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Foram encontradas 40 questões.

2531871 Ano: 2016
Disciplina: Informática
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
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O LibreOffice Calc é um programa de edição de planilhas eletrônicas. Nessa ferramenta, podemos inserir diversas informações em uma célula, como números, texto ou cálculos. Para que se possa abrir a célula corrente para edição, devemos utilizar a tecla
 

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2531631 Ano: 2016
Disciplina: Direito Administrativo
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
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No que concerne à anulação, revogação e convalidação previstas na Lei nº 9.784/99, é INCORRETO afirmar que
 

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2531122 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
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Gente é descartável?
Emprego, amizade e até o amor – será que tudo agora tem prazo de validade, como lata de ervilhas?
Walcyr Carrasco
Convidado a jantar na casa de uma amiga, estranhei a falta de sua funcionária de muitos anos, sempre responsável por delícias gastronômicas. Estranhei. Perguntei pela cozinheira, sempre sorridente, que eu já cumprimentava com beijinho.
– Ah, demiti.
– Aconteceu alguma coisa?
– Ela passou do prazo de validade. Chamei outra.
A resposta me arrepiou. Cada vez ouço mais que alguém “passou do prazo de validade”.
A expressão se inseriu no vocabulário. Como todos os elementos da linguagem, seu significado é maior que as palavras, simplesmente. Empresas costumam ser severas quanto ao que consideram como prazo de validade de um funcionário. Em geral, no máximo aos 60 anos, quando não aos 40, o executivo vai para a rua. Mesmo os de alto cargo. O argumento é sempre o mesmo, como ouvi certa vez de uma diretora de RH.
– A gente precisa renovar.
Alguém de 60 anos ou mais pode ser Papa, Presidente da República, e não diretor de departamento? Idade é necessariamente fator de renovação? Conheço jovens de cabeça fechada. Homens e mulheres maduros sempre abertos a ideias novas. Empresas, porém, têm esta política: envelheceu, perdeu. Quando alguém dedicou 20, 30 anos da vida a uma grande corporação, vai fazer o quê? Inicialmente, o demitido procura novo trabalho. Com muita frequência, seu currículo é preterido por alguém mais jovem. Às vezes se propõe a ganhar menos, aceita até uma posição menor. Ainda tem de ouvir o argumento:
– Achamos que era um cargo pequeno para você, que não se adaptaria. Merece mais.
Ele ou ela agradece, ganhou um elogio. E sai desesperado, porque o dinheiro no banco está acabando, o condomínio do apartamento de luxo, antes fácil de pagar, agora se tornou altíssimo, os filhos reclamam que querem grana para sair com os amigos, comprar roupas. Muitas vezes, o demitido monta empresa própria. Um grande erro. Em geral, acostumado a uma grande corporação, não consegue se virar com sua pequena empresa, sem estrutura. O dinheiro escoa, porque também não consegue diminuir o padrão de vida. Já vi o antigo CEO de uma empresa da área elétrica transformado em motorista de táxi. Como outros, montara a própria empresa, perdera tudo. Nunca mais conseguiu trabalho. Conheci outro motorista de táxi, antigo gerente, de porte médio. Ao ser demitido, depois dos 40, foi rápido:
– Vi meus amigos procurando emprego e batendo com a cara na porta durante um tempão, gastando o Fundo de Garantia, a grana da demissão. Esperei três meses, não apareceu nada, comprei o táxi e parti para outra.
Dei dois exemplos, a doméstica e o executivo, porque isso acontece em todas as classes sociais. As pessoas se tornaram descartáveis. Muitas vezes, quando entram em crise, por doença, separação, problemas, enfim, sua produtividade cai. Dão uma resposta indevida, demonstram nervosismo. O empregador resolve que passou do “prazo de validade”. No momento em que mais precisam de apoio, perdem o emprego. É difícil.
O mais chocante é que também tenho ouvido a mesma expressão para definir sentimentos e relações. Um amigo explicou sua separação.
– Nosso casamento passou do prazo de validade.
Como é? Então o amor é como uma lata de ervilhas, que vem com data de vencimento na tampa? Amizade também? Há muito tempo, quando minha avó Rosa, tão querida, morreu, fui ao enterro. Fiquei até colocarem o último tijolo no túmulo. De noite, recebi alguns amigos em casa, bati papo, mas com um nó no estômago, vocês sabem como é. De repente um deles se saiu com esta:
– Hoje, você está insuportável.
Nunca me senti tão agredido. Levantei e pedi a todos para saírem.
– Estou insuportável porque minha avó morreu, e isso dói muito – disse. – É melhor ficar sozinho.
Pediram desculpas, mas insisti para nos vermos outro dia. Creio que estava chato, irritado, sem sorrisos. Saíram ofendidos. Hoje, certamente diriam que nosso “prazo de validade” tinha acabado. Mesmo porque ficamos muito distantes a partir de então. Se eu não estava bem para participar da alegria alheia, me tornara descartável.
Tratar funcionários, amigos, amores como se tivessem a durabilidade de um pedaço de bacalhau, no máximo, é uma crueldade incorporada à vida de boa parte das pessoas. Se você acha que as pessoas têm prazo de validade, só precisa se fazer uma pergunta. Como agirá quando alguém disser que chegou o seu?
Disponível em: <http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyr-carrasco/noticia/2014/07/gente-e-bdescartavelb.html> Acesso em: 05 fev. 2015.
Em “Emprego, amizade e até o amor...”, a palavra em destaque indica que, para o autor, o amor seria considerado
 

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2530431 Ano: 2016
Disciplina: Informática
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
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Enunciado 3217521-1
Uma das grandes facilidades de se utilizar um editor de planilha eletrônica é a utilização de funções para realizar cálculos mais complexos. Dentre as funções do LibreOffice Calc, a que está presente em grande parte dos documentos é a função SOMA. Observando a Figura 1, na célula D2, temos o valor 70, resultado de uma função SOMA aplicada aos valores das colunas A e B.
Qual função apresenta como resultado o valor 70?
 

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2530084 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
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Gente é descartável?
Emprego, amizade e até o amor – será que tudo agora tem prazo de validade, como lata de ervilhas?
Walcyr Carrasco
Convidado a jantar na casa de uma amiga, estranhei a falta de sua funcionária de muitos anos, sempre responsável por delícias gastronômicas. Estranhei. Perguntei pela cozinheira, sempre sorridente, que eu já cumprimentava com beijinho.
– Ah, demiti.
– Aconteceu alguma coisa?
– Ela passou do prazo de validade. Chamei outra.
A resposta me arrepiou. Cada vez ouço mais que alguém “passou do prazo de validade”.
A expressão se inseriu no vocabulário. Como todos os elementos da linguagem, seu significado é maior que as palavras, simplesmente. Empresas costumam ser severas quanto ao que consideram como prazo de validade de um funcionário. Em geral, no máximo aos 60 anos, quando não aos 40, o executivo vai para a rua. Mesmo os de alto cargo. O argumento é sempre o mesmo, como ouvi certa vez de uma diretora de RH.
– A gente precisa renovar.
Alguém de 60 anos ou mais pode ser Papa, Presidente da República, e não diretor de departamento? Idade é necessariamente fator de renovação? Conheço jovens de cabeça fechada. Homens e mulheres maduros sempre abertos a ideias novas. Empresas, porém, têm esta política: envelheceu, perdeu. Quando alguém dedicou 20, 30 anos da vida a uma grande corporação, vai fazer o quê? Inicialmente, o demitido procura novo trabalho. Com muita frequência, seu currículo é preterido por alguém mais jovem. Às vezes se propõe a ganhar menos, aceita até uma posição menor. Ainda tem de ouvir o argumento:
– Achamos que era um cargo pequeno para você, que não se adaptaria. Merece mais.
Ele ou ela agradece, ganhou um elogio. E sai desesperado, porque o dinheiro no banco está acabando, o condomínio do apartamento de luxo, antes fácil de pagar, agora se tornou altíssimo, os filhos reclamam que querem grana para sair com os amigos, comprar roupas. Muitas vezes, o demitido monta empresa própria. Um grande erro. Em geral, acostumado a uma grande corporação, não consegue se virar com sua pequena empresa, sem estrutura. O dinheiro escoa, porque também não consegue diminuir o padrão de vida. Já vi o antigo CEO de uma empresa da área elétrica transformado em motorista de táxi. Como outros, montara a própria empresa, perdera tudo. Nunca mais conseguiu trabalho. Conheci outro motorista de táxi, antigo gerente, de porte médio. Ao ser demitido, depois dos 40, foi rápido:
– Vi meus amigos procurando emprego e batendo com a cara na porta durante um tempão, gastando o Fundo de Garantia, a grana da demissão. Esperei três meses, não apareceu nada, comprei o táxi e parti para outra.
Dei dois exemplos, a doméstica e o executivo, porque isso acontece em todas as classes sociais. As pessoas se tornaram descartáveis. Muitas vezes, quando entram em crise, por doença, separação, problemas, enfim, sua produtividade cai. Dão uma resposta indevida, demonstram nervosismo. O empregador resolve que passou do “prazo de validade”. No momento em que mais precisam de apoio, perdem o emprego. É difícil.
O mais chocante é que também tenho ouvido a mesma expressão para definir sentimentos e relações. Um amigo explicou sua separação.
– Nosso casamento passou do prazo de validade.
Como é? Então o amor é como uma lata de ervilhas, que vem com data de vencimento na tampa? Amizade também? Há muito tempo, quando minha avó Rosa, tão querida, morreu, fui ao enterro. Fiquei até colocarem o último tijolo no túmulo. De noite, recebi alguns amigos em casa, bati papo, mas com um nó no estômago, vocês sabem como é. De repente um deles se saiu com esta:
– Hoje, você está insuportável.
Nunca me senti tão agredido. Levantei e pedi a todos para saírem.
– Estou insuportável porque minha avó morreu, e isso dói muito – disse. – É melhor ficar sozinho.
Pediram desculpas, mas insisti para nos vermos outro dia. Creio que estava chato, irritado, sem sorrisos. Saíram ofendidos. Hoje, certamente diriam que nosso “prazo de validade” tinha acabado. Mesmo porque ficamos muito distantes a partir de então. Se eu não estava bem para participar da alegria alheia, me tornara descartável.
Tratar funcionários, amigos, amores como se tivessem a durabilidade de um pedaço de bacalhau, no máximo, é uma crueldade incorporada à vida de boa parte das pessoas. Se você acha que as pessoas têm prazo de validade, só precisa se fazer uma pergunta. Como agirá quando alguém disser que chegou o seu?
Disponível em: <http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyr-carrasco/noticia/2014/07/gente-e-bdescartavelb.html> Acesso em: 05 fev. 2015.
Observe este trecho: “Cada vez ouço mais que alguém ‘passou do prazo de validade’. A expressão se inseriu no vocabulário.”.
Para o autor, a expressão passar do prazo de validade incorporou-se ao vocabulário, porque
 

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2529950 Ano: 2016
Disciplina: Direito Administrativo
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
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No rol de benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor previstos na Lei nº 8.112/90, não está incluso(a) o(a)
 

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2529181 Ano: 2016
Disciplina: Direito Administrativo
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
Provas:
De acordo com a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública federal, é correto afirmar que o(s)
 

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2529011 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
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Gente é descartável?
Emprego, amizade e até o amor – será que tudo agora tem prazo de validade, como lata de ervilhas?
Walcyr Carrasco
Convidado a jantar na casa de uma amiga, estranhei a falta de sua funcionária de muitos anos, sempre responsável por delícias gastronômicas. Estranhei. Perguntei pela cozinheira, sempre sorridente, que eu já cumprimentava com beijinho.
– Ah, demiti.
– Aconteceu alguma coisa?
– Ela passou do prazo de validade. Chamei outra.
A resposta me arrepiou. Cada vez ouço mais que alguém “passou do prazo de validade”.
A expressão se inseriu no vocabulário. Como todos os elementos da linguagem, seu significado é maior que as palavras, simplesmente. Empresas costumam ser severas quanto ao que consideram como prazo de validade de um funcionário. Em geral, no máximo aos 60 anos, quando não aos 40, o executivo vai para a rua. Mesmo os de alto cargo. O argumento é sempre o mesmo, como ouvi certa vez de uma diretora de RH.
– A gente precisa renovar.
Alguém de 60 anos ou mais pode ser Papa, Presidente da República, e não diretor de departamento? Idade é necessariamente fator de renovação? Conheço jovens de cabeça fechada. Homens e mulheres maduros sempre abertos a ideias novas. Empresas, porém, têm esta política: envelheceu, perdeu. Quando alguém dedicou 20, 30 anos da vida a uma grande corporação, vai fazer o quê? Inicialmente, o demitido procura novo trabalho. Com muita frequência, seu currículo é preterido por alguém mais jovem. Às vezes se propõe a ganhar menos, aceita até uma posição menor. Ainda tem de ouvir o argumento:
– Achamos que era um cargo pequeno para você, que não se adaptaria. Merece mais.
Ele ou ela agradece, ganhou um elogio. E sai desesperado, porque o dinheiro no banco está acabando, o condomínio do apartamento de luxo, antes fácil de pagar, agora se tornou altíssimo, os filhos reclamam que querem grana para sair com os amigos, comprar roupas. Muitas vezes, o demitido monta empresa própria. Um grande erro. Em geral, acostumado a uma grande corporação, não consegue se virar com sua pequena empresa, sem estrutura. O dinheiro escoa, porque também não consegue diminuir o padrão de vida. Já vi o antigo CEO de uma empresa da área elétrica transformado em motorista de táxi. Como outros, montara a própria empresa, perdera tudo. Nunca mais conseguiu trabalho. Conheci outro motorista de táxi, antigo gerente, de porte médio. Ao ser demitido, depois dos 40, foi rápido:
– Vi meus amigos procurando emprego e batendo com a cara na porta durante um tempão, gastando o Fundo de Garantia, a grana da demissão. Esperei três meses, não apareceu nada, comprei o táxi e parti para outra.
Dei dois exemplos, a doméstica e o executivo, porque isso acontece em todas as classes sociais. As pessoas se tornaram descartáveis. Muitas vezes, quando entram em crise, por doença, separação, problemas, enfim, sua produtividade cai. Dão uma resposta indevida, demonstram nervosismo. O empregador resolve que passou do “prazo de validade”. No momento em que mais precisam de apoio, perdem o emprego. É difícil.
O mais chocante é que também tenho ouvido a mesma expressão para definir sentimentos e relações. Um amigo explicou sua separação.
– Nosso casamento passou do prazo de validade.
Como é? Então o amor é como uma lata de ervilhas, que vem com data de vencimento na tampa? Amizade também? Há muito tempo, quando minha avó Rosa, tão querida, morreu, fui ao enterro. Fiquei até colocarem o último tijolo no túmulo. De noite, recebi alguns amigos em casa, bati papo, mas com um nó no estômago, vocês sabem como é. De repente um deles se saiu com esta:
– Hoje, você está insuportável.
Nunca me senti tão agredido. Levantei e pedi a todos para saírem.
– Estou insuportável porque minha avó morreu, e isso dói muito – disse. – É melhor ficar sozinho.
Pediram desculpas, mas insisti para nos vermos outro dia. Creio que estava chato, irritado, sem sorrisos. Saíram ofendidos. Hoje, certamente diriam que nosso “prazo de validade” tinha acabado. Mesmo porque ficamos muito distantes a partir de então. Se eu não estava bem para participar da alegria alheia, me tornara descartável.
Tratar funcionários, amigos, amores como se tivessem a durabilidade de um pedaço de bacalhau, no máximo, é uma crueldade incorporada à vida de boa parte das pessoas. Se você acha que as pessoas têm prazo de validade, só precisa se fazer uma pergunta. Como agirá quando alguém disser que chegou o seu?
Disponível em: <http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyr-carrasco/noticia/2014/07/gente-e-bdescartavelb.html> Acesso em: 05 fev. 2015.
Em “Homens e mulheres maduros...”, a concordância do adjetivo obedeceu a uma regra de concordância nominal prescrita pela gramática tradicional.
Com base no que determinam as regras gramaticais, qual é a alternativa em que, das duas opções entre parênteses, apenas uma completa adequadamente o espaço?
 

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2528759 Ano: 2016
Disciplina: Direito Administrativo
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
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Analise as seguintes assertivas:
é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC.
Segundo a Lei nº 8.112/90, os institutos que completam, correta e respectivamente, as lacunas das assertivas são
 

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2528373 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
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Gente é descartável?
Emprego, amizade e até o amor – será que tudo agora tem prazo de validade, como lata de ervilhas?
Walcyr Carrasco
Convidado a jantar na casa de uma amiga, estranhei a falta de sua funcionária de muitos anos, sempre responsável por delícias gastronômicas. Estranhei. Perguntei pela cozinheira, sempre sorridente, que eu já cumprimentava com beijinho.
– Ah, demiti.
– Aconteceu alguma coisa?
– Ela passou do prazo de validade. Chamei outra.
A resposta me arrepiou. Cada vez ouço mais que alguém “passou do prazo de validade”.
A expressão se inseriu no vocabulário. Como todos os elementos da linguagem, seu significado é maior que as palavras, simplesmente. Empresas costumam ser severas quanto ao que consideram como prazo de validade de um funcionário. Em geral, no máximo aos 60 anos, quando não aos 40, o executivo vai para a rua. Mesmo os de alto cargo. O argumento é sempre o mesmo, como ouvi certa vez de uma diretora de RH.
– A gente precisa renovar.
Alguém de 60 anos ou mais pode ser Papa, Presidente da República, e não diretor de departamento? Idade é necessariamente fator de renovação? Conheço jovens de cabeça fechada. Homens e mulheres maduros sempre abertos a ideias novas. Empresas, porém, têm esta política: envelheceu, perdeu. Quando alguém dedicou 20, 30 anos da vida a uma grande corporação, vai fazer o quê? Inicialmente, o demitido procura novo trabalho. Com muita frequência, seu currículo é preterido por alguém mais jovem. Às vezes se propõe a ganhar menos, aceita até uma posição menor. Ainda tem de ouvir o argumento:
– Achamos que era um cargo pequeno para você, que não se adaptaria. Merece mais.
Ele ou ela agradece, ganhou um elogio. E sai desesperado, porque o dinheiro no banco está acabando, o condomínio do apartamento de luxo, antes fácil de pagar, agora se tornou altíssimo, os filhos reclamam que querem grana para sair com os amigos, comprar roupas. Muitas vezes, o demitido monta empresa própria. Um grande erro. Em geral, acostumado a uma grande corporação, não consegue se virar com sua pequena empresa, sem estrutura. O dinheiro escoa, porque também não consegue diminuir o padrão de vida. Já vi o antigo CEO de uma empresa da área elétrica transformado em motorista de táxi. Como outros, montara a própria empresa, perdera tudo. Nunca mais conseguiu trabalho. Conheci outro motorista de táxi, antigo gerente, de porte médio. Ao ser demitido, depois dos 40, foi rápido:
– Vi meus amigos procurando emprego e batendo com a cara na porta durante um tempão, gastando o Fundo de Garantia, a grana da demissão. Esperei três meses, não apareceu nada, comprei o táxi e parti para outra.
Dei dois exemplos, a doméstica e o executivo, porque isso acontece em todas as classes sociais. As pessoas se tornaram descartáveis. Muitas vezes, quando entram em crise, por doença, separação, problemas, enfim, sua produtividade cai. Dão uma resposta indevida, demonstram nervosismo. O empregador resolve que passou do “prazo de validade”. No momento em que mais precisam de apoio, perdem o emprego. É difícil.
O mais chocante é que também tenho ouvido a mesma expressão para definir sentimentos e relações. Um amigo explicou sua separação.
– Nosso casamento passou do prazo de validade.
Como é? Então o amor é como uma lata de ervilhas, que vem com data de vencimento na tampa? Amizade também? Há muito tempo, quando minha avó Rosa, tão querida, morreu, fui ao enterro. Fiquei até colocarem o último tijolo no túmulo. De noite, recebi alguns amigos em casa, bati papo, mas com um nó no estômago, vocês sabem como é. De repente um deles se saiu com esta:
– Hoje, você está insuportável.
Nunca me senti tão agredido. Levantei e pedi a todos para saírem.
– Estou insuportável porque minha avó morreu, e isso dói muito – disse. – É melhor ficar sozinho.
Pediram desculpas, mas insisti para nos vermos outro dia. Creio que estava chato, irritado, sem sorrisos. Saíram ofendidos. Hoje, certamente diriam que nosso “prazo de validade” tinha acabado. Mesmo porque ficamos muito distantes a partir de então. Se eu não estava bem para participar da alegria alheia, me tornara descartável.
Tratar funcionários, amigos, amores como se tivessem a durabilidade de um pedaço de bacalhau, no máximo, é uma crueldade incorporada à vida de boa parte das pessoas. Se você acha que as pessoas têm prazo de validade, só precisa se fazer uma pergunta. Como agirá quando alguém disser que chegou o seu?
Disponível em: <http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyr-carrasco/noticia/2014/07/gente-e-bdescartavelb.html> Acesso em: 05 fev. 2015.
A partir da leitura global do texto, conclui-se que o autor
 

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