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1511824 Ano: 2008
Disciplina: Português
Banca: FUNDEP
Orgão: Câm. Belo Horizonte-MG
INSTRUÇÃO: A questão relaciona-se com o texto abaixo. Leia-o com atenção antes de responder a elas.
Caminho sem volta
Há oito anos, o banqueiro Fábio Barbosa olhou para sua árvore e viu uma floresta. Então presidente de um grande banco multinacional, ele percebeu como uma instituição financeira poderia induzir a práticas sociais e ambientais mais responsáveis em todo o setor privado. Levou o banco a adotar atitudes pioneiras, que, depois, foram incorporadas pelo mercado. Começou com talões de cheque de papel reciclado e evoluiu para práticas inovadoras. Em 2004, o banco que presidia expulsou vinte clientes corporativos, inclusive algumas madeireiras na Amazônia, porque não seguiam as leis ambientais. A experiência foi uma das referências para elaborar os Princípios do Equador, uma seleção de critérios socioambientais criada pelo Banco Mundial e hoje praticada por sessenta instituições financeiras.
Repórter - Um banco não é uma ONG. Por que ele teria de ser bonzinho para a sociedade?
Fabio Barbosa – Não é uma questão de ―ser bonzinho‖. Trata-se de fazer aquilo em que acreditamos, influenciando outras empresas que compartilhem nossa visão no propósito de construir um banco melhor, um mercado melhor e um país melhor. Já temos muita gente nesse movimento, o que ajuda a consolidar o Brasil como referência em sustentabilidade para o mundo.
Repórter - Hoje, vários bancos fazem propaganda de suas iniciativas socioambientais. Como saber quem é mais empenhado?
Barbosa – Sinceramente, não achamos que seja uma questão para medir ou comparar e, sim, para comemorar. Quanto mais empresas, pessoas e governos apoiarem a causa da sustentabilidade, mais rápido teremos empresas melhores e um país melhor. Se o cliente estiver interessado em saber quem está mais avançado na inserção de sustentabilidade, ele consegue comprovar, por meio do relacionamento, se a prática da empresa condiz com a propaganda.
Repórter - Todo mundo hoje diz que é sustentável. Cada um com entendimento diferente desse termo tão vago. Como avaliar quem é sério e quem apenas faz propaganda?
Barbosa – Quanto mais empresas e instituições começam a praticar e a comunicar suas ações em sustentabilidade, mais o tema se difunde na sociedade. Há cada vez mais opções de comunicação e a capacidade de expressão dos consumidores só aumenta. O nível de crítica e de vigilância da sociedade tem aumentado também. Essa é uma ótima notícia, pois será possível diferenciar quem realmente faz daqueles que fazem menos.
Repórter - É possível aferir as vantagens financeiras que os critérios socioambientais trouxeram para o banco?
Barbosa – Sim. Com os clientes, isso se dá por meio do relacionamento. Uma rede hoteleira queria financiar a reforma e a modernização de dois de seus estabelecimentos. Apresentamos a possibilidade de inserir critérios socioambientais nas reformas, e o resultado foi que o cliente expandiu seu financiamento conosco. Nossa marca também tem ficado mais atrativa. Em 2004, a distância de nosso banco para o líder em atratividade da marca era de treze pontos percentuais. Hoje, essa distância é de três pontos, quase um empate técnico. Isso significa novos clientes. Nos últimos doze meses, conquistamos 200 mil correntistas. Esse reconhecimento pelo mercado também nos dá acesso a novos financiamentos, como a construção de grandes obras de infra-estrutura, oportunidade em que somos escolhidos como líderes dos processos que envolvem muitos bancos e ao mesmo tempo responsáveis pela avaliação de riscos socioambientais para os Princípios do Equador. Tivemos também acesso a uma linha de financiamento de US$ 300 milhões do Banco Mundial para projetos socioambientais de nossos clientes.
Repórter - Um empresário no Brasil mal consegue ser competitivo, gerar emprego e dar lucro com a carga tributária atual. Por que ele também precisa adotar critérios socioambientais voluntariamente? Não estamos cobrando muito?
Barbosa – Trata-se de um falso dilema acreditar que ou você é bem-sucedido nos negócios ou faz as coisas certas. Critérios socioambientais, em meu modo de ver, não são um adendo ao negócio. Eles devem ser o jeito de fazer negócios. Quando um empresário toma um financiamento para reutilizar a água e tratar os efluentes e com isso reduz seus custos e aumenta sua produtividade, estamos provando que uma coisa não é antagônica à outra. Temos percebido também que empresas que pontuam melhor no questionário de risco socioambiental que aplicamos têm excelente performance financeira.
Repórter - Como fazer negócios com esses critérios de sustentabilidade em regiões como a Amazônia, onde madeira e pecuária, algumas das principais atividades econômicas, têm problemas ambientais, fundiários e tributários?
Barbosa – De fato, temos todos os problemas mencionados. Mas temos também clientes que fazem as coisas do jeito certo. É com esses que temos procurado trabalhar. Temos empresários que há anos exportam madeira da Amazônia fazendo o manejo sustentável. Outros que contam com certificações. Existem maneiras – e esses nossos clientes provam isso – de fazer negócios e manter a floresta de pé.
Repórter – O que faremos com todos esses investimentos empresariais em políticas responsáveis com o meio ambiente se essa onda de preocupações passar?
Barbosa – Essa não é uma "onda", mas um caminho sem volta. Tudo o que está sendo feito veio para ficar. Principalmente porque é a sociedade que está cobrando e porque não há outro jeito de se fazer. Os americanos dizem: "Quando as pessoas fazem, os líderes seguem". Os consumidores, tanto no Brasil como no mundo, estão cada vez mais exigentes e conscientes sobre o assunto, forçando as empresas a mudar suas práticas.
Repórter - Como o senhor acordou para os cuidados socioambientais?
Barbosa – Sempre procuro fazer as coisas certas do jeito certo. Meus valores familiares sempre reforçaram isso, e, aos poucos, percebi que existe uma receptividade da sociedade. Essa crença ficou mais forte com o tempo e agora, em que a sociedade passa por uma grande transição, com o Brasil se tornando um país cada vez mais maduro, isso está sendo cada vez mais valorizado. E cada vez mais pessoas vêm nesse caminho.
Repórter - O que o senhor mudou em sua vida pessoal para reduzir a pegada ecológica?
Barbosa – O filósofo americano Ralph Waldo Emerson disse: ―Suas atitudes falam tão alto que não consigo ouvir o que você diz‖. Precisamos ter coerência nas atitudes. No meu dia-a-dia, faço algumas coisas para isso. Reduzimos desperdício e reciclamos o lixo em São Paulo e no interior, onde estou certificando meu plantio de café como sustentável. Tenho satisfação em ver a preocupação socioambiental de meus filhos e dos amigos deles. Isso me traz enorme alegria. A próxima geração, que já está chegando ao comando das empresas, tem um jeito novo de olhar o mundo. Eles, certamente mais do que nós, terão condições de deixar um mundo melhor para as próximas gerações.
ÉPOCA 16/06/2008, texto adaptado.
Em relação à preocupação ambiental, NÃO se citou como exemplo de atitude concreta do banco
 

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1507968 Ano: 2008
Disciplina: Português
Banca: FUNDEP
Orgão: Câm. Belo Horizonte-MG
INSTRUÇÃO: A questão relaciona-se com o texto abaixo. Leia-o com atenção antes de responder a elas.
Caminho sem volta
Há oito anos, o banqueiro Fábio Barbosa olhou para sua árvore e viu uma floresta. Então presidente de um grande banco multinacional, ele percebeu como uma instituição financeira poderia induzir a práticas sociais e ambientais mais responsáveis em todo o setor privado. Levou o banco a adotar atitudes pioneiras, que, depois, foram incorporadas pelo mercado. Começou com talões de cheque de papel reciclado e evoluiu para práticas inovadoras. Em 2004, o banco que presidia expulsou vinte clientes corporativos, inclusive algumas madeireiras na Amazônia, porque não seguiam as leis ambientais. A experiência foi uma das referências para elaborar os Princípios do Equador, uma seleção de critérios socioambientais criada pelo Banco Mundial e hoje praticada por sessenta instituições financeiras.
Repórter - Um banco não é uma ONG. Por que ele teria de ser bonzinho para a sociedade?
Fabio Barbosa – Não é uma questão de ―ser bonzinho‖. Trata-se de fazer aquilo em que acreditamos, influenciando outras empresas que compartilhem nossa visão no propósito de construir um banco melhor, um mercado melhor e um país melhor. Já temos muita gente nesse movimento, o que ajuda a consolidar o Brasil como referência em sustentabilidade para o mundo.
Repórter - Hoje, vários bancos fazem propaganda de suas iniciativas socioambientais. Como saber quem é mais empenhado?
Barbosa – Sinceramente, não achamos que seja uma questão para medir ou comparar e, sim, para comemorar. Quanto mais empresas, pessoas e governos apoiarem a causa da sustentabilidade, mais rápido teremos empresas melhores e um país melhor. Se o cliente estiver interessado em saber quem está mais avançado na inserção de sustentabilidade, ele consegue comprovar, por meio do relacionamento, se a prática da empresa condiz com a propaganda.
Repórter - Todo mundo hoje diz que é sustentável. Cada um com entendimento diferente desse termo tão vago. Como avaliar quem é sério e quem apenas faz propaganda?
Barbosa – Quanto mais empresas e instituições começam a praticar e a comunicar suas ações em sustentabilidade, mais o tema se difunde na sociedade. Há cada vez mais opções de comunicação e a capacidade de expressão dos consumidores só aumenta. O nível de crítica e de vigilância da sociedade tem aumentado também. Essa é uma ótima notícia, pois será possível diferenciar quem realmente faz daqueles que fazem menos.
Repórter - É possível aferir as vantagens financeiras que os critérios socioambientais trouxeram para o banco?
Barbosa – Sim. Com os clientes, isso se dá por meio do relacionamento. Uma rede hoteleira queria financiar a reforma e a modernização de dois de seus estabelecimentos. Apresentamos a possibilidade de inserir critérios socioambientais nas reformas, e o resultado foi que o cliente expandiu seu financiamento conosco. Nossa marca também tem ficado mais atrativa. Em 2004, a distância de nosso banco para o líder em atratividade da marca era de treze pontos percentuais. Hoje, essa distância é de três pontos, quase um empate técnico. Isso significa novos clientes. Nos últimos doze meses, conquistamos 200 mil correntistas. Esse reconhecimento pelo mercado também nos dá acesso a novos financiamentos, como a construção de grandes obras de infra-estrutura, oportunidade em que somos escolhidos como líderes dos processos que envolvem muitos bancos e ao mesmo tempo responsáveis pela avaliação de riscos socioambientais para os Princípios do Equador. Tivemos também acesso a uma linha de financiamento de US$ 300 milhões do Banco Mundial para projetos socioambientais de nossos clientes.
Repórter - Um empresário no Brasil mal consegue ser competitivo, gerar emprego e dar lucro com a carga tributária atual. Por que ele também precisa adotar critérios socioambientais voluntariamente? Não estamos cobrando muito?
Barbosa – Trata-se de um falso dilema acreditar que ou você é bem-sucedido nos negócios ou faz as coisas certas. Critérios socioambientais, em meu modo de ver, não são um adendo ao negócio. Eles devem ser o jeito de fazer negócios. Quando um empresário toma um financiamento para reutilizar a água e tratar os efluentes e com isso reduz seus custos e aumenta sua produtividade, estamos provando que uma coisa não é antagônica à outra. Temos percebido também que empresas que pontuam melhor no questionário de risco socioambiental que aplicamos têm excelente performance financeira.
Repórter - Como fazer negócios com esses critérios de sustentabilidade em regiões como a Amazônia, onde madeira e pecuária, algumas das principais atividades econômicas, têm problemas ambientais, fundiários e tributários?
Barbosa – De fato, temos todos os problemas mencionados. Mas temos também clientes que fazem as coisas do jeito certo. É com esses que temos procurado trabalhar. Temos empresários que há anos exportam madeira da Amazônia fazendo o manejo sustentável. Outros que contam com certificações. Existem maneiras – e esses nossos clientes provam isso – de fazer negócios e manter a floresta de pé.
Repórter – O que faremos com todos esses investimentos empresariais em políticas responsáveis com o meio ambiente se essa onda de preocupações passar?
Barbosa – Essa não é uma "onda", mas um caminho sem volta. Tudo o que está sendo feito veio para ficar. Principalmente porque é a sociedade que está cobrando e porque não há outro jeito de se fazer. Os americanos dizem: "Quando as pessoas fazem, os líderes seguem". Os consumidores, tanto no Brasil como no mundo, estão cada vez mais exigentes e conscientes sobre o assunto, forçando as empresas a mudar suas práticas.
Repórter - Como o senhor acordou para os cuidados socioambientais?
Barbosa – Sempre procuro fazer as coisas certas do jeito certo. Meus valores familiares sempre reforçaram isso, e, aos poucos, percebi que existe uma receptividade da sociedade. Essa crença ficou mais forte com o tempo e agora, em que a sociedade passa por uma grande transição, com o Brasil se tornando um país cada vez mais maduro, isso está sendo cada vez mais valorizado. E cada vez mais pessoas vêm nesse caminho.
Repórter - O que o senhor mudou em sua vida pessoal para reduzir a pegada ecológica?
Barbosa – O filósofo americano Ralph Waldo Emerson disse: ―Suas atitudes falam tão alto que não consigo ouvir o que você diz‖. Precisamos ter coerência nas atitudes. No meu dia-a-dia, faço algumas coisas para isso. Reduzimos desperdício e reciclamos o lixo em São Paulo e no interior, onde estou certificando meu plantio de café como sustentável. Tenho satisfação em ver a preocupação socioambiental de meus filhos e dos amigos deles. Isso me traz enorme alegria. A próxima geração, que já está chegando ao comando das empresas, tem um jeito novo de olhar o mundo. Eles, certamente mais do que nós, terão condições de deixar um mundo melhor para as próximas gerações.
ÉPOCA 16/06/2008, texto adaptado.
"Uma rede hoteleira queria financiar a reforma e a modernização de dois de seus estabelecimentos"
Assinale a alternativa em que a substituição da expressão destacada pelo pronome correspondente está CORRETA.
 

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Considere a Norma Regulamentadora NR 17 que trata da organização do trabalho. Para efeito dessa norma, devem ser adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado, no mínimo, os seguintes aspectos:
 

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Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, são recomendadas condições de conforto térmico entre ________ e ________ºC.
Marque a alternativa que completa corretamente a lacuna do enunciado.
 

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Analise as seguintes afirmativas sobre o grau máximo de risco das atividades que trabalham com chumbo.
I. Fabricação de esmaltes, vernizes, cores, pigmentos, tintas, unguentos, óleos, pastas, líquidos e pós à base de composto de chumbo.
II. Fabricação de porcelana com esmaltes de compostos de chumbo.
III. Pintura a pistola com pigmentos de compostos de chumbo em recintos limitados ou fechados.
IV. Tinturaria e estamparia com pigmentos à base de compostos de chumbo.
Após a análise, é possível concluir que são verdadeiras
 

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1070617 Ano: 2008
Disciplina: Direito Administrativo
Banca: FUNDEP
Orgão: Câm. Belo Horizonte-MG

Sobre a organização administrativa brasileira, disciplinada pelo Decreto-Lei n. 200, de 25/02/1967, assinale a alternativa INCORRETA.

 

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1064714 Ano: 2008
Disciplina: Direito Previdenciário
Banca: FUNDEP
Orgão: Câm. Belo Horizonte-MG
De acordo com a Lei n 8.213, de 24 de julho de 1991 – DOU de 14/08/1991, no artigo 93 da subseção II da seção V que trata da habilitação e da reabilitação profissional, a empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiências, na seguinte proporção:
I. até 100 empregados 2%
II. de 101 a 300 empregados 3%
III. de 301 a 500 empregados 4%
IV. de 501 empregados em diante 5%
Completam corretamente o enunciado
 

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Considerando a máxima exposição diária permissível de tolerância com ruído de 93 decibéis contínuo ou intermitente, assinale o tempo máximo de permanência do trabalhador no ambiente.
 

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961295 Ano: 2008
Disciplina: Português
Banca: FUNDEP
Orgão: Câm. Belo Horizonte-MG
INSTRUÇÃO: A questão relaciona-se com o texto abaixo. Leia-o com atenção antes de responder a elas.
Caminho sem volta
Há oito anos, o banqueiro Fábio Barbosa olhou para sua árvore e viu uma floresta. Então presidente de um grande banco multinacional, ele percebeu como uma instituição financeira poderia induzir a práticas sociais e ambientais mais responsáveis em todo o setor privado. Levou o banco a adotar atitudes pioneiras, que, depois, foram incorporadas pelo mercado. Começou com talões de cheque de papel reciclado e evoluiu para práticas inovadoras. Em 2004, o banco que presidia expulsou vinte clientes corporativos, inclusive algumas madeireiras na Amazônia, porque não seguiam as leis ambientais. A experiência foi uma das referências para elaborar os Princípios do Equador, uma seleção de critérios socioambientais criada pelo Banco Mundial e hoje praticada por sessenta instituições financeiras.
Repórter - Um banco não é uma ONG. Por que ele teria de ser bonzinho para a sociedade?
Fabio Barbosa – Não é uma questão de ―ser bonzinho‖. Trata-se de fazer aquilo em que acreditamos, influenciando outras empresas que compartilhem nossa visão no propósito de construir um banco melhor, um mercado melhor e um país melhor. Já temos muita gente nesse movimento, o que ajuda a consolidar o Brasil como referência em sustentabilidade para o mundo.
Repórter - Hoje, vários bancos fazem propaganda de suas iniciativas socioambientais. Como saber quem é mais empenhado?
Barbosa – Sinceramente, não achamos que seja uma questão para medir ou comparar e, sim, para comemorar. Quanto mais empresas, pessoas e governos apoiarem a causa da sustentabilidade, mais rápido teremos empresas melhores e um país melhor. Se o cliente estiver interessado em saber quem está mais avançado na inserção de sustentabilidade, ele consegue comprovar, por meio do relacionamento, se a prática da empresa condiz com a propaganda.
Repórter - Todo mundo hoje diz que é sustentável. Cada um com entendimento diferente desse termo tão vago. Como avaliar quem é sério e quem apenas faz propaganda?
Barbosa – Quanto mais empresas e instituições começam a praticar e a comunicar suas ações em sustentabilidade, mais o tema se difunde na sociedade. Há cada vez mais opções de comunicação e a capacidade de expressão dos consumidores só aumenta. O nível de crítica e de vigilância da sociedade tem aumentado também. Essa é uma ótima notícia, pois será possível diferenciar quem realmente faz daqueles que fazem menos.
Repórter - É possível aferir as vantagens financeiras que os critérios socioambientais trouxeram para o banco?
Barbosa – Sim. Com os clientes, isso se dá por meio do relacionamento. Uma rede hoteleira queria financiar a reforma e a modernização de dois de seus estabelecimentos. Apresentamos a possibilidade de inserir critérios socioambientais nas reformas, e o resultado foi que o cliente expandiu seu financiamento conosco. Nossa marca também tem ficado mais atrativa. Em 2004, a distância de nosso banco para o líder em atratividade da marca era de treze pontos percentuais. Hoje, essa distância é de três pontos, quase um empate técnico. Isso significa novos clientes. Nos últimos doze meses, conquistamos 200 mil correntistas. Esse reconhecimento pelo mercado também nos dá acesso a novos financiamentos, como a construção de grandes obras de infra-estrutura, oportunidade em que somos escolhidos como líderes dos processos que envolvem muitos bancos e ao mesmo tempo responsáveis pela avaliação de riscos socioambientais para os Princípios do Equador. Tivemos também acesso a uma linha de financiamento de US$ 300 milhões do Banco Mundial para projetos socioambientais de nossos clientes.
Repórter - Um empresário no Brasil mal consegue ser competitivo, gerar emprego e dar lucro com a carga tributária atual. Por que ele também precisa adotar critérios socioambientais voluntariamente? Não estamos cobrando muito?
Barbosa – Trata-se de um falso dilema acreditar que ou você é bem-sucedido nos negócios ou faz as coisas certas. Critérios socioambientais, em meu modo de ver, não são um adendo ao negócio. Eles devem ser o jeito de fazer negócios. Quando um empresário toma um financiamento para reutilizar a água e tratar os efluentes e com isso reduz seus custos e aumenta sua produtividade, estamos provando que uma coisa não é antagônica à outra. Temos percebido também que empresas que pontuam melhor no questionário de risco socioambiental que aplicamos têm excelente performance financeira.
Repórter - Como fazer negócios com esses critérios de sustentabilidade em regiões como a Amazônia, onde madeira e pecuária, algumas das principais atividades econômicas, têm problemas ambientais, fundiários e tributários?
Barbosa – De fato, temos todos os problemas mencionados. Mas temos também clientes que fazem as coisas do jeito certo. É com esses que temos procurado trabalhar. Temos empresários que há anos exportam madeira da Amazônia fazendo o manejo sustentável. Outros que contam com certificações. Existem maneiras – e esses nossos clientes provam isso – de fazer negócios e manter a floresta de pé.
Repórter – O que faremos com todos esses investimentos empresariais em políticas responsáveis com o meio ambiente se essa onda de preocupações passar?
Barbosa – Essa não é uma "onda", mas um caminho sem volta. Tudo o que está sendo feito veio para ficar. Principalmente porque é a sociedade que está cobrando e porque não há outro jeito de se fazer. Os americanos dizem: "Quando as pessoas fazem, os líderes seguem". Os consumidores, tanto no Brasil como no mundo, estão cada vez mais exigentes e conscientes sobre o assunto, forçando as empresas a mudar suas práticas.
Repórter - Como o senhor acordou para os cuidados socioambientais?
Barbosa – Sempre procuro fazer as coisas certas do jeito certo. Meus valores familiares sempre reforçaram isso, e, aos poucos, percebi que existe uma receptividade da sociedade. Essa crença ficou mais forte com o tempo e agora, em que a sociedade passa por uma grande transição, com o Brasil se tornando um país cada vez mais maduro, isso está sendo cada vez mais valorizado. E cada vez mais pessoas vêm nesse caminho.
Repórter - O que o senhor mudou em sua vida pessoal para reduzir a pegada ecológica?
Barbosa – O filósofo americano Ralph Waldo Emerson disse: ―Suas atitudes falam tão alto que não consigo ouvir o que você diz‖. Precisamos ter coerência nas atitudes. No meu dia-a-dia, faço algumas coisas para isso. Reduzimos desperdício e reciclamos o lixo em São Paulo e no interior, onde estou certificando meu plantio de café como sustentável. Tenho satisfação em ver a preocupação socioambiental de meus filhos e dos amigos deles. Isso me traz enorme alegria. A próxima geração, que já está chegando ao comando das empresas, tem um jeito novo de olhar o mundo. Eles, certamente mais do que nós, terão condições de deixar um mundo melhor para as próximas gerações.
ÉPOCA 16/06/2008, texto adaptado.
"Suas atitudes falam tão alto que não consigo ouvir o que você diz"
Indique o provérbio que melhor traduz a idéia expressa no trecho acima.
 

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961206 Ano: 2008
Disciplina: Português
Banca: FUNDEP
Orgão: Câm. Belo Horizonte-MG
INSTRUÇÃO: A questão relaciona-se com o texto abaixo. Leia-o com atenção antes de responder a elas.
Caminho sem volta
Há oito anos, o banqueiro Fábio Barbosa olhou para sua árvore e viu uma floresta. Então presidente de um grande banco multinacional, ele percebeu como uma instituição financeira poderia induzir a práticas sociais e ambientais mais responsáveis em todo o setor privado. Levou o banco a adotar atitudes pioneiras, que, depois, foram incorporadas pelo mercado. Começou com talões de cheque de papel reciclado e evoluiu para práticas inovadoras. Em 2004, o banco que presidia expulsou vinte clientes corporativos, inclusive algumas madeireiras na Amazônia, porque não seguiam as leis ambientais. A experiência foi uma das referências para elaborar os Princípios do Equador, uma seleção de critérios socioambientais criada pelo Banco Mundial e hoje praticada por sessenta instituições financeiras.
Repórter - Um banco não é uma ONG. Por que ele teria de ser bonzinho para a sociedade?
Fabio Barbosa – Não é uma questão de ―ser bonzinho‖. Trata-se de fazer aquilo em que acreditamos, influenciando outras empresas que compartilhem nossa visão no propósito de construir um banco melhor, um mercado melhor e um país melhor. Já temos muita gente nesse movimento, o que ajuda a consolidar o Brasil como referência em sustentabilidade para o mundo.
Repórter - Hoje, vários bancos fazem propaganda de suas iniciativas socioambientais. Como saber quem é mais empenhado?
Barbosa – Sinceramente, não achamos que seja uma questão para medir ou comparar e, sim, para comemorar. Quanto mais empresas, pessoas e governos apoiarem a causa da sustentabilidade, mais rápido teremos empresas melhores e um país melhor. Se o cliente estiver interessado em saber quem está mais avançado na inserção de sustentabilidade, ele consegue comprovar, por meio do relacionamento, se a prática da empresa condiz com a propaganda.
Repórter - Todo mundo hoje diz que é sustentável. Cada um com entendimento diferente desse termo tão vago. Como avaliar quem é sério e quem apenas faz propaganda?
Barbosa – Quanto mais empresas e instituições começam a praticar e a comunicar suas ações em sustentabilidade, mais o tema se difunde na sociedade. Há cada vez mais opções de comunicação e a capacidade de expressão dos consumidores só aumenta. O nível de crítica e de vigilância da sociedade tem aumentado também. Essa é uma ótima notícia, pois será possível diferenciar quem realmente faz daqueles que fazem menos.
Repórter - É possível aferir as vantagens financeiras que os critérios socioambientais trouxeram para o banco?
Barbosa – Sim. Com os clientes, isso se dá por meio do relacionamento. Uma rede hoteleira queria financiar a reforma e a modernização de dois de seus estabelecimentos. Apresentamos a possibilidade de inserir critérios socioambientais nas reformas, e o resultado foi que o cliente expandiu seu financiamento conosco. Nossa marca também tem ficado mais atrativa. Em 2004, a distância de nosso banco para o líder em atratividade da marca era de treze pontos percentuais. Hoje, essa distância é de três pontos, quase um empate técnico. Isso significa novos clientes. Nos últimos doze meses, conquistamos 200 mil correntistas. Esse reconhecimento pelo mercado também nos dá acesso a novos financiamentos, como a construção de grandes obras de infra-estrutura, oportunidade em que somos escolhidos como líderes dos processos que envolvem muitos bancos e ao mesmo tempo responsáveis pela avaliação de riscos socioambientais para os Princípios do Equador. Tivemos também acesso a uma linha de financiamento de US$ 300 milhões do Banco Mundial para projetos socioambientais de nossos clientes.
Repórter - Um empresário no Brasil mal consegue ser competitivo, gerar emprego e dar lucro com a carga tributária atual. Por que ele também precisa adotar critérios socioambientais voluntariamente? Não estamos cobrando muito?
Barbosa – Trata-se de um falso dilema acreditar que ou você é bem-sucedido nos negócios ou faz as coisas certas. Critérios socioambientais, em meu modo de ver, não são um adendo ao negócio. Eles devem ser o jeito de fazer negócios. Quando um empresário toma um financiamento para reutilizar a água e tratar os efluentes e com isso reduz seus custos e aumenta sua produtividade, estamos provando que uma coisa não é antagônica à outra. Temos percebido também que empresas que pontuam melhor no questionário de risco socioambiental que aplicamos têm excelente performance financeira.
Repórter - Como fazer negócios com esses critérios de sustentabilidade em regiões como a Amazônia, onde madeira e pecuária, algumas das principais atividades econômicas, têm problemas ambientais, fundiários e tributários?
Barbosa – De fato, temos todos os problemas mencionados. Mas temos também clientes que fazem as coisas do jeito certo. É com esses que temos procurado trabalhar. Temos empresários que há anos exportam madeira da Amazônia fazendo o manejo sustentável. Outros que contam com certificações. Existem maneiras – e esses nossos clientes provam isso – de fazer negócios e manter a floresta de pé.
Repórter – O que faremos com todos esses investimentos empresariais em políticas responsáveis com o meio ambiente se essa onda de preocupações passar?
Barbosa – Essa não é uma "onda", mas um caminho sem volta. Tudo o que está sendo feito veio para ficar. Principalmente porque é a sociedade que está cobrando e porque não há outro jeito de se fazer. Os americanos dizem: "Quando as pessoas fazem, os líderes seguem". Os consumidores, tanto no Brasil como no mundo, estão cada vez mais exigentes e conscientes sobre o assunto, forçando as empresas a mudar suas práticas.
Repórter - Como o senhor acordou para os cuidados socioambientais?
Barbosa – Sempre procuro fazer as coisas certas do jeito certo. Meus valores familiares sempre reforçaram isso, e, aos poucos, percebi que existe uma receptividade da sociedade. Essa crença ficou mais forte com o tempo e agora, em que a sociedade passa por uma grande transição, com o Brasil se tornando um país cada vez mais maduro, isso está sendo cada vez mais valorizado. E cada vez mais pessoas vêm nesse caminho.
Repórter - O que o senhor mudou em sua vida pessoal para reduzir a pegada ecológica?
Barbosa – O filósofo americano Ralph Waldo Emerson disse: ―Suas atitudes falam tão alto que não consigo ouvir o que você diz‖. Precisamos ter coerência nas atitudes. No meu dia-a-dia, faço algumas coisas para isso. Reduzimos desperdício e reciclamos o lixo em São Paulo e no interior, onde estou certificando meu plantio de café como sustentável. Tenho satisfação em ver a preocupação socioambiental de meus filhos e dos amigos deles. Isso me traz enorme alegria. A próxima geração, que já está chegando ao comando das empresas, tem um jeito novo de olhar o mundo. Eles, certamente mais do que nós, terão condições de deixar um mundo melhor para as próximas gerações.
ÉPOCA 16/06/2008, texto adaptado.
Assinale a alternativa em que o termo sublinhado na nova redação NÃO pode receber o sinal indicativo da crase.
 

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