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2600750 Ano: 2022
Disciplina: Português
Banca: Avança SP
Orgão: Câm. Sorocaba-SP
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O que as aves que voam em bando nos ensinam sobre liderança

Liderança não pode ser solitária. E, para isso,

precisamos exercer nossa vulnerabilidade sem

moderação, abusando da rede de apoio para

validar hipóteses.

Luciana Rodrigues 6 de outubro de 2021

Quem vê uma graciosa revoada no céu pode até não imaginar que, por trás daquela disposição aparentemente aleatória, estão lições muito úteis para nós aqui na terra. Além das questões relacionadas à aerodinâmica – que permitem que as aves migratórias economizem energia, por exemplo – o papel da ave mais experiente do grupo é essencial para definir a direção que o grupo inteiro deve tomar.

Nem sempre o líder é aquele que está à frente do bando. Quando está fatigado, ele reveza a dianteira com a ave que está imediatamente atrás. Uma das vantagens de andar em grupo é permitir que o bando tenha mais resistência para viagens longas e difíceis, e ainda aproveitem o impulso gerado pelo deslocamento de ar do pássaro que voa à frente. A formação em V também melhora a comunicação e a coordenação do bando. Se voassem sozinhas, cada uma por si, demorariam mais tempo, e chegar ao seu destino seria uma tarefa muito mais árdua. Aqui, fique à vontade para fazer qualquer paralelo com a sociedade em que vivemos.

Sinto que estamos tão obcecados com tecnologia e para estar constantemente atualizados sobre tudo o que acontece, a todo instante (olá, FOMO), que esquecemos de reservar um tempo para observar e aprender com a natureza. Parar e simplesmente contemplar. Faça um teste: tente lembrar a última vez que você sentiu tédio. Provavelmente, esse momento foi rapidamente interrompido por um “scroll” em uma rede social ou por uma notificação no celular.

Não me entenda mal, sou fã e tenho me dedicado a aprender cada vez mais sobre tecnologia. Mas ela deveria ser uma viabilizadora de ideias e movimentos, ajudando pessoas a se conectarem com seu propósito.

Para os privilegiados, e aí me incluo, a pandemia apresentou a possibilidade do trabalho remoto. No meu caso, também proporcionou um contato maior com a natureza. Tenho passado cada vez mais tempo no campo e daí veio a minha observação sobre os pássaros, que me levou a fazer este paralelo com liderança.

Liderança não pode ser solitária. E, para isso, precisamos exercer nossa vulnerabilidade sem moderação: pedir ajuda, fazer perguntas, usar e abusar da nossa rede de apoio para validar hipóteses, e até mesmo tomar decisões erradas juntos. Bons líderes estão em constante desenvolvimento. Por isso, é normal e esperado cometer alguns erros nessa jornada.

Mais uma vez, volto a citar nesta coluna o “Livro da Desreceita”, criado a muitas mãos pelos líderes da empresa da qual sou CEO. Nele tem um capítulo inteiro dedicado a esse assunto, com o sugestivo título “Um time inteligente vale mais que um time de inteligentes”. Destaco aqui um trecho: “É provado na natureza que a inteligência coletiva supera os talentos individuais. Todavia, crescemos e aprendemos com um modelo que sempre se apoiou em exaltar talentos individuais, o brilhantismo de um indivíduo em sobreposição à competência coletiva.”

Assim como a ave líder que abre espaço para que outras sejam protagonistas, sempre tive como um dos meus mantras permitir que as pessoas ao meu redor voassem na frente. Contudo, precisei de muito tempo – na verdade, anos – para entender que por mais que você tenha a intenção genuína de fazer com que as pessoas cresçam, evoluam e sejam protagonistas da sua carreira, muitas vezes a forma que você quer aplicar – baseada na sua experiência – carrega uma história pessoal e, muitas vezes, distante da realidade de quem a recebe.

Alejandro Jodorowisky, cineasta, ator, poeta e escritor, sabiamente disse: “Entre o que eu penso, o que quero dizer, o que digo e o que você ouve, o que você quer ouvir e o que você acha que entendeu, há um abismo”.

Eu explico: quando assumi a posição de liderança em uma das maiores empresas de entretenimento do mundo para a América Latina, entendi que deveria conectar as pessoas e dar palco para elas ecoarem suas vozes. Queria encorajá-las, abrindo oportunidades para que pudessem expor suas histórias, sonhos, ideias e pudessem potencializar sua criatividade, mas poucos se animavam. Passei por outras empresas depois dessa, mas o meu objetivo nunca foi alcançado da forma que eu imaginava.

Uma das iniciativas que implementei foi um “Talent Show” para que as pessoas pudessem compartilhar seus projetos e, os que fizessem mais sentido, unindo criatividade e os objetivos de negócio da companhia, seriam produzidos. Para minha surpresa, após poucos meses, recebi um e-mail do “headquarters” dizendo que essa iniciativa estava deixando as pessoas incomodadas, algumas, mais sêniores, por acharem que suas posições estavam sendo ameaçadas, outras, por se sentirem pressionadas, mesmo que a participação fosse totalmente opcional.

Mas por que as pessoas não “querem” ser protagonistas? Timidez? Preguiça? Não querem evoluir? Ou, simplesmente, por que escolheram um caminho diferente do meu? Acreditei cegamente que tinha a responsabilidade (e obrigação) de construir pontes e abrir portas para todos, sem exceção. Depois de muita reflexão, conversas e terapia, entendi que estava colocando a minha expectativa do que é sucesso no outro, e aprendi uma lição muito importante: sucesso é pessoal. Sucesso é ter a liberdade de dizer não.

Um dos trechos do Livro “Os Quatro Compromissos”, de Don Miguel Ruiz, diz o seguinte: “Nada do que os outros fazem é motivado por você. É por causa deles mesmos. Todas as pessoas vivem em seu próprio sonho, em sua própria mente; estão num mundo completamente diferente daquele no qual vivemos. Quando levamos algo para o lado pessoal, presumimos que os outros sabem o que está em nosso mundo – aquilo que tentamos impor ao mundo deles.”

Há poucos dias, recebi uma mensagem de uma profissional muito talentosa que trabalhou comigo. A mensagem era exatamente assim: “…carrego comigo a vontade de evoluir como líder e gestora e você vem com frequência na minha cabeça… acho até que antes eu não valorizava tanto a sua presença quanto eu faço hoje…”.

Aprendo, todos os dias, que liderar não é sobre agradar e fazer o esperado, e sim, é sobre seguir com um propósito claro – Jodorowisky discordaria desse ponto sobre quão claro isso pode ser.

Sigo acreditando que este sábio provérbio africano, “se você quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado”, é a única forma possível para nós, humanos, ou para as aves, seguirem nessa jornada chamada vida.

Luciana Rodrigues é CEO e presidente da Grey Brasil,

conselheira do board da Junior Achievement, membro do

conselho MMA Brasil e do comitê estratégico de presidentes

da Amcham. Também é aluna de pós-graduação em

neurociências e comportamento.

Vocabulário:

• scroll: rolagem (na tela do celular ou do computador)

• CEO: diretor executivo

• Talent Show: show de talentos

• headquarters: sede de uma empresa

RODRIGUES, Luciana. O que as aves que voam em bando

nos ensinam sobre liderança. Forbes Brasil, 06 de outubro de

2021. Disponível em:

https://forbes.com.br/colunas/2021/10/luciana-rodrigues-o-

que-as-aves-que-voam-em-bando-nos-ensinam-sobre-

lideranca/.

Em “Há poucos dias, recebi uma mensagem de uma profissional muito talentosa que trabalhou comigo.” (14º parágrafo), a vírgula foi empregada para

 

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2600749 Ano: 2022
Disciplina: Português
Banca: Avança SP
Orgão: Câm. Sorocaba-SP
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O que as aves que voam em bando nos ensinam sobre liderança

Liderança não pode ser solitária. E, para isso,

precisamos exercer nossa vulnerabilidade sem

moderação, abusando da rede de apoio para

validar hipóteses.

Luciana Rodrigues 6 de outubro de 2021

Quem vê uma graciosa revoada no céu pode até não imaginar que, por trás daquela disposição aparentemente aleatória, estão lições muito úteis para nós aqui na terra. Além das questões relacionadas à aerodinâmica – que permitem que as aves migratórias economizem energia, por exemplo – o papel da ave mais experiente do grupo é essencial para definir a direção que o grupo inteiro deve tomar.

Nem sempre o líder é aquele que está à frente do bando. Quando está fatigado, ele reveza a dianteira com a ave que está imediatamente atrás. Uma das vantagens de andar em grupo é permitir que o bando tenha mais resistência para viagens longas e difíceis, e ainda aproveitem o impulso gerado pelo deslocamento de ar do pássaro que voa à frente. A formação em V também melhora a comunicação e a coordenação do bando. Se voassem sozinhas, cada uma por si, demorariam mais tempo, e chegar ao seu destino seria uma tarefa muito mais árdua. Aqui, fique à vontade para fazer qualquer paralelo com a sociedade em que vivemos.

Sinto que estamos tão obcecados com tecnologia e para estar constantemente atualizados sobre tudo o que acontece, a todo instante (olá, FOMO), que esquecemos de reservar um tempo para observar e aprender com a natureza. Parar e simplesmente contemplar. Faça um teste: tente lembrar a última vez que você sentiu tédio. Provavelmente, esse momento foi rapidamente interrompido por um “scroll” em uma rede social ou por uma notificação no celular.

Não me entenda mal, sou fã e tenho me dedicado a aprender cada vez mais sobre tecnologia. Mas ela deveria ser uma viabilizadora de ideias e movimentos, ajudando pessoas a se conectarem com seu propósito.

Para os privilegiados, e aí me incluo, a pandemia apresentou a possibilidade do trabalho remoto. No meu caso, também proporcionou um contato maior com a natureza. Tenho passado cada vez mais tempo no campo e daí veio a minha observação sobre os pássaros, que me levou a fazer este paralelo com liderança.

Liderança não pode ser solitária. E, para isso, precisamos exercer nossa vulnerabilidade sem moderação: pedir ajuda, fazer perguntas, usar e abusar da nossa rede de apoio para validar hipóteses, e até mesmo tomar decisões erradas juntos. Bons líderes estão em constante desenvolvimento. Por isso, é normal e esperado cometer alguns erros nessa jornada.

Mais uma vez, volto a citar nesta coluna o “Livro da Desreceita”, criado a muitas mãos pelos líderes da empresa da qual sou CEO. Nele tem um capítulo inteiro dedicado a esse assunto, com o sugestivo título “Um time inteligente vale mais que um time de inteligentes”. Destaco aqui um trecho: “É provado na natureza que a inteligência coletiva supera os talentos individuais. Todavia, crescemos e aprendemos com um modelo que sempre se apoiou em exaltar talentos individuais, o brilhantismo de um indivíduo em sobreposição à competência coletiva.”

Assim como a ave líder que abre espaço para que outras sejam protagonistas, sempre tive como um dos meus mantras permitir que as pessoas ao meu redor voassem na frente. Contudo, precisei de muito tempo – na verdade, anos – para entender que por mais que você tenha a intenção genuína de fazer com que as pessoas cresçam, evoluam e sejam protagonistas da sua carreira, muitas vezes a forma que você quer aplicar – baseada na sua experiência – carrega uma história pessoal e, muitas vezes, distante da realidade de quem a recebe.

Alejandro Jodorowisky, cineasta, ator, poeta e escritor, sabiamente disse: “Entre o que eu penso, o que quero dizer, o que digo e o que você ouve, o que você quer ouvir e o que você acha que entendeu, há um abismo”.

Eu explico: quando assumi a posição de liderança em uma das maiores empresas de entretenimento do mundo para a América Latina, entendi que deveria conectar as pessoas e dar palco para elas ecoarem suas vozes. Queria encorajá-las, abrindo oportunidades para que pudessem expor suas histórias, sonhos, ideias e pudessem potencializar sua criatividade, mas poucos se animavam. Passei por outras empresas depois dessa, mas o meu objetivo nunca foi alcançado da forma que eu imaginava.

Uma das iniciativas que implementei foi um “Talent Show” para que as pessoas pudessem compartilhar seus projetos e, os que fizessem mais sentido, unindo criatividade e os objetivos de negócio da companhia, seriam produzidos. Para minha surpresa, após poucos meses, recebi um e-mail do “headquarters” dizendo que essa iniciativa estava deixando as pessoas incomodadas, algumas, mais sêniores, por acharem que suas posições estavam sendo ameaçadas, outras, por se sentirem pressionadas, mesmo que a participação fosse totalmente opcional.

Mas por que as pessoas não “querem” ser protagonistas? Timidez? Preguiça? Não querem evoluir? Ou, simplesmente, por que escolheram um caminho diferente do meu? Acreditei cegamente que tinha a responsabilidade (e obrigação) de construir pontes e abrir portas para todos, sem exceção. Depois de muita reflexão, conversas e terapia, entendi que estava colocando a minha expectativa do que é sucesso no outro, e aprendi uma lição muito importante: sucesso é pessoal. Sucesso é ter a liberdade de dizer não.

Um dos trechos do Livro “Os Quatro Compromissos”, de Don Miguel Ruiz, diz o seguinte: “Nada do que os outros fazem é motivado por você. É por causa deles mesmos. Todas as pessoas vivem em seu próprio sonho, em sua própria mente; estão num mundo completamente diferente daquele no qual vivemos. Quando levamos algo para o lado pessoal, presumimos que os outros sabem o que está em nosso mundo – aquilo que tentamos impor ao mundo deles.”

Há poucos dias, recebi uma mensagem de uma profissional muito talentosa que trabalhou comigo. A mensagem era exatamente assim: “…carrego comigo a vontade de evoluir como líder e gestora e você vem com frequência na minha cabeça… acho até que antes eu não valorizava tanto a sua presença quanto eu faço hoje…”.

Aprendo, todos os dias, que liderar não é sobre agradar e fazer o esperado, e sim, é sobre seguir com um propósito claro – Jodorowisky discordaria desse ponto sobre quão claro isso pode ser.

Sigo acreditando que este sábio provérbio africano, “se você quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado”, é a única forma possível para nós, humanos, ou para as aves, seguirem nessa jornada chamada vida.

Luciana Rodrigues é CEO e presidente da Grey Brasil,

conselheira do board da Junior Achievement, membro do

conselho MMA Brasil e do comitê estratégico de presidentes

da Amcham. Também é aluna de pós-graduação em

neurociências e comportamento.

Vocabulário:

• scroll: rolagem (na tela do celular ou do computador)

• CEO: diretor executivo

• Talent Show: show de talentos

• headquarters: sede de uma empresa

RODRIGUES, Luciana. O que as aves que voam em bando

nos ensinam sobre liderança. Forbes Brasil, 06 de outubro de

2021. Disponível em:

https://forbes.com.br/colunas/2021/10/luciana-rodrigues-o-

que-as-aves-que-voam-em-bando-nos-ensinam-sobre-

lideranca/.

Levando-se em consideração as estratégias textuais da autora, a descrição do voo das aves feita por ela configura-se como

 

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2600748 Ano: 2022
Disciplina: Português
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O que as aves que voam em bando nos ensinam sobre liderança

Liderança não pode ser solitária. E, para isso,

precisamos exercer nossa vulnerabilidade sem

moderação, abusando da rede de apoio para

validar hipóteses.

Luciana Rodrigues 6 de outubro de 2021

Quem vê uma graciosa revoada no céu pode até não imaginar que, por trás daquela disposição aparentemente aleatória, estão lições muito úteis para nós aqui na terra. Além das questões relacionadas à aerodinâmica – que permitem que as aves migratórias economizem energia, por exemplo – o papel da ave mais experiente do grupo é essencial para definir a direção que o grupo inteiro deve tomar.

Nem sempre o líder é aquele que está à frente do bando. Quando está fatigado, ele reveza a dianteira com a ave que está imediatamente atrás. Uma das vantagens de andar em grupo é permitir que o bando tenha mais resistência para viagens longas e difíceis, e ainda aproveitem o impulso gerado pelo deslocamento de ar do pássaro que voa à frente. A formação em V também melhora a comunicação e a coordenação do bando. Se voassem sozinhas, cada uma por si, demorariam mais tempo, e chegar ao seu destino seria uma tarefa muito mais árdua. Aqui, fique à vontade para fazer qualquer paralelo com a sociedade em que vivemos.

Sinto que estamos tão obcecados com tecnologia e para estar constantemente atualizados sobre tudo o que acontece, a todo instante (olá, FOMO), que esquecemos de reservar um tempo para observar e aprender com a natureza. Parar e simplesmente contemplar. Faça um teste: tente lembrar a última vez que você sentiu tédio. Provavelmente, esse momento foi rapidamente interrompido por um “scroll” em uma rede social ou por uma notificação no celular.

Não me entenda mal, sou fã e tenho me dedicado a aprender cada vez mais sobre tecnologia. Mas ela deveria ser uma viabilizadora de ideias e movimentos, ajudando pessoas a se conectarem com seu propósito.

Para os privilegiados, e aí me incluo, a pandemia apresentou a possibilidade do trabalho remoto. No meu caso, também proporcionou um contato maior com a natureza. Tenho passado cada vez mais tempo no campo e daí veio a minha observação sobre os pássaros, que me levou a fazer este paralelo com liderança.

Liderança não pode ser solitária. E, para isso, precisamos exercer nossa vulnerabilidade sem moderação: pedir ajuda, fazer perguntas, usar e abusar da nossa rede de apoio para validar hipóteses, e até mesmo tomar decisões erradas juntos. Bons líderes estão em constante desenvolvimento. Por isso, é normal e esperado cometer alguns erros nessa jornada.

Mais uma vez, volto a citar nesta coluna o “Livro da Desreceita”, criado a muitas mãos pelos líderes da empresa da qual sou CEO. Nele tem um capítulo inteiro dedicado a esse assunto, com o sugestivo título “Um time inteligente vale mais que um time de inteligentes”. Destaco aqui um trecho: “É provado na natureza que a inteligência coletiva supera os talentos individuais. Todavia, crescemos e aprendemos com um modelo que sempre se apoiou em exaltar talentos individuais, o brilhantismo de um indivíduo em sobreposição à competência coletiva.”

Assim como a ave líder que abre espaço para que outras sejam protagonistas, sempre tive como um dos meus mantras permitir que as pessoas ao meu redor voassem na frente. Contudo, precisei de muito tempo – na verdade, anos – para entender que por mais que você tenha a intenção genuína de fazer com que as pessoas cresçam, evoluam e sejam protagonistas da sua carreira, muitas vezes a forma que você quer aplicar – baseada na sua experiência – carrega uma história pessoal e, muitas vezes, distante da realidade de quem a recebe.

Alejandro Jodorowisky, cineasta, ator, poeta e escritor, sabiamente disse: “Entre o que eu penso, o que quero dizer, o que digo e o que você ouve, o que você quer ouvir e o que você acha que entendeu, há um abismo”.

Eu explico: quando assumi a posição de liderança em uma das maiores empresas de entretenimento do mundo para a América Latina, entendi que deveria conectar as pessoas e dar palco para elas ecoarem suas vozes. Queria encorajá-las, abrindo oportunidades para que pudessem expor suas histórias, sonhos, ideias e pudessem potencializar sua criatividade, mas poucos se animavam. Passei por outras empresas depois dessa, mas o meu objetivo nunca foi alcançado da forma que eu imaginava.

Uma das iniciativas que implementei foi um “Talent Show” para que as pessoas pudessem compartilhar seus projetos e, os que fizessem mais sentido, unindo criatividade e os objetivos de negócio da companhia, seriam produzidos. Para minha surpresa, após poucos meses, recebi um e-mail do “headquarters” dizendo que essa iniciativa estava deixando as pessoas incomodadas, algumas, mais sêniores, por acharem que suas posições estavam sendo ameaçadas, outras, por se sentirem pressionadas, mesmo que a participação fosse totalmente opcional.

Mas por que as pessoas não “querem” ser protagonistas? Timidez? Preguiça? Não querem evoluir? Ou, simplesmente, por que escolheram um caminho diferente do meu? Acreditei cegamente que tinha a responsabilidade (e obrigação) de construir pontes e abrir portas para todos, sem exceção. Depois de muita reflexão, conversas e terapia, entendi que estava colocando a minha expectativa do que é sucesso no outro, e aprendi uma lição muito importante: sucesso é pessoal. Sucesso é ter a liberdade de dizer não.

Um dos trechos do Livro “Os Quatro Compromissos”, de Don Miguel Ruiz, diz o seguinte: “Nada do que os outros fazem é motivado por você. É por causa deles mesmos. Todas as pessoas vivem em seu próprio sonho, em sua própria mente; estão num mundo completamente diferente daquele no qual vivemos. Quando levamos algo para o lado pessoal, presumimos que os outros sabem o que está em nosso mundo – aquilo que tentamos impor ao mundo deles.”

Há poucos dias, recebi uma mensagem de uma profissional muito talentosa que trabalhou comigo. A mensagem era exatamente assim: “…carrego comigo a vontade de evoluir como líder e gestora e você vem com frequência na minha cabeça… acho até que antes eu não valorizava tanto a sua presença quanto eu faço hoje…”.

Aprendo, todos os dias, que liderar não é sobre agradar e fazer o esperado, e sim, é sobre seguir com um propósito claro – Jodorowisky discordaria desse ponto sobre quão claro isso pode ser.

Sigo acreditando que este sábio provérbio africano, “se você quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado”, é a única forma possível para nós, humanos, ou para as aves, seguirem nessa jornada chamada vida.

Luciana Rodrigues é CEO e presidente da Grey Brasil,

conselheira do board da Junior Achievement, membro do

conselho MMA Brasil e do comitê estratégico de presidentes

da Amcham. Também é aluna de pós-graduação em

neurociências e comportamento.

Vocabulário:

• scroll: rolagem (na tela do celular ou do computador)

• CEO: diretor executivo

• Talent Show: show de talentos

• headquarters: sede de uma empresa

RODRIGUES, Luciana. O que as aves que voam em bando

nos ensinam sobre liderança. Forbes Brasil, 06 de outubro de

2021. Disponível em:

https://forbes.com.br/colunas/2021/10/luciana-rodrigues-o-

que-as-aves-que-voam-em-bando-nos-ensinam-sobre-

lideranca/.

Na citação de Alejandro Jodorowisky (9º parágrafo), a palavra “abismo” foi utilizada

 

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Disciplina: Português
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O que as aves que voam em bando nos ensinam sobre liderança

Liderança não pode ser solitária. E, para isso,

precisamos exercer nossa vulnerabilidade sem

moderação, abusando da rede de apoio para

validar hipóteses.

Luciana Rodrigues 6 de outubro de 2021

Quem vê uma graciosa revoada no céu pode até não imaginar que, por trás daquela disposição aparentemente aleatória, estão lições muito úteis para nós aqui na terra. Além das questões relacionadas à aerodinâmica – que permitem que as aves migratórias economizem energia, por exemplo – o papel da ave mais experiente do grupo é essencial para definir a direção que o grupo inteiro deve tomar.

Nem sempre o líder é aquele que está à frente do bando. Quando está fatigado, ele reveza a dianteira com a ave que está imediatamente atrás. Uma das vantagens de andar em grupo é permitir que o bando tenha mais resistência para viagens longas e difíceis, e ainda aproveitem o impulso gerado pelo deslocamento de ar do pássaro que voa à frente. A formação em V também melhora a comunicação e a coordenação do bando. Se voassem sozinhas, cada uma por si, demorariam mais tempo, e chegar ao seu destino seria uma tarefa muito mais árdua. Aqui, fique à vontade para fazer qualquer paralelo com a sociedade em que vivemos.

Sinto que estamos tão obcecados com tecnologia e para estar constantemente atualizados sobre tudo o que acontece, a todo instante (olá, FOMO), que esquecemos de reservar um tempo para observar e aprender com a natureza. Parar e simplesmente contemplar. Faça um teste: tente lembrar a última vez que você sentiu tédio. Provavelmente, esse momento foi rapidamente interrompido por um “scroll” em uma rede social ou por uma notificação no celular.

Não me entenda mal, sou fã e tenho me dedicado a aprender cada vez mais sobre tecnologia. Mas ela deveria ser uma viabilizadora de ideias e movimentos, ajudando pessoas a se conectarem com seu propósito.

Para os privilegiados, e aí me incluo, a pandemia apresentou a possibilidade do trabalho remoto. No meu caso, também proporcionou um contato maior com a natureza. Tenho passado cada vez mais tempo no campo e daí veio a minha observação sobre os pássaros, que me levou a fazer este paralelo com liderança.

Liderança não pode ser solitária. E, para isso, precisamos exercer nossa vulnerabilidade sem moderação: pedir ajuda, fazer perguntas, usar e abusar da nossa rede de apoio para validar hipóteses, e até mesmo tomar decisões erradas juntos. Bons líderes estão em constante desenvolvimento. Por isso, é normal e esperado cometer alguns erros nessa jornada.

Mais uma vez, volto a citar nesta coluna o “Livro da Desreceita”, criado a muitas mãos pelos líderes da empresa da qual sou CEO. Nele tem um capítulo inteiro dedicado a esse assunto, com o sugestivo título “Um time inteligente vale mais que um time de inteligentes”. Destaco aqui um trecho: “É provado na natureza que a inteligência coletiva supera os talentos individuais. Todavia, crescemos e aprendemos com um modelo que sempre se apoiou em exaltar talentos individuais, o brilhantismo de um indivíduo em sobreposição à competência coletiva.”

Assim como a ave líder que abre espaço para que outras sejam protagonistas, sempre tive como um dos meus mantras permitir que as pessoas ao meu redor voassem na frente. Contudo, precisei de muito tempo – na verdade, anos – para entender que por mais que você tenha a intenção genuína de fazer com que as pessoas cresçam, evoluam e sejam protagonistas da sua carreira, muitas vezes a forma que você quer aplicar – baseada na sua experiência – carrega uma história pessoal e, muitas vezes, distante da realidade de quem a recebe.

Alejandro Jodorowisky, cineasta, ator, poeta e escritor, sabiamente disse: “Entre o que eu penso, o que quero dizer, o que digo e o que você ouve, o que você quer ouvir e o que você acha que entendeu, há um abismo”.

Eu explico: quando assumi a posição de liderança em uma das maiores empresas de entretenimento do mundo para a América Latina, entendi que deveria conectar as pessoas e dar palco para elas ecoarem suas vozes. Queria encorajá-las, abrindo oportunidades para que pudessem expor suas histórias, sonhos, ideias e pudessem potencializar sua criatividade, mas poucos se animavam. Passei por outras empresas depois dessa, mas o meu objetivo nunca foi alcançado da forma que eu imaginava.

Uma das iniciativas que implementei foi um “Talent Show” para que as pessoas pudessem compartilhar seus projetos e, os que fizessem mais sentido, unindo criatividade e os objetivos de negócio da companhia, seriam produzidos. Para minha surpresa, após poucos meses, recebi um e-mail do “headquarters” dizendo que essa iniciativa estava deixando as pessoas incomodadas, algumas, mais sêniores, por acharem que suas posições estavam sendo ameaçadas, outras, por se sentirem pressionadas, mesmo que a participação fosse totalmente opcional.

Mas por que as pessoas não “querem” ser protagonistas? Timidez? Preguiça? Não querem evoluir? Ou, simplesmente, por que escolheram um caminho diferente do meu? Acreditei cegamente que tinha a responsabilidade (e obrigação) de construir pontes e abrir portas para todos, sem exceção. Depois de muita reflexão, conversas e terapia, entendi que estava colocando a minha expectativa do que é sucesso no outro, e aprendi uma lição muito importante: sucesso é pessoal. Sucesso é ter a liberdade de dizer não.

Um dos trechos do Livro “Os Quatro Compromissos”, de Don Miguel Ruiz, diz o seguinte: “Nada do que os outros fazem é motivado por você. É por causa deles mesmos. Todas as pessoas vivem em seu próprio sonho, em sua própria mente; estão num mundo completamente diferente daquele no qual vivemos. Quando levamos algo para o lado pessoal, presumimos que os outros sabem o que está em nosso mundo – aquilo que tentamos impor ao mundo deles.”

Há poucos dias, recebi uma mensagem de uma profissional muito talentosa que trabalhou comigo. A mensagem era exatamente assim: “…carrego comigo a vontade de evoluir como líder e gestora e você vem com frequência na minha cabeça… acho até que antes eu não valorizava tanto a sua presença quanto eu faço hoje…”.

Aprendo, todos os dias, que liderar não é sobre agradar e fazer o esperado, e sim, é sobre seguir com um propósito claro – Jodorowisky discordaria desse ponto sobre quão claro isso pode ser.

Sigo acreditando que este sábio provérbio africano, “se você quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado”, é a única forma possível para nós, humanos, ou para as aves, seguirem nessa jornada chamada vida.

Luciana Rodrigues é CEO e presidente da Grey Brasil,

conselheira do board da Junior Achievement, membro do

conselho MMA Brasil e do comitê estratégico de presidentes

da Amcham. Também é aluna de pós-graduação em

neurociências e comportamento.

Vocabulário:

• scroll: rolagem (na tela do celular ou do computador)

• CEO: diretor executivo

• Talent Show: show de talentos

• headquarters: sede de uma empresa

RODRIGUES, Luciana. O que as aves que voam em bando

nos ensinam sobre liderança. Forbes Brasil, 06 de outubro de

2021. Disponível em:

https://forbes.com.br/colunas/2021/10/luciana-rodrigues-o-

que-as-aves-que-voam-em-bando-nos-ensinam-sobre-

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No quarto parágrafo, a autora faz uma crítica ao uso da tecnologia na contemporaneidade. Tal crítica se baseia no fato de que

 

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Liderança não pode ser solitária. E, para isso,

precisamos exercer nossa vulnerabilidade sem

moderação, abusando da rede de apoio para

validar hipóteses.

Luciana Rodrigues 6 de outubro de 2021

Quem vê uma graciosa revoada no céu pode até não imaginar que, por trás daquela disposição aparentemente aleatória, estão lições muito úteis para nós aqui na terra. Além das questões relacionadas à aerodinâmica – que permitem que as aves migratórias economizem energia, por exemplo – o papel da ave mais experiente do grupo é essencial para definir a direção que o grupo inteiro deve tomar.

Nem sempre o líder é aquele que está à frente do bando. Quando está fatigado, ele reveza a dianteira com a ave que está imediatamente atrás. Uma das vantagens de andar em grupo é permitir que o bando tenha mais resistência para viagens longas e difíceis, e ainda aproveitem o impulso gerado pelo deslocamento de ar do pássaro que voa à frente. A formação em V também melhora a comunicação e a coordenação do bando. Se voassem sozinhas, cada uma por si, demorariam mais tempo, e chegar ao seu destino seria uma tarefa muito mais árdua. Aqui, fique à vontade para fazer qualquer paralelo com a sociedade em que vivemos.

Sinto que estamos tão obcecados com tecnologia e para estar constantemente atualizados sobre tudo o que acontece, a todo instante (olá, FOMO), que esquecemos de reservar um tempo para observar e aprender com a natureza. Parar e simplesmente contemplar. Faça um teste: tente lembrar a última vez que você sentiu tédio. Provavelmente, esse momento foi rapidamente interrompido por um “scroll” em uma rede social ou por uma notificação no celular.

Não me entenda mal, sou fã e tenho me dedicado a aprender cada vez mais sobre tecnologia. Mas ela deveria ser uma viabilizadora de ideias e movimentos, ajudando pessoas a se conectarem com seu propósito.

Para os privilegiados, e aí me incluo, a pandemia apresentou a possibilidade do trabalho remoto. No meu caso, também proporcionou um contato maior com a natureza. Tenho passado cada vez mais tempo no campo e daí veio a minha observação sobre os pássaros, que me levou a fazer este paralelo com liderança.

Liderança não pode ser solitária. E, para isso, precisamos exercer nossa vulnerabilidade sem moderação: pedir ajuda, fazer perguntas, usar e abusar da nossa rede de apoio para validar hipóteses, e até mesmo tomar decisões erradas juntos. Bons líderes estão em constante desenvolvimento. Por isso, é normal e esperado cometer alguns erros nessa jornada.

Mais uma vez, volto a citar nesta coluna o “Livro da Desreceita”, criado a muitas mãos pelos líderes da empresa da qual sou CEO. Nele tem um capítulo inteiro dedicado a esse assunto, com o sugestivo título “Um time inteligente vale mais que um time de inteligentes”. Destaco aqui um trecho: “É provado na natureza que a inteligência coletiva supera os talentos individuais. Todavia, crescemos e aprendemos com um modelo que sempre se apoiou em exaltar talentos individuais, o brilhantismo de um indivíduo em sobreposição à competência coletiva.”

Assim como a ave líder que abre espaço para que outras sejam protagonistas, sempre tive como um dos meus mantras permitir que as pessoas ao meu redor voassem na frente. Contudo, precisei de muito tempo – na verdade, anos – para entender que por mais que você tenha a intenção genuína de fazer com que as pessoas cresçam, evoluam e sejam protagonistas da sua carreira, muitas vezes a forma que você quer aplicar – baseada na sua experiência – carrega uma história pessoal e, muitas vezes, distante da realidade de quem a recebe.

Alejandro Jodorowisky, cineasta, ator, poeta e escritor, sabiamente disse: “Entre o que eu penso, o que quero dizer, o que digo e o que você ouve, o que você quer ouvir e o que você acha que entendeu, há um abismo”.

Eu explico: quando assumi a posição de liderança em uma das maiores empresas de entretenimento do mundo para a América Latina, entendi que deveria conectar as pessoas e dar palco para elas ecoarem suas vozes. Queria encorajá-las, abrindo oportunidades para que pudessem expor suas histórias, sonhos, ideias e pudessem potencializar sua criatividade, mas poucos se animavam. Passei por outras empresas depois dessa, mas o meu objetivo nunca foi alcançado da forma que eu imaginava.

Uma das iniciativas que implementei foi um “Talent Show” para que as pessoas pudessem compartilhar seus projetos e, os que fizessem mais sentido, unindo criatividade e os objetivos de negócio da companhia, seriam produzidos. Para minha surpresa, após poucos meses, recebi um e-mail do “headquarters” dizendo que essa iniciativa estava deixando as pessoas incomodadas, algumas, mais sêniores, por acharem que suas posições estavam sendo ameaçadas, outras, por se sentirem pressionadas, mesmo que a participação fosse totalmente opcional.

Mas por que as pessoas não “querem” ser protagonistas? Timidez? Preguiça? Não querem evoluir? Ou, simplesmente, por que escolheram um caminho diferente do meu? Acreditei cegamente que tinha a responsabilidade (e obrigação) de construir pontes e abrir portas para todos, sem exceção. Depois de muita reflexão, conversas e terapia, entendi que estava colocando a minha expectativa do que é sucesso no outro, e aprendi uma lição muito importante: sucesso é pessoal. Sucesso é ter a liberdade de dizer não.

Um dos trechos do Livro “Os Quatro Compromissos”, de Don Miguel Ruiz, diz o seguinte: “Nada do que os outros fazem é motivado por você. É por causa deles mesmos. Todas as pessoas vivem em seu próprio sonho, em sua própria mente; estão num mundo completamente diferente daquele no qual vivemos. Quando levamos algo para o lado pessoal, presumimos que os outros sabem o que está em nosso mundo – aquilo que tentamos impor ao mundo deles.”

Há poucos dias, recebi uma mensagem de uma profissional muito talentosa que trabalhou comigo. A mensagem era exatamente assim: “…carrego comigo a vontade de evoluir como líder e gestora e você vem com frequência na minha cabeça… acho até que antes eu não valorizava tanto a sua presença quanto eu faço hoje…”.

Aprendo, todos os dias, que liderar não é sobre agradar e fazer o esperado, e sim, é sobre seguir com um propósito claro – Jodorowisky discordaria desse ponto sobre quão claro isso pode ser.

Sigo acreditando que este sábio provérbio africano, “se você quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado”, é a única forma possível para nós, humanos, ou para as aves, seguirem nessa jornada chamada vida.

Luciana Rodrigues é CEO e presidente da Grey Brasil,

conselheira do board da Junior Achievement, membro do

conselho MMA Brasil e do comitê estratégico de presidentes

da Amcham. Também é aluna de pós-graduação em

neurociências e comportamento.

Vocabulário:

• scroll: rolagem (na tela do celular ou do computador)

• CEO: diretor executivo

• Talent Show: show de talentos

• headquarters: sede de uma empresa

RODRIGUES, Luciana. O que as aves que voam em bando

nos ensinam sobre liderança. Forbes Brasil, 06 de outubro de

2021. Disponível em:

https://forbes.com.br/colunas/2021/10/luciana-rodrigues-o-

que-as-aves-que-voam-em-bando-nos-ensinam-sobre-

lideranca/.

No segundo parágrafo, a autora sugere ao leitor que se sinta confortável “para fazer qualquer paralelo” entre o voo das aves e a vida em sociedade. Tal expressão significa que o leitor pode elaborar

 

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2600745 Ano: 2022
Disciplina: Português
Banca: Avança SP
Orgão: Câm. Sorocaba-SP
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O que as aves que voam em bando nos ensinam sobre liderança

Liderança não pode ser solitária. E, para isso,

precisamos exercer nossa vulnerabilidade sem

moderação, abusando da rede de apoio para

validar hipóteses.

Luciana Rodrigues 6 de outubro de 2021

Quem vê uma graciosa revoada no céu pode até não imaginar que, por trás daquela disposição aparentemente aleatória, estão lições muito úteis para nós aqui na terra. Além das questões relacionadas à aerodinâmica – que permitem que as aves migratórias economizem energia, por exemplo – o papel da ave mais experiente do grupo é essencial para definir a direção que o grupo inteiro deve tomar.

Nem sempre o líder é aquele que está à frente do bando. Quando está fatigado, ele reveza a dianteira com a ave que está imediatamente atrás. Uma das vantagens de andar em grupo é permitir que o bando tenha mais resistência para viagens longas e difíceis, e ainda aproveitem o impulso gerado pelo deslocamento de ar do pássaro que voa à frente. A formação em V também melhora a comunicação e a coordenação do bando. Se voassem sozinhas, cada uma por si, demorariam mais tempo, e chegar ao seu destino seria uma tarefa muito mais árdua. Aqui, fique à vontade para fazer qualquer paralelo com a sociedade em que vivemos.

Sinto que estamos tão obcecados com tecnologia e para estar constantemente atualizados sobre tudo o que acontece, a todo instante (olá, FOMO), que esquecemos de reservar um tempo para observar e aprender com a natureza. Parar e simplesmente contemplar. Faça um teste: tente lembrar a última vez que você sentiu tédio. Provavelmente, esse momento foi rapidamente interrompido por um “scroll” em uma rede social ou por uma notificação no celular.

Não me entenda mal, sou fã e tenho me dedicado a aprender cada vez mais sobre tecnologia. Mas ela deveria ser uma viabilizadora de ideias e movimentos, ajudando pessoas a se conectarem com seu propósito.

Para os privilegiados, e aí me incluo, a pandemia apresentou a possibilidade do trabalho remoto. No meu caso, também proporcionou um contato maior com a natureza. Tenho passado cada vez mais tempo no campo e daí veio a minha observação sobre os pássaros, que me levou a fazer este paralelo com liderança.

Liderança não pode ser solitária. E, para isso, precisamos exercer nossa vulnerabilidade sem moderação: pedir ajuda, fazer perguntas, usar e abusar da nossa rede de apoio para validar hipóteses, e até mesmo tomar decisões erradas juntos. Bons líderes estão em constante desenvolvimento. Por isso, é normal e esperado cometer alguns erros nessa jornada.

Mais uma vez, volto a citar nesta coluna o “Livro da Desreceita”, criado a muitas mãos pelos líderes da empresa da qual sou CEO. Nele tem um capítulo inteiro dedicado a esse assunto, com o sugestivo título “Um time inteligente vale mais que um time de inteligentes”. Destaco aqui um trecho: “É provado na natureza que a inteligência coletiva supera os talentos individuais. Todavia, crescemos e aprendemos com um modelo que sempre se apoiou em exaltar talentos individuais, o brilhantismo de um indivíduo em sobreposição à competência coletiva.”

Assim como a ave líder que abre espaço para que outras sejam protagonistas, sempre tive como um dos meus mantras permitir que as pessoas ao meu redor voassem na frente. Contudo, precisei de muito tempo – na verdade, anos – para entender que por mais que você tenha a intenção genuína de fazer com que as pessoas cresçam, evoluam e sejam protagonistas da sua carreira, muitas vezes a forma que você quer aplicar – baseada na sua experiência – carrega uma história pessoal e, muitas vezes, distante da realidade de quem a recebe.

Alejandro Jodorowisky, cineasta, ator, poeta e escritor, sabiamente disse: “Entre o que eu penso, o que quero dizer, o que digo e o que você ouve, o que você quer ouvir e o que você acha que entendeu, há um abismo”.

Eu explico: quando assumi a posição de liderança em uma das maiores empresas de entretenimento do mundo para a América Latina, entendi que deveria conectar as pessoas e dar palco para elas ecoarem suas vozes. Queria encorajá-las, abrindo oportunidades para que pudessem expor suas histórias, sonhos, ideias e pudessem potencializar sua criatividade, mas poucos se animavam. Passei por outras empresas depois dessa, mas o meu objetivo nunca foi alcançado da forma que eu imaginava.

Uma das iniciativas que implementei foi um “Talent Show” para que as pessoas pudessem compartilhar seus projetos e, os que fizessem mais sentido, unindo criatividade e os objetivos de negócio da companhia, seriam produzidos. Para minha surpresa, após poucos meses, recebi um e-mail do “headquarters” dizendo que essa iniciativa estava deixando as pessoas incomodadas, algumas, mais sêniores, por acharem que suas posições estavam sendo ameaçadas, outras, por se sentirem pressionadas, mesmo que a participação fosse totalmente opcional.

Mas por que as pessoas não “querem” ser protagonistas? Timidez? Preguiça? Não querem evoluir? Ou, simplesmente, por que escolheram um caminho diferente do meu? Acreditei cegamente que tinha a responsabilidade (e obrigação) de construir pontes e abrir portas para todos, sem exceção. Depois de muita reflexão, conversas e terapia, entendi que estava colocando a minha expectativa do que é sucesso no outro, e aprendi uma lição muito importante: sucesso é pessoal. Sucesso é ter a liberdade de dizer não.

Um dos trechos do Livro “Os Quatro Compromissos”, de Don Miguel Ruiz, diz o seguinte: “Nada do que os outros fazem é motivado por você. É por causa deles mesmos. Todas as pessoas vivem em seu próprio sonho, em sua própria mente; estão num mundo completamente diferente daquele no qual vivemos. Quando levamos algo para o lado pessoal, presumimos que os outros sabem o que está em nosso mundo – aquilo que tentamos impor ao mundo deles.”

Há poucos dias, recebi uma mensagem de uma profissional muito talentosa que trabalhou comigo. A mensagem era exatamente assim: “…carrego comigo a vontade de evoluir como líder e gestora e você vem com frequência na minha cabeça… acho até que antes eu não valorizava tanto a sua presença quanto eu faço hoje…”.

Aprendo, todos os dias, que liderar não é sobre agradar e fazer o esperado, e sim, é sobre seguir com um propósito claro – Jodorowisky discordaria desse ponto sobre quão claro isso pode ser.

Sigo acreditando que este sábio provérbio africano, “se você quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado”, é a única forma possível para nós, humanos, ou para as aves, seguirem nessa jornada chamada vida.

Luciana Rodrigues é CEO e presidente da Grey Brasil,

conselheira do board da Junior Achievement, membro do

conselho MMA Brasil e do comitê estratégico de presidentes

da Amcham. Também é aluna de pós-graduação em

neurociências e comportamento.

Vocabulário:

• scroll: rolagem (na tela do celular ou do computador)

• CEO: diretor executivo

• Talent Show: show de talentos

• headquarters: sede de uma empresa

RODRIGUES, Luciana. O que as aves que voam em bando

nos ensinam sobre liderança. Forbes Brasil, 06 de outubro de

2021. Disponível em:

https://forbes.com.br/colunas/2021/10/luciana-rodrigues-o-

que-as-aves-que-voam-em-bando-nos-ensinam-sobre-

lideranca/.

Qual das expressões a seguir representa mais precisamente o tema do texto de Luciana Rodrigues?

 

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2336512 Ano: 2022
Disciplina: Contabilidade Geral
Banca: Avança SP
Orgão: Câm. Sorocaba-SP
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Observe a figura a seguir:

Enunciado 2336512-1

A figura acima é um exemplo de lançamento no livro:

 

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2336511 Ano: 2022
Disciplina: Administração Financeira e Orçamentária
Banca: Avança SP
Orgão: Câm. Sorocaba-SP
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Segundo a Lei Federal n.º 4.320/1964, em seu Art. 33: Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de Orçamento que visem a:

a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando provada, nesse ponto a inexatidão da proposta;
b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes;
c) conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que já esteja anteriormente criado;
d) conceder dotação superior aos quantitativos previamente fixados em resolução do Poder Legislativo para concessão de auxílios e subvenções.

Sobre a Lei Federal n.º 4.320/1964, nas alíneas citadas acima contém erro, assinale a alternativa que apresenta qual ou quais alíneas está ou estão incorretas:

 

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2336510 Ano: 2022
Disciplina: Auditoria
Banca: Avança SP
Orgão: Câm. Sorocaba-SP
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Assinale "I" para auditoria interna e "E" para auditoria externa nas assertivas abaixo:

( ) É inserida através do sistema de controle das empresas, que tem como maior objetivo assegurar sua própria adequação efetiva para contribuir para melhores resultados da empresa.

( ) Instituída para avaliar as empresas de capital aberto com enfoque contábil.

( ) Ela avalia e examina adequadamente a eficiência e qualidade dos sistemas e processos, e das áreas ligadas à empresa como um todo.

( ) Atualmente segmentou para avaliações de entidades com atividades ambientais, entidades que têm responsabilidade social, e, ainda, entidades que exercem atividades no ramo da saúde.

( ) Seu maior objetivo é de dar aos administradores da entidade, informações que vão ajudá-los e direcioná-los melhor nas atividades nas quais eles estão responsáveis.

( ) Tem que haver a contratação de uma profissional independente.

( ) Pode ser definida como um processo sistemático de análise e evidenciação dos procedimentos de uma certa entidade observando o maior grau de independência nas opiniões das atividades.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente a sequência de “I” e “E” das assertivas acima:

 

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2336509 Ano: 2022
Disciplina: Contabilidade Pública
Banca: Avança SP
Orgão: Câm. Sorocaba-SP
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Trata-se de uma classificação independente dos programas e de aplicação comum e obrigatória, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o que permite a consolidação nacional dos gastos do setor público. Segrega as dotações orçamentárias em funções e subfunções, buscando responder basicamente à indagação “em que área” de ação governamental a despesa será realizada. É representada por cinco dígitos: Os dois primeiros referem-se à função, enquanto que os três últimos dígitos representam a subfunção, que podem ser traduzidos como agregadores das diversas áreas de atuação do setor público, nas esferas legislativa, executiva e judiciária.

O texto acima se refere a qual das classificações da despesa orçamentária?

 

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