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Foram encontradas 60 questões.

3165452 Ano: 2024
Disciplina: História
Banca: FGV
Orgão: Pref. Vitória-ES
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Embora os historiadores tenham assinalado as preocupações da Igreja católica de catequização dos negros no Brasil, não há registros de uma ação educativa que os iniciasse na árdua tarefa da leitura dos evangelhos. A palavra escrita lhes era inacessível. Como eram então doutrinados? No catolicismo imposto às classes populares “a figura do Cristo Revelado no Novo Testamento é praticamente desconhecida “. São os “santos” que estão na base do catolicismo popular. Assim, a catequese dos africanos no Brasil não se fez acompanhar de um processo que pressupusesse, antes de mais nada, a aquisição da leitura. Na realidade, não se buscava decifrar no Novo testamento as mensagens do Cristo Revelado; o catolicismo dos negros, no período colonial, foi estruturado a partir de suas devoções aos santos e à Virgem Maria. O que de fato eram as irmandades? Que função preenchiam na vida colonial? (GONÇALVES, Luiz Alberto Oliveira. Negros e Educação no Brasil. In: LOPES, Eliane Marta Teixeira; FARIA FILHO, Luciano Mendes; VEIGA, Cynthia Greive. 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2011)
Para responder as questões propostas pelo autor, cumpre analisar que as irmandades foram
 

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3165451 Ano: 2024
Disciplina: História
Banca: FGV
Orgão: Pref. Vitória-ES
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Em julho de 2011, quatro cidadãos quenianos, três homens e uma mulher, ouviram numa sala de audiências do High Court, em Londres, um juiz pronunciar-se a favor da admissibilidade da ação que haviam interposto, dois anos antes, contra o governo do Reino Unido, no sentido de se verem ressarcidos por abusos e torturas alegadamente sofridos às mãos de agentes do poder colonial britânico no Quênia, em meados da década de 1950. Wambugu Wa Nyingy, Paulo Muoka Nzili, Ndiku Mutwiwa Mutua e Jane Muthoni Mara, todos eles octogenários, afirmam ter sido sujeitos a sevícias de vária ordem, incluindo castrações e violações sexuais, todas elas geradoras de traumas que os acompanharam pela vida fora. Entre as muitas vítimas deste gênero de práticas ter-se-á contado também o avô paterno de Barack Obama, que depois de ter servido no exército britânico na Birmânia durante a II Guerra Mundial, foi acusado de ter pertencido ao movimento Mau-Mau. As primeiras audiências do julgamento tiveram início na primeira quinzena de Julho, mas as suas implicações extravasaram já o âmbito estritamente judicial. Para além do precedente que pode resultar daqui para situações análogas (no Chipre e Malásia, nomeadamente), o caso está a obrigar os historiadores, e a opinião pública, a reequacionarem o papel da violência no fim do império, que tudo indica ter sido muito mais relevante do que até aqui geralmente se admitia. Na verdade, seria errado sugerir que os historiadores alguma vez tenham negado que essa dimensão estivesse presente. Mas algumas obras recentes – Histories of the Hanged (2005), do britânico David Anderson, ou Britain’s Gulag (2005), da americana Caroline Elkins, curiosamente ambas publicadas no rescaldo das primeiras revelações sobre a prática de tortura em prisões no Iraque pós-invasão - têm trazido elementos que demonstram como o recurso a métodos de repressão, controle e terror foi tão sistemático no contexto da descolonização britânica como no de outros espaços imperiais europeus. Os dois historiadores, juntamente com Huw Bennett, um especialista na campanha do exército britânico durante a fase militar do conflito do Quênia (1952-1960), foram arrolados como peritos pela firma de advogados que representa os antigos prisioneiros quenianos e foram eles quem começaram a examinar a enorme massa de documentação que este caso ajudou a desclassificar – e que se tornou num processo altamente polêmico por si só. (OLIVEIRA, Pedro Aires. A vingança dos Mau-Maus e os arquivos secretos da descolonização britânica. Extraído de: https://www.publico.pt/2012/09/02/jornal/a-vinganca-dos-maumau-e-os-arquivos-secretos-da-descolonizacao-britanica-25125044
A partir da análise do texto, é correto afirmar que o relato
 

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3165450 Ano: 2024
Disciplina: História
Banca: FGV
Orgão: Pref. Vitória-ES
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Há um debate contemporâneo sobre o grau de “tolerância” ideológica que Al-Andalus pode ter demonstrado na Idade Média. As percepções do Islã no mundo ocidental contemporâneo, sejam elas positivas ou negativas, influenciam profundamente este debate. É verdade que o mundo muçulmano, especialmente sua parte hispano-mourisca, não sofreu a mesma repressão do pensamento crítico que a cristandade europeia, especialmente após o nascimento da Inquisição, no final do século XII. Entretanto, também não se deve atribuir-lhe um conceito anacrônico de liberdade religiosa e intelectual. Tal liberdade simplesmente não existia na época, seja na Europa, no Norte da África, ou no Oriente Próximo. Nenhuma das visões opostas simplistas do Al-Andalus pode resistir a uma séria pesquisa histórica. (BATEAU, Jean. O domínio muçulmano na Espanha foi crucial para a história da Europa. Extraído de: https://jacobin.com.br/2023/10/o-dominio-muculmano-naespanha-foi-crucial-para-a-historia-da-europa/)
Um professor de ensino fundamental II elabora uma aula sobre as sociedades islâmicas, tendo como fonte para incentivar o debate o trecho citado acima. O objetivo a ser alcançado é
 

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3165449 Ano: 2024
Disciplina: Pedagogia
Banca: FGV
Orgão: Pref. Vitória-ES
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Onde estavam os tupinambás, os aimarás, os quicongos, os iorubás, os xavantes, os quichuas, o povo de mina, na chamada Idade Antiga ou Idade Média? Teremos de fazer como certa vez me ensinou um jongueiro: ”meu filho, havemos de cismar com as coisas do mundo “. O desafio nos demanda outros movimentos, mirando uma virada linguística/epistemológica que seja implicada na luta por justiça cognitiva e pela pluriversalização do mundo. Devemos credibilizar gramáticas produzidas por outras presenças e enunciadas por outros movimentos para, então, praticarmos o que, inspirado em Exu e nas encruzilhadas, eu chamo de cruzo. (RUFINO, Luiz. Pedagogia das encruzilhadas. Rio de Janeiro: Mórula, 2019. p. 14-15)
A proposta pedagógica do autor implica em romper com visões históricas fundadas na
 

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3165448 Ano: 2024
Disciplina: História
Banca: FGV
Orgão: Pref. Vitória-ES
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O mundo só vai ser igualitário na medida do conhecimento sobre o qual ele é construído. O iluminismo surgiu numa época em que a Europa havia arrasado grande parte do mundo por meio do genocídio da escravidão e estava afirmando seu domínio pela expansão colonial. A arrogância dos seus pensadores só foi possível devido à violência da primeira versão do império Ocidental. Os ‘grandes pensadores’ se viram no centro do mundo como resultado disso e teorizaram a respeito de sua aparente supremacia. Um dos seus propósitos era oferecer uma justificativa para o genocídio, a escravidão e o colonialismo que eram absolutamente indispensáveis para o progresso do Ocidente. O iluminismo foi crucial na passagem para a nova era imperialista: ele ofereceu a estrutura de conhecimento universalista, supostamente racional e científica que sustentava a lógica colonial. É uma heresia questionar os homens brancos mortos porque suas obras estão na fundação da atual ordem social injusta. Entender que o iluminismo e o racismo não podem ser separados é o primeiro passo para avaliar de fato que a lógica colonial ainda governa o mundo hoje. (ANDREWS, Kehinde. A nova era do Império: como o racismo e o colonialismo ainda dominam o mundo. SP: Companhia das Letras, 2023. p. 38-39)
A partir da análise do texto, é correto dizer que o autor
 

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3165447 Ano: 2024
Disciplina: História
Banca: FGV
Orgão: Pref. Vitória-ES
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O próprio Hitler foi movido durante toda a carreira política por um ódio fanático aos judeus. Esse antissemitismo tem raízes em uma tradição com mais de mil anos, que em repetidas ocasiões levou ao assassinato em massa de judeus. Mas o passo de assassinato em massa para genocídio só foi dado quando a tradição antissemita por fim se encontrou com a tradição de genocídios surgida durante a expansão europeia na Europa, na América, na África e na Ásia. (LINDQVIST, Sven. Exterminem todos os malditos: uma viagem ao Coração das Trevas e à origem do genocídio europeu. São Paulo, Fósforo, 2023. p. 219)
professor de ensino fundamental II, ao propor o uso da citação acima para o planejamento de aula, tem como objetivo
 

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3165446 Ano: 2024
Disciplina: História
Banca: FGV
Orgão: Pref. Vitória-ES
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O comparecimento à Assembleia soberana era aberto a todo o cidadão, e não havia burocracia ou funcionários públicos, exceto uns poucos escriturários, escravos de propriedade do estado que faziam registros inevitáveis, como cópias de tratados e leis, listas de contribuintes inadimplentes e similares. O governo era, assim, “pelo povo”, no sentido mais literal. A Assembleia, que detinha a palavra final na guerra e na paz, nos tratados, nas finanças, na legislação, nas obras públicas, em suma, na totalidade das atividades governamentais, era um comício ao ar livre, com tantos milhares de cidadãos com idade superior a 18 anos quantos quisessem comparecer naquele determinado dia. Ela se reunia frequentemente durante o ano todo, no mínimo quarenta vezes, e, normalmente, chegava a uma decisão sobre o assunto a discutir em um único dia de debate, em que, em princípio todos os presentes tinham o direito de participar, tomando a palavra. Isegoria, o direito universal de falar na Assembleia, era algumas vezes empregado pelos escritores gregos como sinônimo de “democracia”. E a decisão era pelo voto da maioria simples daqueles que estivessem presentes. (FINLEY, Moses I. Democracia antiga e moderna. RJ: Graal, 1985. p. 31)
Tendo em vista a descrição do autor sobre o funcionamento da Assembleia, podemos considerar que a democracia ateniense é
 

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3165445 Ano: 2024
Disciplina: História
Banca: FGV
Orgão: Pref. Vitória-ES
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Em Coimbra, pouco depois, em 1772, criaram-se o Gabinete de História Natural e o Jardim Botânico, ambos ligados à universidade, devendo servir fins pedagógicos no âmbito das ciências da natureza. Nessas instituições, trabalhará Félix Avelar Brotero, que mais tarde, dirigirá o Jardim Botânico da Ajuda. Refira-se ainda que, no reinado de D. Maria I (1777-1816), no real Paço de Belém, administrado de forma eficiente pelo desembargador João Rodrigues Vilar, funcionou um jardim zoológico composto por diversos felinos, zebras, macacos e inúmeros pássaros. (BRAGA, Isabel M. R. Mendes Drumond. Sabores do Brasil em Portugal: descobrir e transformar novos alimentos (séculos XVI-XXI). São Paulo: SENAC, 2010. p. 90-91).
O relato acima pode ser analisado, tendo em vista o amplo contexto cultural europeu em que se destacam
 

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3165444 Ano: 2024
Disciplina: História
Banca: FGV
Orgão: Pref. Vitória-ES
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[...] quase todos [os meninos índios] vêm duas vezes por dia à escola, sobretudo de manhã; pois de tarde todos se dão `caças ou à pesca para se darem sustento; se não trabalham não comem. Mas o principal cuidado que temos deles está em declararmos os rudimentos da fé, sem descuidar o ensino das letras; estimam-no tanto que, se não fosse esta atração, talvez não os pudéssemos levar a mais nada [...] Se acaso alguns deles, pouco que seja, se dá, ou pelo jeito do corpo ou pelas palavras ou de qualquer outro modo, a alguma coisa que tenha ressaibo de costumes gentios, imediatamente os outros o acusam e riem dele. (ANCHIETA, José de. Doutrina Cristã, p. 210. In: DAHER, Andrea. Oralidade perdida: ensaios de história das práticas letradas. RJ: Civilização Brasileira, 2012. p. 59)
A contrarreforma teve um impacto direto na atuação da Igreja Católica nas colônias, e a Companhia de Jesus foi a protagonista da expansão do catolicismo. Na América portuguesa, os escritos de José de Anchieta são relatos importantes para a investigação das relações entre portugueses e os povos originários, bem como as relações entre os próprios indígenas nos espaços cristianizados. Nesse sentido, podemos dizer que o relato de Anchieta nos oferece a possibilidade de explorar o seguinte tema:
 

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3165443 Ano: 2024
Disciplina: História
Banca: FGV
Orgão: Pref. Vitória-ES
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Em virtude da conspiração dos flagelos naturais, das flutuações da conjuntura econômica e da conversão crescente da burguesia citadina à propriedade fundiária, o conjunto do campesinato italiano do renascimento se encontra assim mergulhado na maior indigência, numa servidão material e moral pior do que ele havia conhecido na Idade Média. Na prática, uma servidão de fato substituiu em quase toda a parte a servidão medieval de direito, lá onde havia sido abolida. Daí, tanto na Itália como alhures, e às vezes até mais na península, ladainhas de manifestações, variáveis segundo os lugares e as ocasiões, de um mesmo desespero endêmico dos camponeses: insurreições populares esporádicas, afogadas em sangue, ou emigração em massa para o luxo da cidade, onde os camponeses, ainda durante o século XVI, virão engrossar as fileiras da plebe, reservatório de mão-de-obra barata para a economia citadina. (LARIVAILLE, Paul. A Itália no tempo de Maquiavel. SP: Companhia das Letras, 1988. p. 213)
Um professor propõe para planejamento de uma aula sobre o renascimento europeu o uso da citação acima.
O objetivo dessa atividade de ensino com uso do documento é
 

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