Foram encontradas 65 questões.
TEXTO I
Desinformação e câncer
1 “Parece que tudo causa câncer.” Aproximadamente 50% dos respondentes de uma pesquisa
conduzida por cientistas espanhóis concordam com a frase. Os estudiosos coletaram dados em
diversos grupos de debate na internet e em mídias sociais, e o resultado saiu no British Medical
Journal (BMJ). Dois questionários foram utilizados: a Escala de Conscientização sobre o Câncer, e a
5 Escala de Mitos sobre o Câncer.
A escala de conscientização avalia o conhecimento das pessoas sobre onze fatores de risco já
confirmados pela ciência, como fumo ativo ou passivo, consumo de bebidas alcoólicas, sedentarismo,
consumo de carne vermelha ou processada, queimaduras de sol na infância, histórico familiar,
infecção por HPV, baixo consumo de frutas e vegetais, sobrepeso e obesidade, e ter mais de 70 anos.
10 Já a escala de mitos avalia a crença em doze “causas” que muita gente acredita estarem ligadas ao
câncer, mas sem base científica: beber de garrafas plásticas, uso de adoçantes artificiais, alimentos
contendo aditivos químicos, transgênicos, forno de micro-ondas, aerossol, telefones celulares, morar
perto de linhas de transmissão, produtos de limpeza, exposição à radiação não ionizante (wi-fi, rádio e
televisão), estresse e trauma físico.
15 Os respondentes — aproximadamente 1500 pessoas — também foram questionados sobre crença em
teorias de conspiração, como terra plana e humanoides reptilianos infiltrados na política, e de saúde,
como preferência por medicina alternativa, vacinação para Covid-19, consumo de álcool, tabaco, e
hábitos de alimentação.
A ideia era verificar se havia correlação entre crenças absurdas e a capacidade de reconhecer riscos
20 para câncer. O resultado não surpreende, mas preocupa. O fato de que metade dos entrevistados
concorda que “tudo causa câncer” demonstra a dificuldade de comunicar claramente sobre o que a
ciência já sabe — e o que ainda não sabe — a respeito do assunto.
No geral, a capacidade de identificar riscos reais de câncer mostrou-se baixa, em geral usuários de
medicina alternativa tiveram mais dificuldade de identificar causas reais de câncer do que pessoas que
25 preferem medicina convencional, mas os dois grupos se mostraram igualmente vulneráveis aos mitos.
Pouquíssimas pessoas identificaram os riscos de uma dieta pobre em frutas e verduras.
Os mitos mais temidos foram aditivos na comida, adoçantes, transgênicos e estresse.
A correlação com teorias conspiratórias e outros movimentos anticiência também apareceu. Os
autores concluem que a crença em conspirações e medicina alternativa aumenta a probabilidade de
30 aceitar mitos sobre câncer.
Em 2020, o câncer causou 10 milhões de mortes no mundo. Estimativas apontam que 30% dos casos
diagnosticados poderiam ser prevenidos com mudanças de estilo de vida e hábitos mais saudáveis.
Mas se metade das pessoas acha que “tudo causa câncer” e tantos outros têm mais medo de
transgênicos do que de tomar sol sem proteção, como salvar essas vidas? O estudo mostra como é
35 difícil promover mudanças de comportamento baseadas em ciência, e como é fácil popularizar
bobagens que se confundem com “senso comum”.
Depois de anos de desinformação intensiva sobre Covid-19, ficou claro, para quem trabalha com
comunicação em ciência e saúde, que as estratégias dos movimentos anticiência são todas muito
parecidas. Grupos que antes eram notórios propagadores de desinformação sobre câncer, espalhando
40 os mitos avaliados nesta pesquisa, passaram a mentir sobre vacinas durante a pandemia. Talvez
agora retornem para o câncer. Desinformar sobre saúde é um modelo de negócio flexível, onde cabe
qualquer doença, desde que gere engajamento e vendas. [...] é sempre bom lembrar: negacionismo
mata uns e enriquece outros.
Natalia Pasternak
(Adaptado de O Globo, 02 de janeiro de 2023)
Com base no Texto I, responda às questões de números 1 a 8.
No terceiro e no quarto parágrafos, comentários são introduzidos entre travessões. Cada um desses comentários expressa, no conjunto da frase, uma relação, respectivamente, de:
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TEXTO I
Desinformação e câncer
1 “Parece que tudo causa câncer.” Aproximadamente 50% dos respondentes de uma pesquisa
conduzida por cientistas espanhóis concordam com a frase. Os estudiosos coletaram dados em
diversos grupos de debate na internet e em mídias sociais, e o resultado saiu no British Medical
Journal (BMJ). Dois questionários foram utilizados: a Escala de Conscientização sobre o Câncer, e a
5 Escala de Mitos sobre o Câncer.
A escala de conscientização avalia o conhecimento das pessoas sobre onze fatores de risco já
confirmados pela ciência, como fumo ativo ou passivo, consumo de bebidas alcoólicas, sedentarismo,
consumo de carne vermelha ou processada, queimaduras de sol na infância, histórico familiar,
infecção por HPV, baixo consumo de frutas e vegetais, sobrepeso e obesidade, e ter mais de 70 anos.
10 Já a escala de mitos avalia a crença em doze “causas” que muita gente acredita estarem ligadas ao
câncer, mas sem base científica: beber de garrafas plásticas, uso de adoçantes artificiais, alimentos
contendo aditivos químicos, transgênicos, forno de micro-ondas, aerossol, telefones celulares, morar
perto de linhas de transmissão, produtos de limpeza, exposição à radiação não ionizante (wi-fi, rádio e
televisão), estresse e trauma físico.
15 Os respondentes — aproximadamente 1500 pessoas — também foram questionados sobre crença em
teorias de conspiração, como terra plana e humanoides reptilianos infiltrados na política, e de saúde,
como preferência por medicina alternativa, vacinação para Covid-19, consumo de álcool, tabaco, e
hábitos de alimentação.
A ideia era verificar se havia correlação entre crenças absurdas e a capacidade de reconhecer riscos
20 para câncer. O resultado não surpreende, mas preocupa. O fato de que metade dos entrevistados
concorda que “tudo causa câncer” demonstra a dificuldade de comunicar claramente sobre o que a
ciência já sabe — e o que ainda não sabe — a respeito do assunto.
No geral, a capacidade de identificar riscos reais de câncer mostrou-se baixa, em geral usuários de
medicina alternativa tiveram mais dificuldade de identificar causas reais de câncer do que pessoas que
25 preferem medicina convencional, mas os dois grupos se mostraram igualmente vulneráveis aos mitos.
Pouquíssimas pessoas identificaram os riscos de uma dieta pobre em frutas e verduras.
Os mitos mais temidos foram aditivos na comida, adoçantes, transgênicos e estresse.
A correlação com teorias conspiratórias e outros movimentos anticiência também apareceu. Os
autores concluem que a crença em conspirações e medicina alternativa aumenta a probabilidade de
30 aceitar mitos sobre câncer.
Em 2020, o câncer causou 10 milhões de mortes no mundo. Estimativas apontam que 30% dos casos
diagnosticados poderiam ser prevenidos com mudanças de estilo de vida e hábitos mais saudáveis.
Mas se metade das pessoas acha que “tudo causa câncer” e tantos outros têm mais medo de
transgênicos do que de tomar sol sem proteção, como salvar essas vidas? O estudo mostra como é
35 difícil promover mudanças de comportamento baseadas em ciência, e como é fácil popularizar
bobagens que se confundem com “senso comum”.
Depois de anos de desinformação intensiva sobre Covid-19, ficou claro, para quem trabalha com
comunicação em ciência e saúde, que as estratégias dos movimentos anticiência são todas muito
parecidas. Grupos que antes eram notórios propagadores de desinformação sobre câncer, espalhando
40 os mitos avaliados nesta pesquisa, passaram a mentir sobre vacinas durante a pandemia. Talvez
agora retornem para o câncer. Desinformar sobre saúde é um modelo de negócio flexível, onde cabe
qualquer doença, desde que gere engajamento e vendas. [...] é sempre bom lembrar: negacionismo
mata uns e enriquece outros.
Natalia Pasternak
(Adaptado de O Globo, 02 de janeiro de 2023)
Com base no Texto I, responda às questões de números 1 a 8.
Na conclusão, a autora acrescenta um aspecto novo decorrente da associação entre adoecimento e desinformação. Esse aspecto se refere a:
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TEXTO I
Desinformação e câncer
1 “Parece que tudo causa câncer.” Aproximadamente 50% dos respondentes de uma pesquisa
conduzida por cientistas espanhóis concordam com a frase. Os estudiosos coletaram dados em
diversos grupos de debate na internet e em mídias sociais, e o resultado saiu no British Medical
Journal (BMJ). Dois questionários foram utilizados: a Escala de Conscientização sobre o Câncer, e a
5 Escala de Mitos sobre o Câncer.
A escala de conscientização avalia o conhecimento das pessoas sobre onze fatores de risco já
confirmados pela ciência, como fumo ativo ou passivo, consumo de bebidas alcoólicas, sedentarismo,
consumo de carne vermelha ou processada, queimaduras de sol na infância, histórico familiar,
infecção por HPV, baixo consumo de frutas e vegetais, sobrepeso e obesidade, e ter mais de 70 anos.
10 Já a escala de mitos avalia a crença em doze “causas” que muita gente acredita estarem ligadas ao
câncer, mas sem base científica: beber de garrafas plásticas, uso de adoçantes artificiais, alimentos
contendo aditivos químicos, transgênicos, forno de micro-ondas, aerossol, telefones celulares, morar
perto de linhas de transmissão, produtos de limpeza, exposição à radiação não ionizante (wi-fi, rádio e
televisão), estresse e trauma físico.
15 Os respondentes — aproximadamente 1500 pessoas — também foram questionados sobre crença em
teorias de conspiração, como terra plana e humanoides reptilianos infiltrados na política, e de saúde,
como preferência por medicina alternativa, vacinação para Covid-19, consumo de álcool, tabaco, e
hábitos de alimentação.
A ideia era verificar se havia correlação entre crenças absurdas e a capacidade de reconhecer riscos
20 para câncer. O resultado não surpreende, mas preocupa. O fato de que metade dos entrevistados
concorda que “tudo causa câncer” demonstra a dificuldade de comunicar claramente sobre o que a
ciência já sabe — e o que ainda não sabe — a respeito do assunto.
No geral, a capacidade de identificar riscos reais de câncer mostrou-se baixa, em geral usuários de
medicina alternativa tiveram mais dificuldade de identificar causas reais de câncer do que pessoas que
25 preferem medicina convencional, mas os dois grupos se mostraram igualmente vulneráveis aos mitos.
Pouquíssimas pessoas identificaram os riscos de uma dieta pobre em frutas e verduras.
Os mitos mais temidos foram aditivos na comida, adoçantes, transgênicos e estresse.
A correlação com teorias conspiratórias e outros movimentos anticiência também apareceu. Os
autores concluem que a crença em conspirações e medicina alternativa aumenta a probabilidade de
30 aceitar mitos sobre câncer.
Em 2020, o câncer causou 10 milhões de mortes no mundo. Estimativas apontam que 30% dos casos
diagnosticados poderiam ser prevenidos com mudanças de estilo de vida e hábitos mais saudáveis.
Mas se metade das pessoas acha que “tudo causa câncer” e tantos outros têm mais medo de
transgênicos do que de tomar sol sem proteção, como salvar essas vidas? O estudo mostra como é
35 difícil promover mudanças de comportamento baseadas em ciência, e como é fácil popularizar
bobagens que se confundem com “senso comum”.
Depois de anos de desinformação intensiva sobre Covid-19, ficou claro, para quem trabalha com
comunicação em ciência e saúde, que as estratégias dos movimentos anticiência são todas muito
parecidas. Grupos que antes eram notórios propagadores de desinformação sobre câncer, espalhando
40 os mitos avaliados nesta pesquisa, passaram a mentir sobre vacinas durante a pandemia. Talvez
agora retornem para o câncer. Desinformar sobre saúde é um modelo de negócio flexível, onde cabe
qualquer doença, desde que gere engajamento e vendas. [...] é sempre bom lembrar: negacionismo
mata uns e enriquece outros.
Natalia Pasternak
(Adaptado de O Globo, 02 de janeiro de 2023)
Com base no Texto I, responda às questões de números 1 a 8.
Ao longo do texto, é estabelecida uma relação entre crenças e movimento anticiência. Esse movimento se caracteriza por:
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O Suporte de Vida Avançado em Trauma (Advanced Trauma Life Support – ATLS) preconiza a classificação do grau de hemorragia/perda estimada de sangue de acordo com a apresentação clínica inicial. Considerando o caso de um paciente com FC = 120-140bpm, pressão arterial diminuída, FR = 30-40irpm, débito urinário entre 5-15mL/hora e estado mental ansioso/confuso, a quantidade estimada de sangue perdida (em mL) com relação à volemia (em percentual), respectivamente, é:
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A rotina de exames pré-transfusionais e as decisões sobre liberação de um hemocomponente para transfusão dependem da situação clínica em que o paciente se encontra. A conduta mais adequada a ser adotada quando um paciente necessita de transfusão com urgência e apresenta PAI positivo, com provas cruzadas incompatíveis com as unidades disponíveis, é:
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Nas últimas décadas, a postura médica em relação à transfusão de sangue tem se modificado, principalmente pelo maior conhecimento sobre os riscos transfusionais. Recomendações baseadas em evidências têm sido propostas, cada vez menos atreladas apenas aos níveis de hemoglobina e hematócrito do paciente. Os aspectos fundamentais a serem considerados para a decisão sobre transfusão de concentrado de hemácias são:
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Mulher, 52 anos, com tireoidite de Hashimoto, procura atendimento médico devido a quadro progressivo de fraqueza, diarreia, dificuldade para caminhar, equimoses nos membros inferiores e dor abdominal. Hemograma: Hb = 9g/dL, leucometria = 2.500/mm3, plaquetas = 40.000/mm3, com presença de neutrófilos hipersegmentados. Considerando a necessidade da realização de uma laparotomia de urgência nessa paciente e a estratégia de transfusão restritiva, o hemocomponente indicado para transfusão pré-operatória é o:
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Mulher, 35 anos, sem comorbidades, queixando-se de fadiga e baixa tolerância aos exercícios físicos. Referindo hipermenorreia há meses, apresenta palidez cutâneo mucosa e queilite angular ao exame físico. Exames: Hb = 8,0g/dL, leucometria = 4.500/mm3 e plaquetas = 530.000/mm3.
Considerando o quadro acima e uma estratégia de transfusão restritiva, a conduta mais indicada é a:
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Um doador de primeira vez apresenta testes de triagem para doenças transmissíveis pelo sangue, revelando o resultado na tabela a seguir:
TESTES | SIFILIS | HTLV | HIV 1 e 2 | CHAGAS | Anti-Hbc | HBV | HCV |
SOROLOGIA | R | NR | NR | NR | R | NA | NR |
NAT | NA | NA | NR | NA | NA | R | NR |
Legenda: R: reagente; NR: não reagente; NA: não se aplica.
De acordo com as boas práticas da hemoterapia, a conduta adequada nesse caso é:
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Na preparação de componentes sanguíneos, seja por coleta de sangue total ou por coleta por aférese, diversos critérios garantem a qualidade do processo, envolvendo qualificação de pessoal, especificação de materiais e insumos, instituição de procedimentos operacionais padronizados, entre outros. Em relação à preparação de componentes sanguíneos, é correto afirmar que:
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Caderno Container