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Respondida
Uma atividade desenvolvida com frequência nas aulas de
linguagem consiste em solicitar que o aluno reescreva
trechos narrativos expressos em discurso direto, passandoos
para o discurso indireto e redigindo-os de acordo com as
normas da língua padrão. Dos itens abaixo, nos quais foram
reescritos falas do texto 3 para o discurso indireto, aquele em
que a redação apresenta alteração de sentido em relação ao
original é:
Respondida
No fragmento de narrativa acima, são vários os traços de
oralidade resultantes do diálogo entre o pai, o futuro genro e a
filha. Abaixo foram transcritas algumas falas e, à frente de
cada uma, foram feitos comentários característicos da
linguagem oral. A opção em que há comentário NÃO
pertinente à fala transcrita é:
A
“Oi, Varum, como vai?A sua noiva está se arrumando. Ela
já desce. Senta aí um pouquinho. Tira o capacete...” -> não
uniformidade na forma de tratamento da pessoa com
quem se fala.
B
“É. Qual é o galho?” -> substantivo em registro informal,
designando “questão”, “problema”.
C
“- Já sei o que você tá pensando, cara. Saquei.” -> redução
silábica de radical de verbo + vocativo interlocutório
informal + verbo em registro informal, designando
“perceber”, “entender”.
D
“Você está pensando que só nós dois, no meio do mato,
pode pintar um lance.” -> verbo em registro informal,
designando “surgir mais ou menos ao acaso” +
substantivo em designação conotativa de ato sexual.
E
“Mas qualé, xará. Não tem disso não. Está em falta. Oi,
gatona!” -> combinação fonética depreciativa seguida de
vocativo que conota “desprezo” + redundância da
negativa + aumentativo afetivo.
Respondida
Nos itens abaixo foram transcritos trechos literários de
diferentes autores, todos rigorosamente de acordo com o
português padrão. Em um dos trechos, entretanto, o autor
cometeu um desvio gramatical, totalmente intencional, com o
objetivo de obter um efeito estilístico com finalidade estética.
Este trecho referido é:
A
“Foi para vós que ontem colhi, senhora, / este ramo de
flores que ora envio. / Não no houvesse colhido e o vento
e o frio / tê-las-iam crestado antes da aurora.” (Manuel
Bandeira)
B
“A tarde ia morrendo. O sol declinava no horizonte e
deitava-se sobre as grandes florestas, que iluminava com
seus últimos raios. A luz frouxa e suave do ocaso,
deslizando pela verde alcatifa, enrolava-se como ondas
de ouro e de púrpura sobre a folhagem das árvores.”
(José de Alencar)
C
“Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas
manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia
inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente
andavam pouco, mas como haviam repousado bastante
na areia do rio seco, a viagem progredira bem três
léguas.” (Graciliano Ramos)
D
“Vós, diz Cristo Nosso senhor, falando com os
pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal, porque
quer que façam na terra, o que faz o sal. O efeito do sal é
impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão
corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm
ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta
corrupção?” (Antônio Vieira)
E
“Trago-te flores, - restos arrancados / Da terra que nos viu
passar unidos / E ora mortos nos deixa e separados. / Que
eu, se tenho nos olhos malferidos / Pensamentos de vida
formulados, / São pensamentos idos e vividos.” (Machado
de Assis)
Respondida
Tomando-se por base informações contidas no texto, bem
com outras informações resultantes das pesquisas
linguísticas, entende-se por língua padrão:
A
a língua funcional de maior prestígio na sociedade, por
ser considerada a modalidade culta formal, língua a qual,
seja em expressão literária, seja em expressão não
literária, é mais frequentemente refletida no código escrito
ou na prática oral que lhe segue o modelo.
B
a variante diastrática considerada culta, caracterizada por
seu conservadorismo e pelo rigor gramatical, a qual, por
ser registrada apenas na modalidade escrita, pode ser
considerada suprarregional e acrônica.
C
a língua culta que, seja em situação de formalidade ou de
informalidade, apresenta-se dentro de padrões
gramaticais considerados corretos e que, por ser a
expressão comum a usuários de todas as regiões de uma
comunidade linguística, também é chamada de língua de
nação.
D
a língua funcional considerada exemplar, quer pela sua
estrutura, que melhor incorpora a tradição escrita da
língua; quer pela sua formalidade, que a condiciona a ser
usada especificamente por pessoas de escolaridade
superior.
E
a variante diafásica de maior prestígio social, em razão da
formalidade que a reveste e do seu uso exclusivo pelos
estratos intelectualizados da nação, principalmente no
registro literário, seja na literatura escrita, seja na
literatura oral.
Respondida
Com a afirmação “No fundo, a grande missão do
professor de língua materna - no ensino da língua estrangeira
o problema é outro - é transformar seu aluno num poliglota
dentro de sua própria língua” (8º parágrafo), o autor quer dizer
essencialmente que:
A
os professores de Língua Portuguesa devem estar
obrigados a exercer o magistério de modo a fazer de seus
alunos falantes fluentes na língua materna e pessoas
capazes de expressar-se de acordo com as variedades
regionais, de nível social e de estilos de língua.
B
a escola deve superar a discussão travada entre os
defensores do ensino da língua materna a partir da
modalidade culta e os que defendem o ensino da língua a
partir da modalidade coloquial, buscando uma posição
intermediária que contemple todo o potencial dos alunos
no sentido de desenvolver a sua competência linguística
de maneira integral.
C
a escola, principalmente pela ação dos professores de
Língua Portuguesa, deve oferecer as condições para que
os alunos, a partir da experiência linguística que trazem
de casa, consigam expressar-se de variadas formas em
sua própria língua, falando ou escrevendo, e sejam
capazes de ler e entender textos nas diversidades
diatópicas, diastráticas e diafásicas.
D
os professores de Língua Portuguesa não devem “impor”
a seus alunos, nas situações de uso da linguagem, nem a
língua funcional na modalidade culta, nem a língua
funcional na modalidade coloquial, pois que ambas as
atitudes não recobrem a complexa e rica visão da língua
como fator de manifestação da liberdade de expressão do
homem.
E
a escola deve desenvolver estratégias de ensino da
língua materna que considere o fato de que os alunos, a
partir da modalidade linguística de que dispõem, são
capazes de decodificar apenas as modalidades
linguísticas com as quais entram em contato, quer aquela
utilizada pelas pessoas culturalmente inferiores, como
aquelas a serviço das pessoas culturalmente superiores.
Respondida
Abaixo foram transcritas cinco estrofes de poemas de
representativos escritores brasileiros e portugueses. Ao lado
de cada transcrição, o texto foi repetido com as alterações
gráficas previstas no novo Acordo. A repetição em que o texto
foi redigido rigorosamente de acordo com as novas normas é:
A
“As águias no céu corriam, / E os areais se volviam, / E
horrendas feras bramiam / No imenso da solidão; / Mas
vozes do deserto / Se erguiam como um concerto / E
vinham saudar-me perto: / - Tu és, senhor, Napoleão!”
(Fagundes Varela) -> As águias no ceu corriam, / E os
areais se volviam, / E horrendas feras bramiam / No
imenso da solidão; / Mas vozes do deserto / Se erguiam
como um concerto / E vinham saudar-me perto: / - Tu és,
senhor, Napoleão!
B
“Quem te disse ao ouvido esse segredo / Que raras
deusas têm escutado - / Aquele amor cheio de crença e
medo / Que é verdadeiro só se é segredo?... / Quem to
disse tão cedo?” (Fernando Pessoa) -> Quem te disse ao
ouvido esse segredo / Que raras deusas tem escutado - /
Aquele amor cheio de crença e medo / Que é verdadeiro
só se é segredo?... /Quemto disse tão cedo?
C
“Olhai! hoje o trigal é mais verde e mais forte! / O chão foi
adubado a carne e sangue... / Que importa haja caído um
exército exangue, / se deu a vida ao trigo tanta morte!”
(Mário de Andrade) -> Olhai! hoje o trigal é mais verde e
mais forte! / O chão foi adubado a carne e sangue... / Que
importa haja caido um exército exangue, / se deu a vida ao
trigo tanta morte!
D
“Já não sei o que vale a nova ideia, / Quando a vejo nas
ruas desgrenhada, / Torva no aspecto, à luz da barricada, /
Como tocante após lúbrica ceia...” (Antero de Quental) -> Já não sei o que vale a nova ideia, / Quando a vejo nas
ruas desgrenhada, / Torva no aspeto, à luz da barricada, /
Como tocante após lúbrica ceia...
E
“A gente da cidade, aquele dia, / (Uns por amigos, outros
por parentes, / Outros por ver somente) concorria, /
Saudosos na vista e descontentes. / E nós, co'a virtuosa
companhia / De mil Religiosos diligentes, / Em procissão
solene, a Deus orando, / Para os batéis viemos
caminhando.” (Luís de Camões) -> A gente da cidade,
aquele dia, / (Uns por amigos, outros por parentes, /
Outros por ver somente) concorria, / Saudosos na vista e
descontentes. / E nós, coa virtuosa companhia / De mil
Religiosos diligentes, / Em procissão solene, a Deus
orando, / Para os bateis viemos caminhando.
Respondida
O Acordo Ortográfico, a rigor, alterou a grafia de um
percentual mínimo de palavras, se forem consideradas as
normas ortográficas que estavam em vigor. Das alterações
gráficas abaixo relacionadas, está em DESACORDO com as
novas normas estabelecidas pelo Acordo a seguinte:
A
o monossílabo tônico por (verbo) deixa de ter acento
circunflexo para diferenciar-se do monossílabo átono por (preposição); também deixa de ser acentuada, mas passa
a receber hífen, a locução por-do-sol
B
perdem o acento gráfico as formas verbais paroxítonas
que contêm um e tônico oral fechado em hiato com a
terminação –em, como em creem ou a vogal tônica
fechada do hiato oo em palavras paroxítonas seguidas
ou não de –s, como enjoo.
C
pode ser acentuada ou não a palavra (substantivo)
distinta de forma (substantivo ou verbo), sendo acentuada
nos casos em que no texto possa haver ambiguidade.
D
deixam de ser acentuadas as vogais tônicas i e u das
palavras paroxítonas, quando estas vogais estiverem
precedidas de ditongo, como em feiura ; essas vogais
serão acentuadas em palavras oxítonas, quando, mesmo
precedidas de ditongo, estão em posição final, sozinhas
na sílaba, ou seguidas de –s, como em Piauí.
E
nas palavras formadas por derivação prefixal, emprega-
se o hífen quando o 1º elemento termina por vogal idêntica
à que inicia o segundo elemento, como em anti-ibérico ; se
o 1º elemento terminar por vogal diferente daquela que
inicia o 2º elemento, escreve-se sem hífen, como em antiaéreo .
Respondida
Na verdade, o Acordo Ortográfico só foi possível porque,
ao contrário do que ocorreu em outros momentos em que se
tentou a unificação, foram feitas inúmeras concessões tendo
em vista os casos de divergência e oscilação de pronúncia no
espaço lusófono. Entre as alterações ortográficas abaixo
relacionadas previstas no Acordo, NÃO foi resultado de uma
concessão em razão das oscilações de pronúncia a seguinte:
A
desnecessidade de emprego do acento gráfico na vogal
da sílaba tônica dos ditongos ei e oi dos vocábulos
paroxítonos, que ora são abertos, ora fechados, como proteico, comboio, etc
B
duplicidade de emprego do acento agudo ou circunflexo
quando a divergência incidir no timbre aberto ou fechado,
respectivamente, da vogal da sílaba tônica, como bebê ou bebé
C
abolição do emprego do trema em palavras portuguesas e
aportuguesadas, como cinquenta, lingueta , sendo
mantido apenas em palavras derivadas de nomes
próprios estrangeiros, como hubneriano
D
facultatividade na representação, na escrita, de
consoante, quando ocorrer a pronunciação e o
ensurdecimento da mesma, como em subtil e sutil
E
duplicidade de flexão e de presença ou ausência de
acentuação gráfica daí decorrente de verbos, como arguir, redarguir, aguar, apaziguar, deliquir, etc
Respondida
A leitura do texto acima permite concluir que entre os
argumentos apresentados pelo Professor Evanildo Bechara
em favor da unificação ortográfica entre os países lusófonos
NÃOse pode incluir o seguinte: