Psicodinâmica das cores
São as cores um importante complemento ambiental, capazes de, se bem usadas, amenizar condições naturalmente desfavoráveis.
Foi sempre instintivo no homem o correlacionamento de cores com sentimentos ou estados emocionais, como alegria, tristeza, paixão, ou ainda, com conceitos subjetivos, como pureza, pecado etc. Assim é que as escavações feitas em Herculano e Pompéia mostram-nos os lupanares pintados de cores "estimulantes", acentuando a sugestão lúbrica do ambiente. O azul claro ou o branco, mesmo na mais remota literatura, é visto como símbolo da inocência e da virgindade, enquanto que o vermelho é sempre ligado à violência, e o preto ao mal. O amarelo lembra a covardia (observar como, em muitas línguas, amarelo é sinônimo de covarde) e a timidez, ou o roxo, o sofrimento. Com relação ao amarelo, é interessante o fato de que, nas pinturas bizantinas, o manto de São Pedro era sempre dessa cor, como que simbolizando sua covardia, segundo a Bíblia, ao negar Jesus. Também Francisco I, da França, mandava pintar de amarelo a porta das casas dos traidores. Emocionalmente, há cores que alegram e cores que deprimem.
Todo especialista em "marketing" e em propaganda sabe que a cor é fundamental na apresentação e na aceitação do produto e, mais ainda, que isto é também condicionado ao sexo, idade ou estrato sociocultural do comprador visado. Um produto que se destina, principalmente, ao mercado feminino, deverá ter, por exemplo, embalagem em que predominem cores "femininas", isto é, que lembrem suavidade e delicadeza; já naquele que busque despertar no homem o desejo de comprar, as cores serão "masculinas", traduzindo agressividade e força. O efeito psicológico das cores pode, neste campo, ter grandes implicações. Não nos esqueçamos da pouca receptividade que, inicialmente, tiveram as geladeiras pintadas de vermelho, uma cor "quente", pois as donas de casa não acreditavam que gelassem tão bem como as brancas....
(VERDUSSEN, Roberto. Ergonomia: a racionalização humanizada do trabalho. Rio de
Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1978. p. 142 – adaptado)
A leitura do texto autoriza assinalar como falsa a afirmativa: