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Foram encontradas 45 questões.

2121000 Ano: 2020
Disciplina: Direito Urbanístico
Banca: FUNDATEC
Orgão: Pref. Porto Alegre-RS

O Código de Posturas do Município de Porto Alegre proíbe expressamente, EXCETO:

 

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2120999 Ano: 2020
Disciplina: Direitos Humanos
Banca: FUNDATEC
Orgão: Pref. Porto Alegre-RS

Sobre o Sinapir – Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, instituído pela Lei Federal nº 12.288/2010, analise as assertivas abaixo:

I. Tem como objetivo implementação do conjunto de políticas e serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no Brasil.

II. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão participar do Sinapir mediante adesão.

III. Fica vedado pelo poder público federal a participação da iniciativa privada no Sinapir.

Quais estão corretas?

 

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2120998 Ano: 2020
Disciplina: Saúde Pública
Banca: FUNDATEC
Orgão: Pref. Porto Alegre-RS

Atenção Básica, segundo a Portaria do Ministério da Saúde nº 2.436/2017, é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe e dirigida à população , sobre as quais as equipes assumem responsabilidade .

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.

 

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2120997 Ano: 2020
Disciplina: Saúde Pública
Banca: FUNDATEC
Orgão: Pref. Porto Alegre-RS

De acordo com a Lei nº 8.142/1990, a Conferência de Saúde e o Conselho de Saúde são instâncias colegiadas, sem substituição das funções legislativas do:

 

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2120996 Ano: 2020
Disciplina: Saúde Pública
Banca: FUNDATEC
Orgão: Pref. Porto Alegre-RS

A respeito da saúde, de acordo com a Lei Federal nº 8.080/1990, analise as assertivas abaixo:

I. Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do Brasil.

II. Refere-se à saúde, também, as ações que se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar social.

III. Os níveis de saúde são fatores determinantes e condicionantes para a organização social e econômica do País.

IV. Os níveis de saúde e o acesso aos bens e serviços essenciais juntos determinam a organização social do Brasil.

Quais estão corretas?

 

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2120995 Ano: 2020
Disciplina: Português
Banca: FUNDATEC
Orgão: Pref. Porto Alegre-RS

Até onde ajudar

Por JJ. Camargo

As pessoas são tão diferentes que, ao envelhecer, descobrimos que não há modelos comportamentais antecipáveis ou minimamente previsíveis. E justo na fase madura, quando conscientemente, ou não, começamos a confiar que de comportamento humano somos entendidos, mais estamos expostos a surpresas arrasadoras, a desafiar a nossa pretensiosa condição de oráculos da modernidade.

O Julio era um empresário bem sucedido, se isso significar que ele soube construir uma grande fortuna. Na primeira consulta, não andamos bem, porque ele estava visivelmente contrariado de estar ali, trazido pela mulher para que fizesse um check-up, porque fumara a vida toda. Só começamos a descobrir algumas identidades quando dias depois, ao entrar no consultório, ele ouviu, na música ambiente, Ne me Quitte Pas, na maravilhosa versão da Maysa, e pareceu tão magnetizado, que a consulta só começou, de fato, depois dos três minutos e 11 segundos que dura a tal gravação.

A partir daí, instalou-se a rotina afetiva de garimpar todas as paixões recíprocas, o que sinaliza que encontramos um amigo potencial, e precisamos confirmar as evidências. Com essa base diferenciada, nossa relação migrou para um nível superior, onde imperava a disputa, acirrada e sadia, pela maior expressão de bom gosto – musical, literário ou o que fosse. Como pouco conhecia da sua família, porque passou a vir ao consultório sozinho, não pareceu nem um pouco estranho quando, cinco anos depois, ao agendar um horário, deixou um recado debochado com a secretária: "Diga pro teu chefe que desta vez é sobre uma coisa séria".

Numa radiografia de tórax, que fazia parte do protocolo que ele impunha anualmente a si e aos executivos da sua empresa, aparecera um tumor de uns quatro centímetros, sem sinais grosseiros de disseminação. Ouviu em silêncio e com ar de enfaro minhas explicações sobre os exames que teríamos de fazer, inclusive de atualização dos achados pulmonares porque já se passavam quatro meses da tomografia reveladora da lesão. Tentei mantê-lo animado, porque a chance de cura era bastante boa, e então ele me interrompeu:

— Deves estar surpreso pela demora em te procurar, mas, na verdade, quando recebi este laudo do radiologista varei noites sem saber o que fazer, com os olhos fechados para que minha mulher pensasse que dormia. Agora que tomei a decisão mais importante e difícil da minha vida, entenderás que estes quatro meses não significaram nenhuma perda de tempo, só o amadurecimento de uma ideia!

Selecionou uma imagem ampliada da tomografia que mostrava a lesão e acelerou as palavras como quem quer se livrar logo do peso da decisão:

— Se este filho da mãe pretendeu me assustar, errou o bote, ele veio para me salvar!

Nova pausa:

— Li muito sobre câncer de pulmão, confio nele, e sei que ele está pronto para cumprir seu papel, mas infelizmente eu dependo da tua ajuda. Eu quero muito morrer, mas não suportaria que meus filhos soubessem disso. Então, tens que me ajudar, dizendo que o meu caso não tem solução. Eles confiam cegamente em ti, e isso ficará como um segredo, o maior segredo entre dois amigos de verdade!

A maior tristeza é a que veste convicção. E esta me nocauteou. Treinado para sempre escolher a vida, não respondi. Calado, foi como se lhe dissesse: "Não me dê sua mão porque eu não saberia o que fazer com ela!".

Ele deixou o fone de casa e saiu. Cinco meses depois, soube que tinha morrido, e o obituário dava conta de não ter resistido a um infarto fulminante. Todos comentaram com surpresa a sua morte, "porque afinal ele era um homem que nunca esteve doente".

Diante da minhaII) vã pretensão de ajudar, o coração soubera mais como fazer. E sem transferir a culpa para ninguémIII).

(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br//2020/03/12 – texto especialmente adaptado

para esta prova.)

Considerando o título e o último parágrafo do texto, pode-se afirmar que:

I. A conclusão corrobora aquilo a que se propõe o título, mostrando a opinião do autor acerca do limite da ajuda dada a um paciente.

II. O uso do pronome possessivo “minha” garante a inserção da opinião do autor no texto.

III. Ao utilizar o pronome indefinido “ninguém”, exime-se a responsabilidade do autor sobre a afirmação contida no parágrafo.

Quais estão corretas?

 

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2120951 Ano: 2020
Disciplina: Português
Banca: FUNDATEC
Orgão: Pref. Porto Alegre-RS

Até onde ajudar

Por JJ. Camargo

As pessoas são tão diferentes que,I) ao envelhecer,I) descobrimos que não há modelos comportamentais antecipáveis ou minimamente previsíveis. E justo na fase madura, quando conscientemente, ou não, começamos a confiar que de comportamento humano somos entendidos, mais estamos expostos a surpresas arrasadoras, a desafiar a nossa pretensiosa condição de oráculos da modernidade.

O Julio era um empresário bem sucedido, se isso significar que ele soube construir uma grande fortuna. Na primeira consulta,II) não andamos bem,II) porque ele estava visivelmente contrariado de estar ali, trazido pela mulher para que fizesse um check-up, porque fumara a vida toda. Só começamos a descobrir algumas identidades quando dias depois, ao entrar no consultório, ele ouviu, na música ambiente, Ne me Quitte Pas, na maravilhosa versão da Maysa, e pareceu tão magnetizado, que a consulta só começou, de fato, depois dos três minutos e 11 segundos que dura a tal gravação.

A partir daí,III) instalou-se a rotina afetiva de garimpar todas as paixões recíprocas, o que sinaliza que encontramos um amigo potencial, e precisamos confirmar as evidências. Com essa base diferenciada, nossa relação migrou para um nível superior, onde imperava a disputa, acirrada e sadia, pela maior expressão de bom gosto – musical, literário ou o que fosse. Como pouco conhecia da sua família, porque passou a vir ao consultório sozinho, não pareceu nem um pouco estranho quando, cinco anos depois, ao agendar um horário, deixou um recado debochado com a secretária: "Diga pro teu chefe que desta vez é sobre uma coisa séria".

Numa radiografia de tórax, que fazia parte do protocolo que ele impunha anualmente a si e aos executivos da sua empresa, aparecera um tumor de uns quatro centímetros, sem sinais grosseiros de disseminação. Ouviu em silêncio e com ar de enfaro minhas explicações sobre os exames que teríamos de fazer, inclusive de atualização dos achados pulmonares porque já se passavam quatro meses da tomografia reveladora da lesão. Tentei mantê-lo animado, porque a chance de cura era bastante boa, e então ele me interrompeu:

— Deves estar surpreso pela demora em te procurar, mas, na verdade, quando recebi este laudo do radiologista varei noites sem saber o que fazer, com os olhos fechados para que minha mulher pensasse que dormia. Agora que tomei a decisão mais importante e difícil da minha vida, entenderás que estes quatro meses não significaram nenhuma perda de tempo, só o amadurecimento de uma ideia!

Selecionou uma imagem ampliada da tomografia que mostrava a lesão e acelerou as palavras como quem quer se livrar logo do peso da decisão:

— Se este filho da mãe pretendeu me assustar, errou o bote, ele veio para me salvar!

Nova pausa:

— Li muito sobre câncer de pulmão, confio nele, e sei que ele está pronto para cumprir seu papel, mas infelizmente eu dependo da tua ajuda. Eu quero muito morrer, mas não suportaria que meus filhos soubessem disso. Então, tens que me ajudar, dizendo que o meu caso não tem solução. Eles confiam cegamente em ti, e isso ficará como um segredo, o maior segredo entre dois amigos de verdade!

A maior tristeza é a que veste convicção. E esta me nocauteou. Treinado para sempre escolher a vida,III) não respondi. Calado, foi como se lhe dissesse: "Não me dê sua mão porque eu não saberia o que fazer com ela!".

Ele deixou o fone de casa e saiu. Cinco meses depois, soube que tinha morrido, e o obituário dava conta de não ter resistido a um infarto fulminante. Todos comentaram com surpresa a sua morte, "porque afinal ele era um homem que nunca esteve doente".

Diante da minha vã pretensão de ajudar, o coração soubera mais como fazer. E sem transferir a culpa para ninguém.

(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br//2020/03/12 – texto especialmente adaptado

para esta prova.)

Observe as seguintes afirmativas acerca de pontuação:

I. As vírgulas em destaque isolam uma oração.

II. As vírgulas da linha em destaque separam termos de mesmo valor.

III. As vírgulas em destaque marcam o deslocamento de termos de mesma função.

Quais estão corretas?

 

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2120950 Ano: 2020
Disciplina: Português
Banca: FUNDATEC
Orgão: Pref. Porto Alegre-RS

Até onde ajudar

Por JJ. Camargo

As pessoas são tão diferentes que, ao envelhecer, descobrimos que não há modelos comportamentais antecipáveis ou minimamente previsíveis. E justo na fase madura, quando conscientemente, ou não, começamos a confiar que de comportamento humano somos entendidos, mais estamos expostos a surpresas arrasadoras, a desafiar a nossa pretensiosa condição de oráculos da modernidade.

O Julio era um empresário bem sucedido, se isso significar que ele soube construir uma grande fortuna. Na primeira consulta, não andamos bem, porque ele estava visivelmente contrariado de estar ali, trazido pela mulher para que fizesse um check-up, porque fumara a vida toda. Só começamos a descobrir algumas identidades quando dias depois, ao entrar no consultório, ele ouviu, na música ambiente, Ne me Quitte Pas, na maravilhosa versão da Maysa, e pareceu tão magnetizado, que a consulta só começou, de fato, depois dos três minutos e 11 segundos que dura a tal gravação.

A partir daí, instalou-se a rotina afetiva de garimpar todas as paixões recíprocas, o que sinaliza que encontramos um amigo potencial, e precisamos confirmar as evidências. Com essa base diferenciada, nossa relação migrou para um nível superior, onde imperava a disputa, acirrada e sadia, pela maior expressão de bom gosto – musical, literário ou o que fosse. Como pouco conhecia da sua família, porque passou a vir ao consultório sozinho, não pareceu nem um pouco estranho quando, cinco anos depois, ao agendar um horário, deixou um recado debochado com a secretária: "Diga pro teu chefe que desta vez é sobre uma coisa séria".

Numa radiografia de tórax, que fazia parte do protocolo que ele impunha anualmente a si e aos executivos da sua empresa, aparecera um tumor de uns quatro centímetros, sem sinais grosseiros de disseminação. Ouviu em silêncio e com ar de enfaro minhas explicações sobre os exames que teríamos de fazer, inclusive de atualização dos achados pulmonares porque já se passavam quatro meses da tomografia reveladora da lesão. Tentei mantê-lo animado, porque a chance de cura era bastante boa, e então ele me interrompeu:

— Deves estar surpreso pela demora em te procurar, mas, na verdade, quando recebi este laudo do radiologista varei noites sem saber o que fazer, com os olhos fechados para que minha mulher pensasse que dormia. Agora que tomei a decisão mais importante e difícil da minha vida, entenderás que estes quatro meses não significaram nenhuma perda de tempo, só o amadurecimento de uma ideia!

Selecionou uma imagem ampliada da tomografia que mostrava a lesão e acelerou as palavras como quem quer se livrar logo do peso da decisão:

— Se este filho da mãe pretendeu me assustar, errou o bote, ele veio para me salvar!

Nova pausa:

— Li muito sobre câncer de pulmão, confio nele, e sei que ele está pronto para cumprir seu papel, mas infelizmente eu dependo da tua ajuda. Eu quero muito morrer, mas não suportaria que meus filhos soubessem disso. Então, tens que me ajudar, dizendo que o meu caso não tem solução. Eles confiam cegamente em ti, e isso ficará como um segredo, o maior segredo entre dois amigos de verdade!

A maior tristeza é a que veste convicção. E esta me nocauteou. Treinado para sempre escolher a vida, não respondi. Calado, foi como se lhe dissesse: "Não me dê sua mão porque eu não saberia o que fazer com ela!".

Ele deixou o fone de casa e saiu. Cinco meses depois, soube que tinha morrido, e o obituário dava conta de não ter resistido a um infarto fulminante. Todos comentaram com surpresa a sua morte, "porque afinal ele era um homem que nunca esteve doente".

Diante da minha vã pretensão de ajudar, o coração soubera mais como fazer. E sem transferir a culpa para ninguém.

(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br//2020/03/12 – texto especialmente adaptado

para esta prova.)

Avalie as seguintes afirmações sobre acentuação gráfica em vocábulos do texto:

I. As palavras “antecipáveis” e “previsíveis” recebem acento gráfico em função de regras distintas.

II. O vocábulo “daí” é acentuado em função da ocorrência de um ditongo decrescente.

III. “mantê-lo”, infinitivo seguido de pronome, segue a mesma regra dos vocábulos oxítonos terminados em -a, -e, -o, seguidos ou não de -s.

Quais estão corretas?

 

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2120949 Ano: 2020
Disciplina: Português
Banca: FUNDATEC
Orgão: Pref. Porto Alegre-RS

Até onde ajudar

Por JJ. Camargo

As pessoas são tão diferentes que, ao envelhecer, descobrimos que não há modelos comportamentais antecipáveis ou minimamente previsíveis. E justo na fase madura, quando conscientemente, ou não, começamos a confiar que de comportamento humano somos entendidos, mais estamos expostos a surpresas arrasadoras, a desafiar a nossa pretensiosa condição de oráculos da modernidade.

O Julio era um empresário bem sucedido, se isso significar que ele soube construir uma grande fortuna. Na primeira consulta, não andamos bem, porque ele estava visivelmente contrariado de estar ali, trazido pela mulher para que fizesse um check-up, porque fumara a vida toda. Só começamos a descobrir algumas identidades quando dias depois, ao entrar no consultório, ele ouviu, na música ambiente, Ne me Quitte Pas, na maravilhosa versão da Maysa, e pareceu tão magnetizado, que a consulta só começou, de fato, depois dos três minutos e 11 segundos que dura a tal gravação.

A partir daí, instalou-se a rotina afetiva de garimpar todas as paixões recíprocas, o que sinaliza que encontramos um amigo potencial, e precisamos confirmar as evidências. Com essa base diferenciada, nossa relação migrou para um nível superior, onde imperava a disputa, acirrada e sadia, pela maior expressão de bom gosto – musical, literário ou o que fosse. Como pouco conhecia da sua família, porque passou a vir ao consultório sozinho, não pareceu nem um pouco estranho quando, cinco anos depois, ao agendar um horário, deixou um recado debochado com a secretária: "Diga pro teu chefe que desta vez é sobre uma coisa séria".

Numa radiografia de tórax, que fazia parte do protocolo que ele impunha anualmente a si e aos executivos da sua empresa, aparecera um tumor de uns quatro centímetros, sem sinais grosseiros de disseminação. Ouviu em silêncio e com ar de enfaro minhas explicações sobre os exames que teríamos de fazer, inclusive de atualização dos achados pulmonares porque já se passavam quatro meses da tomografia reveladora da lesão. Tentei mantê-lo animado, porque a chance de cura era bastante boa, e então ele me interrompeu:

— Deves estar surpreso pela demora em te procurar, mas, na verdade, quando recebi este laudo do radiologista varei noites sem saber o que fazer, com os olhos fechados para que minha mulher pensasse que dormia. Agora que tomei a decisão mais importante e difícil da minha vida, entenderás que estes quatro meses não significaram nenhuma perda de tempo, só o amadurecimento de uma ideia!

Selecionou uma imagem ampliada da tomografia que mostrava a lesão e acelerou as palavras como quem quer se livrar logo do peso da decisão:

— Se este filho da mãe pretendeu me assustar, errou o bote, ele veio para me salvar!

Nova pausa:

— Li muito sobre câncer de pulmão, confio nele, e sei que ele está pronto para cumprir seu papel, mas infelizmente eu dependo da tua ajuda. Eu quero muito morrer, mas não suportaria que meus filhos soubessem disso. Então, tens que me ajudar, dizendo que o meu caso não tem solução. Eles confiam cegamente em ti, e isso ficará como um segredo, o maior segredo entre dois amigos de verdade!

A maior tristeza é a que veste convicção. E esta me nocauteou. Treinado para sempre escolher a vida, não respondi. Calado, foi como se lhe dissesse: "Não me dê sua mão porque eu não saberia o que fazer com ela!".

Ele deixou o fone de casa e saiu. Cinco meses depois, soube que tinha morrido, e o obituário dava conta de não ter resistido a um infarto fulminante. Todos comentaram com surpresa a sua morte, "porque afinal ele era um homem que nunca esteve doente".

Diante da minha vã pretensão de ajudar, o coração soubera mais como fazer. E sem transferir a culpa para ninguém.

(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br//2020/03/12 – texto especialmente adaptado

para esta prova.)

Assinale a alternativa cuja afirmação está correta no que tange a fonemas e letras que compõem determinados vocábulos retirados do texto.

 

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Banca: FUNDATEC
Orgão: Pref. Porto Alegre-RS

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Por JJ. Camargo

As pessoas são tão diferentes que, ao envelhecer, descobrimos que não há modelos comportamentais antecipáveis ou minimamente previsíveis. E justo na fase madura, quando conscientemente, ou não, começamos a confiar que de comportamento humano somos entendidos, mais estamos expostos a surpresas arrasadoras, a desafiar a nossa pretensiosa condição de oráculos da modernidade.

O Julio era um empresário bem sucedido, se isso significar que ele soube construir uma grande fortuna. Na primeira consulta, não andamos bem, porque ele estava visivelmente contrariado de estar ali, trazido pela mulher para que fizesse um check-up, porque fumara a vida toda. Só começamos a descobrir algumas identidades quando dias depois, ao entrar no consultório, ele ouviu, na música ambiente, Ne me Quitte Pas, na maravilhosa versão da Maysa, e pareceu tão magnetizado, que a consulta só começou, de fato, depois dos três minutos e 11 segundos que dura a tal gravação.

A partir daí, instalou-se a rotina afetiva de garimpar todas as paixões recíprocas, o que sinaliza que encontramos um amigo potencial, e precisamos confirmar as evidências. Com essa base diferenciada, nossa relação migrou para um nível superior, onde imperava a disputa, acirrada e sadia, pela maior expressão de bom gosto – musical, literário ou o que fosse. Como pouco conhecia da sua família, porque passou a vir ao consultório sozinho, não pareceu nem um pouco estranho quando, cinco anos depois, ao agendar um horário, deixou um recado debochado com a secretária: "Diga pro teu chefe que desta vez é sobre uma coisa séria".

Numa radiografia de tórax, que fazia parte do protocolo que ele impunha anualmente a si e aos executivos da sua empresa, aparecera um tumor de uns quatro centímetros, sem sinais grosseiros de disseminação Ouviu em silêncio e com ar de enfaro minhas explicações sobre os exames que teríamos de fazer, inclusive de atualização dos achados pulmonares porque já se passavam quatro meses da tomografia reveladora da lesão. Tentei mantê-lo animado, porque a chance de cura era bastante boa, e então ele me interrompeu:

— Deves estar surpreso pela demora em te procurar, mas, na verdade, quando recebi este laudo do radiologista varei noites sem saber o que fazer, com os olhos fechados para que minha mulher pensasse que dormia. Agora que tomei a decisão mais importante e difícil da minha vida, entenderás que estes quatro meses não significaram nenhuma perda de tempo, só o amadurecimento de uma ideia!

Selecionou uma imagem ampliada da tomografia que mostrava a lesão e acelerou as palavras como quem quer se livrar logo do peso da decisão:

— Se este filho da mãe pretendeu me assustar, errou o bote, ele veio para me salvar!

Nova pausa:

— Li muito sobre câncer de pulmão, confio nele, e sei que ele está pronto para cumprir seu papel, mas infelizmente eu dependo da tua ajuda. Eu quero muito morrer, mas não suportaria que meus filhos soubessem disso. Então, tens que me ajudar, dizendo que o meu caso não tem solução. Eles confiam cegamente em ti, e isso ficará como um segredo, o maior segredo entre dois amigos de verdade!

A maior tristeza é a que veste convicção. E esta me nocauteou. Treinado para sempre escolher a vida, não respondi. Calado, foi como se lhe dissesse: "Não me dê sua mão porque eu não saberia o que fazer com ela!".

Ele deixou o fone de casa e saiu. Cinco meses depois, soube que tinha morrido, e o obituário dava conta de não ter resistido a um infarto fulminante. Todos comentaram com surpresa a sua morte, "porque afinal ele era um homem que nunca esteve doente".

Diante da minha vã pretensão de ajudar, o coração soubera mais como fazer. E sem transferir a culpa para ninguém.

(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br//2020/03/12 – texto especialmente adaptado

para esta prova.)

No contexto em que ocorre, a palavra ‘enfaro’ só NÃO poderia ser substituída por:

 

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