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Uma mulher de 59 anos de idade dá entrada no pronto atendimento (PA) com dor e
formigamento no braço direito. A dor ocorreu há cerca de 2 horas enquanto ela passeava com
o cachorro. Foi de início repentino e está apresentando melhora. Não há histórico de trauma
e ela não teve episódios prévios. Ela agora é capaz de mover os dedos, mas diz que os sente
dormentes. Seu histórico médico anterior inclui episódios de palpitações e está aguardando
para marcar uma consulta com o cardiologista. No exame físico, a mão direita parece pálida e
fria. Os pulsos radial e ulnar estão ausentes. Não há sensibilidade muscular no antebraço, a
motricidade da mão encontra-se plena, com alteração da sensibilidade. Diante desse quadro,
o plano terapêutico para essa paciente é:
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Uma esteticista, com 47 anos de idade, procura o ambulatório do centro clínico por queixas
de dor, peso e edema em membros inferiores, com maior intensidade no membro esquerdo,
que piora ao longo do dia de trabalho. Ela refere que percebeu o aparecimento de veias
distendidas nas pernas há cerca de 2 anos, mas que, há 3 meses, notou o aparecimento de
uma área pruriginosa na face medial da perna. Ao exame físico, são evidenciadas veias
varicosas na face medial da perna e na face posterior do joelho, com área de
hiperpigmentação na face medial do tornozelo. Tendo como base a classificação CEAP, essa
paciente se enquadra na classe
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Um paciente com 34 anos de idade, após trauma contuso em jogo de futebol, chega ao
Pronto Socorro em cadeira de rodas com queixas de dor e edema, que se estende até
acima do joelho no membro inferior esquerdo, há cerca de 2 horas. Ao exame físico o
paciente apresenta pulsos universalmente palpáveis, a musculatura da panturrilha esquerda
apresenta-se endurecida, edema com cacifo positivo em perna e o diâmetro da perna
esquerda apresentando 42 cm, e 37 cm na perna direita.
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Uma paciente com 62 anos de idade, hipertensa de longa data, tabagista por 50 anos e
com diabetes mellitus diagnosticada há 20 anos, chega ao centro clínico para consulta
especializada, relatando que, há cerca de 3 semanas, apresentou tonteira seguida por
síncope e que não se recorda bem do que aconteceu. O evento ocorreu durante a
escovação dos cabelos. Os acompanhantes informaram que a encontraram caída na
cama, mas logo ela acordou, apresentando, contudo, fala arrastada e desvio da comissura
labial. Trinta minutos após ter chegado ao serviço de pronto atendimento, todas as
alterações já haviam se normalizado. Foi solicitada, na urgência, tomografia
computadorizada do encéfalo que se mostrou normal e duplex scan de carótidas e
vertebrais que revelou ateromatose carotídea bilateral e inversão de fluxo sisto/diastólico,
contínuo, em artéria vertebral esquerda. A artéria vertebral direita apresentava -se com
fluxo ascendente, com velocidade normal.
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CIBERCONDRIA e ansiedade
A INTERNET REVOLUCIONOU OS MODELOS DE COMUNICAÇÃO, PERMITINDO NOVAS FORMAS DE
ENTRETENIMENTO, E O ACESSO À SAÚDE FOI REFORMULADO PARA NOVOS PADRÕES
Por Igor Lins Lemos
1º Atualmente, é difícil imaginar a extinção das redes sociais da nossa prática diária de
comunicação, modelo praticamente impossível de ser retrocedido. A world wide web
remodelou também os antigos padrões de relacionamento, seja através das redes
sociais, dos fóruns ou dos programas de interação em tempo real. Não apenas essas
modificações foram provocadas pelo avanço da cibercultura, o acesso à saúde também
foi reformulado para novos padrões. Atualmente, é possível, por exemplo, verificar
resultados de exames de sangue no endereço eletrônico do laboratório, acessar
endereços eletrônicos sobre saúde mental e planos de saúde sem sair de casa.
Facilidades estas que são consideradas de uso contínuo para as próximas décadas, ou
seja, cada vez mais os recursos tecnológicos serão utilizados para esses e outros fins. A
era da cibernética é real.
2º Apesar dos diversos benefícios da internet para a saúde humana, outra manifestação
psicopatológica (vinculada ao campo eletrônico) vem sendo dis cutida, além do transtorno
do jogo pela internet e das dependências de internet, de sexo virtual e de celular: a
cibercondria. O nome é um neologismo formado a partir dos termos ciber e hipocondria. A
hipocondria refere-se, de forma sucinta, a uma busca constante de reasseguramentos por
informações sobre possíveis adoecimentos orgânicos, dúvidas essas que raramente
cessam quando o sujeito encontra a possível resposta às suas indagações. E como
pensar nesse fenômeno com a proliferação das buscas em relação à saúde na internet?
3º A procura de informações sobre sintomas e doenças na internet é comum e, muitas
vezes, serve a propósitos úteis. De acordo com Aiken e Kirwan (2012), a internet é um
valioso recurso na busca de informações médicas e continuará send o por muitos anos.
Porém, a web possui, em paralelo, um poder potencial de aumentar a ansiedade dos
sujeitos sem treinamento médico, no momento em que estejam buscando diagnósticos
em websites. Dessa forma, contemporaneamente, pessoas que são excessivament e
angustiadas ou muito preocupadas com a sua saúde realizam pesquisas constantes na
internet. Porém, apenas se tornam mais ansiosas ou amedrontadas. Pense por um
momento e, em sua reflexão, responda a si se nunca fez uma busca na internet após
receber seu exame de sangue ou surgir uma mancha em alguma região do seu corpo.
Esse tipo de comportamento é bem frequente, mas apenas uma minoria apresenta uma
manifestação patológica (cibercondríaca) desse funcionamento.
4º Fergus (2013) realizou um estudo com 512 participantes nos Estados Unidos; a média de
idade foi de 33,4 anos, sendo 55,3% do sexo feminino. O objetivo do trabalho foi verificar
o efeito da intolerância à incerteza na relação entre a frequência de buscas por
informações médicas na web e a ansiedade com a saúde. Para essa pesquisa, foram
aplicados os seguintes instrumentos: a Intolerance of Uncertainty Scale - 12 Item Version
(IUS-12), a Short Health Anxiety Inventory (SHAI) e a Positive and Negative Affect
Schedule (PANAS). Além disso, foram considerados outros dois pontos: a relação entre a
ansiedade com a saúde como um resultado de buscas por informações médicas na
internet e a frequência com que esse usuário busca por esse serviço.
5º De acordo com o autor, é comum que as pessoas encontrem e busquem esse tipo de
informação na internet. Entretanto, são desconhecidos os motivos que levam uma parcela da população a desenvolver a cibercondria. O estudo em questão, então, seria uma forma
de preencher essa lacuna na literatura científica. A pesquisa demonstrou que, quanto
maior o nível de intolerância à incerteza, maior a chance de o indivíduo experienciar a
cibercondria. Essa ansiedade pode se tornar ainda maior devido ao fato de a internet
oferecer diversas informações para o mesmo problema, confundindo o usuário na
identificação do seu problema sintomatológico. Além disso, nem todos os usuários são
habilidosos em encontrar endereços eletrônicos confiáveis.
6º Dessa forma, cogite, por um momento, se tantas informações disponíveis na internet são
fontes de relaxamento após a sua visita ao endereço eletrônico ou se esse ato gera ainda
mais ansiedade. É comum, por exemplo, pacientes chegarem ao consultório de
Psicologia com diagnósticos já estabelecidos por buscas que fizeram na internet.
Resultado: muitas vezes, a informação é incorreta ou mal interpretada. Nunca deixe o
profissional da saúde em segundo plano, priorize-o na busca por informações sobre o seu
corpo.
Referências:
AIKEN, M.; KIRWAN, G. Prognoses for diagnoses: medical search online and "cyberchondria". BMC
Proceedings, v. 6, 2012.
FERGUS, T. A. Cyberchondria and intolerance of uncertainty: examining when individuals experience health
anxiety in response to internet searches for medical information. Cyberpsychology, Behavior and Social
Networking, v. 16, n. 10, 2013.
LEMOS, Igor Lins. Cibercondria e ansiedade. Psique. São Paulo, Editora Escala, nº 144, fev. 2018.
[Adaptado]
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CIBERCONDRIA e ansiedade
A INTERNET REVOLUCIONOU OS MODELOS DE COMUNICAÇÃO, PERMITINDO NOVAS FORMAS DE
ENTRETENIMENTO, E O ACESSO À SAÚDE FOI REFORMULADO PARA NOVOS PADRÕES
Por Igor Lins Lemos
1º Atualmente, é difícil imaginar a extinção das redes sociais da nossa prática diária de
comunicação, modelo praticamente impossível de ser retrocedido. A world wide web
remodelou também os antigos padrões de relacionamento, seja através das redes
sociais, dos fóruns ou dos programas de interação em tempo real. Não apenas essas
modificações foram provocadas pelo avanço da cibercultura, o acesso à saúde também
foi reformulado para novos padrões. Atualmente, é possível, por exemplo, verificar
resultados de exames de sangue no endereço eletrônico do laboratório, acessar
endereços eletrônicos sobre saúde mental e planos de saúde sem sair de casa.
Facilidades estas que são consideradas de uso contínuo para as próximas décadas, ou
seja, cada vez mais os recursos tecnológicos serão utilizados para esses e outros fins. A
era da cibernética é real.
2º Apesar dos diversos benefícios da internet para a saúde humana, outra manifestação
psicopatológica (vinculada ao campo eletrônico) vem sendo dis cutida, além do transtorno
do jogo pela internet e das dependências de internet, de sexo virtual e de celular: a
cibercondria. O nome é um neologismo formado a partir dos termos ciber e hipocondria. A
hipocondria refere-se, de forma sucinta, a uma busca constante de reasseguramentos por
informações sobre possíveis adoecimentos orgânicos, dúvidas essas que raramente
cessam quando o sujeito encontra a possível resposta às suas indagações. E como
pensar nesse fenômeno com a proliferação das buscas em relação à saúde na internet?
3º A procura de informações sobre sintomas e doenças na internet é comum e, muitas
vezes, serve a propósitos úteis. De acordo com Aiken e Kirwan (2012), a internet é um
valioso recurso na busca de informações médicas e continuará send o por muitos anos.
Porém, a web possui, em paralelo, um poder potencial de aumentar a ansiedade dos
sujeitos sem treinamento médico, no momento em que estejam buscando diagnósticos
em websites. Dessa forma, contemporaneamente, pessoas que são excessivament e
angustiadas ou muito preocupadas com a sua saúde realizam pesquisas constantes na
internet. Porém, apenas se tornam mais ansiosas ou amedrontadas. Pense por um
momento e, em sua reflexão, responda a si se nunca fez uma busca na internet após
receber seu exame de sangue ou surgir uma mancha em alguma região do seu corpo.
Esse tipo de comportamento é bem frequente, mas apenas uma minoria apresenta uma
manifestação patológica (cibercondríaca) desse funcionamento.
4º Fergus (2013) realizou um estudo com 512 participantes nos Estados Unidos; a média de
idade foi de 33,4 anos, sendo 55,3% do sexo feminino. O objetivo do trabalho foi verificar
o efeito da intolerância à incerteza na relação entre a frequência de buscas por
informações médicas na web e a ansiedade com a saúde. Para essa pesquisa, foram
aplicados os seguintes instrumentos: a Intolerance of Uncertainty Scale - 12 Item Version
(IUS-12), a Short Health Anxiety Inventory (SHAI) e a Positive and Negative Affect
Schedule (PANAS). Além disso, foram considerados outros dois pontos: a relação entre a
ansiedade com a saúde como um resultado de buscas por informações médicas na
internet e a frequência com que esse usuário busca por esse serviço.
5º De acordo com o autor, é comum que as pessoas encontrem e busquem esse tipo de
informação na internet. Entretanto, são desconhecidos os motivos que levam uma parcela da população a desenvolver a cibercondria. O estudo em questão, então, seria uma forma
de preencher essa lacuna na literatura científica. A pesquisa demonstrou que, quanto
maior o nível de intolerância à incerteza, maior a chance de o indivíduo experienciar a
cibercondria. Essa ansiedade pode se tornar ainda maior devido ao fato de a internet
oferecer diversas informações para o mesmo problema, confundindo o usuário na
identificação do seu problema sintomatológico. Além disso, nem todos os usuários são
habilidosos em encontrar endereços eletrônicos confiáveis.
6º Dessa forma, cogite, por um momento, se tantas informações disponíveis na internet são
fontes de relaxamento após a sua visita ao endereço eletrônico ou se esse ato gera ainda
mais ansiedade. É comum, por exemplo, pacientes chegarem ao consultório de
Psicologia com diagnósticos já estabelecidos por buscas que fizeram na internet.
Resultado: muitas vezes, a informação é incorreta ou mal interpretada. Nunca deixe o
profissional da saúde em segundo plano, priorize-o na busca por informações sobre o seu
corpo.
Referências:
AIKEN, M.; KIRWAN, G. Prognoses for diagnoses: medical search online and "cyberchondria". BMC
Proceedings, v. 6, 2012.
FERGUS, T. A. Cyberchondria and intolerance of uncertainty: examining when individuals experience health
anxiety in response to internet searches for medical information. Cyberpsychology, Behavior and Social
Networking, v. 16, n. 10, 2013.
LEMOS, Igor Lins. Cibercondria e ansiedade. Psique. São Paulo, Editora Escala, nº 144, fev. 2018.
[Adaptado]
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