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A questão refere-se ao texto que segue.
No belíssimo ensaio em que trata das representações utópicas no século XVIII, Bronislaw Baczko1 assinala que a vontadede redimir a civilização moderna dos males que a afligem e de erguer uma ‘boa vida’ coletiva está presente nas mais variadas formasdo imaginário social, constituindo um marco do ‘espírito do tempo’. A busca de um modelo ideal de convivência humana evidencia-senão só na proliferação de textos redigidos nos moldes tradicionais da literatura utópica, narrando viagens a um país feliz e/ouelaborando projetos para um governo justo, mas, também, na abundância de imagens e ideias para a reforma social em uma imensaquantidade de escritos e documentos pertencentes seja à cultura douta, seja à popular (cf. Baczko, 1979, passim).
A esse respeito, lembra o comentador, a bibliografia especializada no assunto registra cerca de 80 relatos de viagensimaginárias, publicados na França entre 1676 e 1789, número que apresenta um crescimento impressionante, chegando a mais de2 mil textos, se forem consideradas as múltiplas e diferentes projeções utópicas presentes na literatura da época.
A imagem de homens livres e iguais que vivem fraternalmente em comunhão de bens, sem leis nem governos, representa,em geral, o ideal de sociedade entre as correntes progressistas da época, fascinando inclusive escritores políticos como Voltaire,Montesquieu e Diderot, que nunca defenderam a abolição da propriedade e do Estado, circunscrevendo suas propostas de reforma dopoder ao âmbito de um despotismo esclarecido, fiscalizado por uma opinião pública letrada, ou de uma monarquia constitucionalinspirada no modelo vigente na Inglaterra após a Revolução Gloriosa2.
De modo análogo, Charles Rihs3, em seu livro sobre os utopistas do século XVIII, chama a atenção para essas ‘antinomias’,lembrando, por exemplo, o descompasso entre o ideário social elitista de Voltaire e suas observações, feitas ao historiar os costumes,a respeito da felicidade dos povos do Novo Mundo e das tribos africanas que ignoram “o meu e o teu” (cf. Rihs, 1970, p. 14). Na mesma linha, Montesquieu, rígido defensor do ‘espírito das leis’ em sua obra principal, retrata com entusiasmo, nas Cartas persas, a organização social do pequeno reino árabe dos Trogloditas, onde todos trabalham jocosa e espontaneamente pelo bem comum. Além dasdivagações utópicas suscitadas pela investigação geográfica e histórica de culturas não-europeias, os homens das Luzes empreendem também a aventura filosófica, suspensa entre o real e o imaginário, como o Suplemento à Viagem de Bougainville, de Diderot, ouo Eldorado, em Cândido, de Voltaire, visões de paraísos onde os homens vivem felizes, sem brigas pela riqueza e pelo poder.
(Adaptado de PIOZZI, Patrizia. Os arquitetos da ordem anárquica: de Rousseau a Proudhon e Bakunin. São Paulo: Editora UNESP, 2006,p.73-74)
2Revolução Gloriosa ou Segunda Revolução Inglesa: movimento revolucionário de caráter pacífico, ocorrido na Inglaterra entre os anosde 1688 e 1689, que gerou a troca do absolutismo monárquico pela monarquia parlamentar.
3Charles Rihs, autor de obra sobre os filósofos utopistas.
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A questão refere-se ao texto que segue.
No belíssimo ensaio em que trata das representações utópicas no século XVIII, Bronislaw Baczko1 assinala que a vontadede redimir a civilização moderna dos males que a afligem e de erguer uma ‘boa vida’ coletiva está presente nas mais variadas formasdo imaginário social, constituindo um marco do ‘espírito do tempo’. A busca de um modelo ideal de convivência humana evidencia-senão só na proliferação de textos redigidos nos moldes tradicionais da literatura utópica, narrando viagens a um país feliz e/ouelaborando projetos para um governo justo, mas, também, na abundância de imagens e ideias para a reforma social em uma imensaquantidade de escritos e documentos pertencentes seja à cultura douta, seja à popular (cf. Baczko, 1979, passim).
A esse respeito, lembra o comentador, a bibliografia especializada no assunto registra cerca de 80 relatos de viagensimaginárias, publicados na França entre 1676 e 1789, número que apresenta um crescimento impressionante, chegando a mais de2 mil textos, se forem consideradas as múltiplas e diferentes projeções utópicas presentes na literatura da época.
A imagem de homens livres e iguais que vivem fraternalmente em comunhão de bens, sem leis nem governos, representa,em geral, o ideal de sociedade entre as correntes progressistas da época, fascinando inclusive escritores políticos como Voltaire,Montesquieu e Diderot, que nunca defenderam a abolição da propriedade e do Estado, circunscrevendo suas propostas de reforma dopoder ao âmbito de um despotismo esclarecido, fiscalizado por uma opinião pública letrada, ou de uma monarquia constitucionalinspirada no modelo vigente na Inglaterra após a Revolução Gloriosa2.
De modo análogo, Charles Rihs3, em seu livro sobre os utopistas do século XVIII, chama a atenção para essas ‘antinomias’,lembrando, por exemplo, o descompasso entre o ideário social elitista de Voltaire e suas observações, feitas ao historiar os costumes,a respeito da felicidade dos povos do Novo Mundo e das tribos africanas que ignoram “o meu e o teu” (cf. Rihs, 1970, p. 14). Na mesma linha, Montesquieu, rígido defensor do ‘espírito das leis’ em sua obra principal, retrata com entusiasmo, nas Cartas persas, a organização social do pequeno reino árabe dos Trogloditas, onde todos trabalham jocosa e espontaneamente pelo bem comum. Além dasdivagações utópicas suscitadas pela investigação geográfica e histórica de culturas não-europeias, os homens das Luzes empreendem também a aventura filosófica, suspensa entre o real e o imaginário, como o Suplemento à Viagem de Bougainville, de Diderot, ouo Eldorado, em Cândido, de Voltaire, visões de paraísos onde os homens vivem felizes, sem brigas pela riqueza e pelo poder.
(Adaptado de PIOZZI, Patrizia. Os arquitetos da ordem anárquica: de Rousseau a Proudhon e Bakunin. São Paulo: Editora UNESP, 2006,p.73-74)
2Revolução Gloriosa ou Segunda Revolução Inglesa: movimento revolucionário de caráter pacífico, ocorrido na Inglaterra entre os anosde 1688 e 1689, que gerou a troca do absolutismo monárquico pela monarquia parlamentar.
3Charles Rihs, autor de obra sobre os filósofos utopistas.
Considere o parágrafo 4, em seu contexto, e as assertivas abaixo.
I. A expressão essas ‘antinomias’ remete ao comportamento que associa ideias progressistas, como a de vigilância ao poder, a ideias conservadoras, como a de preservar o poder de um soberano ou de uma elite.
II. Ao apontar o que considera um descompasso, Charles Rihs evidencia o equívoco de Voltaire ao julgar que a felicidade dos povos do Novo Mundo e das tribos africanas decorre do seu costume ancestral de negar a ideia de propriedade.
III. Dado o traço característico a ele atribuído, entende-se como descompasso o entusiasmo de Montesquieu ao conceber que pessoas possam trabalhar de modo divertido pelo bem comum sem que haja necessidade de instituições coercitivas.
IV. Os filósofos Diderot e Voltaire devem exclusivamente à aventura que a filosofia propicia a concepção que construíram, representaram e comentaram, de um espaço em que os homens superam a condição humana de conflitos e infelicidades.
É correto o que se afirma em
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Considere as situações abaixo.
I. Quando da submissão de documentação para licitação.
II. Ao final da elaboração dos Estudos Preliminares.
III. Ao final da elaboração do Termo de Referência ou Projeto Básico.
IV. Após a fase de Seleção do Fornecedor.
V. Após eventos relevantes, durante a gestão do contrato pelos servidores responsáveis pela fiscalização.
VI. Após a elaboração do Projeto Executivo.
A Instrução Normativa Técnica n° 005/2017 estabelece que o mapa de risco deve ser atualizado e juntado aos autos do processo de contratação. Está correto o que consta APENAS em
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Segundo a norma regulamentadora NR 4 (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho):
As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho − CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.
Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho:
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Considerando:
1. Ii = read(Q) e Ij = read(Q) 2. Ii = read(Q) e Ij = write(Q) 3. Ii = write(Q) e Ij = read(Q)
Se Ii e Ij referirem-se ao mesmo item de dado Q, então haverá impacto no resultado apenas quando as instruções forem executadas na ordem apresentada em
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- AdministraçãoBackup e RecuperaçãoRecuperaçãoRecuperação de Falhas
- BDs RelacionaisTransaçõesConcorrência
- SGBDs
I. os protocolos de Controle de Concorrência garantem a consistência dos dados por meio de acessos concorrentes; e II. os protocolos de Recuperação de Falhas garantem a consistência dos dados após falhas do sistema.
Correspondem corretamente aos protocolos I e II, respectivamente, as propriedades ACID:
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