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Foram encontradas 60 questões.

2058938 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: FUNCAB
Orgão: IF-RR
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Leia o texto abaixo e responda a questão proposta.
Texto 1
Não há nenhum erro maior do que o de acreditar que a última palavra dita é sempre a mais correta, que algo escrito mais recentemente constitui um aprimoramento do que foi escrito antes, que toda mudança é um progresso. As cabeças pensantes, os homens que avaliam corretamente as coisas são apenas exceções, assim como as pessoas que levam os assuntos a sério .A regra, em toda parte do mundo, é a corja de pessoas infames que estão sempre dispostas, com todo empenho, a piorar o que foi dito por alguém após o amadurecimento de uma reflexão, dando a essa piora um aspecto de melhora. Por isso, quem quer se instruir a respeito de um tema deve se resguardar de pegar logo os livros mais novos a respeito, na pressuposição de que as ciências estão em progresso contínuo e de que, na elaboração desse livro, foram usadas as obras anteriores. De fato elas foram, mas como?
Com frequência, o escritor não entende a fundo os livros anteriores, além do mais não quer usar exatamente as mesmas palavras, de modo que desfigura e adultera o que estava dito neles de modo muito mais claro e apropriado, uma vez que foram escritos a partir de um conhecimento próprio e vívido do assunto. Muitas vezes, esse escritor deixa de lado o melhor do que tais obras revelaram, seus mais precisos esclarecimentos a respeito do assunto, suas mais felizes observações, porque não reconhece o valor dessas coisas, não sente sua relevância. Só tem afinidade com o que é superficial e insípido.
Já ocorreu muitas vezes de um livro anterior excelente ser substituído por novos, piores, escritos apenas para ganhar dinheiro, mas que surgem com aspirações pretensiosas e são louvados pelos camaradas dos autores. Nas ciências, cada um quer trazer algo novo para o mercado, com o intuito de demonstrar seu valor; com frequência, o que é trazido se resume a um ataque contra o que valia até então como certo, para pôr no lugar afirmações vazias. Às vezes, essa substituição tem êxito por um breve período, em seguida todos voltam às teorias anteriores.
Os inovadores não levam nada a sério no mundo, a não ser sua preciosa pessoa, cujo valor querem provar. Só que isso deve acontecer depressa e de uma maneira paradoxal: a esterilidade de suas cabeças lhes aconselha o caminho da negação, e então verdades reconhecidas há muito tempo são negadas, como por exemplo a força vital ou o sistema nervoso simpático, a generatio aequivoca , a distinção de Bichat entre o efeito das paixões e os da inteligência. Propõe-se a volta a um crasso atomismo e coisas do gênero. Assim, o curso da ciência muitas vezes é um retrocesso.
SCHOPENHAUER, Arthur. . Porto Alegre:
L&PM, 2009. pp. 59-61.
“Com frequência, o escritor não entende a fundo os livros anteriores, além do mais não quer usar exatamente as mesmas palavras, de modo que desfigura e adultera o que estava dito neles de modo muito mais claro e apropriado, uma vez que foram escritos a partir de um conhecimento próprio e vívido do assunto.”
No período destacado, a locução UMA VEZ QUE estabelece uma relação de:
 

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2058931 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: FUNCAB
Orgão: IF-RR
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A troca de posição entre os termos NÃO provoca qualquer mudança de significado em:
 

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2058924 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: FUNCAB
Orgão: IF-RR
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A palavra SUBSTITUÍDO recebe acento gráfico pelo mesmo motivo que:
 

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2058895 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: FUNCAB
Orgão: IF-RR
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Leia o texto abaixo e responda a questão proposta.
Texto 2
Canções de Britney Spears estão sendo usadas pela marinha britânica como uma arma secreta para espantar piratas somali. Seus hits são tocados em um volume alto para deter sequestradores, de acordo com a oficial da Marinha Mercante do Reino Unido Rachel Owens.
Os clássicos mais famosos da princesinha do pop, “Oops! I did it again” e “Baby one more time”, são os mais eficientes em manter os bandidos afastados.
“Suas canções foram escolhidas pela equipe de segurança porque eles acharam que os piratas a odiariam mais”, explicou ao jornal Metro a oficial Owens, que trabalha em superpetroleiros ao largo da costa leste da África. “Esses caras não suportam a cultura ou a música ocidental, tornando os hits da Britney perfeitos para isso”.
Os navios que circulam pela região estão em constante perigo de serem invadidos por piratas armados que sequestram a tripulação para pedir resgates. Em 2011, houve 176 ataques a navios no nordeste da África.
Owens contou que os alto-falantes dos navios podem ser direcionados exclusivamente contra os piratas, para não perturbar a tripulação.
“É tão eficaz que raramente a segurança do navio precisa recorrer a armas de fogo”, comentou a oficial de 34 anos. “Assim que os piratas escutam a Britney, eles correm o mais rápido possível”.
“A técnica é eficiente”, confirmou o funcionário da Associação de Segurança para a Indústria Marítima Steven Jones, antes de fazer piada com outro astro do pop: “Acho que usar Justin Bieber seria contra as Convenções de Genebra [que estabelecem normas internacionais relativas aos direitos humanos]”.
Disponível em: www.oglobo.com.br. Acesso em: 28 out. 2013
[adaptado]
“Acho que usar Justin Bieber seria contra as Convenções de Genebra”. A piada de Steven Jones indica que:
 

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2058892 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: FUNCAB
Orgão: IF-RR
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Leia os textos abaixo e responda a questão proposta.
Texto 3
Para construir seu romance Macunaíma , Mário de Andrade usou como matéria-prima o livro Do Roraima ao Orinoco, escrito pelo etnólogo alemão Theodor Koch-Grünberg. Em razão disso, as obras apresentam similitudes temáticas, como as referências aos mitos contados entre os indígenas. Nos fragmentos abaixo, Koch-Grünberg menciona a lenda de Makunaíma e narra um contratempo de sua jornada:
Apesar desse clima relativamente áspero para os trópicos, com o qual até mesmo os nativos às vezes sofrem, eles amam sua terra ventosa e se orgulham, com razão, do seu Roraima. Muitas de suas canções e muitos de seus mitos têm relação com esse monte majestoso. Para eles, o Roraima é o berço da humanidade. Aqui, o herói de sua tribo, Makunaíma, viveu com seus irmãos. Aqui, em sua loucura e cobiça, ele derrubou a árvore do mundo, que dava todos os frutos bons. A copa caiu para o norte. Por isso, ao norte do Roraima até hoje nascem todas as frutas na úmida região de florestas, enquanto ao sul do Roraima, na seca savana, somente com muito trabalho é que o índio tira o alimento do solo.
KOCH-GRÜNBERG, Theodor. Do Roraima ao Orinoco, v. 1.
Trad. Cristina Alberts-Franco. São Paulo: Unesp, 2006.
pp. 126-127.
Texto 4
Em 11 de novembro, Pirokaí e o manduca Wapischána me deixam. A princípio, também queriam me acompanhar parte do caminho, mas mudaram de ideia.
Pobre Pirokaí! Se você tivesse ido comigo, talvez ainda estivesse vivo! O verão nas savanas foi terrível, especialmente seco e muito prolongado, mortal para pessoas, animais e plantas. De setembro de 1911 a junho de 1912 quase não choveu. As savanas foram destruídas pelo fogo, o solo ficou com sulcos largos e profundos. O gado morreu em grande quantidade. Além disso, houve extensas queimadas. Serras inteiras foram descalvadas pelo fogo. Durante semanas a atmosfera encheu-se de fumaça, como uma névoa espessa. O sol nascia e morria vermelho como sangue, sombrio. De dia reinava constante crepúsculo. Os meses de fevereiro a junho foram marcados por grande fome. As plantações incendiaram-se ou não produziam e, entre os índios, que, na falta de sua alimentação costumeira à base de mandioca, tinham de recorrer a cocos, ervas e raízes, apareceram doenças, causando grande número de mortes. Muitos de meus amigos morreram, Pirokaí também.
Nossa farinha está acabando. Por isso, envio o Majonggóng e Mário até o outro lado do rio, para comprarem alguns cestos de farinha dos Makuschí e Wapischána que vivem lá. Regressam somente à noite, sem ter conseguido nada. Contam que aquela gente estava brava. Que tinham farinha, mas não queriam vendê-la, já que se destina a outro branco. Um velho disse que queria vir aqui e me pedir “permissão para matar o José”. É um assunto antigo dos dois. José viveu durante algum tempo com a filha do velho e depois a abandonou. Agora a vingança do sogro o persegue.
KOCH-GRÜNBERG, Theodor. Do Roraima ao Orinoco, v. 1.
Trad. CristinaAlberts-Franco. São Paulo: Unesp, 2006. p. 147.
A pontuação está inteiramente adequada na frase:
 

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2058878 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: FUNCAB
Orgão: IF-RR
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Leia os textos abaixo e responda a questão proposta.
Texto 3
Para construir seu romance Macunaíma , Mário de Andrade usou como matéria-prima o livro Do Roraima ao Orinoco, escrito pelo etnólogo alemão Theodor Koch-Grünberg. Em razão disso, as obras apresentam similitudes temáticas, como as referências aos mitos contados entre os indígenas. Nos fragmentos abaixo, Koch-Grünberg menciona a lenda de Makunaíma e narra um contratempo de sua jornada:
Apesar desse clima relativamente áspero para os trópicos, com o qual até mesmo os nativos às vezes sofrem, eles amam sua terra ventosa e se orgulham, com razão, do seu Roraima. Muitas de suas canções e muitos de seus mitos têm relação com esse monte majestoso. Para eles, o Roraima é o berço da humanidade. Aqui, o herói de sua tribo, Makunaíma, viveu com seus irmãos. Aqui, em sua loucura e cobiça, ele derrubou a árvore do mundo, que dava todos os frutos bons. A copa caiu para o norte. Por isso, ao norte do Roraima até hoje nascem todas as frutas na úmida região de florestas, enquanto ao sul do Roraima, na seca savana, somente com muito trabalho é que o índio tira o alimento do solo.
KOCH-GRÜNBERG, Theodor. Do Roraima ao Orinoco, v. 1.
Trad. Cristina Alberts-Franco. São Paulo: Unesp, 2006.
pp. 126-127.
Texto 4
Em 11 de novembro, Pirokaí e o manduca Wapischána me deixam. A princípio, também queriam me acompanhar parte do caminho, mas mudaram de ideia.
Pobre Pirokaí! Se você tivesse ido comigo, talvez ainda estivesse vivo! O verão nas savanas foi terrível, especialmente seco e muito prolongado, mortal para pessoas, animais e plantas. De setembro de 1911 a junho de 1912 quase não choveu. As savanas foram destruídas pelo fogo, o solo ficou com sulcos largos e profundos. O gado morreu em grande quantidade. Além disso, houve extensas queimadas. Serras inteiras foram descalvadas pelo fogo. Durante semanas a atmosfera encheu-se de fumaça, como uma névoa espessa. O sol nascia e morria vermelho como sangue, sombrio. De dia reinava constante crepúsculo. Os meses de fevereiro a junho foram marcados por grande fome. As plantações incendiaram-se ou não produziam e, entre os índios, que, na falta de sua alimentação costumeira à base de mandioca, tinham de recorrer a cocos, ervas e raízes, apareceram doenças, causando grande número de mortes. Muitos de meus amigos morreram, Pirokaí também.
Nossa farinha está acabando. Por isso, envio o Majonggóng e Mário até o outro lado do rio, para comprarem alguns cestos de farinha dos Makuschí e Wapischána que vivem lá. Regressam somente à noite, sem ter conseguido nada. Contam que aquela gente estava brava. Que tinham farinha, mas não queriam vendê-la, já que se destina a outro branco. Um velho disse que queria vir aqui e me pedir “permissão para matar o José”. É um assunto antigo dos dois. José viveu durante algum tempo com a filha do velho e depois a abandonou. Agora a vingança do sogro o persegue.
KOCH-GRÜNBERG, Theodor. Do Roraima ao Orinoco, v. 1.
Trad. CristinaAlberts-Franco. São Paulo: Unesp, 2006. p. 147.
“Contam que aquela gente estava brava. Que tinham farinha, mas não queriam vendê-la, já que se destina a outro branco.”
Considerando o trecho destacado, a oração “QUE TINHAM FARINHA” exerce a função de:
 

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2058850 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: FUNCAB
Orgão: IF-RR
Leia o texto abaixo e responda a questão proposta.
A figura do ancião, desde o início dos relatos das primeiras civilizações, é muito controversa e discutida. No mundo ocidental, o senso comum das principais culturas muitas vezes discordava dos ensinamentos das filosofias clássicas sobre as contribuições da velhice para a sociedade. O estudo das reais condições trazidas pelo avanço da idade gerou diversas discussões éticas sobre as percepções biossociais dos processos de mudança do corpo. Médicos, biólogos, psicólogos e antropólogos ainda hoje não conseguem obter consenso sobre esse fenômeno em suas respectivas áreas.
Muitas culturas ocidentais descrevem o estereótipo do jovem como corajoso, destemido, forte e indolente. Já a figura do idoso é retratada como um peso morto, um chato em decadência corporal e mental. Percepção preconceituosa que foi levada ao extremo no século XX pelos portugueses durante a ditadura de Antônio Salazar, notório por usar a perseguição aos idosos como bandeira política. Atletas e artistas cotidianamente debatem o avanço da idade com medo e desgosto, enquanto especialistas da saúde questionam se há deterioração ou mudança adaptativa do corpo humano.
Nas culturas orientais, assim como na maioria das filosofias clássicas, a velhice é vista de um ângulo positivo, sendo fonte de sabedoria e meta para uma vida guiada pela prudência. O sábio ancião, que personifica a figura do homem calmo, austero, e que muitas vezes é capaz de prever certas situações e aconselhar, se destaca em relação ao jovem cheio de energia e de hormônios instáveis. Porém, apesar dos filósofos apreciarem o avanço da idade, nem todos eles tinham a mesma opinião sobre a velhice. O jovem Platão tinha como inspiração o velho filósofo Sócrates. Apesar de ser desfavorecido materialmente, Sócrates possuía muita experiência e uma sabedoria ímpar que marcou a história do pensamento. Em A República, Platão retrata uma discussão filosófica sobre a justiça ocorrida na casa do velho Céfalo, homem importante e respeitável em Atenas, que propiciava discussões filosóficas entre os mais velhos e os jovens que contemplavam os diálogos. Na sociedade ideal desse filósofo, os jovens muitas vezes eram retratados como inconsequentes e ingênuos, a exemplo de Polemarco, filho de Céfalo. Nesta sociedade ideal, crianças e adolescentes não recebiam diretamente o ensino da Filosofia. Por ser um conhecimento nobre e difícil, [ela] era ensinada somente para pessoas de idade mais avançada.
................................................................................................................................................................................................................................
Dentre os filósofos clássicos, o maior crítico sobre a construção filosófica da ideia de “velhice” era o estoico Sêneca. Para ele, Platão, Aristóteles e Epicuro construíram uma concepção mitológica da figura do velho. Os idosos que ele conheceu em Roma muitas vezes não eram tão felizes como descreviam os gregos. Muitos deles, observou Sêneca, pareciam tranquilos, mas no fundo não eram. A aparente tranquilidade decorria de seu cansaço e desânimo por não conseguir mais lutar por aquilo que queriam. Não buscaram a ataraxia enquanto jovens, ou seja, a tranquilidade da alma e a ausência de perturbações frente aos desafios impostos pela vida.
................................................................................................................................................................................................................................
Se envelhecer é uma “droga”, como afirma o ator Arnold Schwarzenegger, ou se [a velhice] é a “melhor idade”, como dizem muitos aposentados, esses discursos não contribuem para uma resposta definitiva para o estudo científico. Afinal, o conceito de velhice não é um fenômeno puramente biológico, mas também fruto de uma construção social e psicoemocional.
MEUCCI, Arthur. Rev. Filosofia: março de 2013, p. 72-3.
Dentre as alternativas de concordância verbal propostas, a gramática do português-padrão acolhe apenas a seguinte:
 

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2058840 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: FUNCAB
Orgão: IF-RR
Leia o texto abaixo e responda a questão proposta.
A figura do ancião, desde o início dos relatos das primeiras civilizações, é muito controversa e discutida. No mundo ocidental, o senso comum das principais culturas muitas vezes discordava dos ensinamentos das filosofias clássicas sobre as contribuições da velhice para a sociedade. O estudo das reais condições trazidas pelo avanço da idade gerou diversas discussões éticas sobre as percepções biossociais dos processos de mudança do corpo. Médicos, biólogos, psicólogos e antropólogos ainda hoje não conseguem obter consenso sobre esse fenômeno em suas respectivas áreas.
Muitas culturas ocidentais descrevem o estereótipo do jovem como corajoso, destemido, forte e indolente. Já a figura do idoso é retratada como um peso morto, um chato em decadência corporal e mental. Percepção preconceituosa que foi levada ao extremo no século XX pelos portugueses durante a ditadura de Antônio Salazar, notório por usar a perseguição aos idosos como bandeira política. Atletas e artistas cotidianamente debatem o avanço da idade com medo e desgosto, enquanto especialistas da saúde questionam se há deterioração ou mudança adaptativa do corpo humano.
Nas culturas orientais, assim como na maioria das filosofias clássicas, a velhice é vista de um ângulo positivo, sendo fonte de sabedoria e meta para uma vida guiada pela prudência. O sábio ancião, que personifica a figura do homem calmo, austero, e que muitas vezes é capaz de prever certas situações e aconselhar, se destaca em relação ao jovem cheio de energia e de hormônios instáveis. Porém, apesar dos filósofos apreciarem o avanço da idade, nem todos eles tinham a mesma opinião sobre a velhice. O jovem Platão tinha como inspiração o velho filósofo Sócrates. Apesar de ser desfavorecido materialmente, Sócrates possuía muita experiência e uma sabedoria ímpar que marcou a história do pensamento. Em A República, Platão retrata uma discussão filosófica sobre a justiça ocorrida na casa do velho Céfalo, homem importante e respeitável em Atenas, que propiciava discussões filosóficas entre os mais velhos e os jovens que contemplavam os diálogos. Na sociedade ideal desse filósofo, os jovens muitas vezes eram retratados como inconsequentes e ingênuos, a exemplo de Polemarco, filho de Céfalo. Nesta sociedade ideal, crianças e adolescentes não recebiam diretamente o ensino da Filosofia. Por ser um conhecimento nobre e difícil, [ela] era ensinada somente para pessoas de idade mais avançada.
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Dentre os filósofos clássicos, o maior crítico sobre a construção filosófica da ideia de “velhice” era o estoico Sêneca. Para ele, Platão, Aristóteles e Epicuro construíram uma concepção mitológica da figura do velho. Os idosos que ele conheceu em Roma muitas vezes não eram tão felizes como descreviam os gregos. Muitos deles, observou Sêneca, pareciam tranquilos, mas no fundo não eram. A aparente tranquilidade decorria de seu cansaço e desânimo por não conseguir mais lutar por aquilo que queriam. Não buscaram a ataraxia enquanto jovens, ou seja, a tranquilidade da alma e a ausência de perturbações frente aos desafios impostos pela vida.
................................................................................................................................................................................................................................
Se envelhecer é uma “droga”, como afirma o ator Arnold Schwarzenegger, ou se [a velhice] é a “melhor idade”, como dizem muitos aposentados, esses discursos não contribuem para uma resposta definitiva para o estudo científico. Afinal, o conceito de velhice não é um fenômeno puramente biológico, mas também fruto de uma construção social e psicoemocional.
MEUCCI, Arthur. Rev. Filosofia: março de 2013, p. 72-3.
Ao se reescrever a oração adjetiva destacada em “Os idosos QUE ELE CONHECEU EM ROMA muitas vezes não eram tão felizes como descreviam os gregos [...]” (§ 4) cometeu-se um erro de regência nominal em:
 

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2058839 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: FUNCAB
Orgão: IF-RR
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Leia o texto abaixo e responda a questão proposta.
Texto 1
Não há nenhum erro maior do que o de acreditar que a última palavra dita é sempre a mais correta, que algo escrito mais recentemente constitui um aprimoramento do que foi escrito antes, que toda mudança é um progresso. As cabeças pensantes, os homens que avaliam corretamente as coisas são apenas exceções, assim como as pessoas que levam os assuntos a sério .A regra, em toda parte do mundo, é a corja de pessoas infames que estão sempre dispostas, com todo empenho, a piorar o que foi dito por alguém após o amadurecimento de uma reflexão, dando a essa piora um aspecto de melhora. Por isso, quem quer se instruir a respeito de um tema deve se resguardar de pegar logo os livros mais novos a respeito, na pressuposição de que as ciências estão em progresso contínuo e de que, na elaboração desse livro, foram usadas as obras anteriores. De fato elas foram, mas como?
Com frequência, o escritor não entende a fundo os livros anteriores, além do mais não quer usar exatamente as mesmas palavras, de modo que desfigura e adultera o que estava dito neles de modo muito mais claro e apropriado, uma vez que foram escritos a partir de um conhecimento próprio e vívido do assunto. Muitas vezes, esse escritor deixa de lado o melhor do que tais obras revelaram, seus mais precisos esclarecimentos a respeito do assunto, suas mais felizes observações, porque não reconhece o valor dessas coisas, não sente sua relevância. Só tem afinidade com o que é superficial e insípido.
Já ocorreu muitas vezes de um livro anterior excelente ser substituído por novos, piores, escritos apenas para ganhar dinheiro, mas que surgem com aspirações pretensiosas e são louvados pelos camaradas dos autores. Nas ciências, cada um quer trazer algo novo para o mercado, com o intuito de demonstrar seu valor; com frequência, o que é trazido se resume a um ataque contra o que valia até então como certo, para pôr no lugar afirmações vazias. Às vezes, essa substituição tem êxito por um breve período, em seguida todos voltam às teorias anteriores.
Os inovadores não levam nada a sério no mundo, a não ser sua preciosa pessoa, cujo valor querem provar. Só que isso deve acontecer depressa e de uma maneira paradoxal: a esterilidade de suas cabeças lhes aconselha o caminho da negação, e então verdades reconhecidas há muito tempo são negadas, como por exemplo a força vital ou o sistema nervoso simpático, a generatio aequivoca , a distinção de Bichat entre o efeito das paixões e os da inteligência. Propõe-se a volta a um crasso atomismo e coisas do gênero. Assim, o curso da ciência muitas vezes é um retrocesso.
SCHOPENHAUER, Arthur. . Porto Alegre:
L&PM, 2009. pp. 59-61.
“Com frequência, o escritor não entende a fundo os livros anteriores, além do mais não quer usar exatamente as mesmas palavras, de modo que desfigura e adultera o que estava dito neles de modo muito mais claro e apropriado”.
A forma de reescrever essa frase sem alterar o sentido original é:
 

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2058827 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: FUNCAB
Orgão: IF-RR
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Leia os textos abaixo e responda a questão proposta.
Texto 3
Para construir seu romance Macunaíma , Mário de Andrade usou como matéria-prima o livro Do Roraima ao Orinoco, escrito pelo etnólogo alemão Theodor Koch-Grünberg. Em razão disso, as obras apresentam similitudes temáticas, como as referências aos mitos contados entre os indígenas. Nos fragmentos abaixo, Koch-Grünberg menciona a lenda de Makunaíma e narra um contratempo de sua jornada:
Apesar desse clima relativamente áspero para os trópicos, com o qual até mesmo os nativos às vezes sofrem, eles amam sua terra ventosa e se orgulham, com razão, do seu Roraima. Muitas de suas canções e muitos de seus mitos têm relação com esse monte majestoso. Para eles, o Roraima é o berço da humanidade. Aqui, o herói de sua tribo, Makunaíma, viveu com seus irmãos. Aqui, em sua loucura e cobiça, ele derrubou a árvore do mundo, que dava todos os frutos bons. A copa caiu para o norte. Por isso, ao norte do Roraima até hoje nascem todas as frutas na úmida região de florestas, enquanto ao sul do Roraima, na seca savana, somente com muito trabalho é que o índio tira o alimento do solo.
KOCH-GRÜNBERG, Theodor. Do Roraima ao Orinoco, v. 1.
Trad. Cristina Alberts-Franco. São Paulo: Unesp, 2006.
pp. 126-127.
Texto 4
Em 11 de novembro, Pirokaí e o manduca Wapischána me deixam. A princípio, também queriam me acompanhar parte do caminho, mas mudaram de ideia.
Pobre Pirokaí! Se você tivesse ido comigo, talvez ainda estivesse vivo! O verão nas savanas foi terrível, especialmente seco e muito prolongado, mortal para pessoas, animais e plantas. De setembro de 1911 a junho de 1912 quase não choveu. As savanas foram destruídas pelo fogo, o solo ficou com sulcos largos e profundos. O gado morreu em grande quantidade. Além disso, houve extensas queimadas. Serras inteiras foram descalvadas pelo fogo. Durante semanas a atmosfera encheu-se de fumaça, como uma névoa espessa. O sol nascia e morria vermelho como sangue, sombrio. De dia reinava constante crepúsculo. Os meses de fevereiro a junho foram marcados por grande fome. As plantações incendiaram-se ou não produziam e, entre os índios, que, na falta de sua alimentação costumeira à base de mandioca, tinham de recorrer a cocos, ervas e raízes, apareceram doenças, causando grande número de mortes. Muitos de meus amigos morreram, Pirokaí também.
Nossa farinha está acabando. Por isso, envio o Majonggóng e Mário até o outro lado do rio, para comprarem alguns cestos de farinha dos Makuschí e Wapischána que vivem lá. Regressam somente à noite, sem ter conseguido nada. Contam que aquela gente estava brava. Que tinham farinha, mas não queriam vendê-la, já que se destina a outro branco. Um velho disse que queria vir aqui e me pedir “permissão para matar o José”. É um assunto antigo dos dois. José viveu durante algum tempo com a filha do velho e depois a abandonou. Agora a vingança do sogro o persegue.
KOCH-GRÜNBERG, Theodor. Do Roraima ao Orinoco, v. 1.
Trad. CristinaAlberts-Franco. São Paulo: Unesp, 2006. p. 147.
Emprega-se corretamente a regência verbal em:
 

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