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No conjunto de seus diferentes usos, a palavra “cultura” pode significar um valor individual do sujeito que “tem cultura”; um valor coletivo de povos, etnias e grupos sociais que produzem bens culturais que podem tornar-se propriedade de alguns; um valor de produto comercializado, como um livro, um quadro, uma peça teatral. O controle da circulação de bens começa com a invenção da imprensa no século XV, seguida da regulação dos direitos autorais e de reprodução. Hoje, a expansão da tecnologia digital, o compartilhamento nas redes e seu monopólio resultam em condições ainda mais complexas de produção, circulação e comercialização de bens culturais. Além disso, tradições milenares no Extremo Oriente e em alguns povos originários da América Latina mostram que o mundo não é só o que chamamos de Ocidente e que as noções de cópia, original, livre e coletivo diferem entre culturas diversas. Nesse contexto, pergunta o autor, como defender uma cultura livre?
(Adaptado de Leonardo Foleto, Introdução ao livro A cultura é livre: uma história da resistência antipropriedade. Disponível em https:// outraspalavras.net/alemdamercadoria/cultura-seus-tres-significados-e-sualibertacao/ . Acessado em 10/04/2021.)
Com base no que afirma o autor, a defesa de uma cultura livre dependeria
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Texto I
(André Vallias, 2020. Disponível em: https://gramho.com/media/241201996 8340930281. Acessado em 20/06/2021.)
Texto II
(Hélio Oiticica, Bandeira-poema [Seja marginal, seja herói], 1968. Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra2638/bandeirapoema. Acessado em 24/08/2021.)
Considere o diálogo intertextual entre os dois poemas e assinale a alternativa correta.
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Leia, a seguir, o título e subtítulo de uma reportagem.
(Fonte: Correio 24horas. 21/06/2021.)
Ao longo da pandemia da Covid-19 tornou-se cada vez mais recorrente o uso da expressão de língua inglesa home office (em tradução literal, “escritório em casa”) para se referir a trabalho a distância ou a teletrabalho. Indique a alternativa que descreve o processo de composição do neologismo “roça-office”, conforme empregado no título da reportagem.
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Texto I
(Denilson Baniwa, Repovoamento da memória de uma cidade-floresta, 2021, Mural Lambe-lambe, 3,80m x 12m. Disponível em https://www.premiopipa.com/wp-content/uploads/2019/03/23-Denilson- Baniwa.jpeg .Acessado em 05/07/2021.)
Texto II
Para que as memórias e tradições permaneçam vivas, o Museu da Pessoa, a Rádio Yandê e Ailton Krenak vão realizar uma formação virtual em memória e mídias para que jovens das comunidades originárias registrem as histórias de vida de seus anciãos e anciãs.
O ditado “Cada ancião que morre é uma biblioteca que se queima” é válido para os povos indígenas, portanto nosso lema é “Cada ancião que se preserva é uma biblioteca que se salva”. Na tradição dos povos indígenas, todo conhecimento de plantas, de cura, de mitos e narrativas é produzido de maneira oral. “A gente não sabe até quando que vão ter esse conhecimento completo. A gente vai morrendo e vai se apagando tudo. A gente não é igual vocês, que fica tudo guardado em algum lugar (...)” (Awapataku Waura, ancião e pajé do povo Waura).
(Adaptado de “Projeto Vidas Indígenas”, vídeo institucional do Museu da Pessoa, sobre registro de narrativas orais indígenas. Disponível em: https://benfeitoria.com/vidasindigenas. Acessado em 04/04/2021.)
No texto II (Projeto Vidas Indígenas), é utilizada uma metáfora que relaciona “ancião” e “biblioteca”. As citações a seguir tratam da importância de anciãos e anciãs indígenas para a transmissão do conhecimento. Assinale aquela que também faz uso de uma metáfora.
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Texto I
(Denilson Baniwa, Repovoamento da memória de uma cidade-floresta, 2021, Mural Lambe-lambe, 3,80m x 12m. Disponível em https://www.premiopipa.com/wp-content/uploads/2019/03/23-Denilson- Baniwa.jpeg .Acessado em 05/07/2021.)
Texto II
Para que as memórias e tradições permaneçam vivas, o Museu da Pessoa, a Rádio Yandê e Ailton Krenak vão realizar uma formação virtual em memória e mídias para que jovens das comunidades originárias registrem as histórias de vida de seus anciãos e anciãs.
O ditado “Cada ancião que morre é uma biblioteca que se queima” é válido para os povos indígenas, portanto nosso lema é “Cada ancião que se preserva é uma biblioteca que se salva”. Na tradição dos povos indígenas, todo conhecimento de plantas, de cura, de mitos e narrativas é produzido de maneira oral. “A gente não sabe até quando que vão ter esse conhecimento completo. A gente vai morrendo e vai se apagando tudo. A gente não é igual vocês, que fica tudo guardado em algum lugar (...)” (Awapataku Waura, ancião e pajé do povo Waura).
(Adaptado de “Projeto Vidas Indígenas”, vídeo institucional do Museu da Pessoa, sobre registro de narrativas orais indígenas. Disponível em: https://benfeitoria.com/vidasindigenas. Acessado em 04/04/2021.)
O mural criado pelo artista Denilson Baniwa (texto I) e o excerto da apresentação do Projeto Vidas Indígenas (texto II) tratam da memória dos povos indígenas. Assinale a alternativa que sintetiza os dois textos.
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Disciplina: Literatura Brasileira e Estrangeira
Banca: UNICAMP
Orgão: UNICAMP
No ano seguinte, o Ateneu revelou-se-me noutro aspecto. Conhecera-o interessante, com as seduções do que é novo, com as projeções obscuras de perspectiva, desafiando curiosidade e receio; conhecera-o insípido e banal como os mistérios resolvidos, caiado de tédio; conhecia-o agora intolerável como um cárcere, murado de desejos e privações.
(Raul Pompeia, O Ateneu. 7ª. ed. São Paulo: Ática, 1980, p. 98.)
Com base no excerto que inicia o capítulo VIII do romance de Raul Pompéia e no seu subtítulo – crônica de saudades –, é correto afirmar que a obra é
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Disciplina: Literatura Brasileira e Estrangeira
Banca: UNICAMP
Orgão: UNICAMP
(...) eu sou um pobre relojoeiro que, cansado de ver que os relógios deste mundo não marcam a mesma hora, descri do ofício. (...) Um exemplo. O Partido Liberal, segundo li, estava encasacado e pronto para sair, com o relógio na mão, porque a hora pingava. Faltava-lhe só o chapéu, que seria o chapéu Dantas, ou o chapéu Saraiva (ambos da chapelaria Aristocrata); era só pô-lo na cabeça, e sair. Nisto passa o carro do paço com outra pessoa, e ele descobre que ou o seu relógio está adiantado, ou o de Sua Alteza é que se atrasara. Quem os porá de acordo?
(Machado de Assis, Bons dias. Introdução e notas John Gledson. 3. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2008, p. 79.)
Com relação ao excerto da crônica de Machado de Assis, publicada em 05 de abril de 1888 na Gazeta de Notícias, é correto afirmar que a metáfora mecânica faz referência à passagem do tempo, aludindo à expectativa de mudança de
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Disciplina: Literatura Brasileira e Estrangeira
Banca: UNICAMP
Orgão: UNICAMP
Na ribeira do Eufrates assentado,
Discorrendo me achei pela memória
Aquele breve bem, aquela glória,
Que em ti, doce Sião, tinha passado.
Da causa de meus males perguntado
Me foi: Como não cantas a história
De teu passado bem e da vitória
Que sempre de teu mal hás alcançado?
Não sabes, que a quem canta se lhe esquece
O mal, inda que grave e rigoroso?
Canta, pois, e não chores dessa sorte.
Respondi com suspiros: Quando cresce
A muita saudade, o piedoso
Remédio é não cantar senão a morte.
(Luís de Camões, 20 sonetos. Org. Sheila Hue. Campinas: Editora da
Unicamp, 2018, p.113).
Considerando as características formais e o núcleo temático, é correto afirmar que o poema retoma o dito popular
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Disciplina: Literatura Brasileira e Estrangeira
Banca: UNICAMP
Orgão: UNICAMP
As Ondas
Entre as trêmulas mornas ardentias,
A noite no alto-mar anima as ondas.
Sobem das fundas úmidas Golcondas,
Pérolas vivas, as nereidas frias:
Entrelaçam-se, correm fugidias,
Voltam, cruzando-se; e, em lascivas rondas,
Vestem as formas alvas e redondas
De algas roxas e glaucas pedrarias.
Coxas de vago ônix, ventres polidos
De alabastro, quadris de argêntea espuma,
Seios de dúbia opala ardem na treva;
E bocas verdes, cheias de gemidos,
Que o fósforo incendeia e o âmbar perfuma,
Soluçam beijos vãos que o vento leva...
(Olavo Bilac, Tarde. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1919, p.48)
Ardentia: s.f. fosforescência sobre as ondas do mar, à noite.
Golconda: s. f. (fig.) mina de riquezas.
Nereida: s.f. cada uma das ninfas do mar, filhas de Nereu.
(Disponíveis em www.aulete.com.br/ Acessado em 30/07/2021.)
Em relação ao soneto de Olavo Bilac (no contexto de sua época), é correto afirmar que a seleção lexical favorece a
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Disciplina: Literatura Brasileira e Estrangeira
Banca: UNICAMP
Orgão: UNICAMP
Tenho horror a de aqui a pouco vos ter já dito o que vos vou dizer. As minhas palavras presentes, mal eu as diga, pertencerão logo ao passado, ficarão fora de mim, não sei onde, rígidas e fatais... Falo, e penso nisto na minha garganta, e as minhas palavras parecem-me gente...
(Fernando Pessoa, O marinheiro. Campinas: Editora da Unicamp, 2020, p. 51.)
O que eu era outrora já não se lembra de quem sou... Às vezes, à beira dos lagos, debruçava-me e fitava-me... Quando eu sorria, os meus dentes eram misteriosos na água... Tinham um sorriso só deles, independentes do meu...
(Idem, p. 52.)
Nos excertos acima, dois fenômenos são apresentados ao leitor e constituem o principal problema dramático da peça de Fernando Pessoa. Assinale a alternativa que identifica e explica corretamente esses fenômenos.
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