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Foram encontradas 40 questões.

2531650 Ano: 2016
Disciplina: Informática
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
Observe a Figura 2, de uma tabela criada no LibreOffice Calc:
Enunciado 3221385-1
Na célula A5, o usuário deve criar uma fórmula utilizando a função SOMA, que apresente a soma dos valores da coluna A e C. Na célula B5, o usuário deve criar uma fórmula utilizando referências, para somar os valores 2, 5, 7 e 18.
Quais as fórmulas que deverão ser inseridas pelo usuário nas células A5 e B5, respectivamente?
 

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2531017 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
Como a televisão decide o que você pensa, o que você quer e o que você faz
Márcia Tíburi
Enunciado 3219358-1
Digamos que você trabalhe demais e não tenha tempo justamente para cuidar do tempo que sobra, se é que sobra algum tempo. Então você deixa que uma empresa cuide disso para você. Se você já se aposentou ou não tem trabalho, pode parecer difícil usar o tempo com outras coisas e você também aceita os serviços da empresa.
Como você vive em uma sociedade que valoriza a informação, e a empresa lhe dá justamente isso, parece lógico que o que ela fornece é uma coisa boa em troca de uma coisa meio chata como é a propaganda. Mas parece uma troca justa e você pensa que não tem por que ver um problema nisso.
Na forma de notícias, a informação é algo que serve para você saber em que mundo está, saber o que está acontecendo e, evidentemente, não ser ingênuo. Você pensa: não parece lógico que alguém use informação para lhe enganar e lhe tornar ingênuo. Isso não faria sentido e você se entrega de corpo e alma ao que tem pela frente. No meio disso tudo, você acredita e confia mesmo no que recebe, afinal se você não está enganando ninguém, ninguém teria por que enganar você.
E como você é uma pessoa confiante, você também confia na justiça e sabe que propaganda enganosa pode dar cadeia e segue vendo tudo de bom que o aparelho que você comprou lhe oferece de graça. Quer dizer, é bom lembrar que não é bem de graça, tem aquela troca, mas isso não vem ao caso agora, pois tudo parece muito justo.
A tecnologia muda de tempos em tempos, o aparelho fica ultrapassado e você precisa comprar um novo. Você nem queria esse aparelho último tipo, assim como você não quer as coisas que ele mostra, mas você passa a usar porque todo mundo está usando. Ficar longe do aparelho é o que ninguém quer. Ficar desatualizado diante dos colegas e familiares também pega mal. Assim você que não anda conversando nada muito interessante com ninguém, sente que ainda faz parte de uma comunidade que agora é chamada de audiência.
Você parou de falar com as pessoas, perdeu a noção dos amigos e dos familiares, as pessoas só perguntam se você viu a novela. É claro que você assistiu a tudo, perdeu alguns capítulos dormindo, pois não era tão interessante assim, mas não tem problema porque o seu mundo emocional está completamente preenchido com as alegrias e tristezas das personagens.
A sua vida moral, ética e política está totalmente controlada, já não dá mais trabalho. O aparelho que você comprou garantiu todas as suas ideias por meio dos noticiários e criou um verdadeiro estilo de vida para você. Você está convencido de que a vida não pode ser diferente.
[...]
Antigamente, antes de tudo isso, você pensava que a vida poderia ser diferente. Com o tempo você esqueceu essa pergunta e, se alguém ousa fazê-la hoje, você se irrita muito e é você que aponta essa pessoa como uma alienada e uma chata. Você fica muito triste por pensar assim, mas, como o ressentimento incomoda muito, você deixa por isso mesmo.
Você vê as novelas, os filmes, os programas de culinária, humor, entrevistas, está tudo tão bem feito, tudo tão bonito que você nem precisa de mais nada. Você se identifica com tudo aquilo que é mostrado. Até parece que não existe outro jeito de viver. Claro que existe, você pensa, mas daria muito trabalho. Então você vê as tragédias que aparecem e se autocompensa pensando que você não faz parte delas. Alguém diz a você que o mundo é terrível, mas que ele está do seu lado e não vai deixar você ser enganado. Isso porque você confia tanto na cabeça que aparece falando na sua frente, aquela que lhe dá as informações de graça em troca das propagandas que você vê e das coisas que você compra, que ele só pode ser um trabalhador honesto como você, que nunca lhe faria mal.
Essa cabeça falante está só mostrando a vida como ela é, você entendeu. Como ele tem uma audiência ao redor, da qual você faz parte porque quer, afinal, você escolheu tudo isso, você não pode se queixar de nada. E, como deixar de assisti-la seria ridículo diante dos seus colegas e familiares, você segue firme e forte usando agora o controle remoto para escolher entre os trezentos generosos canais de programação que preenchem o vazio mental, o vazio das emoções, e o vazio da ação que você poderia sentir. Esses canais lhe dão a impagável sensação de poder de escolha. Na verdade eles não têm muita graça, tanto que você troca de canal a cada segundo, mas você não imagina que possa haver algo além disso para ver, lá fora, na vida.
[...]
Quem sabe um dia, seja você que possa estar ali aparecendo e você finalmente exista como aquelas pessoas todas. Você chega a fantasiar uma coisa dessas enquanto a inveja – essa fixação no que é visível – se instaura em sua intimidade. Enquanto isso, basta tentar pensar como elas, sentir o que elas sentem, fazer o que elas fazem. Eles decidirão o que você vê pensando que tem todo o direito, afinal de contas, você terceirizou o seu olhar e com ele o pensamento, a emoção e a ação.
Elas decidirão o que você vê, o que você compra, o deus no qual você deve crer, as músicas que você vai ouvir. Decidirão o seu voto e o regime de governo que vai reger a sua vida. Vão lhe informar de tudo o que eles acham importante ou conveniente para controlar a sua vida tirando de você a sensação angustiante da liberdade. Só não vão lhe informar que você ficou cego. E que eles deveriam pagar uma grande indenização por anos e anos de assédio cognitivo e moral. Os danos éticos e políticos são irreparáveis. Então, quando você perceber que implantaram no seu corpo um olho de vidro, que essa prótese não vai resolver o seu problema de visão, mas vai iludir a todos de que você ainda vê, você não conseguirá mais saber que está diante da tela do aparelho. Pensará que é a realidade.
Morto há tempos diante da tela, transformado em um zumbi que não pensa, não sente e não age em nome de mais nada que não seja a ordem teleguiada recebida, você será chamado de “vidiota” por alguém que, por algum motivo, ficou longe disso tudo. Mas porque já não consegue entender nada, você parte para cima dele com a única coisa que restou na sua vida subjetiva, ódio barato e agressividade sem fim.
Disponível em: <http://revistacult.uol.com.br/home/2016/03/como-a-televisao-decide-o-que-voce-pensa-o-que-voce-quer-e-o-que-voce-faz/> Acesso em: 06 abr. 2016.
Não ocorreria inconsistência gramatical ou prejuízo semântico, caso se substituísse
 

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2530916 Ano: 2016
Disciplina: Direito Administrativo
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
Dentre outras hipóteses, é dispensável a licitação para
 

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2530642 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
Como a televisão decide o que você pensa, o que você quer e o que você faz
Márcia Tíburi
Enunciado 3218167-1
Digamos que você trabalhe demais e não tenha tempo justamente para cuidar do tempo que sobra, se é que sobra algum tempo. Então você deixa que uma empresa cuide disso para você. Se você já se aposentou ou não tem trabalho, pode parecer difícil usar o tempo com outras coisas e você também aceita os serviços da empresa.
Como você vive em uma sociedade que valoriza a informação, e a empresa lhe dá justamente isso, parece lógico que o que ela fornece é uma coisa boa em troca de uma coisa meio chata como é a propaganda. Mas parece uma troca justa e você pensa que não tem por que ver um problema nisso.
Na forma de notícias, a informação é algo que serve para você saber em que mundo está, saber o que está acontecendo e, evidentemente, não ser ingênuo. Você pensa: não parece lógico que alguém use informação para lhe enganar e lhe tornar ingênuo. Isso não faria sentido e você se entrega de corpo e alma ao que tem pela frente. No meio disso tudo, você acredita e confia mesmo no que recebe, afinal se você não está enganando ninguém, ninguém teria por que enganar você.
E como você é uma pessoa confiante, você também confia na justiça e sabe que propaganda enganosa pode dar cadeia e segue vendo tudo de bom que o aparelho que você comprou lhe oferece de graça. Quer dizer, é bom lembrar que não é bem de graça, tem aquela troca, mas isso não vem ao caso agora, pois tudo parece muito justo.
A tecnologia muda de tempos em tempos, o aparelho fica ultrapassado e você precisa comprar um novo. Você nem queria esse aparelho último tipo, assim como você não quer as coisas que ele mostra, mas você passa a usar porque todo mundo está usando. Ficar longe do aparelho é o que ninguém quer. Ficar desatualizado diante dos colegas e familiares também pega mal. Assim você que não anda conversando nada muito interessante com ninguém, sente que ainda faz parte de uma comunidade que agora é chamada de audiência.
Você parou de falar com as pessoas, perdeu a noção dos amigos e dos familiares, as pessoas só perguntam se você viu a novela. É claro que você assistiu a tudo, perdeu alguns capítulos dormindo, pois não era tão interessante assim, mas não tem problema porque o seu mundo emocional está completamente preenchido com as alegrias e tristezas das personagens.
A sua vida moral, ética e política está totalmente controlada, já não dá mais trabalho. O aparelho que você comprou garantiu todas as suas ideias por meio dos noticiários e criou um verdadeiro estilo de vida para você. Você está convencido de que a vida não pode ser diferente.
[...]
Antigamente, antes de tudo isso, você pensava que a vida poderia ser diferente. Com o tempo você esqueceu essa pergunta e, se alguém ousa fazê-la hoje, você se irrita muito e é você que aponta essa pessoa como uma alienada e uma chata. Você fica muito triste por pensar assim, mas, como o ressentimento incomoda muito, você deixa por isso mesmo.
Você vê as novelas, os filmes, os programas de culinária, humor, entrevistas, está tudo tão bem feito, tudo tão bonito que você nem precisa de mais nada. Você se identifica com tudo aquilo que é mostrado. Até parece que não existe outro jeito de viver. Claro que existe, você pensa, mas daria muito trabalho. Então você vê as tragédias que aparecem e se autocompensa pensando que você não faz parte delas. Alguém diz a você que o mundo é terrível, mas que ele está do seu lado e não vai deixar você ser enganado. Isso porque você confia tanto na cabeça que aparece falando na sua frente, aquela que lhe dá as informações de graça em troca das propagandas que você vê e das coisas que você compra, que ele só pode ser um trabalhador honesto como você, que nunca lhe faria mal.
Essa cabeça falante está só mostrando a vida como ela é, você entendeu. Como ele tem uma audiência ao redor, da qual você faz parte porque quer, afinal, você escolheu tudo isso, você não pode se queixar de nada. E, como deixar de assisti-la seria ridículo diante dos seus colegas e familiares, você segue firme e forte usando agora o controle remoto para escolher entre os trezentos generosos canais de programação que preenchem o vazio mental, o vazio das emoções, e o vazio da ação que você poderia sentir. Esses canais lhe dão a impagável sensação de poder de escolha. Na verdade eles não têm muita graça, tanto que você troca de canal a cada segundo, mas você não imagina que possa haver algo além disso para ver, lá fora, na vida.
[...]
Quem sabe um dia, seja você que possa estar ali aparecendo e você finalmente exista como aquelas pessoas todas. Você chega a fantasiar uma coisa dessas enquanto a inveja – essa fixação no que é visível – se instaura em sua intimidade. Enquanto isso, basta tentar pensar como elas, sentir o que elas sentem, fazer o que elas fazem. Eles decidirão o que você vê pensando que tem todo o direito, afinal de contas, você terceirizou o seu olhar e com ele o pensamento, a emoção e a ação.
Elas decidirão o que você vê, o que você compra, o deus no qual você deve crer, as músicas que você vai ouvir. Decidirão o seu voto e o regime de governo que vai reger a sua vida. Vão lhe informar de tudo o que eles acham importante ou conveniente para controlar a sua vida tirando de você a sensação angustiante da liberdade. Só não vão lhe informar que você ficou cego. E que eles deveriam pagar uma grande indenização por anos e anos de assédio cognitivo e moral. Os danos éticos e políticos são irreparáveis. Então, quando você perceber que implantaram no seu corpo um olho de vidro, que essa prótese não vai resolver o seu problema de visão, mas vai iludir a todos de que você ainda vê, você não conseguirá mais saber que está diante da tela do aparelho. Pensará que é a realidade.
Morto há tempos diante da tela, transformado em um zumbi que não pensa, não sente e não age em nome de mais nada que não seja a ordem teleguiada recebida, você será chamado de “vidiota” por alguém que, por algum motivo, ficou longe disso tudo. Mas porque já não consegue entender nada, você parte para cima dele com a única coisa que restou na sua vida subjetiva, ódio barato e agressividade sem fim.
Disponível em: <http://revistacult.uol.com.br/home/2016/03/como-a-televisao-decide-o-que-voce-pensa-o-que-voce-quer-e-o-que-voce-faz/> Acesso em: 06 abr. 2016.
Considere o seguinte trecho, atentando para as conjunções em destaque.
“É claro que você assistiu a tudo, perdeu alguns capítulos dormindo, pois não era tão interessante assim, mas não tem problema porque o seu mundo emocional está completamente preenchido com as alegrias e tristezas das personagens.” (6º parágrafo)
Sobre o funcionamento dessas conjunções, especificamente nesse techo, são feitas as seguintes afirmativas:
I. Os sentidos veiculados por essas três conjunções são de explicação, ressalva e conclusão, respectivamente.
II. As conjunções mas e porque são classificadas como coordenativas, uma vez que introduzem orações coordenadas sindéticas.
III. A conjunção mas, que poderia ser substituída sem prejuízo semântico por porém, introduz uma oração coordenada adversativa.
IV. As conjunções pois e porque não poderiam sofrer permuta entre si, uma vez que isso provocaria mudança no sentido original do período.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)
 

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2530612 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
Como a televisão decide o que você pensa, o que você quer e o que você faz
Márcia Tíburi
Enunciado 3218069-1
Digamos que você trabalhe demais e não tenha tempo justamente para cuidar do tempo que sobra, se é que sobra algum tempo. Então você deixa que uma empresa cuide disso para você. Se você já se aposentou ou não tem trabalho, pode parecer difícil usar o tempo com outras coisas e você também aceita os serviços da empresa.
Como você vive em uma sociedade que valoriza a informação, e a empresa lhe dá justamente isso, parece lógico que o que ela fornece é uma coisa boa em troca de uma coisa meio chata como é a propaganda. Mas parece uma troca justa e você pensa que não tem por que ver um problema nisso.
Na forma de notícias, a informação é algo que serve para você saber em que mundo está, saber o que está acontecendo e, evidentemente, não ser ingênuo. Você pensa: não parece lógico que alguém use informação para lhe enganar e lhe tornar ingênuo. Isso não faria sentido e você se entrega de corpo e alma ao que tem pela frente. No meio disso tudo, você acredita e confia mesmo no que recebe, afinal se você não está enganando ninguém, ninguém teria por que enganar você.
E como você é uma pessoa confiante, você também confia na justiça e sabe que propaganda enganosa pode dar cadeia e segue vendo tudo de bom que o aparelho que você comprou lhe oferece de graça. Quer dizer, é bom lembrar que não é bem de graça, tem aquela troca, mas isso não vem ao caso agora, pois tudo parece muito justo.
A tecnologia muda de tempos em tempos, o aparelho fica ultrapassado e você precisa comprar um novo. Você nem queria esse aparelho último tipo, assim como você não quer as coisas que ele mostra, mas você passa a usar porque todo mundo está usando. Ficar longe do aparelho é o que ninguém quer. Ficar desatualizado diante dos colegas e familiares também pega mal. Assim você que não anda conversando nada muito interessante com ninguém, sente que ainda faz parte de uma comunidade que agora é chamada de audiência.
Você parou de falar com as pessoas, perdeu a noção dos amigos e dos familiares, as pessoas só perguntam se você viu a novela. É claro que você assistiu a tudo, perdeu alguns capítulos dormindo, pois não era tão interessante assim, mas não tem problema porque o seu mundo emocional está completamente preenchido com as alegrias e tristezas das personagens.
A sua vida moral, ética e política está totalmente controlada, já não dá mais trabalho. O aparelho que você comprou garantiu todas as suas ideias por meio dos noticiários e criou um verdadeiro estilo de vida para você. Você está convencido de que a vida não pode ser diferente.
[...]
Antigamente, antes de tudo isso, você pensava que a vida poderia ser diferente. Com o tempo você esqueceu essa pergunta e, se alguém ousa fazê-la hoje, você se irrita muito e é você que aponta essa pessoa como uma alienada e uma chata. Você fica muito triste por pensar assim, mas, como o ressentimento incomoda muito, você deixa por isso mesmo.
Você vê as novelas, os filmes, os programas de culinária, humor, entrevistas, está tudo tão bem feito, tudo tão bonito que você nem precisa de mais nada. Você se identifica com tudo aquilo que é mostrado. Até parece que não existe outro jeito de viver. Claro que existe, você pensa, mas daria muito trabalho. Então você vê as tragédias que aparecem e se autocompensa pensando que você não faz parte delas. Alguém diz a você que o mundo é terrível, mas que ele está do seu lado e não vai deixar você ser enganado. Isso porque você confia tanto na cabeça que aparece falando na sua frente, aquela que lhe dá as informações de graça em troca das propagandas que você vê e das coisas que você compra, que ele só pode ser um trabalhador honesto como você, que nunca lhe faria mal.
Essa cabeça falante está só mostrando a vida como ela é, você entendeu. Como ele tem uma audiência ao redor, da qual você faz parte porque quer, afinal, você escolheu tudo isso, você não pode se queixar de nada. E, como deixar de assisti-la seria ridículo diante dos seus colegas e familiares, você segue firme e forte usando agora o controle remoto para escolher entre os trezentos generosos canais de programação que preenchem o vazio mental, o vazio das emoções, e o vazio da ação que você poderia sentir. Esses canais lhe dão a impagável sensação de poder de escolha. Na verdade eles não têm muita graça, tanto que você troca de canal a cada segundo, mas você não imagina que possa haver algo além disso para ver, lá fora, na vida.
[...]
Quem sabe um dia, seja você que possa estar ali aparecendo e você finalmente exista como aquelas pessoas todas. Você chega a fantasiar uma coisa dessas enquanto a inveja – essa fixação no que é visível – se instaura em sua intimidade. Enquanto isso, basta tentar pensar como elas, sentir o que elas sentem, fazer o que elas fazem. Eles decidirão o que você vê pensando que tem todo o direito, afinal de contas, você terceirizou o seu olhar e com ele o pensamento, a emoção e a ação.
Elas decidirão o que você vê, o que você compra, o deus no qual você deve crer, as músicas que você vai ouvir. Decidirão o seu voto e o regime de governo que vai reger a sua vida. Vão lhe informar de tudo o que eles acham importante ou conveniente para controlar a sua vida tirando de você a sensação angustiante da liberdade. Só não vão lhe informar que você ficou cego. E que eles deveriam pagar uma grande indenização por anos e anos de assédio cognitivo e moral. Os danos éticos e políticos são irreparáveis. Então, quando você perceber que implantaram no seu corpo um olho de vidro, que essa prótese não vai resolver o seu problema de visão, mas vai iludir a todos de que você ainda vê, você não conseguirá mais saber que está diante da tela do aparelho. Pensará que é a realidade.
Morto há tempos diante da tela, transformado em um zumbi que não pensa, não sente e não age em nome de mais nada que não seja a ordem teleguiada recebida, você será chamado de “vidiota” por alguém que, por algum motivo, ficou longe disso tudo. Mas porque já não consegue entender nada, você parte para cima dele com a única coisa que restou na sua vida subjetiva, ódio barato e agressividade sem fim.
Disponível em: <http://revistacult.uol.com.br/home/2016/03/como-a-televisao-decide-o-que-voce-pensa-o-que-voce-quer-e-o-que-voce-faz/> Acesso em: 06 abr. 2016.
Sobre algumas das formas verbais empregadas no texto, são feitas estas afirmativas:
I. O uso do Modo Subjuntivo, em “Digamos que você trabalhe demais e não tenha tempo justamente para cuidar do tempo...” (1º parágrafo), indica que a ideia expressa nesse período é de algo possível.
II. O uso do Modo Indicativo, em “Como você vive em uma sociedade que valoriza a informação, e a empresa lhe dá justamente isso,...” (2º parágrafo), indica que a ideia expressa nessas orações é de certeza.
III. A presença do futuro do pretérito, em “E que eles deveriam pagar uma grande indenização por anos e anos de assédio cognitivo e moral.” (12º parágrafo), indica uma ação a ser possivelmente realizada no futuro do subjuntivo.
IV. Os verbos destacados, em “Elas decidirão o que você , o que você compra, o deus no qual você deve crer, as músicas que você vai ouvir.” (12º parágrafo), deveriam ter sido empregados, a fim de garantir a adequada correlação entre os tempos verbais, no futuro do presente do indicativo.
Estão corretas apenas as afirmativas
 

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2530181 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
Como a televisão decide o que você pensa, o que você quer e o que você faz
Márcia Tíburi
Enunciado 3216743-1
Digamos que você trabalhe demais e não tenha tempo justamente para cuidar do tempo que sobra, se é que sobra algum tempo. Então você deixa que uma empresa cuide disso para você. Se você já se aposentou ou não tem trabalho, pode parecer difícil usar o tempo com outras coisas e você também aceita os serviços da empresa.
Como você vive em uma sociedade que valoriza a informação, e a empresa lhe dá justamente isso, parece lógico que o que ela fornece é uma coisa boa em troca de uma coisa meio chata como é a propaganda. Mas parece uma troca justa e você pensa que não tem por que ver um problema nisso.
Na forma de notícias, a informação é algo que serve para você saber em que mundo está, saber o que está acontecendo e, evidentemente, não ser ingênuo. Você pensa: não parece lógico que alguém use informação para lhe enganar e lhe tornar ingênuo. Isso não faria sentido e você se entrega de corpo e alma ao que tem pela frente. No meio disso tudo, você acredita e confia mesmo no que recebe, afinal se você não está enganando ninguém, ninguém teria por que enganar você.
E como você é uma pessoa confiante, você também confia na justiça e sabe que propaganda enganosa pode dar cadeia e segue vendo tudo de bom que o aparelho que você comprou lhe oferece de graça. Quer dizer, é bom lembrar que não é bem de graça, tem aquela troca, mas isso não vem ao caso agora, pois tudo parece muito justo.
A tecnologia muda de tempos em tempos, o aparelho fica ultrapassado e você precisa comprar um novo. Você nem queria esse aparelho último tipo, assim como você não quer as coisas que ele mostra, mas você passa a usar porque todo mundo está usando. Ficar longe do aparelho é o que ninguém quer. Ficar desatualizado diante dos colegas e familiares também pega mal. Assim você que não anda conversando nada muito interessante com ninguém, sente que ainda faz parte de uma comunidade que agora é chamada de audiência.
Você parou de falar com as pessoas, perdeu a noção dos amigos e dos familiares, as pessoas só perguntam se você viu a novela. É claro que você assistiu a tudo, perdeu alguns capítulos dormindo, pois não era tão interessante assim, mas não tem problema porque o seu mundo emocional está completamente preenchido com as alegrias e tristezas das personagens.
A sua vida moral, ética e política está totalmente controlada, já não dá mais trabalho. O aparelho que você comprou garantiu todas as suas ideias por meio dos noticiários e criou um verdadeiro estilo de vida para você. Você está convencido de que a vida não pode ser diferente.
[...]
Antigamente, antes de tudo isso, você pensava que a vida poderia ser diferente. Com o tempo você esqueceu essa pergunta e, se alguém ousa fazê-la hoje, você se irrita muito e é você que aponta essa pessoa como uma alienada e uma chata. Você fica muito triste por pensar assim, mas, como o ressentimento incomoda muito, você deixa por isso mesmo.
Você vê as novelas, os filmes, os programas de culinária, humor, entrevistas, está tudo tão bem feito, tudo tão bonito que você nem precisa de mais nada. Você se identifica com tudo aquilo que é mostrado. Até parece que não existe outro jeito de viver. Claro que existe, você pensa, mas daria muito trabalho. Então você vê as tragédias que aparecem e se autocompensa pensando que você não faz parte delas. Alguém diz a você que o mundo é terrível, mas que ele está do seu lado e não vai deixar você ser enganado. Isso porque você confia tanto na cabeça que aparece falando na sua frente, aquela que lhe dá as informações de graça em troca das propagandas que você vê e das coisas que você compra, que ele só pode ser um trabalhador honesto como você, que nunca lhe faria mal.
Essa cabeça falante está só mostrando a vida como ela é, você entendeu. Como ele tem uma audiência ao redor, da qual você faz parte porque quer, afinal, você escolheu tudo isso, você não pode se queixar de nada. E, como deixar de assisti-la seria ridículo diante dos seus colegas e familiares, você segue firme e forte usando agora o controle remoto para escolher entre os trezentos generosos canais de programação que preenchem o vazio mental, o vazio das emoções, e o vazio da ação que você poderia sentir. Esses canais lhe dão a impagável sensação de poder de escolha. Na verdade eles não têm muita graça, tanto que você troca de canal a cada segundo, mas você não imagina que possa haver algo além disso para ver, lá fora, na vida.
[...]
Quem sabe um dia, seja você que possa estar ali aparecendo e você finalmente exista como aquelas pessoas todas. Você chega a fantasiar uma coisa dessas enquanto a inveja – essa fixação no que é visível – se instaura em sua intimidade. Enquanto isso, basta tentar pensar como elas, sentir o que elas sentem, fazer o que elas fazem. Eles decidirão o que você vê pensando que tem todo o direito, afinal de contas, você terceirizou o seu olhar e com ele o pensamento, a emoção e a ação.
Elas decidirão o que você vê, o que você compra, o deus no qual você deve crer, as músicas que você vai ouvir. Decidirão o seu voto e o regime de governo que vai reger a sua vida. Vão lhe informar de tudo o que eles acham importante ou conveniente para controlar a sua vida tirando de você a sensação angustiante da liberdade. Só não vão lhe informar que você ficou cego. E que eles deveriam pagar uma grande indenização por anos e anos de assédio cognitivo e moral. Os danos éticos e políticos são irreparáveis. Então, quando você perceber que implantaram no seu corpo um olho de vidro, que essa prótese não vai resolver o seu problema de visão, mas vai iludir a todos de que você ainda vê, você não conseguirá mais saber que está diante da tela do aparelho. Pensará que é a realidade.
Morto há tempos diante da tela, transformado em um zumbi que não pensa, não sente e não age em nome de mais nada que não seja a ordem teleguiada recebida, você será chamado de “vidiota” por alguém que, por algum motivo, ficou longe disso tudo. Mas porque já não consegue entender nada, você parte para cima dele com a única coisa que restou na sua vida subjetiva, ódio barato e agressividade sem fim.
Disponível em: <http://revistacult.uol.com.br/home/2016/03/como-a-televisao-decide-o-que-voce-pensa-o-que-voce-quer-e-o-que-voce-faz/> Acesso em: 06 abr. 2016.
Considere o período a seguir.
“Então, quando você perceber que implantaram no seu corpo um olho de vidro, que essa prótese não vai resolver o seu problema de visão, mas vai iludir a todos de que você ainda vê, você não conseguirá mais saber que está diante da tela do aparelho.” (12º parágrafo)
A respeito das relações sintáticas estabelecidas entre as orações desse período, são feitas as seguintes afirmações:
I. A oração ”você não conseguirá mais saber que está diante da tela do aparelho” exerce função de principal em relação à oração “mas vai iludir a todos de que você ainda vê”.
II. A oração “quando você perceber que implantaram no seu corpo um olho de vidro” é subordinada em relação à oração “você não conseguirá mais saber que está diante da tela do aparelho”.
III. As orações “que implantaram no seu corpo um olho de vidro” e “que essa prótese não vai resolver o seu problema de visão” são coordenadas em relação à oração “quando você perceber”.
IV. O período é composto por coordenação e subordinação.
Estão corretas apenas as afirmações
 

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2529277 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
Como a televisão decide o que você pensa, o que você quer e o que você faz
Márcia Tíburi
Enunciado 3139581-1
Digamos que você trabalhe demais e não tenha tempo justamente para cuidar do tempo que sobra, se é que sobra algum tempo. Então você deixa que uma empresa cuide disso para você. Se você já se aposentou ou não tem trabalho, pode parecer difícil usar o tempo com outras coisas e você também aceita os serviços da empresa.
Como você vive em uma sociedade que valoriza a informação, e a empresa lhe dá justamente isso, parece lógico que o que ela fornece é uma coisa boa em troca de uma coisa meio chata como é a propaganda. Mas parece uma troca justa e você pensa que não tem por que ver um problema nisso.
Na forma de notícias, a informação é algo que serve para você saber em que mundo está, saber o que está acontecendo e, evidentemente, não ser ingênuo. Você pensa: não parece lógico que alguém use informação para lhe enganar e lhe tornar ingênuo. Isso não faria sentido e você se entrega de corpo e alma ao que tem pela frente. No meio disso tudo, você acredita e confia mesmo no que recebe, afinal se você não está enganando ninguém, ninguém teria por que enganar você.
E como você é uma pessoa confiante, você também confia na justiça e sabe que propaganda enganosa pode dar cadeia e segue vendo tudo de bom que o aparelho que você comprou lhe oferece de graça. Quer dizer, é bom lembrar que não é bem de graça, tem aquela troca, mas isso não vem ao caso agora, pois tudo parece muito justo.
A tecnologia muda de tempos em tempos, o aparelho fica ultrapassado e você precisa comprar um novo. Você nem queria esse aparelho último tipo, assim como você não quer as coisas que ele mostra, mas você passa a usar porque todo mundo está usando. Ficar longe do aparelho é o que ninguém quer. Ficar desatualizado diante dos colegas e familiares também pega mal. Assim você que não anda conversando nada muito interessante com ninguém, sente que ainda faz parte de uma comunidade que agora é chamada de audiência.
Você parou de falar com as pessoas, perdeu a noção dos amigos e dos familiares, as pessoas só perguntam se você viu a novela. É claro que você assistiu a tudo, perdeu alguns capítulos dormindo, pois não era tão interessante assim, mas não tem problema porque o seu mundo emocional está completamente preenchido com as alegrias e tristezas das personagens.
A sua vida moral, ética e política está totalmente controlada, já não dá mais trabalho. O aparelho que você comprou garantiu todas as suas ideias por meio dos noticiários e criou um verdadeiro estilo de vida para você. Você está convencido de que a vida não pode ser diferente.
[...]
Antigamente, antes de tudo isso, você pensava que a vida poderia ser diferente. Com o tempo você esqueceu essa pergunta e, se alguém ousa fazê-la hoje, você se irrita muito e é você que aponta essa pessoa como uma alienada e uma chata. Você fica muito triste por pensar assim, mas, como o ressentimento incomoda muito, você deixa por isso mesmo.
Você vê as novelas, os filmes, os programas de culinária, humor, entrevistas, está tudo tão bem feito, tudo tão bonito que você nem precisa de mais nada. Você se identifica com tudo aquilo que é mostrado. Até parece que não existe outro jeito de viver. Claro que existe, você pensa, mas daria muito trabalho. Então você vê as tragédias que aparecem e se autocompensa pensando que você não faz parte delas. Alguém diz a você que o mundo é terrível, mas que ele está do seu lado e não vai deixar você ser enganado. Isso porque você confia tanto na cabeça que aparece falando na sua frente, aquela que lhe dá as informações de graça em troca das propagandas que você vê e das coisas que você compra, que ele só pode ser um trabalhador honesto como você, que nunca lhe faria mal.
Essa cabeça falante está só mostrando a vida como ela é, você entendeu. Como ele tem uma audiência ao redor, da qual você faz parte porque quer, afinal, você escolheu tudo isso, você não pode se queixar de nada. E, como deixar de assisti-la seria ridículo diante dos seus colegas e familiares, você segue firme e forte usando agora o controle remoto para escolher entre os trezentos generosos canais de programação que preenchem o vazio mental, o vazio das emoções, e o vazio da ação que você poderia sentir. Esses canais lhe dão a impagável sensação de poder de escolha. Na verdade eles não têm muita graça, tanto que você troca de canal a cada segundo, mas você não imagina que possa haver algo além disso para ver, lá fora, na vida.
[...]
Quem sabe um dia, seja você que possa estar ali aparecendo e você finalmente exista como aquelas pessoas todas. Você chega a fantasiar uma coisa dessas enquanto a inveja – essa fixação no que é visível – se instaura em sua intimidade. Enquanto isso, basta tentar pensar como elas, sentir o que elas sentem, fazer o que elas fazem. Eles decidirão o que você vê pensando que tem todo o direito, afinal de contas, você terceirizou o seu olhar e com ele o pensamento, a emoção e a ação.
Elas decidirão o que você vê, o que você compra, o deus no qual você deve crer, as músicas que você vai ouvir. Decidirão o seu voto e o regime de governo que vai reger a sua vida. Vão lhe informar de tudo o que eles acham importante ou conveniente para controlar a sua vida tirando de você a sensação angustiante da liberdade. Só não vão lhe informar que você ficou cego. E que eles deveriam pagar uma grande indenização por anos e anos de assédio cognitivo e moral. Os danos éticos e políticos são irreparáveis. Então, quando você perceber que implantaram no seu corpo um olho de vidro, que essa prótese não vai resolver o seu problema de visão, mas vai iludir a todos de que você ainda vê, você não conseguirá mais saber que está diante da tela do aparelho. Pensará que é a realidade.
Morto há tempos diante da tela, transformado em um zumbi que não pensa, não sente e não age em nome de mais nada que não seja a ordem teleguiada recebida, você será chamado de “vidiota” por alguém que, por algum motivo, ficou longe disso tudo. Mas porque já não consegue entender nada, você parte para cima dele com a única coisa que restou na sua vida subjetiva, ódio barato e agressividade sem fim.
Disponível em: <http://revistacult.uol.com.br/home/2016/03/como-a-televisao-decide-o-que-voce-pensa-o-que-voce-quer-e-o-que-voce-faz/> Acesso em: 06 abr. 2016.
Em “Com o tempo você esqueceu essa pergunta e, se alguém ousa fazê-la hoje, você se irrita muito e é você que aponta essa pessoa como uma alienada e uma chata.” (8º parágrafo), os termos destacados são classificados sintaticamente como
 

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2528319 Ano: 2016
Disciplina: Informática
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
Observe a Figura 1, que representa uma janela do Windows Explorer do sistema operacional Windows 7:
Enunciado 3053588-1
No Windows Explorer, para realizar a seleção de arquivos de forma alternada, o usuário deve manter pressionada qual tecla do teclado enquanto seleciona os arquivos com o botão esquerdo do mouse?
 

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2528158 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
Como a televisão decide o que você pensa, o que você quer e o que você faz
Márcia Tíburi
Enunciado 3049335-1
Digamos que você trabalhe demais e não tenha tempo justamente para cuidar do tempo que sobra, se é que sobra algum tempo. Então você deixa que uma empresa cuide disso para você. Se você já se aposentou ou não tem trabalho, pode parecer difícil usar o tempo com outras coisas e você também aceita os serviços da empresa.
Como você vive em uma sociedade que valoriza a informação, e a empresa lhe dá justamente isso, parece lógico que o que ela fornece é uma coisa boa em troca de uma coisa meio chata como é a propaganda. Mas parece uma troca justa e você pensa que não tem por que ver um problema nisso.
Na forma de notícias, a informação é algo que serve para você saber em que mundo está, saber o que está acontecendo e, evidentemente, não ser ingênuo. Você pensa: não parece lógico que alguém use informação para lhe enganar e lhe tornar ingênuo. Isso não faria sentido e você se entrega de corpo e alma ao que tem pela frente. No meio disso tudo, você acredita e confia mesmo no que recebe, afinal se você não está enganando ninguém, ninguém teria por que enganar você.
E como você é uma pessoa confiante, você também confia na justiça e sabe que propaganda enganosa pode dar cadeia e segue vendo tudo de bom que o aparelho que você comprou lhe oferece de graça. Quer dizer, é bom lembrar que não é bem de graça, tem aquela troca, mas isso não vem ao caso agora, pois tudo parece muito justo.
A tecnologia muda de tempos em tempos, o aparelho fica ultrapassado e você precisa comprar um novo. Você nem queria esse aparelho último tipo, assim como você não quer as coisas que ele mostra, mas você passa a usar porque todo mundo está usando. Ficar longe do aparelho é o que ninguém quer. Ficar desatualizado diante dos colegas e familiares também pega mal. Assim você que não anda conversando nada muito interessante com ninguém, sente que ainda faz parte de uma comunidade que agora é chamada de audiência.
Você parou de falar com as pessoas, perdeu a noção dos amigos e dos familiares, as pessoas só perguntam se você viu a novela. É claro que você assistiu a tudo, perdeu alguns capítulos dormindo, pois não era tão interessante assim, mas não tem problema porque o seu mundo emocional está completamente preenchido com as alegrias e tristezas das personagens.
A sua vida moral, ética e política está totalmente controlada, já não dá mais trabalho. O aparelho que você comprou garantiu todas as suas ideias por meio dos noticiários e criou um verdadeiro estilo de vida para você. Você está convencido de que a vida não pode ser diferente.
[...]
Antigamente, antes de tudo isso, você pensava que a vida poderia ser diferente. Com o tempo você esqueceu essa pergunta e, se alguém ousa fazê-la hoje, você se irrita muito e é você que aponta essa pessoa como uma alienada e uma chata. Você fica muito triste por pensar assim, mas, como o ressentimento incomoda muito, você deixa por isso mesmo.
Você vê as novelas, os filmes, os programas de culinária, humor, entrevistas, está tudo tão bem feito, tudo tão bonito que você nem precisa de mais nada. Você se identifica com tudo aquilo que é mostrado. Até parece que não existe outro jeito de viver. Claro que existe, você pensa, mas daria muito trabalho. Então você vê as tragédias que aparecem e se autocompensa pensando que você não faz parte delas. Alguém diz a você que o mundo é terrível, mas que ele está do seu lado e não vai deixar você ser enganado. Isso porque você confia tanto na cabeça que aparece falando na sua frente, aquela que lhe dá as informações de graça em troca das propagandas que você vê e das coisas que você compra, que ele só pode ser um trabalhador honesto como você, que nunca lhe faria mal.
Essa cabeça falante está só mostrando a vida como ela é, você entendeu. Como ele tem uma audiência ao redor, da qual você faz parte porque quer, afinal, você escolheu tudo isso, você não pode se queixar de nada. E, como deixar de assisti-la seria ridículo diante dos seus colegas e familiares, você segue firme e forte usando agora o controle remoto para escolher entre os trezentos generosos canais de programação que preenchem o vazio mental, o vazio das emoções, e o vazio da ação que você poderia sentir. Esses canais lhe dão a impagável sensação de poder de escolha. Na verdade eles não têm muita graça, tanto que você troca de canal a cada segundo, mas você não imagina que possa haver algo além disso para ver, lá fora, na vida.
[...]
Quem sabe um dia, seja você que possa estar ali aparecendo e você finalmente exista como aquelas pessoas todas. Você chega a fantasiar uma coisa dessas enquanto a inveja – essa fixação no que é visível – se instaura em sua intimidade. Enquanto isso, basta tentar pensar como elas, sentir o que elas sentem, fazer o que elas fazem. Eles decidirão o que você vê pensando que tem todo o direito, afinal de contas, você terceirizou o seu olhar e com ele o pensamento, a emoção e a ação.
Elas decidirão o que você vê, o que você compra, o deus no qual você deve crer, as músicas que você vai ouvir. Decidirão o seu voto e o regime de governo que vai reger a sua vida. Vão lhe informar de tudo o que eles acham importante ou conveniente para controlar a sua vida tirando de você a sensação angustiante da liberdade. Só não vão lhe informar que você ficou cego. E que eles deveriam pagar uma grande indenização por anos e anos de assédio cognitivo e moral. Os danos éticos e políticos são irreparáveis. Então, quando você perceber que implantaram no seu corpo um olho de vidro, que essa prótese não vai resolver o seu problema de visão, mas vai iludir a todos de que você ainda vê, você não conseguirá mais saber que está diante da tela do aparelho. Pensará que é a realidade.
Morto há tempos diante da tela, transformado em um zumbi que não pensa, não sente e não age em nome de mais nada que não seja a ordem teleguiada recebida, você será chamado de “vidiota” por alguém que, por algum motivo, ficou longe disso tudo. Mas porque já não consegue entender nada, você parte para cima dele com a única coisa que restou na sua vida subjetiva, ódio barato e agressividade sem fim.
Disponível em: <http://revistacult.uol.com.br/home/2016/03/como-a-televisao-decide-o-que-voce-pensa-o-que-voce-quer-e-o-que-voce-faz/> Acesso em: 06 abr. 2016.
A única palavra que NÃO reflete a postura da autora frente ao comportamento do telespectador é
 

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2527708 Ano: 2016
Disciplina: Direito Administrativo
Banca: UFPel
Orgão: UFPel
Analise as afirmativas abaixo, de acordo com a Lei nº 8.112/90, colocando (V), para as verdadeiras, e (F), para as falsas.
( ) A penalidade de demissão será aplicada ao servidor no caso de inassiduidade habitual.
( ) O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinquenta e dois minutos e trinta segundos.
( ) O servidor público federal deve cumprir as ordens superiores, mesmo quando manifestamente ilegais.
( ) A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
( ) O servidor, sem prejuízo de sua remuneração, poderá ausentar-se do serviço por 5 (cinco) dias por motivo de casamento.
A ordem correta, de cima para baixo, é
 

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