Foram encontradas 40 questões.
TEXTO I
Analfabetismo - Crônica de 15 de agosto de 1876
1 Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes
2 um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram-se para frases: o
3 algarismo não tem frases, nem retórica.
4 Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo falar do nosso país dirá:
5 - Quando uma constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino, força é que este povo
caminhe para o futuro com
6 as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação nacional.
7 A opinião pública deste país é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação que decida entre
8 mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o direito a todos superior a todos os direitos.
9 A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
10 - A nação não sabe ler. Há 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não lêem letra de mão.
11 70% jazem em profunda ignorância. Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles: é não saber o que ele vale, o que ele pensa,
12 o que ele quer; nem se realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber
13 por que nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, - por divertimento. A constituição é para eles uma coisa inteiramente
14 desconhecida. Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado.
15 Replico eu:
16 - Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
17 - As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos. Proponho uma reforma no estilo 18 político. Não se deve dizer:
19 “consultar a nação, representantes da nação, os poderes da nação”; mas – “consultar os 30%, representantes dos 30%, poderes
20 dos 30%”. A opinião pública é uma metáfora sem base: há só a opinião dos 30%. Um deputado que disser na Câmara: “Sr.
21 Presidente, falo deste modo porque os 30% nos ouvem...” dirá uma coisa extremamente sensata.
22 E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo, porque nós não temos base segura para os nossos
23 discursos, e ele tem o recenseamento.
Machado de Assis
O que poderia ser considerado em seu valor expletivo (de realce) em
Provas
TEXTO I
Analfabetismo - Crônica de 15 de agosto de 1876
1 Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes
2 um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram-se para frases: o
3 algarismo não tem frases, nem retórica.
4 Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo falar do nosso país dirá:
5 - Quando uma constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino, força é que este povo caminhe para o futuro com
6 as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação nacional.
7 A opinião pública deste país é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação que decida entre
8 mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o direito a todos superior a todos os direitos.
9 A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
10 - A nação não sabe ler. Há 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não lêem letra de mão.
11 70% jazem em profunda ignorância. Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles: é não saber o que ele vale, o que ele pensa,
12 o que ele quer; nem se realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber
13 por que nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, - por divertimento. A constituição é para eles uma coisa inteiramente
14 desconhecida. Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado.
15 Replico eu:
16 - Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
17 - As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos. Proponho uma reforma no estilo 18 político. Não se deve dizer:
19 “consultar a nação, representantes da nação, os poderes da nação”; mas – “consultar os 30%, representantes dos 30%, poderes
20 dos 30%”. A opinião pública é uma metáfora sem base: há só a opinião dos 30%. Um deputado que disser na Câmara: “Sr.
21 Presidente, falo deste modo porque os 30% nos ouvem...” dirá uma coisa extremamente sensata.
22 E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo, porque nós não temos base segura para os nossos
23 discursos, e ele tem o recenseamento.
Machado de Assis
Cada uma das funções da linguagem enfatiza um elemento da comunicação. Assinale a alternativa que marca a ênfase apresentada no TEXTO I.
Provas
TEXTO I
Analfabetismo - Crônica de 15 de agosto de 1876
1 Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes
2 um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram-se para frases: o
3 algarismo não tem frases, nem retórica.
4 Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo falar do nosso país dirá:
5 - Quando uma constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino, força é que este povo caminhe para o futuro com
6 as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação nacional.
7 A opinião pública deste país é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação que decida entre
8 mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o direito a todos superior a todos os direitos.
9 A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
10 - A nação não sabe ler. Há 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não lêem letra de mão.
11 70% jazem em profunda ignorância. Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles: é não saber o que ele vale, o que ele pensa,
12 o que ele quer; nem se realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber
13 por que nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, - por divertimento. A constituição é para eles uma coisa inteiramente
14 desconhecida. Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado.
15 Replico eu:
16 - Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
17 - As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos. Proponho uma reforma no estilo 18 político. Não se deve dizer:
19 “consultar a nação, representantes da nação, os poderes da nação”; mas – “consultar os 30%, representantes dos 30%, poderes
20 dos 30%”. A opinião pública é uma metáfora sem base: há só a opinião dos 30%. Um deputado que disser na Câmara: “Sr.
21 Presidente, falo deste modo porque os 30% nos ouvem...” dirá uma coisa extremamente sensata.
22 E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo, porque nós não temos base segura para os nossos
23 discursos, e ele tem o recenseamento.
Machado de Assis
A referência anafórica pronominal é um tipo de coesão bastante utilizado. No trecho, “... ela possui nas mãos o direito a todos superior a todos os direitos.” (l.8) o pronome destacado retoma a
Provas
- Interpretação de TextosCoesão e CoerênciaCoesãoCoesão ReferencialAnáfora
- Interpretação de TextosFiguras e Vícios de LinguagemFiguras de LinguagemElipse
TEXTO I
Analfabetismo - Crônica de 15 de agosto de 1876
1 Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes
2 um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram-se para frases: o
3 algarismo não tem frases, nem retórica.
4 Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo falar do nosso país dirá:
5 - Quando uma constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino, força é que este povo caminhe para o futuro com
6 as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação nacional.
7 A opinião pública deste país é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação que decida entre
8 mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o direito a todos superior a todos os direitos.
9 A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
10 - A nação não sabe ler. Há 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não lêem letra de mão.
11 70% jazem em profunda ignorância. Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles: é não saber o que ele vale, o que ele pensa,
12 o que ele quer; nem se realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber
13 por que nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, - por divertimento. A constituição é para eles uma coisa inteiramente
14 desconhecida. Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado.
15 Replico eu:
16 - Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
17 - As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos. Proponho uma reforma no estilo 18 político. Não se deve dizer:
19 “consultar a nação, representantes da nação, os poderes da nação”; mas – “consultar os 30%, representantes dos 30%, poderes
20 dos 30%”. A opinião pública é uma metáfora sem base: há só a opinião dos 30%. Um deputado que disser na Câmara: “Sr.
21 Presidente, falo deste modo porque os 30% nos ouvem...” dirá uma coisa extremamente sensata.
22 E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo, porque nós não temos base segura para os nossos
23 discursos, e ele tem o recenseamento.
Machado de Assis
A coesão textual é o perfeito encadeamento entre as unidades linguísticas de um texto, criando um todo harmonioso que facilita a compreensão. Quanto aos elementos de coesão, assinale a alternativa correta.
Provas
- Interpretação de TextosTipologia e Gênero TextualTipologias TextuaisTexto Narrativo
- Interpretação de TextosTipologia e Gênero TextualTipologias TextuaisTexto Injuntivo/Instrucional
- Interpretação de TextosTipologia e Gênero TextualTipologias TextuaisTexto Dissertativo-expositivo
- Interpretação de TextosTipologia e Gênero TextualTipologias TextuaisTexto Dissertativo-argumentativo
TEXTO I
Analfabetismo - Crônica de 15 de agosto de 1876
1 Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes
2 um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram-se para frases: o
3 algarismo não tem frases, nem retórica.
4 Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo falar do nosso país dirá:
5 - Quando uma constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino, força é que este povo caminhe para o futuro com
6 as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação nacional.
7 A opinião pública deste país é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação que decida entre
8 mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o direito a todos superior a todos os direitos.
9 A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
10 - A nação não sabe ler. Há 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não lêem letra de mão.
11 70% jazem em profunda ignorância. Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles: é não saber o que ele vale, o que ele pensa,
12 o que ele quer; nem se realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber
13 por que nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, - por divertimento. A constituição é para eles uma coisa inteiramente
14 desconhecida. Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado.
15 Replico eu:
16 - Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
17 - As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos. Proponho uma reforma no estilo 18 político. Não se deve dizer:
19 “consultar a nação, representantes da nação, os poderes da nação”; mas – “consultar os 30%, representantes dos 30%, poderes
20 dos 30%”. A opinião pública é uma metáfora sem base: há só a opinião dos 30%. Um deputado que disser na Câmara: “Sr.
21 Presidente, falo deste modo porque os 30% nos ouvem...” dirá uma coisa extremamente sensata.
22 E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo, porque nós não temos base segura para os nossos
23 discursos, e ele tem o recenseamento.
Machado de Assis
Quanto à tipologia textual, o tipo predominante no TEXTO I é
Provas
- Interpretação de TextosTipologia e Gênero TextualGêneros TextuaisReportagem
- Interpretação de TextosTipologia e Gênero TextualTipologias TextuaisTexto Dissertativo-argumentativo
TEXTO I
Analfabetismo - Crônica de 15 de agosto de 1876
1 Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes
2 um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram-se para frases: o
3 algarismo não tem frases, nem retórica.
4 Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo falar do nosso país dirá:
5 - Quando uma constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino, força é que este povo caminhe para o futuro com
6 as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação nacional.
7 A opinião pública deste país é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação que decida entre
8 mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o direito a todos superior a todos os direitos.
9 A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
10 - A nação não sabe ler. Há 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não lêem letra de mão.
11 70% jazem em profunda ignorância. Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles: é não saber o que ele vale, o que ele pensa,
12 o que ele quer; nem se realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber
13 por que nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, - por divertimento. A constituição é para eles uma coisa inteiramente
14 desconhecida. Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado.
15 Replico eu:
16 - Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
17 - As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos. Proponho uma reforma no estilo 18 político. Não se deve dizer:
19 “consultar a nação, representantes da nação, os poderes da nação”; mas – “consultar os 30%, representantes dos 30%, poderes
20 dos 30%”. A opinião pública é uma metáfora sem base: há só a opinião dos 30%. Um deputado que disser na Câmara: “Sr.
21 Presidente, falo deste modo porque os 30% nos ouvem...” dirá uma coisa extremamente sensata.
22 E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo, porque nós não temos base segura para os nossos
23 discursos, e ele tem o recenseamento.
Machado de Assis
Machado de Assis escreveu em todos os gêneros literários. Na crônica em questão, mesclado ao talento impar deste escritor, é possível perceber as características do gênero textual:
Provas
- Interpretação de TextosTipologia e Gênero TextualTipologias TextuaisTexto Narrativo
- Interpretação de TextosTipologia e Gênero TextualTipologias TextuaisTexto Descritivo
- Interpretação de TextosTipologia e Gênero TextualTipologias TextuaisTexto Dissertativo-expositivo
- Interpretação de TextosTipologia e Gênero TextualTipologias TextuaisTexto Dissertativo-argumentativo
TEXTO I
Analfabetismo - Crônica de 15 de agosto de 1876
1 Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes
2 um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram-se para frases: o
3 algarismo não tem frases, nem retórica.
4 Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo falar do nosso país dirá:
5 - Quando uma constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino, força é que este povo caminhe para o futuro com
6 as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação nacional.
7 A opinião pública deste país é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação que decida entre
8 mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o direito a todos superior a todos os direitos.
9 A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
10 - A nação não sabe ler. Há 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não lêem letra de mão.
11 70% jazem em profunda ignorância. Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles: é não saber o que ele vale, o que ele pensa,
12 o que ele quer; nem se realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber
13 por que nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, - por divertimento. A constituição é para eles uma coisa inteiramente
14 desconhecida. Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado.
15 Replico eu:
16 - Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
17 - As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos. Proponho uma reforma no estilo 18 político. Não se deve dizer:
19 “consultar a nação, representantes da nação, os poderes da nação”; mas – “consultar os 30%, representantes dos 30%, poderes
20 dos 30%”. A opinião pública é uma metáfora sem base: há só a opinião dos 30%. Um deputado que disser na Câmara: “Sr.
21 Presidente, falo deste modo porque os 30% nos ouvem...” dirá uma coisa extremamente sensata.
22 E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo, porque nós não temos base segura para os nossos
23 discursos, e ele tem o recenseamento.
Machado de Assis
Sequência textual é um conjunto de unidades linguístico-textuais de que se constituem os gêneros textuais, reconhecendo assim a predominância de sua tipologia. No TEXTO I, é possível identificar as seguintes sequências:
Provas
TEXTO I
Analfabetismo - Crônica de 15 de agosto de 1876
1 Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes
2 um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram-se para frases: o
3 algarismo não tem frases, nem retórica.
4 Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo falar do nosso país dirá:
5 - Quando uma constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino, força é que este povo caminhe para o futuro com
6 as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação nacional.
7 A opinião pública deste país é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação que decida entre
8 mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o direito a todos superior a todos os direitos.
9 A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
10 - A nação não sabe ler. Há 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não lêem letra de mão.
11 70% jazem em profunda ignorância. Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles: é não saber o que ele vale, o que ele pensa,
12 o que ele quer; nem se realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber
13 por que nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, - por divertimento. A constituição é para eles uma coisa inteiramente
14 desconhecida. Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado.
15 Replico eu:
16 - Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
17 - As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos. Proponho uma reforma no estilo 18 político. Não se deve dizer:
19 “consultar a nação, representantes da nação, os poderes da nação”; mas – “consultar os 30%, representantes dos 30%, poderes
20 dos 30%”. A opinião pública é uma metáfora sem base: há só a opinião dos 30%. Um deputado que disser na Câmara: “Sr.
21 Presidente, falo deste modo porque os 30% nos ouvem...” dirá uma coisa extremamente sensata.
22 E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo, porque nós não temos base segura para os nossos
23 discursos, e ele tem o recenseamento.
Machado de Assis
Considerado pela crítica como o maior escritor da literatura brasileira, Machado de Assis transborda perfeição gramatical e a visão crítica da sua época se traduz numa ironia contundente que beira ao sarcasmo. Assinale a alternativa que está em desacordo com o TEXTO I.
Provas
O índice glicêmico é definido como o aumento da área sob a curva da glicemia em resposta a uma dose padronizada de carboidrato, ou seja, a resposta da curva de glicemia acima do nível de glicose sanguínea em jejum. Assinale a alternativa que possui apenas alimentos com baixo nível glicêmico.
Provas
- OrtografiaAcentuação GráficaAcento Diferencial
- OrtografiaProblemas da Norma CultaUso dos "porquês"
- SintaxeConcordânciaConcordância Verbal
- MorfologiaVerbosConjugaçãoFlexão Verbal de Número
- MorfologiaVerbosConjugaçãoFlexão Verbal de Pessoa
- Interpretação de Textos
TEXTO I
Analfabetismo - Crônica de 15 de agosto de 1876
1 Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes
2 um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram-se para frases: o
3 algarismo não tem frases, nem retórica.
4 Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo falar do nosso país dirá:
5 - Quando uma constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino, força é que este povo
caminhe para o futuro com
6 as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação nacional.
7 A opinião pública deste país é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação que decida entre
8 mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o direito a todos superior a todos os direitos.
9 A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
10 - A nação não sabe ler. Há 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não lêem letra de mão.
11 70% jazem em profunda ignorância. Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles: é não saber o que ele vale, o que ele pensa,
12 o que ele quer; nem se realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber
13 por que nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, - por divertimento. A constituição é para eles uma coisa inteiramente
14 desconhecida. Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado.
15 Replico eu:
16 - Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
17 - As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos. Proponho uma reforma no estilo 18 político. Não se deve dizer:
19 “consultar a nação, representantes da nação, os poderes da nação”; mas – “consultar os 30%, representantes dos 30%, poderes
20 dos 30%”. A opinião pública é uma metáfora sem base: há só a opinião dos 30%. Um deputado que disser na Câmara: “Sr.
21 Presidente, falo deste modo porque os 30% nos ouvem...” dirá uma coisa extremamente sensata.
22 E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo, porque nós não temos base segura para os nossos
23 discursos, e ele tem o recenseamento.
Machado de Assis
Analise as afirmativas a seguir de acordo com a ortografia vigente:
I. Em “(...) 9% não leem letra de mão.” (l.10) apenas o contexto diferencia desta forma verbal nas terceiras pessoas do singular e do plural.
II. Os verbos ter e ver recebem acento obrigatoriamente na terceira pessoa do plural no presente do indicativo.
III. “por que” (l.13) é assim grafado por se tratar da junção da preposição por e o pronome relativo que, numa interrogativa indireta.
É correto o que se afirma
Provas
Caderno Container