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Quando uma pessoa permanece por algum tempo dentro de uma sala mais ou menos escura, experimenta, em primeiro lugar, uma alteração na sensação de tempo, um retardamento no curso normal dos acontecimentos: a impressão subjetiva é a de que o tempo passa mais lentamente do que quando, sob o efeito da luz, seja natural, seja artificial, somos mantidos a certa distância de nossa experiência temporal. Os efeitos psicológicos da permanência dentro de um quarto escuro podem ser agrupados sob um denominador comum: a sensação de tédio. Tal sensação caracteriza-se pela falta de “algo acontecendo” e denota simplesmente o vazio da pessoa entediada.
Um outro efeito psicológico do confinamento visual em um quarto escuro consiste na alteração da sensação de espaço. Sabe-se que a iluminação insuficiente torna a forma dos objetos menos definida, o que dá à imaginação maior liberdade de interpretar o mundo que nos cerca. Quanto menor a capacidade do olho humano de distinguir com clareza a forma real dos objetos, maior o papel desempenhado pela imaginação, que faz um registro extremamente subjetivo do que ainda resta de realidade visível. Essa modificação da sensação do espaço anula parcialmente a barreira entre a consciência e o inconsciente; não se pode, portanto, descuidar do papel do inconsciente na experiência cinematográfica.
Hugo Mauerhofer. A psicologia da experiência cinematográfica. Idem, p. 376 (com adaptações).
No que se refere às ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item.
Conclui-se do texto que os filmes cinematográficos com pouca ação provocam no espectador a sensação “de tédio”, de “falta de ‘algo acontecendo’”.
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Texto para o item
O principal objetivo do cinema é retratar as emoções. O teatro pode recorrer às frases de efeito e sustentar o interesse da plateia por meio de diálogos eminentemente intelectuais, e não emocionais. Já para o ator de cinema, a ação é fundamental: é o único meio de assegurar a atenção do espectador, e mais, o seu significado e a sua unidade emergem dos sentimentos e das emoções que a determinam. No cinema, mais do que no teatro, os personagens são, antes de tudo, sujeitos de experiências emocionais. A alegria e a dor, a esperança e o medo, o amor e o ódio, a gratidão e a inveja, a solidariedade e a malícia conferem ao filme significado e valor. Quais as possibilidades de o cinema exprimir esses sentimentos de forma convincente?
Sem dúvida, uma emoção que não pode manifestar-se verbalmente perde parte de sua força; no entanto, os gestos, os atos e as expressões faciais se entrelaçam de tal forma no processo psíquico de uma emoção intensa que, para cada nuança, pode-se chegar à expressão característica. Basta o rosto — os rictos em torno da boca, a expressão dos olhos, da testa, os movimentos das narinas e a determinação do queixo — para conferir inúmeras nuanças à cor do sentimento. O close-up pode avivar muito a impressão. É no auge da emoção no palco que o espectador de teatro recorre aos binóculos para captar a sutil emoção dos lábios, a paixão ou o terror expressos no olhar, o tremor das faces. Na tela, a ampliação por meio do close-up acentua ao máximo a ação emocional do rosto, podendo também destacar o movimento das mãos, por meio do qual a raiva e a fúria, o amor ou o ciúme falam em linguagem inconfundível. Se a cena tende para o humor, um close-up de pés em colóquio amoroso pode muito bem contar o que se passa no coração dos seus donos. Os limites, todavia, são estreitos. Muitos sintomas emocionais, tais como corar ou empalidecer, se perderiam na expressão meramente fotográfica, e, o que é mais importante, essas e muitas outras manifestações dos sentimentos fogem ao controle voluntário. Os atores de cinema podem recriar os movimentos cuidadosamente, imitando as contrações e os relaxamentos dos músculos, e, mesmo assim, ser incapazes de reproduzir os processos mais essenciais à verdadeira emoção — os que se passam nas glândulas, nos vasos sanguíneos e nos músculos autônomos.
Hugo Munsterberg. As emoções. In: Ismail Xavier.
A experiência do cinema. Rio de Janeiro: Graal, 1983, p. 46-7 (com adaptações).
Com relação aos aspectos linguísticos apresentados no texto, julgue o item subsequente.
Sem prejuízo da coerência e da correção gramatical do texto, a expressão “às frases de efeito” poderia ser substituída por a frases de efeito.
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O principal objetivo do cinema é retratar as emoções. O teatro pode recorrer às frases de efeito e sustentar o interesse da plateia por meio de diálogos eminentemente intelectuais, e não emocionais. Já para o ator de cinema, a ação é fundamental: é o único meio de assegurar a atenção do espectador, e mais, o seu significado e a sua unidade emergem dos sentimentos e das emoções que a determinam. No cinema, mais do que no teatro, os personagens são, antes de tudo, sujeitos de experiências emocionais. A alegria e a dor, a esperança e o medo, o amor e o ódio, a gratidão e a inveja, a solidariedade e a malícia conferem ao filme significado e valor. Quais as possibilidades de o cinema exprimir esses sentimentos de forma convincente?
Sem dúvida, uma emoção que não pode manifestar-se verbalmente perde parte de sua força; no entanto, os gestos, os atos e as expressões faciais se entrelaçam de tal forma no processo psíquico de uma emoção intensa que, para cada nuança, pode-se chegar à expressão característica. Basta o rosto — os rictos em torno da boca, a expressão dos olhos, da testa, os movimentos das narinas e a determinação do queixo — para conferir inúmeras nuanças à cor do sentimento. O close-up pode avivar muito a impressão. É no auge da emoção no palco que o espectador de teatro recorre aos binóculos para captar a sutil emoção dos lábios, a paixão ou o terror expressos no olhar, o tremor das faces. Na tela, a ampliação por meio do close-up acentua ao máximo a ação emocional do rosto, podendo também destacar o movimento das mãos, por meio do qual a raiva e a fúria, o amor ou o ciúme falam em linguagem inconfundível. Se a cena tende para o humor, um close-up de pés em colóquio amoroso pode muito bem contar o que se passa no coração dos seus donos. Os limites, todavia, são estreitos. Muitos sintomas emocionais, tais como corar ou empalidecer, se perderiam na expressão meramente fotográfica, e, o que é mais importante, essas e muitas outras manifestações dos sentimentos fogem ao controle voluntário. Os atores de cinema podem recriar os movimentos cuidadosamente, imitando as contrações e os relaxamentos dos músculos, e, mesmo assim, ser incapazes de reproduzir os processos mais essenciais à verdadeira emoção — os que se passam nas glândulas, nos vasos sanguíneos e nos músculos autônomos.
Hugo Munsterberg. As emoções. In: Ismail Xavier.
A experiência do cinema. Rio de Janeiro: Graal, 1983, p. 46-7 (com adaptações).
Com relação aos aspectos linguísticos apresentados no texto, julgue o item subsequente.
O sujeito da oração “e, mesmo assim, ser incapazes”, em que se observa a elipse da forma verbal podem, retoma “Os atores de cinema”, o que justifica o emprego do plural em “incapazes”.
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O principal objetivo do cinema é retratar as emoções. O teatro pode recorrer às frases de efeito e sustentar o interesse da plateia por meio de diálogos eminentemente intelectuais, e não emocionais. Já para o ator de cinema, a ação é fundamental: é o único meio de assegurar a atenção do espectador, e mais, o seu significado e a sua unidade emergem dos sentimentos e das emoções que a determinam. No cinema, mais do que no teatro, os personagens são, antes de tudo, sujeitos de experiências emocionais. A alegria e a dor, a esperança e o medo, o amor e o ódio, a gratidão e a inveja, a solidariedade e a malícia conferem ao filme significado e valor. Quais as possibilidades de o cinema exprimir esses sentimentos de forma convincente?
Sem dúvida, uma emoção que não pode manifestar-se verbalmente perde parte de sua força; no entanto, os gestos, os atos e as expressões faciais se entrelaçam de tal forma no processo psíquico de uma emoção intensa que, para cada nuança, pode-se chegar à expressão característica. Basta o rosto — os rictos em torno da boca, a expressão dos olhos, da testa, os movimentos das narinas e a determinação do queixo — para conferir inúmeras nuanças à cor do sentimento. O close-up pode avivar muito a impressão. É no auge da emoção no palco que o espectador de teatro recorre aos binóculos para captar a sutil emoção dos lábios, a paixão ou o terror expressos no olhar, o tremor das faces. Na tela, a ampliação por meio do close-up acentua ao máximo a ação emocional do rosto, podendo também destacar o movimento das mãos, por meio do qual a raiva e a fúria, o amor ou o ciúme falam em linguagem inconfundível. Se a cena tende para o humor, um close-up de pés em colóquio amoroso pode muito bem contar o que se passa no coração dos seus donos. Os limites, todavia, são estreitos. Muitos sintomas emocionais, tais como corar ou empalidecer, se perderiam na expressão meramente fotográfica, e, o que é mais importante, essas e muitas outras manifestações dos sentimentos fogem ao controle voluntário. Os atores de cinema podem recriar os movimentos cuidadosamente, imitando as contrações e os relaxamentos dos músculos, e, mesmo assim, ser incapazes de reproduzir os processos mais essenciais à verdadeira emoção — os que se passam nas glândulas, nos vasos sanguíneos e nos músculos autônomos.
Hugo Munsterberg. As emoções. In: Ismail Xavier.
A experiência do cinema. Rio de Janeiro: Graal, 1983, p. 46-7 (com adaptações).
Com relação aos aspectos linguísticos apresentados no texto, julgue o item subsequente.
Mantendo-se a correção gramatical do texto, a frase interrogativa que encerra o primeiro parágrafo do texto poderia ser reescrita da seguinte maneira: Se pergunta quais as possibilidades têm o cinema de exprimir esses sentimentos de forma convincente?
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O principal objetivo do cinema é retratar as emoções. O teatro pode recorrer às frases de efeito e sustentar o interesse da plateia por meio de diálogos eminentemente intelectuais, e não emocionais. Já para o ator de cinema, a ação é fundamental: é o único meio de assegurar a atenção do espectador, e mais, o seu significado e a sua unidade emergem dos sentimentos e das emoções que a determinam. No cinema, mais do que no teatro, os personagens são, antes de tudo, sujeitos de experiências emocionais. A alegria e a dor, a esperança e o medo, o amor e o ódio, a gratidão e a inveja, a solidariedade e a malícia conferem ao filme significado e valor. Quais as possibilidades de o cinema exprimir esses sentimentos de forma convincente?
Sem dúvida, uma emoção que não pode manifestar-se verbalmente perde parte de sua força; no entanto, os gestos, os atos e as expressões faciais se entrelaçam de tal forma no processo psíquico de uma emoção intensa que, para cada nuança, pode-se chegar à expressão característica. Basta o rosto — os rictos em torno da boca, a expressão dos olhos, da testa, os movimentos das narinas e a determinação do queixo — para conferir inúmeras nuanças à cor do sentimento. O close-up pode avivar muito a impressão. É no auge da emoção no palco que o espectador de teatro recorre aos binóculos para captar a sutil emoção dos lábios, a paixão ou o terror expressos no olhar, o tremor das faces. Na tela, a ampliação por meio do close-up acentua ao máximo a ação emocional do rosto, podendo também destacar o movimento das mãos, por meio do qual a raiva e a fúria, o amor ou o ciúme falam em linguagem inconfundível. Se a cena tende para o humor, um close-up de pés em colóquio amoroso pode muito bem contar o que se passa no coração dos seus donos. Os limites, todavia, são estreitos. Muitos sintomas emocionais, tais como corar ou empalidecer, se perderiam na expressão meramente fotográfica, e, o que é mais importante, essas e muitas outras manifestações dos sentimentos fogem ao controle voluntário. Os atores de cinema podem recriar os movimentos cuidadosamente, imitando as contrações e os relaxamentos dos músculos, e, mesmo assim, ser incapazes de reproduzir os processos mais essenciais à verdadeira emoção — os que se passam nas glândulas, nos vasos sanguíneos e nos músculos autônomos.
Hugo Munsterberg. As emoções. In: Ismail Xavier.
A experiência do cinema. Rio de Janeiro: Graal, 1983, p. 46-7 (com adaptações).
Julgue o item, relativo às ideias expressas no texto.
Segundo o texto, no cinema, as emoções são expressas por meio da ação, único recurso disponível ao ator que deseja ser reconhecido pelo público.
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