O costume de discriminar aqueles que são diferentes, porque pertencem a outro grupo, pode ser encontrado mesmo dentro de uma mesma sociedade.

A lógica subjacente aos termos sagrado e profano implica uma racionalidade só encontrável em sociedades ocidentalizadas.

Para Émile Durkheim, há uma completa ruptura entre o sagrado e o profano, que se expressa em uma profunda diferenciação entre os comportamentos religioso e secular, separando o que é da ordem do indivíduo e o que é da ordem do social.

Roberto DaMatta problematizou as noções de sagrado e profano ao analisar o carnaval brasileiro como um ritual de inversão.

De acordo com Mary Douglas, as noções de higiene e poluição encontram-se profundamente associadas às classificações do sagrado e do profano.

Para Lucien Lévy-Bruhl, as noções de sagrado e profano não são fixas no espaço nem no tempo. A passagem de um estado para outro, que sempre inclui um estágio intermediário, ocorre por meio do deslocamento do sujeito de uma situação profana para uma situação sagrada ou viceversa.

Em conhecida obra da antropologia clássica, Bronislaw Malinowski apresentou os princípios fundamentais do método que caracteriza a observação participante

Transformar o familiar em exótico demanda o esforço de despir-se dos estereótipos responsáveis pelos préjulgamentos a respeito daquilo que consideramos uma realidade familiar, mas que não é, necessariamente, conhecida.

Ao publicar Tristes Trópicos, Claude Lévi-Strauss notabilizou-se por consolidar a imersão como modalidade de pesquisa na antropologia francesa.

O fazer antropológico em campo consiste em transformar o familiar em exótico e(ou) o exótico em familiar.