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72222 Ano: 2009
Disciplina: Português
Banca: IFS
Orgão: IFS

Criando um monstro

(Karina dos Santos Cabral)

O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por... Nada? Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade? O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: 'ela *não* quis falar comigo'. A garota disse *não*, *não* quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um *não*. Seu desejo era mais importante.

Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados. Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o *não* da menina Eloá foi o único.

Faltaram muitos outros *nãos* nessa história toda. Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos *NÃO* podia namorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer que *NÃO* iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha. Faltou outros pais dizerem que *NÃO* iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida. Faltou a polícia dizer *NÃO* ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá. Faltou o governo dizer *NÃO* ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram. Simples assim. *N Ã O*.

Pelo jeito, a única que disse *não* nessa história foi punida com uma bala na cabeça. O mundo está carente de *nãos*. Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer *não* às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer *não* aos maridos (e alguns maridos, temem dizer *não* às esposas). Pessoas têm medo de dizer *não* aos amigos. Noras que não conseguem dizer *não* às sogras, chefes que não dizem *não* aos subordinados, gente que não consegue dizer *não* aos próprios desejos. E assim são criados alguns monstros.

Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um *não*, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, 'não posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos. Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias. Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer *não*, você *não* pode bater no seu amiguinho. *Não*, você *não* vai assistir a uma novela feita para adultos. *Não*, você *não* vai fumar maconha enquanto for contra a lei. *Não*, você *não* vai passar a madrugada na rua. *Não*, você *não* vai dirigir sem carteira de habilitação. *Não*, você *não* vai beber uma cervejinha enquanto *não* fizer 18 anos. *Não*, essas pessoas *não* são companhias pra você. *Não*, hoje você *não* vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate. *Não*, aqui *não* é lugar para você ficar. *Não*, você *não* vai faltar na escola sem estar doente. *Não*, essa conversa *não* é pra você se meter. *Não*, com isto você *não* vai brincar. *Não*, hoje você está de castigo e *não* vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes *NÃOS* crescem sem saber que o mundo *não* é só deles. E aí, no primeiro *não* que a vida dá (e a vida dá muitos) surtam. Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante. Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um *não*. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer – é também responsabilidade. E quem ouve uns *nãos* de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer *não* a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem.

O *não* protege, ensina e prepara. Por mais que seja difícil, eu tento dizer *não* aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os *nãos* que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.

Em “Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes *NÃOS* crescem sem saber que o mundo *não* é só deles.” (8º parágrafo) e em “O *não* protege, ensina e prepara.” (9º parágrafo), não temos:

 

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72221 Ano: 2009
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O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por... Nada? Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade? O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: 'ela *não* quis falar comigo'. A garota disse *não*, *não* quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um *não*. Seu desejo era mais importante.

Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados. Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o *não* da menina Eloá foi o único.

Faltaram muitos outros *nãos* nessa história toda. Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos *NÃO* podia namorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer que *NÃO* iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha. Faltou outros pais dizerem que *NÃO* iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida. Faltou a polícia dizer *NÃO* ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá. Faltou o governo dizer *NÃO* ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram. Simples assim. *N Ã O*.

Pelo jeito, a única que disse *não* nessa história foi punida com uma bala na cabeça. O mundo está carente de *nãos*. Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer *não* às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer *não* aos maridos (e alguns maridos, temem dizer *não* às esposas). Pessoas têm medo de dizer *não* aos amigos. Noras que não conseguem dizer *não* às sogras, chefes que não dizem *não* aos subordinados, gente que não consegue dizer *não* aos próprios desejos. E assim são criados alguns monstros.

Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um *não*, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, 'não posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos. Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias. Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer *não*, você *não* pode bater no seu amiguinho. *Não*, você *não* vai assistir a uma novela feita para adultos. *Não*, você *não* vai fumar maconha enquanto for contra a lei. *Não*, você *não* vai passar a madrugada na rua. *Não*, você *não* vai dirigir sem carteira de habilitação. *Não*, você *não* vai beber uma cervejinha enquanto *não* fizer 18 anos. *Não*, essas pessoas *não* são companhias pra você. *Não*, hoje você *não* vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate. *Não*, aqui *não* é lugar para você ficar. *Não*, você *não* vai faltar na escola sem estar doente. *Não*, essa conversa *não* é pra você se meter. *Não*, com isto você *não* vai brincar. *Não*, hoje você está de castigo e *não* vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes *NÃOS* crescem sem saber que o mundo *não* é só deles. E aí, no primeiro *não* que a vida dá (e a vida dá muitos) surtam. Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante. Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um *não*. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer – é também responsabilidade. E quem ouve uns *nãos* de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer *não* a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem.

O *não* protege, ensina e prepara. Por mais que seja difícil, eu tento dizer *não* aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os *nãos* que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.

Julgue a resposta mais adequada:

 

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O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por... Nada? Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade? O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: 'ela *não* quis falar comigo'. A garota disse *não*, *não* quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um *não*. Seu desejo era mais importante.

Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados. Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o *não* da menina Eloá foi o único.

Faltaram muitos outros *nãos* nessa história toda. Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos *NÃO* podia namorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer que *NÃO* iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha. Faltou outros pais dizerem que *NÃO* iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida. Faltou a polícia dizer *NÃO* ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá. Faltou o governo dizer *NÃO* ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram. Simples assim. *N Ã O*.

Pelo jeito, a única que disse *não* nessa história foi punida com uma bala na cabeça. O mundo está carente de *nãos*. Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer *não* às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer *não* aos maridos (e alguns maridos, temem dizer *não* às esposas). Pessoas têm medo de dizer *não* aos amigos. Noras que não conseguem dizer *não* às sogras, chefes que não dizem *não* aos subordinados, gente que não consegue dizer *não* aos próprios desejos. E assim são criados alguns monstros.

Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um *não*, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, 'não posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos. Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias. Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer *não*, você *não* pode bater no seu amiguinho. *Não*, você *não* vai assistir a uma novela feita para adultos. *Não*, você *não* vai fumar maconha enquanto for contra a lei. *Não*, você *não* vai passar a madrugada na rua. *Não*, você *não* vai dirigir sem carteira de habilitação. *Não*, você *não* vai beber uma cervejinha enquanto *não* fizer 18 anos. *Não*, essas pessoas *não* são companhias pra você. *Não*, hoje você *não* vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate. *Não*, aqui *não* é lugar para você ficar. *Não*, você *não* vai faltar na escola sem estar doente. *Não*, essa conversa *não* é pra você se meter. *Não*, com isto você *não* vai brincar. *Não*, hoje você está de castigo e *não* vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes *NÃOS* crescem sem saber que o mundo *não* é só deles. E aí, no primeiro *não* que a vida dá (e a vida dá muitos) surtam. Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante. Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um *não*. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer – é também responsabilidade. E quem ouve uns *nãos* de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer *não* a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem.

O *não* protege, ensina e prepara. Por mais que seja difícil, eu tento dizer *não* aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os *nãos* que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.

Em “Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias.” Não podemos inferir que:

 

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72219 Ano: 2009
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O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por... Nada? Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade? O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: 'ela *não* quis falar comigo'. A garota disse *não*, *não* quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um *não*. Seu desejo era mais importante.

Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados. Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o *não* da menina Eloá foi o único.

Faltaram muitos outros *nãos* nessa história toda. Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos *NÃO* podia namorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer que *NÃO* iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha. Faltou outros pais dizerem que *NÃO* iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida. Faltou a polícia dizer *NÃO* ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá. Faltou o governo dizer *NÃO* ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram. Simples assim. *N Ã O*.

Pelo jeito, a única que disse *não* nessa história foi punida com uma bala na cabeça. O mundo está carente de *nãos*. Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer *não* às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer *não* aos maridos (e alguns maridos, temem dizer *não* às esposas). Pessoas têm medo de dizer *não* aos amigos. Noras que não conseguem dizer *não* às sogras, chefes que não dizem *não* aos subordinados, gente que não consegue dizer *não* aos próprios desejos. E assim são criados alguns monstros.

Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um *não*, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, 'não posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos. Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias. Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer *não*, você *não* pode bater no seu amiguinho. *Não*, você *não* vai assistir a uma novela feita para adultos. *Não*, você *não* vai fumar maconha enquanto for contra a lei. *Não*, você *não* vai passar a madrugada na rua. *Não*, você *não* vai dirigir sem carteira de habilitação. *Não*, você *não* vai beber uma cervejinha enquanto *não* fizer 18 anos. *Não*, essas pessoas *não* são companhias pra você. *Não*, hoje você *não* vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate. *Não*, aqui *não* é lugar para você ficar. *Não*, você *não* vai faltar na escola sem estar doente. *Não*, essa conversa *não* é pra você se meter. *Não*, com isto você *não* vai brincar. *Não*, hoje você está de castigo e *não* vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes *NÃOS* crescem sem saber que o mundo *não* é só deles. E aí, no primeiro *não* que a vida dá (e a vida dá muitos) surtam. Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante. Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um *não*. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer – é também responsabilidade. E quem ouve uns *nãos* de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer *não* a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem.

O *não* protege, ensina e prepara. Por mais que seja difícil, eu tento dizer *não* aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os *nãos* que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.

Considerando a estrutura e a linguagem do texto, é mais conveniente concluir que:

 

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72075 Ano: 2009
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(Karina dos Santos Cabral)

O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por... Nada? Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade? O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: 'ela *não* quis falar comigo'. A garota disse *não*, *não* quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um *não*. Seu desejo era mais importante.

Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados. Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o *não* da menina Eloá foi o único.

Faltaram muitos outros *nãos* nessa história toda. Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos *NÃO* podia namorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer que *NÃO* iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha. Faltou outros pais dizerem que *NÃO* iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida. Faltou a polícia dizer *NÃO* ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá. Faltou o governo dizer *NÃO* ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram. Simples assim. *N Ã O*.

Pelo jeito, a única que disse *não* nessa história foi punida com uma bala na cabeça. O mundo está carente de *nãos*. Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer *não* às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer *não* aos maridos (e alguns maridos, temem dizer *não* às esposas). Pessoas têm medo de dizer *não* aos amigos. Noras que não conseguem dizer *não* às sogras, chefes que não dizem *não* aos subordinados, gente que não consegue dizer *não* aos próprios desejos. E assim são criados alguns monstros.

Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um *não*, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, 'não posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos. Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias. Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer *não*, você *não* pode bater no seu amiguinho. *Não*, você *não* vai assistir a uma novela feita para adultos. *Não*, você *não* vai fumar maconha enquanto for contra a lei. *Não*, você *não* vai passar a madrugada na rua. *Não*, você *não* vai dirigir sem carteira de habilitação. *Não*, você *não* vai beber uma cervejinha enquanto *não* fizer 18 anos. *Não*, essas pessoas *não* são companhias pra você. *Não*, hoje você *não* vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate. *Não*, aqui *não* é lugar para você ficar. *Não*, você *não* vai faltar na escola sem estar doente. *Não*, essa conversa *não* é pra você se meter. *Não*, com isto você *não* vai brincar. *Não*, hoje você está de castigo e *não* vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes *NÃOS* crescem sem saber que o mundo *não* é só deles. E aí, no primeiro *não* que a vida dá (e a vida dá muitos) surtam. Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante. Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um *não*. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer – é também responsabilidade. E quem ouve uns *nãos* de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer *não* a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem.

O *não* protege, ensina e prepara. Por mais que seja difícil, eu tento dizer *não* aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os *nãos* que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.

Sobre o emprego da palavra NÃO, não se pode afirmar que:

 

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O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por... Nada? Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade? O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: 'ela *não* quis falar comigo'. A garota disse *não*, *não* quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um *não*. Seu desejo era mais importante.

Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados. Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o *não* da menina Eloá foi o único.

Faltaram muitos outros *nãos* nessa história toda. Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos *NÃO* podia namorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer que *NÃO* iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha. Faltou outros pais dizerem que *NÃO* iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida. Faltou a polícia dizer *NÃO* ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá. Faltou o governo dizer *NÃO* ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram. Simples assim. *N Ã O*.

Pelo jeito, a única que disse *não* nessa história foi punida com uma bala na cabeça. O mundo está carente de *nãos*. Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer *não* às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer *não* aos maridos (e alguns maridos, temem dizer *não* às esposas). Pessoas têm medo de dizer *não* aos amigos. Noras que não conseguem dizer *não* às sogras, chefes que não dizem *não* aos subordinados, gente que não consegue dizer *não* aos próprios desejos. E assim são criados alguns monstros.

Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um *não*, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, 'não posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos. Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias. Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer *não*, você *não* pode bater no seu amiguinho. *Não*, você *não* vai assistir a uma novela feita para adultos. *Não*, você *não* vai fumar maconha enquanto for contra a lei. *Não*, você *não* vai passar a madrugada na rua. *Não*, você *não* vai dirigir sem carteira de habilitação. *Não*, você *não* vai beber uma cervejinha enquanto *não* fizer 18 anos. *Não*, essas pessoas *não* são companhias pra você. *Não*, hoje você *não* vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate. *Não*, aqui *não* é lugar para você ficar. *Não*, você *não* vai faltar na escola sem estar doente. *Não*, essa conversa *não* é pra você se meter. *Não*, com isto você *não* vai brincar. *Não*, hoje você está de castigo e *não* vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes *NÃOS* crescem sem saber que o mundo *não* é só deles. E aí, no primeiro *não* que a vida dá (e a vida dá muitos) surtam. Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante. Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um *não*. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer – é também responsabilidade. E quem ouve uns *nãos* de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer *não* a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem.

O *não* protege, ensina e prepara. Por mais que seja difícil, eu tento dizer *não* aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os *nãos* que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.

O emprego de interrogações em série no 1º parágrafo não resulta em:

 

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72070 Ano: 2009
Disciplina: Matemática Financeira
Banca: IFS
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“Essa técnica, que também é uma correção do valor atual, é recomendável para projetos mutuamente exclusivos e em situação de restrição de capital”. Este é o conceito de:

 

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72068 Ano: 2009
Disciplina: Matemática Financeira
Banca: IFS
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O “Período de Payback” é também chamado de:

 

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72396 Ano: 2009
Disciplina: Informática
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Quando um arquivo não pode ser alterado ou excluído acidentalmente deve-se assinalar em Propriedades do arquivo o atributo:

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72349 Ano: 2009
Disciplina: Direito Educacional e Tecnológico
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A Lei nº. 11.091, de 12 de janeiro de 2005, dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico- Administrativos em Educação, no âmbito das Instituições Federais de Ensino vinculadas ao Ministério da Educação, e suas alterações, disciplina o que se segue, exceto:

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