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Foram encontradas 70 questões.

2375846 Ano: 2007
Disciplina: Português
Banca: FCC
Orgão: Câm. Deputados
Considere-se o seguinte exemplo: há um casal; a esposa faz costumeiramente um certo trajeto para ir ao trabalho. O marido trabalha em casa e apenas eventualmente sai. Quando o faz, passa de carro perto do local de trabalho da esposa. Um dia, dá-se o seguinte diálogo, no momento em que a esposa vai sair:
Esposa: — Você vai no Darlan?
Marido: — Eu vou te levar, sim.
Evidentemente, a resposta do marido só é possível porque ele não considera a pergunta da esposa como um mero pedido de informação, mas como um modo de pedir carona. E isso só é possível se os interlocutores levarem em conta um quadro habitual de comportamento. Um ouvinte de Marte, se falasse uma língua absolutamente explícita, estranharia a resposta do marido, ou, no mínimo, não entenderia a expressão de satisfação da esposa diante de resposta tão inadequada, já que, pela sua forma, esta pergunta demandaria uma resposta do tipo “sim” ou “não”. É que, neste diálogo, está sendo considerado um certo cenário habitual, que não precisa ser explicitado discursivamente. Aliás, o estranho seria a explicitação diária do quadro em que uma pergunta do tipo acima é feita (ver a respeito de episódios conversacionais desse tipo, Gumperz, 1982, especialmente, pp. 1-8). Uma resposta como “não” seria interpretada, por outro lado, não como uma informação, simplesmente, mas como “hoje você vai ter que ir de ônibus”.
Mas o fato de que se devem levar em conta outros dados que não os tipicamente lingüísticos não significa que de qualquer enunciado se possa extrair qualquer significação. Por exemplo: seja o enunciado “abra a porta”. Não se sabe, a não ser na situação, se se trata de um
pedido ou de uma ordem, considerada a relação entre o locutor e o interlocutor. Mas podemos também decidir entre uma e outra alternativa com a consideração detalhada dos elementos lingüísticos. Se esse enunciado for berrado, certamente não será um pedido. Por outro lado, pode ser até que “abra a porta” signifique, numa situação concreta “por que você não fecha a porta?” (por exemplo, se é dirigida a alguém que, queixando-se de calor, abrira a porta e, em seguida, começou a queixar-se de frio). Mas, então, este enunciado será produzido num tom irônico, e é com base nele que se poderá perceber a intenção do locutor, e não necessariamente por uma olhada na porta, para ver se ela está ou não fechada. Isto significa que, se é verdade que a situação é essencial, porque a língua é indeterminada, no sentido de não fornecer todos os elementos para a interpretação, este fato não quer dizer que de qualquer enunciado pode-se extrair qualquer significação. É que as teorias do contexto consideram impotente a lingüística das formas, mas não se deram conta de que talvez esta impotência não decorria necessariamente (ou só) da desconsideração do contexto, mas também da desconsideração de numerosos elementos lingüísticos que lhe pareceram não pertinentes. Isto significa, pois, que há mais processos lingüísticos de construção de significação do que pode imaginar a lingüística das formas. O objeto de uma teoria do discurso deve ser, então, bem diverso do de uma teoria da gramática (...), não só pela tomada em consideração do contexto, mas também pela consideração do enunciado lingüístico em sua materialidade total (...).
(POSSENTI, Sírio. Língua e discurso.
Discurso, estilo e subjetividade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 67-69)
O texto autoriza concluir que os estudos da linguagem,
 

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2375845 Ano: 2007
Disciplina: Português
Banca: FCC
Orgão: Câm. Deputados
Considere-se o seguinte exemplo: há um casal; a esposa faz costumeiramente um certo trajeto para ir ao trabalho. O marido trabalha em casa e apenas eventualmente sai. Quando o faz, passa de carro perto do local de trabalho da esposa. Um dia, dá-se o seguinte diálogo, no momento em que a esposa vai sair:
Esposa: — Você vai no Darlan?
Marido: — Eu vou te levar, sim.
Evidentemente, a resposta do marido só é possível porque ele não considera a pergunta da esposa como um mero pedido de informação, mas como um modo de pedir carona. E isso só é possível se os interlocutores levarem em conta um quadro habitual de comportamento. Um ouvinte de Marte, se falasse uma língua absolutamente explícita, estranharia a resposta do marido, ou, no mínimo, não entenderia a expressão de satisfação da esposa diante de resposta tão inadequada, já que, pela sua forma, esta pergunta demandaria uma resposta do tipo “sim” ou “não”. É que, neste diálogo, está sendo considerado um certo cenário habitual, que não precisa ser explicitado discursivamente. Aliás, o estranho seria a explicitação diária do quadro em que uma pergunta do tipo acima é feita (ver a respeito de episódios conversacionais desse tipo, Gumperz, 1982, especialmente, pp. 1-8). Uma resposta como “não” seria interpretada, por outro lado, não como uma informação, simplesmente, mas como “hoje você vai ter que ir de ônibus”.
Mas o fato de que se devem levar em conta outros dados que não os tipicamente lingüísticos não significa que de qualquer enunciado se possa extrair qualquer significação. Por exemplo: seja o enunciado “abra a porta”. Não se sabe, a não ser na situação, se se trata de um
pedido ou de uma ordem, considerada a relação entre o locutor e o interlocutor. Mas podemos também decidir entre uma e outra alternativa com a consideração detalhada dos elementos lingüísticos. Se esse enunciado for berrado, certamente não será um pedido. Por outro lado, pode ser até que “abra a porta” signifique, numa situação concreta “por que você não fecha a porta?” (por exemplo, se é dirigida a alguém que, queixando-se de calor, abrira a porta e, em seguida, começou a queixar-se de frio). Mas, então, este enunciado será produzido num tom irônico, e é com base nele que se poderá perceber a intenção do locutor, e não necessariamente por uma olhada na porta, para ver se ela está ou não fechada. Isto significa que, se é verdade que a situação é essencial, porque a língua é indeterminada, no sentido de não fornecer todos os elementos para a interpretação, este fato não quer dizer que de qualquer enunciado pode-se extrair qualquer significação. É que as teorias do contexto consideram impotente a lingüística das formas, mas não se deram conta de que talvez esta impotência não decorria necessariamente (ou só) da desconsideração do contexto, mas também da desconsideração de numerosos elementos lingüísticos que lhe pareceram não pertinentes. Isto significa, pois, que há mais processos lingüísticos de construção de significação do que pode imaginar a lingüística das formas. O objeto de uma teoria do discurso deve ser, então, bem diverso do de uma teoria da gramática (...), não só pela tomada em consideração do contexto, mas também pela consideração do enunciado lingüístico em sua materialidade total (...).
(POSSENTI, Sírio. Língua e discurso.
Discurso, estilo e subjetividade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 67-69)
Considerando os procedimentos argumentativos mobilizados pelo autor, assinale a alternativa correta.
 

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2375844 Ano: 2007
Disciplina: Português
Banca: FCC
Orgão: Câm. Deputados
Considere-se o seguinte exemplo: há um casal; a esposa faz costumeiramente um certo trajeto para ir ao trabalho. O marido trabalha em casa e apenas eventualmente sai. Quando o faz, passa de carro perto do local de trabalho da esposa. Um dia, dá-se o seguinte diálogo, no momento em que a esposa vai sair:
Esposa: — Você vai no Darlan?
Marido: — Eu vou te levar, sim.
Evidentemente, a resposta do marido só é possível porque ele não considera a pergunta da esposa como um mero pedido de informação, mas como um modo de pedir carona. E isso só é possível se os interlocutores levarem em conta um quadro habitual de comportamento. Um ouvinte de Marte, se falasse uma língua absolutamente explícita, estranharia a resposta do marido, ou, no mínimo, não entenderia a expressão de satisfação da esposa diante de resposta tão inadequada, já que, pela sua forma, esta pergunta demandaria uma resposta do tipo “sim” ou “não”. É que, neste diálogo, está sendo considerado um certo cenário habitual, que não precisa ser explicitado discursivamente. Aliás, o estranho seria a explicitação diária do quadro em que uma pergunta do tipo acima é feita (ver a respeito de episódios conversacionais desse tipo, Gumperz, 1982, especialmente, pp. 1-8). Uma resposta como “não” seria interpretada, por outro lado, não como uma informação, simplesmente, mas como “hoje você vai ter que ir de ônibus”.
Mas o fato de que se devem levar em conta outros dados que não os tipicamente lingüísticos não significa que de qualquer enunciado se possa extrair qualquer significação. Por exemplo: seja o enunciado “abra a porta”. Não se sabe, a não ser na situação, se se trata de um
pedido ou de uma ordem, considerada a relação entre o locutor e o interlocutor. Mas podemos também decidir entre uma e outra alternativa com a consideração detalhada dos elementos lingüísticos. Se esse enunciado for berrado, certamente não será um pedido. Por outro lado, pode ser até que “abra a porta” signifique, numa situação concreta “por que você não fecha a porta?” (por exemplo, se é dirigida a alguém que, queixando-se de calor, abrira a porta e, em seguida, começou a queixar-se de frio). Mas, então, este enunciado será produzido num tom irônico, e é com base nele que se poderá perceber a intenção do locutor, e não necessariamente por uma olhada na porta, para ver se ela está ou não fechada. Isto significa que, se é verdade que a situação é essencial, porque a língua é indeterminada, no sentido de não fornecer todos os elementos para a interpretação, este fato não quer dizer que de qualquer enunciado pode-se extrair qualquer significação. É que as teorias do contexto consideram impotente a lingüística das formas, mas não se deram conta de que talvez esta impotência não decorria necessariamente (ou só) da desconsideração do contexto, mas também da desconsideração de numerosos elementos lingüísticos que lhe pareceram não pertinentes. Isto significa, pois, que há mais processos lingüísticos de construção de significação do que pode imaginar a lingüística das formas. O objeto de uma teoria do discurso deve ser, então, bem diverso do de uma teoria da gramática (...), não só pela tomada em consideração do contexto, mas também pela consideração do enunciado lingüístico em sua materialidade total (...).
(POSSENTI, Sírio. Língua e discurso.
Discurso, estilo e subjetividade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 67-69)
É correto afirmar que Possenti produziu um texto no qual
 

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2375843 Ano: 2007
Disciplina: Português
Banca: FCC
Orgão: Câm. Deputados
Mas vale também notar que esses grandes movimentos começaram a partir de idéias na cabeça das pessoas – idéias sobre o que as relações entre os homens foram, são, poderiam ou deveriam ser – e perceber como elas vieram a ser transformadas em nome da visão de uma meta suprema na mente dos líderes, principalmente de profetas com exércitos às costas. Essas idéias são a substância da ética. O pensamento ético consiste no exame sistemático das relações dos seres humanos entre si, nas concepções, nos interesses e ideais que originam o modo humano de uns tratarem os outros, e nos sistemas de valor em que esses objetivos de vida se baseiam. (...)
Se temos a pretensão de compreender o mundo freqüentemente violento em que vivemos (e, se não tentamos compreendê-lo, não podemos nutrir a esperança de saber agir racionalmente no mundo e influenciá-lo), não devemos limitar a nossa atenção às grandes forças impessoais, naturais e criadas pelo homem, que agem sobre nós. As metas e os motivos que guiam a ação humana devem ser observados à luz de tudo o que sabemos e compreendemos; as suas raízes e seu crescimento, a sua essência e, acima de tudo, a sua validade devem ser criticamente examinados com todo e qualquer recurso intelectual de que dispusermos. Essa necessidade urgente, à parte o valor intrínseco da descoberta da verdade sobre as relações humanas, torna a ética um campo de importância primordial. Somente os bárbaros não são curiosos sobre o lugar de onde vêm, como chegaram aonde estão, para onde parecem estar indo, se desejam ir para esse lugar, em caso positivo, por quê, em caso negativo, por que não.
(BERLIN, Isaiah. Estudos
sobre a humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 41-42)
A alternativa que apresenta redação clara, concisa e totalmente conforme os preceitos da norma culta é:
 

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2375842 Ano: 2007
Disciplina: Português
Banca: FCC
Orgão: Câm. Deputados
Mas vale também notar que esses grandes movimentos começaram a partir de idéias na cabeça das pessoas – idéias sobre o que as relações entre os homens foram, são, poderiam ou deveriam ser – e perceber como elas vieram a ser transformadas em nome da visão de uma meta suprema na mente dos líderes, principalmente de profetas com exércitos às costas. Essas idéias são a substância da ética. O pensamento ético consiste no exame sistemático das relações dos seres humanos entre si, nas concepções, nos interesses e ideais que originam o modo humano de uns tratarem os outros, e nos sistemas de valor em que esses objetivos de vida se baseiam. (...)
Se temos a pretensão de compreender o mundo freqüentemente violento em que vivemos (e, se não tentamos compreendê-lo, não podemos nutrir a esperança de saber agir racionalmente no mundo e influenciá-lo), não devemos limitar a nossa atenção às grandes forças impessoais, naturais e criadas pelo homem, que agem sobre nós. As metas e os motivos que guiam a ação humana devem ser observados à luz de tudo o que sabemos e compreendemos; as suas raízes e seu crescimento, a sua essência e, acima de tudo, a sua validade devem ser criticamente examinados com todo e qualquer recurso intelectual de que dispusermos. Essa necessidade urgente, à parte o valor intrínseco da descoberta da verdade sobre as relações humanas, torna a ética um campo de importância primordial. Somente os bárbaros não são curiosos sobre o lugar de onde vêm, como chegaram aonde estão, para onde parecem estar indo, se desejam ir para esse lugar, em caso positivo, por quê, em caso negativo, por que não.
(BERLIN, Isaiah. Estudos
sobre a humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 41-42)
A alternativa que apresenta redação clara, concisa e totalmente conforme os preceitos da norma culta é:
 

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2375841 Ano: 2007
Disciplina: Português
Banca: FCC
Orgão: Câm. Deputados
Mas vale também notar que esses grandes movimentos começaram a partir de idéias na cabeça das pessoas – idéias sobre o que as relações entre os homens foram, são, poderiam ou deveriam ser – e perceber como elas vieram a ser transformadas em nome da visão de uma meta suprema na mente dos líderes, principalmente de profetas com exércitos às costas. Essas idéias são a substância da ética. O pensamento ético consiste no exame sistemático das relações dos seres humanos entre si, nas concepções, nos interesses e ideais que originam o modo humano de uns tratarem os outros, e nos sistemas de valor em que esses objetivos de vida se baseiam. (...)
Se temos a pretensão de compreender o mundo freqüentemente violento em que vivemos (e, se não tentamos compreendê-lo, não podemos nutrir a esperança de saber agir racionalmente no mundo e influenciá-lo), não devemos limitar a nossa atenção às grandes forças impessoais, naturais e criadas pelo homem, que agem sobre nós. As metas e os motivos que guiam a ação humana devem ser observados à luz de tudo o que sabemos e compreendemos; as suas raízes e seu crescimento, a sua essência e, acima de tudo, a sua validade devem ser criticamente examinados com todo e qualquer recurso intelectual de que dispusermos. Essa necessidade urgente, à parte o valor intrínseco da descoberta da verdade sobre as relações humanas, torna a ética um campo de importância primordial. Somente os bárbaros não são curiosos sobre o lugar de onde vêm, como chegaram aonde estão, para onde parecem estar indo, se desejam ir para esse lugar, em caso positivo, por quê, em caso negativo, por que não.
(BERLIN, Isaiah. Estudos
sobre a humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 41-42)
Está correta a seguinte assertiva:
 

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2375840 Ano: 2007
Disciplina: Português
Banca: FCC
Orgão: Câm. Deputados
Mas vale também notar que esses grandes movimentos começaram a partir de idéias na cabeça das pessoas – idéias sobre o que as relações entre os homens foram, são, poderiam ou deveriam ser – e perceber como elas vieram a ser transformadas em nome da visão de uma meta suprema na mente dos líderes, principalmente de profetas com exércitos às costas. Essas idéias são a substância da ética. O pensamento ético consiste no exame sistemático das relações dos seres humanos entre si, nas concepções, nos interesses e ideais que originam o modo humano de uns tratarem os outros, e nos sistemas de valor em que esses objetivos de vida se baseiam. (...)
Se temos a pretensão de compreender o mundo freqüentemente violento em que vivemos (e, se não tentamos compreendê-lo, não podemos nutrir a esperança de saber agir racionalmente no mundo e influenciá-lo), não devemos limitar a nossa atenção às grandes forças impessoais, naturais e criadas pelo homem, que agem sobre nós. As metas e os motivos que guiam a ação humana devem ser observados à luz de tudo o que sabemos e compreendemos; as suas raízes e seu crescimento, a sua essência e, acima de tudo, a sua validade devem ser criticamente examinados com todo e qualquer recurso intelectual de que dispusermos. Essa necessidade urgente, à parte o valor intrínseco da descoberta da verdade sobre as relações humanas, torna a ética um campo de importância primordial. Somente os bárbaros não são curiosos sobre o lugar de onde vêm, como chegaram aonde estão, para onde parecem estar indo, se desejam ir para esse lugar, em caso positivo, por quê, em caso negativo, por que não.
(BERLIN, Isaiah. Estudos
sobre a humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 41-42)
Considere as assertivas que seguem.
I. Há um ramo do conhecimento que tem como objeto de indagação as convicções que fundamentam, num dado contexto, a compreensão do que homens e mulheres devem ser e fazer, o modo como a vida deve ser levada.
II. É matéria da Ética os princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano numa, e qualquer, realidade social.
III. Constitui tarefa imprescindível da Ética a pesquisa, sob ordenamento regular e metódico, dos comportamentos humanos em conjunturas de tempestades ideológicas, visto ter sido esse tópico ignorado pelos pensadores do século XIX.
O texto abona a compreensão explicitada em
 

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2375839 Ano: 2007
Disciplina: Português
Banca: FCC
Orgão: Câm. Deputados
Mas vale também notar que esses grandes movimentos começaram a partir de idéias na cabeça das pessoas – idéias sobre o que as relações entre os homens foram, são, poderiam ou deveriam ser – e perceber como elas vieram a ser transformadas em nome da visão de uma meta suprema na mente dos líderes, principalmente de profetas com exércitos às costas. Essas idéias são a substância da ética. O pensamento ético consiste no exame sistemático das relações dos seres humanos entre si, nas concepções, nos interesses e ideais que originam o modo humano de uns tratarem os outros, e nos sistemas de valor em que esses objetivos de vida se baseiam. (...)
Se temos a pretensão de compreender o mundo freqüentemente violento em que vivemos (e, se não tentamos compreendê-lo, não podemos nutrir a esperança de saber agir racionalmente no mundo e influenciá-lo), não devemos limitar a nossa atenção às grandes forças impessoais, naturais e criadas pelo homem, que agem sobre nós. As metas e os motivos que guiam a ação humana devem ser observados à luz de tudo o que sabemos e compreendemos; as suas raízes e seu crescimento, a sua essência e, acima de tudo, a sua validade devem ser criticamente examinados com todo e qualquer recurso intelectual de que dispusermos. Essa necessidade urgente, à parte o valor intrínseco da descoberta da verdade sobre as relações humanas, torna a ética um campo de importância primordial. Somente os bárbaros não são curiosos sobre o lugar de onde vêm, como chegaram aonde estão, para onde parecem estar indo, se desejam ir para esse lugar, em caso positivo, por quê, em caso negativo, por que não.
(BERLIN, Isaiah. Estudos
sobre a humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 41-42)
Considerada a última frase do texto, é correto afirmar:
 

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2375838 Ano: 2007
Disciplina: Português
Banca: FCC
Orgão: Câm. Deputados
Há, na minha opinião, dois fatores que, acima de todos os outros, modelaram a história humana no século XX. O primeiro é o desenvolvimento das ciências naturais e da tecnologia, certamente a história de maior sucesso de nosso tempo (...). O outro, sem dúvida, consiste nas grandes tempestades ideológicas que alteraram a vida de virtualmente toda a humanidade: a Revolução Russa e suas conseqüências – as tiranias totalitárias, tanto de direita como de esquerda, e as explosões de nacionalismo, racismo e, em certos lugares, fanatismo religioso, que, de forma bastante interessante, nenhum dos pensadores sociais mais perspicazes do século XIX havia predito.
Mas vale também notar que esses grandes movimentos começaram a partir de idéias na cabeça das pessoas – idéias sobre o que as relações entre os homens foram, são, poderiam ou deveriam ser – e perceber como elas vieram a ser transformadas em nome da visão de uma meta suprema na mente dos líderes, principalmente de profetas com exércitos às costas. Essas idéias são a substância da ética. O pensamento ético consiste no exame sistemático das relações dos seres humanos entre si, nas concepções, nos interesses e ideais que originam o modo humano de uns tratarem os outros, e nos sistemas de valor em que esses objetivos de vida se baseiam. (...)
Se temos a pretensão de compreender o mundo freqüentemente violento em que vivemos (e, se não tentamos compreendê-lo, não podemos nutrir a esperança de saber agir racionalmente no mundo e influenciá-lo), não devemos limitar a nossa atenção às grandes forças impessoais, naturais e criadas pelo homem, que agem sobre nós. As metas e os motivos que guiam a ação humana devem ser observados à luz de tudo o que sabemos e compreendemos; as suas raízes e seu crescimento, a sua essência e, acima de tudo, a sua validade devem ser criticamente examinados com todo e qualquer recurso intelectual de que dispusermos. Essa necessidade urgente, à parte o valor intrínseco da descoberta da verdade sobre as relações humanas, torna a ética um campo de importância primordial. Somente os bárbaros não são curiosos sobre o lugar de onde vêm, como chegaram aonde estão, para onde parecem estar indo, se desejam ir para esse lugar, em caso positivo, por quê, em caso negativo, por que não.
(BERLIN, Isaiah. Estudos
sobre a humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 41-42)
Essa necessidade urgente, à parte o valor intrínseco da descoberta da verdade sobre as relações humanas, torna a ética um campo de importância primordial.
A redação que, correta e clara, mantém o sentido da frase acima é:
 

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2375837 Ano: 2007
Disciplina: Português
Banca: FCC
Orgão: Câm. Deputados
Há, na minha opinião, dois fatores que, acima de todos os outros, modelaram a história humana no século XX. O primeiro é o desenvolvimento das ciências naturais e da tecnologia, certamente a história de maior sucesso de nosso tempo (...). O outro, sem dúvida, consiste nas grandes tempestades ideológicas que alteraram a vida de virtualmente toda a humanidade: a Revolução Russa e suas conseqüências – as tiranias totalitárias, tanto de direita como de esquerda, e as explosões de nacionalismo, racismo e, em certos lugares, fanatismo religioso, que, de forma bastante interessante, nenhum dos pensadores sociais mais perspicazes do século XIX havia predito.
Mas vale também notar que esses grandes movimentos começaram a partir de idéias na cabeça das pessoas – idéias sobre o que as relações entre os homens foram, são, poderiam ou deveriam ser – e perceber como elas vieram a ser transformadas em nome da visão de uma meta suprema na mente dos líderes, principalmente de profetas com exércitos às costas. Essas idéias são a substância da ética. O pensamento ético consiste no exame sistemático das relações dos seres humanos entre si, nas concepções, nos interesses e ideais que originam o modo humano de uns tratarem os outros, e nos sistemas de valor em que esses objetivos de vida se baseiam. (...)
Se temos a pretensão de compreender o mundo freqüentemente violento em que vivemos (e, se não tentamos compreendê-lo, não podemos nutrir a esperança de saber agir racionalmente no mundo e influenciá-lo), não devemos limitar a nossa atenção às grandes forças impessoais, naturais e criadas pelo homem, que agem sobre nós. As metas e os motivos que guiam a ação humana devem ser observados à luz de tudo o que sabemos e compreendemos; as suas raízes e seu crescimento, a sua essência e, acima de tudo, a sua validade devem ser criticamente examinados com todo e qualquer recurso intelectual de que dispusermos. Essa necessidade urgente, à parte o valor intrínseco da descoberta da verdade sobre as relações humanas, torna a ética um campo de importância primordial. Somente os bárbaros não são curiosos sobre o lugar de onde vêm, como chegaram aonde estão, para onde parecem estar indo, se desejam ir para esse lugar, em caso positivo, por quê, em caso negativo, por que não.
(BERLIN, Isaiah. Estudos
sobre a humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 41-42)
Se temos a pretensão de compreender o mundo freqüentemente violento em que vivemos (e, se não tentamos compreendê-lo, não podemos nutrir a esperança de saber agir racionalmente no mundo e influenciá-lo), não devemos limitar a nossa atenção às grandes forças impessoais, naturais e criadas pelo homem, que agem sobre nós. As metas e os motivos que guiam a ação humana devem ser observados à luz de tudo o que sabemos e compreendemos; as suas raízes e seu crescimento, a sua essência e, acima de tudo, a sua validade devem ser criticamente examinados com todo e qualquer recurso intelectual de que dispusermos.
As idéias expressas acima estão resumidas, de maneira correta, clara e concisa, no seguinte parágrafo:
 

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