ver.

Digo isso por que há pessoas que eu conheço que se veem mais do que outras. E há pessoas que têm uma ideia de si inteiramente equivocada, entendendo como equívoco uma ideia única da pessoa sobre si, não compartilhada por mais ninguém ao redor dela. Convivi a vida inteira com alunos, professores e colegas que têm de si uma ideia inteiramente diferente do que os outros pensam dessa pessoa, mas, isso não quer dizer que a pessoa esteja errada, porque ela sozinha pode estar correta e o mundo pode estar errado.

Volto à velha ideia do homem que, andando na contramão numa estrada, vê todos buzinando para ele e ouve no rádio que há um louco andando na contramão, e ele diz: um não, milhares de loucos andando na contramão. Provavelmente, este homem, além de sua falta de senso de direção, é uma pessoa autocentrada e feliz.

Leandro Karnal.

No fragmento “...todas essas coisas podem tornar o meu olhar cada vez mais translúcido...”, o termo destacado pode ser substituído sem alteração de sentido por:

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas
3198637 Ano: 2023
Disciplina: Português
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

Texto para questões de 06 a 09.

Por que nunca chegaremos à verdade?

Eu não acredito na transparência do olhar sobre mim ou sobre os outros. O olhar puro e transparente _______________(pressupor) uma essência e uma capacidade que eu acredito que não _____________ (ser) portadores. Eu não poderia olhar para mim, porque não tenho uma essência e nem sou permanentemente algo. Eu sou uma soma de muitas coisas e ______________(poder) ter, sobre mim, opiniões muito variadas e distintas.

Uma fábula indiana de que gosto muitíssimo narra que quatro cegos se ________________(aproximar) de um elefante. O primeiro cego, que nunca tinha visto um elefante diz, ao apalpar seu abdômen, que ele se parece com uma parede. Outro cego diz que ele se parece com uma corda, ao apalpar sua cauda. O terceiro diz que ele se parece com quatro colunas, ao apalpar suas pernas, e o último cego diz que o elefante se parece com uma espada, ao apalpar o marfim. Todos os quatro _____________(ter) razão e todos eles deram uma visão parcial do elefante. A verdade não é a soma dos quatro, porque o elefante não é uma parede, corda, colunas e espada: é algo ainda além disso.

Eu não acredito na transparência. Porém, não acredito também que estamos condenados ao olhar opaco. Ao defender que não existe o olhar opaco, quero dizer que não estamos condenados ao narciso permanente de nós mesmos num espelho, como uma velha que pergunta ao espelho se _______________(haver) alguém mais bela do que ela, e que só aceita uma resposta ou ameaça quebrar o espelho, caso a resposta não seja aquela.

Eu não acredito na transparência e nem na opacidade do olhar. Eu acredito que o exercício crítico, a filosofia, a psicanálise, a história, a antropologia, a sabedoria, a idade, a experiência, a dor – todas essas coisas podem tornar o meu olhar cada vez mais translúcido.

Cada vez mais eu olho para os outros, mas nunca os verei. Cada vez mais eu olho para mim, mas nunca ________________(captar), pois sempre me falta a experiência totalizadora, a última, a absoluta - que é morrer. Logo, nunca terei domínio de tudo, por que não sei ainda como é morrer.

Como diz Woody Allen: “Não tenho nada contra a morte. Só não gostaria de estar presente.”

Há a ideia de que a morte é a dor, mas, na verdade, é o último grande aprendizado. Padre Vieira diz que a morte é o espaço entre duas portas de diamante e que eu não posso retroceder diante delas, só avançar. Logo, o medo é natural.

Todos falam de uma angústia em quem está morrendo, em uma vontade de estar acompanhado, mas, ninguém vai conosco. Mesmo que seja um avião caindo, mesmo que seja a pessoa que está do meu lado caindo, ela não vai comigo para o mesmo lugar. Eu não sei para onde ela vai e não sei para onde ninguém vai. O resultado é que este aprendizado é o mais doloroso, mas, é mais uma etapa de tornar o opaco translúcido.

Desejar a utopia como transparência, rejeitar como autismo ontológico a opacidade, e aceitar como realidade subjetiva o translúcido são, hoje, as minhas crenças aos 50 anos. É um pouco complexo traduzir assim, mas, é a ideia de que, sim, é possível ver.

Digo isso por que há pessoas que eu conheço que se veem mais do que outras. E há pessoas que têm uma ideia de si inteiramente equivocada, entendendo como equívoco uma ideia única da pessoa sobre si, não compartilhada por mais ninguém ao redor dela. Convivi a vida inteira com alunos, professores e colegas que têm de si uma ideia inteiramente diferente do que os outros pensam dessa pessoa, mas, isso não quer dizer que a pessoa esteja errada, porque ela sozinha pode estar correta e o mundo pode estar errado.

Volto à velha ideia do homem que, andando na contramão numa estrada, vê todos buzinando para ele e ouve no rádio que há um louco andando na contramão, e ele diz: um não, milhares de loucos andando na contramão. Provavelmente, este homem, além de sua falta de senso de direção, é uma pessoa autocentrada e feliz.

Leandro Karnal.

Assinale a alternativa cujas formas verbais preenchem corretamente os espaços em branco no texto, considerando a concordância verbal e a conjugação dos verbos entre parênteses.

 

Provas

Questão presente nas seguintes provas