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Foram encontradas 120 questões.

1046935 Ano: 2012
Disciplina: Português
Banca: CESPE / CEBRASPE
Orgão: PF
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Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral do veredicto não estaria conosco. Nas sociedades tradicionais, em que a punição é decidida por uma autoridade superior a todos, as execuções podem ser públicas: a coletividade festeja o soberano que se encarregou da justiça − que alívio!

A coisa é mais complicada na modernidade, em que os cidadãos comuns (como você e eu) são a fonte de toda autoridade jurídica e moral. Hoje, no mundo ocidental, se alguém é executado, o braço que mata é, em última instância, o dos cidadãos − o nosso. Mesmo que o condenado seja indiscutivelmente culpado, pairam mil dúvidas. Matar um condenado à morte não é mais uma festa, pois é difícil celebrar o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execuções acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas: há uma espécie de vergonha. Essa discrição é apresentada como um progresso: os povos civilizados não executam seus condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um corolário da incerteza ética de nossa cultura.

Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos parecem ameaçar o convívio social. Logo, frustrados, zelamos pela prisão daqueles que não se impõem as mesmas renúncias. Mas a coisa muda quando a pena é radical, pois há o risco de que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de liquidar, com ela, o que há de pior em nós. Nesse caso, a execução do condenado é usada para limpar nossa alma. Em geral, a justiça sumária é isto: uma pressa em suprimir desejos inconfessáveis de quem faz justiça. Como psicanalista, apenas gostaria que a morte dos culpados não servisse para exorcizar nossas piores fantasias − isso, sobretudo, porque o exorcismo seria ilusório. Contudo é possível que haja crimes hediondos nos quais não reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos.

Contardo Calligaris. Terra de ninguém − 101 crônicas. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).

Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item.

Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a oração "se alguém é executado", que expressa uma hipótese, poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas não, como se caso alguém se execute.

 

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1046934 Ano: 2012
Disciplina: Português
Banca: CESPE / CEBRASPE
Orgão: PF
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Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

Ó grandes oportunistas,
sobre o papel debruçados,
que calculais mundo e vida
em contos, doblas, cruzados,
que traçais vastas rubricas
e sinais entrelaçados,
com altas penas esguias
embebidas em pecados!

Ó personagens solenes
que arrastais os apelidos
como pavões auriverdes
seus rutilantes vestidos,
− todo esse poder que tendes
confunde os vossos sentidos:
a glória, que amais, é desses
que por vós são perseguidos.

Levantai-vos dessas mesas,
saí de vossas molduras,
vede que masmorras negras,
que fortalezas seguras,
que duro peso de algemas,
que profundas sepulturas
nascidas de vossas penas,
de vossas assinaturas!

Considerai no mistério
dos humanos desatinos,
e no polo sempre incerto
dos homens e dos destinos!
Por sentenças, por decretos,
pareceríeis divinos:
e hoje sois, no tempo eterno,
como ilustres assassinos.

Ó soberbos titulares,
tão desdenhosos e altivos!
Por fictícia autoridade,
vãs razões, falsos motivos,
inutilmente matastes:
− vossos mortos são mais vivos;
e, sobre vós, de longe, abrem
grandes olhos pensativos.

Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

Com base no poema acima, julgue o item subsequente.

O emprego do pronome possessivo em "seus rutilantes vestidos" (v.12) evidencia que essa expressão corresponde à vestimenta usada por autoridades em eventos solenes.

 

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1046933 Ano: 2012
Disciplina: Redação Oficial
Banca: CESPE / CEBRASPE
Orgão: PF
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Julgue o fragmento contido no item a seguir quanto à sua correção gramatical e à sua adequação para compor um documento oficial, que, de acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, deve caracterizar-se pela impessoalidade, pelo emprego do padrão culto de linguagem, pela clareza, pela concisão, pela formalidade e pela uniformidade.
Senhor Delegado,

Segue para divulgação os relatórios das investigações realizadas no órgão, a fim de fazer cumprir a lei vigente.
 

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1046932 Ano: 2012
Disciplina: Biologia
Banca: CESPE / CEBRASPE
Orgão: PF
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A finalidade da identificação humana individual, área da medicina legal e da criminalística, é fornecer provas para auxiliar o julgador. Esse tipo de identificação é utilizado em inúmeros casos, como, por exemplo, disputas cíveis de filiação, identificação de criminosos e(ou) vítimas, localização de pessoas desaparecidas e confronto entre vestígios de vários delitos. Sua origem é remota na história, porém suas bases iniciais constam do trabalho pioneiro de Bertillon, em que o autor utilizava características consideradas fixas, desde a idade adulta até a morte, como o sexo, características morfológicas e sinais particulares, como cicatrizes, tatuagens etc.

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o próximo item, relativo à identificação humana individual.

A genitália externa, característica morfológica mais utilizada para atribuir o sexo legal ao indivíduo, define-se no final da oitava semana do desenvolvimento fetal.
 

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1046929 Ano: 2012
Disciplina: Português
Banca: CESPE / CEBRASPE
Orgão: PF
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Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral do veredicto não estaria conosco. Nas sociedades tradicionais, em que a punição é decidida por uma autoridade superior a todos, as execuções podem ser públicas: a coletividade festeja o soberano que se encarregou da justiça − que alívio!

A coisa é mais complicada na modernidade, em que os cidadãos comuns (como você e eu) são a fonte de toda autoridade jurídica e moral. Hoje, no mundo ocidental, se alguém é executado, o braço que mata é, em última instância, o dos cidadãos − o nosso. Mesmo que o condenado seja indiscutivelmente culpado, pairam mil dúvidas. Matar um condenado à morte não é mais uma festa, pois é difícil celebrar o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execuções acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas: há uma espécie de vergonha. Essa discrição é apresentada como um progresso: os povos civilizados não executam seus condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um corolário da incerteza ética de nossa cultura.

Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos parecem ameaçar o convívio social. Logo, frustrados, zelamos pela prisão daqueles que não se impõem as mesmas renúncias. Mas a coisa muda quando a pena é radical, pois há o risco de que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de liquidar, com ela, o que há de pior em nós. Nesse caso, a execução do condenado é usada para limpar nossa alma. Em geral, a justiça sumária é isto: uma pressa em suprimir desejos inconfessáveis de quem faz justiça. Como psicanalista, apenas gostaria que a morte dos culpados não servisse para exorcizar nossas piores fantasias − isso, sobretudo, porque o exorcismo seria ilusório. Contudo é possível que haja crimes hediondos nos quais não reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos.

Contardo Calligaris. Terra de ninguém − 101 crônicas. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).

Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item.

De acordo com o texto, nas sociedades tradicionais, os cidadãos sentem-se aliviados sempre que um soberano decide infligir a pena de morte a um infrator porque se livram das ameaças de quem desrespeita a moral que rege o convívio social, como evidencia o emprego da interjeição "que alívio!".

 

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1046927 Ano: 2012
Disciplina: Química
Banca: CESPE / CEBRASPE
Orgão: PF
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É comum a utilização de produtos químicos, como o iodo, por exemplo, na revelação de impressões digitais deixadas em locais de crime. Em um recipiente com cristais de iodo, coloca-se o material em cuja superfície pode ter sido deixada a impressão. O iodo sublima e seu vapor se fixa na gordura deixada pelo toque dos dedos na superfície do material, revelando as impressões digitais.

Outro agente empregado na identificação de impressões digitais é o nitrato de prata. Uma solução aquosa desse produto é borrifada na superfície do material. O nitrato de prata, então, reage com o cloreto de sódio deixado pela transpiração da pele na superfície, conforme a equação:

Enunciado 2782214-1
Ao ser exposto à luz ultravioleta, o cloreto de prata que se formou na superfície do material recebe uma quantidade de energia suficiente para se decompor, e a impressão digital se revela em uma coloração típica da prata metálica.

Enunciado 2782214-2
Com base nas informações do texto e da tabela apresentada acima e considerando que a constante universal dos gases ideais (R) seja igual a 8,0 J.K-1.mol-1 e que o vapor de iodo obedeça à lei dos gases ideais, julgue o próximo item.

A constante de equilíbrio da reação entre o nitrato de prata e o cloreto de sódio, referida no texto, é menor que 1.
 

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1046926 Ano: 2012
Disciplina: Química
Banca: CESPE / CEBRASPE
Orgão: PF
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Em junho de 2001, um rapaz de 33 anos de idade foi executado em Indiana, nos Estados Unidos da América, com uma injeção letal, composta de soluções aquosas de tiopentato de sódio, brometo de pancurônio e cloreto de potássio. Ele e um amigo haviam sido condenados, em 1997, pela explosão de uma bomba em um prédio do governo federal em Oklahoma City, com base em depoimentos de testemunhas e na identificação de duas impressões digitais, uma presente em um recipiente que continha nitrato de amônio − o composto utilizado na fabricação da bomba − e outra encontrada na caminhonete que explodiu em frente ao prédio.
Internet: <guiadoestudante.abril.com.br> (com adaptações).

Considerando as informações do texto acima e sabendo que as massas molares do K e do C!$ \ell !$ são, respectivamente, 40 g.mol-1 e 35 g.mol-1, julgue o item a seguir.

Sabendo-se que o sódio e o cloro estão no mesmo período da Tabela Periódica e que o sódio pertence ao grupo 1 e o cloro, ao grupo 17, é correto concluir que a energia de ionização do cloro é superior à do sódio.
 

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1046923 Ano: 2012
Disciplina: Raciocínio Lógico
Banca: CESPE / CEBRASPE
Orgão: PF
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Um jovem, ao ser flagrado no aeroporto portando certa quantidade de entorpecentes, argumentou com os policiais conforme o esquema a seguir:

Premissa 1: Eu não sou traficante, eu sou usuário;

Premissa 2: Se eu fosse traficante, estaria levando uma grande quantidade de droga e a teria escondido;

Premissa 3: Como sou usuário e não levo uma grande quantidade, não escondi a droga.

Conclusão: Se eu estivesse levando uma grande quantidade, não seria usuário.

Considerando a situação hipotética apresentada acima, julgue o item a seguir.

Se P e Q representam, respectivamente, as proposições "Eu não sou traficante" e "Eu sou usuário", então a premissa 1 estará corretamente representada por !$ P \wedge Q !$.

 

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1046921 Ano: 2012
Disciplina: Português
Banca: CESPE / CEBRASPE
Orgão: PF
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Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral do veredicto não estaria conosco. Nas sociedades tradicionais, em que a punição é decidida por uma autoridade superior a todos, as execuções podem ser públicas: a coletividade festeja o soberano que se encarregou da justiça − que alívio!

A coisa é mais complicada na modernidade, em que os cidadãos comuns (como você e eu) são a fonte de toda autoridade jurídica e moral. Hoje, no mundo ocidental, se alguém é executado, o braço que mata é, em última instância, o dos cidadãos − o nosso. Mesmo que o condenado seja indiscutivelmente culpado, pairam mil dúvidas. Matar um condenado à morte não é mais uma festa, pois é difícil celebrar o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execuções acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas: há uma espécie de vergonha. Essa discrição é apresentada como um progresso: os povos civilizados não executam seus condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um corolário da incerteza ética de nossa cultura.

Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos parecem ameaçar o convívio social. Logo, frustrados, zelamos pela prisão daqueles que não se impõem as mesmas renúncias. Mas a coisa muda quando a pena é radical, pois há o risco de que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de liquidar, com ela, o que há de pior em nós. Nesse caso, a execução do condenado é usada para limpar nossa alma. Em geral, a justiça sumária é isto: uma pressa em suprimir desejos inconfessáveis de quem faz justiça. Como psicanalista, apenas gostaria que a morte dos culpados não servisse para exorcizar nossas piores fantasias − isso, sobretudo, porque o exorcismo seria ilusório. Contudo é possível que haja crimes hediondos nos quais não reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos.

Contardo Calligaris. Terra de ninguém − 101 crônicas. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).

Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item.

O termo "Essa discrição" refere-se apenas ao que está expresso na primeira oração do período que o antecede.

 

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Questão presente nas seguintes provas
1046917 Ano: 2012
Disciplina: Raciocínio Lógico
Banca: CESPE / CEBRASPE
Orgão: PF
Provas:

Um jovem, ao ser flagrado no aeroporto portando certa quantidade de entorpecentes, argumentou com os policiais conforme o esquema a seguir:

Premissa 1: Eu não sou traficante, eu sou usuário;

Premissa 2: Se eu fosse traficante, estaria levando uma grande quantidade de droga e a teria escondido;

Premissa 3: Como sou usuário e não levo uma grande quantidade, não escondi a droga.

Conclusão: Se eu estivesse levando uma grande quantidade, não seria usuário.

Considerando a situação hipotética apresentada acima, julgue o item a seguir.

A proposição correspondente à negação da premissa 2 é logicamente equivalente a "Como eu não sou traficante, não estou levando uma grande quantidade de droga ou não a escondi".

 

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