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240568 Ano: 2019
Disciplina: Português
Banca: CIEE
Orgão: SPTrans
A minha salamandra

Certa vez, escrevendo uma novela, precisei saber se uma salamandra tinha quatro ou seis pernas. Já não me lembro em que episódio novelesco pretendia envolver as pernas da minha salamandra, mas a verdade é que precisava saber — e não fiquei sabendo.
Que sei eu a respeito de minhas próprias pernas? Pensava então, deixando que elas me levassem para outros caminhos, fora da ficção.
Um ficcionista às vezes precisa saber coisas muito esquisitas. A experiência própria nem sempre ajuda. Passei, por exemplo, a minha infância nos galhos de uma mangueira, chupando manga o dia todo, e não soube responder a um meu amigo, excelente romancista, quanto tempo levava para germinar um caroço de manga.
Contou-me ele, na época, que andou precisando saber este pormenor, em razão de uma história que estava escrevendo. Depois de perguntar a um e outro, e não obtendo senão respostas vagas, telefonou para a repartição do Ministério da Agricultura que lhe pareceu mais apta a fornecer-lhe a informação. O funcionário que o atendeu ficou simplesmente perplexo:
— Caroço de manga? Que brincadeira é essa?
Como insistisse, informaram-lhe que, realmente, havia quem talvez soubesse — um especialista no assunto, lotado num departamento ao qual estava afeto o setor de fruticultura. Discou para lá — mas só conseguiu colher vagos palpites:
— Um caroço de manga? Bem, deve levar um ou dois meses, o senhor não acha?
— Não acho nada: preciso saber com exatidão.
— Por quê?
— Bem, porque...
Outros telefonemas, que somente despertavam reminiscências infantis:
— Na minha casa tinha uma mangueira. A manga-espada, por exemplo, se bem me lembro...
— Boa é a manga carlota, aquela pequenina, sem fibra nenhuma... Lá no Norte chamam de itamaracá.
— O caroço? Bem, o caroço, para lhe dizer com franqueza...
Resolveu telefonar para o Gabinete do Ministro:
— Queria uma informaçãozinha de Vossa Excelência.
O ministro não sabia. Que futuro tem um país de economia essencialmente agrícola se ninguém, nem o próprio Ministro da Agricultura, sabe informar quanto tempo leva para germinar um caroço de manga?
Volto à minha salamandra. Vejo-a esquiva e silenciosa a deslizar por entre as pedras, quantas pernas? Que futuro tenho eu como escritor, se não sei dizer com quantas pernas se faz uma salamandra? O mundo anda cheio de pernas, e o coração do poeta já perguntou para que tanta perna, meu Deus. As da salamandra — quatro, ou seis — nada acrescentam ao meu mundo interior, senão a ligeira desconfiança de que acabo tendo quatro. No entanto, as de uma jovem galgando comigo as pedras do Arpoador, por exemplo, apenas duas, podem sustentar o universo — vertiginoso universo onde as sensações germinam bem mais depressa que um caroço de manga. Onde se acendem estrelas inexistentes e os astros desandam nas suas órbitas. Onde se abrem abismos de uma profundeza que nem a imaginação do romancista ousa devassar. Onde vicejam plantas bem mais exóticas que uma mangueira de quintal, em cujas sombras se arrastam seres vorazes e bem mais misteriosos que a salamandra, salamandras...
(SABINO, Fernando. As melhores crônicas. 14ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
No excerto “Outros telefonemas, que somente despertavam reminiscências infantis: (...)” (11º§), a expressão “reminiscências” pode ser substituída, sem alteração semântica, por:
 

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240565 Ano: 2019
Disciplina: Português
Banca: CIEE
Orgão: SPTrans
A minha salamandra

Certa vez, escrevendo uma novela, precisei saber se uma salamandra tinha quatro ou seis pernas. Já não me lembro em que episódio novelesco pretendia envolver as pernas da minha salamandra, mas a verdade é que precisava saber — e não fiquei sabendo.
Que sei eu a respeito de minhas próprias pernas? Pensava então, deixando que elas me levassem para outros caminhos, fora da ficção.
Um ficcionista às vezes precisa saber coisas muito esquisitas. A experiência própria nem sempre ajuda. Passei, por exemplo, a minha infância nos galhos de uma mangueira, chupando manga o dia todo, e não soube responder a um meu amigo, excelente romancista, quanto tempo levava para germinar um caroço de manga.
Contou-me ele, na época, que andou precisando saber este pormenor, em razão de uma história que estava escrevendo. Depois de perguntar a um e outro, e não obtendo senão respostas vagas, telefonou para a repartição do Ministério da Agricultura que lhe pareceu mais apta a fornecer-lhe a informação. O funcionário que o atendeu ficou simplesmente perplexo:
— Caroço de manga? Que brincadeira é essa?
Como insistisse, informaram-lhe que, realmente, havia quem talvez soubesse — um especialista no assunto, lotado num departamento ao qual estava afeto o setor de fruticultura. Discou para lá — mas só conseguiu colher vagos palpites:
— Um caroço de manga? Bem, deve levar um ou dois meses, o senhor não acha?
— Não acho nada: preciso saber com exatidão.
— Por quê?
— Bem, porque...
Outros telefonemas, que somente despertavam reminiscências infantis:
— Na minha casa tinha uma mangueira. A manga-espada, por exemplo, se bem me lembro...
— Boa é a manga carlota, aquela pequenina, sem fibra nenhuma... Lá no Norte chamam de itamaracá.
— O caroço? Bem, o caroço, para lhe dizer com franqueza...
Resolveu telefonar para o Gabinete do Ministro:
— Queria uma informaçãozinha de Vossa Excelência.
O ministro não sabia. Que futuro tem um país de economia essencialmente agrícola se ninguém, nem o próprio Ministro da Agricultura, sabe informar quanto tempo leva para germinar um caroço de manga?
Volto à minha salamandra. Vejo-a esquiva e silenciosa a deslizar por entre as pedras, quantas pernas? Que futuro tenho eu como escritor, se não sei dizer com quantas pernas se faz uma salamandra? O mundo anda cheio de pernas, e o coração do poeta já perguntou para que tanta perna, meu Deus. As da salamandra — quatro, ou seis — nada acrescentam ao meu mundo interior, senão a ligeira desconfiança de que acabo tendo quatro. No entanto, as de uma jovem galgando comigo as pedras do Arpoador, por exemplo, apenas duas, podem sustentar o universo — vertiginoso universo onde as sensações germinam bem mais depressa que um caroço de manga. Onde se acendem estrelas inexistentes e os astros desandam nas suas órbitas. Onde se abrem abismos de uma profundeza que nem a imaginação do romancista ousa devassar. Onde vicejam plantas bem mais exóticas que uma mangueira de quintal, em cujas sombras se arrastam seres vorazes e bem mais misteriosos que a salamandra, salamandras...
(SABINO, Fernando. As melhores crônicas. 14ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
Levando em consideração as seguintes afirmativas, o acento indicativo de crase é facultativo em:
 

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240560 Ano: 2019
Disciplina: Português
Banca: CIEE
Orgão: SPTrans
A minha salamandra

Certa vez, escrevendo uma novela, precisei saber se uma salamandra tinha quatro ou seis pernas. Já não me lembro em que episódio novelesco pretendia envolver as pernas da minha salamandra, mas a verdade é que precisava saber — e não fiquei sabendo.
Que sei eu a respeito de minhas próprias pernas? Pensava então, deixando que elas me levassem para outros caminhos, fora da ficção.
Um ficcionista às vezes precisa saber coisas muito esquisitas. A experiência própria nem sempre ajuda. Passei, por exemplo, a minha infância nos galhos de uma mangueira, chupando manga o dia todo, e não soube responder a um meu amigo, excelente romancista, quanto tempo levava para germinar um caroço de manga.
Contou-me ele, na época, que andou precisando saber este pormenor, em razão de uma história que estava escrevendo. Depois de perguntar a um e outro, e não obtendo senão respostas vagas, telefonou para a repartição do Ministério da Agricultura que lhe pareceu mais apta a fornecer-lhe a informação. O funcionário que o atendeu ficou simplesmente perplexo:
— Caroço de manga? Que brincadeira é essa?
Como insistisse, informaram-lhe que, realmente, havia quem talvez soubesse — um especialista no assunto, lotado num departamento ao qual estava afeto o setor de fruticultura. Discou para lá — mas só conseguiu colher vagos palpites:
— Um caroço de manga? Bem, deve levar um ou dois meses, o senhor não acha?
— Não acho nada: preciso saber com exatidão.
— Por quê?
— Bem, porque...
Outros telefonemas, que somente despertavam reminiscências infantis:
— Na minha casa tinha uma mangueira. A manga-espada, por exemplo, se bem me lembro...
— Boa é a manga carlota, aquela pequenina, sem fibra nenhuma... Lá no Norte chamam de itamaracá.
— O caroço? Bem, o caroço, para lhe dizer com franqueza...
Resolveu telefonar para o Gabinete do Ministro:
— Queria uma informaçãozinha de Vossa Excelência.
O ministro não sabia. Que futuro tem um país de economia essencialmente agrícola se ninguém, nem o próprio Ministro da Agricultura, sabe informar quanto tempo leva para germinar um caroço de manga?
Volto à minha salamandra. Vejo-a esquiva e silenciosa a deslizar por entre as pedras, quantas pernas? Que futuro tenho eu como escritor, se não sei dizer com quantas pernas se faz uma salamandra? O mundo anda cheio de pernas, e o coração do poeta já perguntou para que tanta perna, meu Deus. As da salamandra — quatro, ou seis — nada acrescentam ao meu mundo interior, senão a ligeira desconfiança de que acabo tendo quatro. No entanto, as de uma jovem galgando comigo as pedras do Arpoador, por exemplo, apenas duas, podem sustentar o universo — vertiginoso universo onde as sensações germinam bem mais depressa que um caroço de manga. Onde se acendem estrelas inexistentes e os astros desandam nas suas órbitas. Onde se abrem abismos de uma profundeza que nem a imaginação do romancista ousa devassar. Onde vicejam plantas bem mais exóticas que uma mangueira de quintal, em cujas sombras se arrastam seres vorazes e bem mais misteriosos que a salamandra, salamandras...
(SABINO, Fernando. As melhores crônicas. 14ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
Em Como insistisse, informaram-lhe que, realmente, havia quem talvez soubesse — um especialista no assunto, lotado num departamento ao qual estava afeto o setor de fruticultura.” (6º§), o termo assinalado evidencia ideia de:
 

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240558 Ano: 2019
Disciplina: Português
Banca: CIEE
Orgão: SPTrans
A minha salamandra

Certa vez, escrevendo uma novela, precisei saber se uma salamandra tinha quatro ou seis pernas. Já não me lembro em que episódio novelesco pretendia envolver as pernas da minha salamandra, mas a verdade é que precisava saber — e não fiquei sabendo.
Que sei eu a respeito de minhas próprias pernas? Pensava então, deixando que elas me levassem para outros caminhos, fora da ficção.
Um ficcionista às vezes precisa saber coisas muito esquisitas. A experiência própria nem sempre ajuda. Passei, por exemplo, a minha infância nos galhos de uma mangueira, chupando manga o dia todo, e não soube responder a um meu amigo, excelente romancista, quanto tempo levava para germinar um caroço de manga.
Contou-me ele, na época, que andou precisando saber este pormenor, em razão de uma história que estava escrevendo. Depois de perguntar a um e outro, e não obtendo senão respostas vagas, telefonou para a repartição do Ministério da Agricultura que lhe pareceu mais apta a fornecer-lhe a informação. O funcionário que o atendeu ficou simplesmente perplexo:
— Caroço de manga? Que brincadeira é essa?
Como insistisse, informaram-lhe que, realmente, havia quem talvez soubesse — um especialista no assunto, lotado num departamento ao qual estava afeto o setor de fruticultura. Discou para lá — mas só conseguiu colher vagos palpites:
— Um caroço de manga? Bem, deve levar um ou dois meses, o senhor não acha?
— Não acho nada: preciso saber com exatidão.
— Por quê?
— Bem, porque...
Outros telefonemas, que somente despertavam reminiscências infantis:
— Na minha casa tinha uma mangueira. A manga-espada, por exemplo, se bem me lembro...
— Boa é a manga carlota, aquela pequenina, sem fibra nenhuma... Lá no Norte chamam de itamaracá.
— O caroço? Bem, o caroço, para lhe dizer com franqueza...
Resolveu telefonar para o Gabinete do Ministro:
— Queria uma informaçãozinha de Vossa Excelência.
O ministro não sabia. Que futuro tem um país de economia essencialmente agrícola se ninguém, nem o próprio Ministro da Agricultura, sabe informar quanto tempo leva para germinar um caroço de manga?
Volto à minha salamandra. Vejo-a esquiva e silenciosa a deslizar por entre as pedras, quantas pernas? Que futuro tenho eu como escritor, se não sei dizer com quantas pernas se faz uma salamandra? O mundo anda cheio de pernas, e o coração do poeta já perguntou para que tanta perna, meu Deus. As da salamandra — quatro, ou seis — nada acrescentam ao meu mundo interior, senão a ligeira desconfiança de que acabo tendo quatro. No entanto, as de uma jovem galgando comigo as pedras do Arpoador, por exemplo, apenas duas, podem sustentar o universo — vertiginoso universo onde as sensações germinam bem mais depressa que um caroço de manga. Onde se acendem estrelas inexistentes e os astros desandam nas suas órbitas. Onde se abrem abismos de uma profundeza que nem a imaginação do romancista ousa devassar. Onde vicejam plantas bem mais exóticas que uma mangueira de quintal, em cujas sombras se arrastam seres vorazes e bem mais misteriosos que a salamandra, salamandras...
(SABINO, Fernando. As melhores crônicas. 14ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
Em “Discou para lá — mas só conseguiu colher vagos palpites: (...)” (6º§), a palavra destacada pode ser definida morfologicamente como um(a):
 

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240553 Ano: 2019
Disciplina: Atualidades e Conhecimentos Gerais
Banca: CIEE
Orgão: SPTrans
Os quase 8.400 médicos cubanos que atendiam no Brasil começaram a deixar o pais. O governo cubano rompeu com Brasil após as declarações “ameaçadoras e depreciativas” do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que anunciou modificações “inaceitáveis” no projeto. Os médicos cubanos atuavam no
 

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240548 Ano: 2019
Disciplina: Atualidades e Conhecimentos Gerais
Banca: CIEE
Orgão: SPTrans
Milhares de pessoas, a maioria delas de Honduras, retomaram no domingo sua marcha rumo aos Estados Unidos. Logo no início do dia, a enorme caravana saiu de Ciudad Hidalgo, a caminho da fronteira do _________ com o território americano. Elas dizem fugir da violência e da pobreza em seu país, em busca do que acreditam que ser uma vida melhor. (Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/mundo. Publicado em: 21/10/2018.)

Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.
 

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240545 Ano: 2019
Disciplina: Atualidades e Conhecimentos Gerais
Banca: CIEE
Orgão: SPTrans
Adélio Bispo de Oliveira foi preso em flagrante, após esfaquear Jair Bolsonaro. O agressor foi denunciado pelo Ministério Público Federal pelo crime de “atentado pessoal por inconformismo político”, previsto no artigo 20, da Lei de Segurança Nacional. O fato mencionado ocorreu na cidade de
 

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240541 Ano: 2019
Disciplina: Atualidades e Conhecimentos Gerais
Banca: CIEE
Orgão: SPTrans
O hexa não veio. Os brasileiros comandados por Tite caíram em Kazan diante da Bélgica por 2 a 1 no dia 6 de julho de 2018. Com o craque Neymar voltando de lesão e com atuações marcadas por disputas com a equipe de arbitragem, a seleção canarinho fez uma campanha pouco brilhante. A Copa do Mundo de 2018 foi disputada na
 

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240538 Ano: 2019
Disciplina: Atualidades e Conhecimentos Gerais
Banca: CIEE
Orgão: SPTrans
A economia da Argentina entrou, oficialmente, em recessão entre julho e setembro, após ter apresentado dois trimestres consecutivos de declínio econômico, de acordo com dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC) do país. A Argentina foi obrigada a pedir ajuda à(ao):
 

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240536 Ano: 2019
Disciplina: Atualidades e Conhecimentos Gerais
Banca: CIEE
Orgão: SPTrans
Com mais de 57 milhões de votos, Jair Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil ao derrotar Fernando Haddad (PT) no segundo turno. O presidente eleito nomeou o Juiz Sérgio Moro como Ministro
 

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