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TEXTO II

Dos rituais


__No primeiro contato com os selvagens, que medo nos dá de infringir os rituais, de violar um tabu! É todo um meticuloso cerimonial, cuja infração eles não nos perdoam.


__Eu estava falando nos selvagens? Mas com os civilizados é o mesmo. Ou pior até. ++


Quando você estiver metido entre grã-finos, é preciso ter muito, muito cuidado: eles são tão primitivos!

Mário Quintana

Quantos períodos há no TEXTO II?

 

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TEXTO II

Dos rituais


__No primeiro contato com os selvagens, que medo nos dá de infringir os rituais, de violar um tabu! É todo um meticuloso cerimonial, cuja infração eles não nos perdoam.


__Eu estava falando nos selvagens? Mas com os civilizados é o mesmo. Ou pior até. ++


Quando você estiver metido entre grã-finos, é preciso ter muito, muito cuidado: eles são tão primitivos!

Mário Quintana

Em relação à oração “eles são tão primitivos!”, assinale o item INCORRETO.

 

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Indique a opção em que a circunstância NÃO condiz com o adjunto adverbial.

 

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Leia o Texto I para responder às questões 1 a 7.

TEXTO I

O Assalto

Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o

preço do chuchu:

— Isto é um assalto!

Houve um rebuliço. Os que estavam perto fugiram. Alguém,

correndo, foi chamar o guarda. Um minuto depois, a rua inteira,

atravancada, mas provida de um admirável serviço de

comunicação espontânea, sabia que se estava perpetrando um

assalto ao banco. Mas que banco? Havia banco naquela rua?

Evidente que sim, pois do contrário como poderia ser assaltado?

— Um assalto! Um assalto! — a senhora continuava a

exclamar, e quem não tinha escutado, escutou, multiplicando a

notícia. Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes era

como a própria sirena policial, documentando, por seu uivo, a

ocorrência grave, que fatalmente se estaria consumando ali, na

claridade do dia, sem que ninguém pudesse evitá-la.

Moleques de carrinho corriam em todas as direções,

atropelando-se uns aos outros. Queriam salvar as mercadorias

que transportavam. Não era o instinto de propriedade que os

impelia. Sentiam-se responsáveis pelo transporte. E no atropelo

da fuga, pacotes rasgavam-se, melancias rolavam, tomates

esborrachavam-se no asfalto. Se a fruta cai no chão, já não é de

ninguém; é de qualquer um, inclusive do transportador. Em

ocasiões de assalto, quem é que vai reclamar uma penca de

bananas meio amassadas?

— Olha o assalto! Tem um assalto ali adiante!

O ônibus na rua transversal parou para assuntar.

Passageiros ergueram-se, puseram o nariz para fora. Não se via

nada. O motorista desceu, desceu o trocador, um passageiro

advertiu:

— No que você vai a fim do assalto, eles assaltam sua caixa.

Ele nem escutou. Então os passageiros também acharam

de bom alvitre abandonar o veículo, na ânsia de saber, que vem

movendo o homem, desde a idade da pedra até a idade do

módulo lunar.

Outros ônibus pararam, a rua entupiu.

— Melhor. Todas as ruas estão bloqueadas. Assim eles não

podem dar no pé.

— É uma mulher que chefia o bando!

— Já sei. A tal dondoca loira.

— A loura assalta em São Paulo. Aqui é morena.

— Uma gorda. Está de metralhadora. Eu vi.

— Minha Nossa Senhora, o mundo está virado!

— Vai ver que está caçando é marido.

— Não brinca numa hora dessas. Olha aí sangue

escorrendo!

— Sangue nada, é tomate.

Na confusão, circularam notícias diversas. O assalto fora a

uma joalheria, as vitrinas tinham sido esmigalhadas a bala. E

havia joias pelo chão, braceletes, relógios. O que os bandidos não

levaram, na pressa, era agora objeto de saque popular. Morreram

no mínimo duas pessoas, e três estavam gravemente feridas.

Barracas derrubadas assinalavam o ímpeto da convulsão

coletiva. Era preciso abrir caminho a todo custo. No rumo do

assalto, para ver, e no rumo contrário, para escapar. Os grupos

divergentes chocavam-se, e às vezes trocavam de direção; quem

fugia dava marcha à ré, quem queria espiar era arrastado pela

massa oposta. Os edifícios de apartamentos tinham fechado suas

portas, logo que o primeiro foi invadido por pessoas que

pretendiam, ao mesmo tempo, salvar o pelo e contemplar lá de

cima. Janelas e balcões apinhados de moradores, que gritavam:

— Pega! Pega! Correu pra lá!

— Olha ela ali!

— Eles entraram na Kombi ali adiante!

— É um mascarado! Não, são dois mascarados!

Ouviu-se nitidamente o pipocar de uma metralhadora, a

pequena distância. Foi um deitar-no-chão geral, e como não havia

espaço uns caíam por cima de outros. Cessou o ruído, Voltou.

Que assalto era esse, dilatado no tempo, repetido, confuso?

— Olha o diabo daquele escurinho tocando matraca! E a

gente com dor-de-barriga, pensando que era metralhadora!

Caíram em cima do garoto, que soverteu na multidão. A

senhora gorda apareceu, muito vermelha, protestando sempre:

— É um assalto! Chuchu por aquele preço é um verdadeiro

assalto!

Carlos Drummond de Andrade

Barracas derrubadas assinalavam o ímpeto da convulsão coletiva.” Analisando sintaticamente a oração, marque a opção CORRETA.

 

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Leia o Texto I para responder às questões 1 a 7.

TEXTO I

O Assalto

Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o

preço do chuchu:

— Isto é um assalto!

Houve um rebuliço. Os que estavam perto fugiram. Alguém,

correndo, foi chamar o guarda. Um minuto depois, a rua inteira,

atravancada, mas provida de um admirável serviço de

comunicação espontânea, sabia que se estava perpetrando um

assalto ao banco. Mas que banco? Havia banco naquela rua?

Evidente que sim, pois do contrário como poderia ser assaltado?

— Um assalto! Um assalto! — a senhora continuava a

exclamar, e quem não tinha escutado, escutou, multiplicando a

notícia. Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes era

como a própria sirena policial, documentando, por seu uivo, a

ocorrência grave, que fatalmente se estaria consumando ali, na

claridade do dia, sem que ninguém pudesse evitá-la.

Moleques de carrinho corriam em todas as direções,

atropelando-se uns aos outros. Queriam salvar as mercadorias

que transportavam. Não era o instinto de propriedade que os

impelia. Sentiam-se responsáveis pelo transporte. E no atropelo

da fuga, pacotes rasgavam-se, melancias rolavam, tomates

esborrachavam-se no asfalto. Se a fruta cai no chão, já não é de

ninguém; é de qualquer um, inclusive do transportador. Em

ocasiões de assalto, quem é que vai reclamar uma penca de

bananas meio amassadas?

— Olha o assalto! Tem um assalto ali adiante!

O ônibus na rua transversal parou para assuntar.

Passageiros ergueram-se, puseram o nariz para fora. Não se via

nada. O motorista desceu, desceu o trocador, um passageiro

advertiu:

— No que você vai a fim do assalto, eles assaltam sua caixa.

Ele nem escutou. Então os passageiros também acharam

de bom alvitre abandonar o veículo, na ânsia de saber, que vem

movendo o homem, desde a idade da pedra até a idade do

módulo lunar.

Outros ônibus pararam, a rua entupiu.

— Melhor. Todas as ruas estão bloqueadas. Assim eles não

podem dar no pé.

— É uma mulher que chefia o bando!

— Já sei. A tal dondoca loira.

— A loura assalta em São Paulo. Aqui é morena.

— Uma gorda. Está de metralhadora. Eu vi.

— Minha Nossa Senhora, o mundo está virado!

— Vai ver que está caçando é marido.

— Não brinca numa hora dessas. Olha aí sangue

escorrendo!

— Sangue nada, é tomate.

Na confusão, circularam notícias diversas. O assalto fora a

uma joalheria, as vitrinas tinham sido esmigalhadas a bala. E

havia joias pelo chão, braceletes, relógios. O que os bandidos não

levaram, na pressa, era agora objeto de saque popular. Morreram

no mínimo duas pessoas, e três estavam gravemente feridas.

Barracas derrubadas assinalavam o ímpeto da convulsão

coletiva. Era preciso abrir caminho a todo custo. No rumo do

assalto, para ver, e no rumo contrário, para escapar. Os grupos

divergentes chocavam-se, e às vezes trocavam de direção; quem

fugia dava marcha à ré, quem queria espiar era arrastado pela

massa oposta. Os edifícios de apartamentos tinham fechado suas

portas, logo que o primeiro foi invadido por pessoas que

pretendiam, ao mesmo tempo, salvar o pelo e contemplar lá de

cima. Janelas e balcões apinhados de moradores, que gritavam:

— Pega! Pega! Correu pra lá!

— Olha ela ali!

— Eles entraram na Kombi ali adiante!

— É um mascarado! Não, são dois mascarados!

Ouviu-se nitidamente o pipocar de uma metralhadora, a

pequena distância. Foi um deitar-no-chão geral, e como não havia

espaço uns caíam por cima de outros. Cessou o ruído, Voltou.

Que assalto era esse, dilatado no tempo, repetido, confuso?

— Olha o diabo daquele escurinho tocando matraca! E a

gente com dor-de-barriga, pensando que era metralhadora!

Caíram em cima do garoto, que soverteu na multidão. A

senhora gorda apareceu, muito vermelha, protestando sempre:

— É um assalto! Chuchu por aquele preço é um verdadeiro

assalto!

Carlos Drummond de Andrade

Marque a alternativa cuja as palavras NÃO correspondem a alvitre e soverter, respectivamente.

 

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Leia o Texto I para responder às questões 1 a 7.

TEXTO I

O Assalto

Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o

preço do chuchu:

— Isto é um assalto!

Houve um rebuliço. Os que estavam perto fugiram. Alguém,

correndo, foi chamar o guarda. Um minuto depois, a rua inteira,

atravancada, mas provida de um admirável serviço de

comunicação espontânea, sabia que se estava perpetrando um

assalto ao banco. Mas que banco? Havia banco naquela rua?

Evidente que sim, pois do contrário como poderia ser assaltado?

— Um assalto! Um assalto! — a senhora continuava a

exclamar, e quem não tinha escutado, escutou, multiplicando a

notícia. Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes era

como a própria sirena policial, documentando, por seu uivo, a

ocorrência grave, que fatalmente se estaria consumando ali, na

claridade do dia, sem que ninguém pudesse evitá-la.

Moleques de carrinho corriam em todas as direções,

atropelando-se uns aos outros. Queriam salvar as mercadorias

que transportavam. Não era o instinto de propriedade que os

impelia. Sentiam-se responsáveis pelo transporte. E no atropelo

da fuga, pacotes rasgavam-se, melancias rolavam, tomates

esborrachavam-se no asfalto. Se a fruta cai no chão, já não é de

ninguém; é de qualquer um, inclusive do transportador. Em

ocasiões de assalto, quem é que vai reclamar uma penca de

bananas meio amassadas?

— Olha o assalto! Tem um assalto ali adiante!

O ônibus na rua transversal parou para assuntar.

Passageiros ergueram-se, puseram o nariz para fora. Não se via

nada. O motorista desceu, desceu o trocador, um passageiro

advertiu:

— No que você vai a fim do assalto, eles assaltam sua caixa.

Ele nem escutou. Então os passageiros também acharam

de bom alvitre abandonar o veículo, na ânsia de saber, que vem

movendo o homem, desde a idade da pedra até a idade do

módulo lunar.

Outros ônibus pararam, a rua entupiu.

— Melhor. Todas as ruas estão bloqueadas. Assim eles não

podem dar no pé.

— É uma mulher que chefia o bando!

— Já sei. A tal dondoca loira.

— A loura assalta em São Paulo. Aqui é morena.

— Uma gorda. Está de metralhadora. Eu vi.

— Minha Nossa Senhora, o mundo está virado!

— Vai ver que está caçando é marido.

— Não brinca numa hora dessas. Olha aí sangue

escorrendo!

— Sangue nada, é tomate.

Na confusão, circularam notícias diversas. O assalto fora a

uma joalheria, as vitrinas tinham sido esmigalhadas a bala. E

havia joias pelo chão, braceletes, relógios. O que os bandidos não

levaram, na pressa, era agora objeto de saque popular. Morreram

no mínimo duas pessoas, e três estavam gravemente feridas.

Barracas derrubadas assinalavam o ímpeto da convulsão

coletiva. Era preciso abrir caminho a todo custo. No rumo do

assalto, para ver, e no rumo contrário, para escapar. Os grupos

divergentes chocavam-se, e às vezes trocavam de direção; quem

fugia dava marcha à ré, quem queria espiar era arrastado pela

massa oposta. Os edifícios de apartamentos tinham fechado suas

portas, logo que o primeiro foi invadido por pessoas que

pretendiam, ao mesmo tempo, salvar o pelo e contemplar lá de

cima. Janelas e balcões apinhados de moradores, que gritavam:

— Pega! Pega! Correu pra lá!

— Olha ela ali!

— Eles entraram na Kombi ali adiante!

— É um mascarado! Não, são dois mascarados!

Ouviu-se nitidamente o pipocar de uma metralhadora, a

pequena distância. Foi um deitar-no-chão geral, e como não havia

espaço uns caíam por cima de outros. Cessou o ruído, Voltou.

Que assalto era esse, dilatado no tempo, repetido, confuso?

— Olha o diabo daquele escurinho tocando matraca! E a

gente com dor-de-barriga, pensando que era metralhadora!

Caíram em cima do garoto, que soverteu na multidão. A

senhora gorda apareceu, muito vermelha, protestando sempre:

— É um assalto! Chuchu por aquele preço é um verdadeiro

assalto!

Carlos Drummond de Andrade

“Então os passageiros também acharam de bom alvitre abandonar o veículo, na ânsia de saber, que vem movendo o homem, desde a idade da pedra até a idade do módulo lunar.” Qual palavra se atribui a esse período?

 

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Leia o Texto I para responder às questões 1 a 7.

TEXTO I

O Assalto

Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o

preço do chuchu:

— Isto é um assalto!

Houve um rebuliço. Os que estavam perto fugiram. Alguém,

correndo, foi chamar o guarda. Um minuto depois, a rua inteira,

atravancada, mas provida de um admirável serviço de

comunicação espontânea, sabia que se estava perpetrando um

assalto ao banco. Mas que banco? Havia banco naquela rua?

Evidente que sim, pois do contrário como poderia ser assaltado?

— Um assalto! Um assalto! — a senhora continuava a

exclamar, e quem não tinha escutado, escutou, multiplicando a

notícia. Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes era

como a própria sirena policial, documentando, por seu uivo, a

ocorrência grave, que fatalmente se estaria consumando ali, na

claridade do dia, sem que ninguém pudesse evitá-la.

Moleques de carrinho corriam em todas as direções,

atropelando-se uns aos outros. Queriam salvar as mercadorias

que transportavam. Não era o instinto de propriedade que os

impelia. Sentiam-se responsáveis pelo transporte. E no atropelo

da fuga, pacotes rasgavam-se, melancias rolavam, tomates

esborrachavam-se no asfalto. Se a fruta cai no chão, já não é de

ninguém; é de qualquer um, inclusive do transportador. Em

ocasiões de assalto, quem é que vai reclamar uma penca de

bananas meio amassadas?

— Olha o assalto! Tem um assalto ali adiante!

O ônibus na rua transversal parou para assuntar.

Passageiros ergueram-se, puseram o nariz para fora. Não se via

nada. O motorista desceu, desceu o trocador, um passageiro

advertiu:

— No que você vai a fim do assalto, eles assaltam sua caixa.

Ele nem escutou. Então os passageiros também acharam

de bom alvitre abandonar o veículo, na ânsia de saber, que vem

movendo o homem, desde a idade da pedra até a idade do

módulo lunar.

Outros ônibus pararam, a rua entupiu.

— Melhor. Todas as ruas estão bloqueadas. Assim eles não

podem dar no pé.

— É uma mulher que chefia o bando!

— Já sei. A tal dondoca loira.

— A loura assalta em São Paulo. Aqui é morena.

— Uma gorda. Está de metralhadora. Eu vi.

— Minha Nossa Senhora, o mundo está virado!

— Vai ver que está caçando é marido.

— Não brinca numa hora dessas. Olha aí sangue

escorrendo!

— Sangue nada, é tomate.

Na confusão, circularam notícias diversas. O assalto fora a

uma joalheria, as vitrinas tinham sido esmigalhadas a bala. E

havia joias pelo chão, braceletes, relógios. O que os bandidos não

levaram, na pressa, era agora objeto de saque popular. Morreram

no mínimo duas pessoas, e três estavam gravemente feridas.

Barracas derrubadas assinalavam o ímpeto da convulsão

coletiva. Era preciso abrir caminho a todo custo. No rumo do

assalto, para ver, e no rumo contrário, para escapar. Os grupos

divergentes chocavam-se, e às vezes trocavam de direção; quem

fugia dava marcha à ré, quem queria espiar era arrastado pela

massa oposta. Os edifícios de apartamentos tinham fechado suas

portas, logo que o primeiro foi invadido por pessoas que

pretendiam, ao mesmo tempo, salvar o pelo e contemplar lá de

cima. Janelas e balcões apinhados de moradores, que gritavam:

— Pega! Pega! Correu pra lá!

— Olha ela ali!

— Eles entraram na Kombi ali adiante!

— É um mascarado! Não, são dois mascarados!

Ouviu-se nitidamente o pipocar de uma metralhadora, a

pequena distância. Foi um deitar-no-chão geral, e como não havia

espaço uns caíam por cima de outros. Cessou o ruído, Voltou.

Que assalto era esse, dilatado no tempo, repetido, confuso?

— Olha o diabo daquele escurinho tocando matraca! E a

gente com dor-de-barriga, pensando que era metralhadora!

Caíram em cima do garoto, que soverteu na multidão. A

senhora gorda apareceu, muito vermelha, protestando sempre:

— É um assalto! Chuchu por aquele preço é um verdadeiro

assalto!

Carlos Drummond de Andrade

De acordo com o trecho: “Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes era como a própria sirena policial, documentando, por seu uivo, a ocorrência grave, que fatalmente se estaria consumando ali, na claridade do dia, sem que ninguém pudesse evitá-la.” Marque a opção CORRETA.

 

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TEXTO I

O Assalto

Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o

preço do chuchu:

— Isto é um assalto!

Houve um rebuliço. Os que estavam perto fugiram. Alguém,

correndo, foi chamar o guarda. Um minuto depois, a rua inteira,

atravancada, mas provida de um admirável serviço de

comunicação espontânea, sabia que se estava perpetrando um

assalto ao banco. Mas que banco? Havia banco naquela rua?

Evidente que sim, pois do contrário como poderia ser assaltado?

— Um assalto! Um assalto! — a senhora continuava a

exclamar, e quem não tinha escutado, escutou, multiplicando a

notícia. Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes era

como a própria sirena policial, documentando, por seu uivo, a

ocorrência grave, que fatalmente se estaria consumando ali, na

claridade do dia, sem que ninguém pudesse evitá-la.

Moleques de carrinho corriam em todas as direções,

atropelando-se uns aos outros. Queriam salvar as mercadorias

que transportavam. Não era o instinto de propriedade que os

impelia. Sentiam-se responsáveis pelo transporte. E no atropelo

da fuga, pacotes rasgavam-se, melancias rolavam, tomates

esborrachavam-se no asfalto. Se a fruta cai no chão, já não é de

ninguém; é de qualquer um, inclusive do transportador. Em

ocasiões de assalto, quem é que vai reclamar uma penca de

bananas meio amassadas?

— Olha o assalto! Tem um assalto ali adiante!

O ônibus na rua transversal parou para assuntar.

Passageiros ergueram-se, puseram o nariz para fora. Não se via

nada. O motorista desceu, desceu o trocador, um passageiro

advertiu:

— No que você vai a fim do assalto, eles assaltam sua caixa.

Ele nem escutou. Então os passageiros também acharam

de bom alvitre abandonar o veículo, na ânsia de saber, que vem

movendo o homem, desde a idade da pedra até a idade do

módulo lunar.

Outros ônibus pararam, a rua entupiu.

— Melhor. Todas as ruas estão bloqueadas. Assim eles não

podem dar no pé.

— É uma mulher que chefia o bando!

— Já sei. A tal dondoca loira.

— A loura assalta em São Paulo. Aqui é morena.

— Uma gorda. Está de metralhadora. Eu vi.

— Minha Nossa Senhora, o mundo está virado!

— Vai ver que está caçando é marido.

— Não brinca numa hora dessas. Olha aí sangue

escorrendo!

— Sangue nada, é tomate.

Na confusão, circularam notícias diversas. O assalto fora a

uma joalheria, as vitrinas tinham sido esmigalhadas a bala. E

havia joias pelo chão, braceletes, relógios. O que os bandidos não

levaram, na pressa, era agora objeto de saque popular. Morreram

no mínimo duas pessoas, e três estavam gravemente feridas.

Barracas derrubadas assinalavam o ímpeto da convulsão

coletiva. Era preciso abrir caminho a todo custo. No rumo do

assalto, para ver, e no rumo contrário, para escapar. Os grupos

divergentes chocavam-se, e às vezes trocavam de direção; quem

fugia dava marcha à ré, quem queria espiar era arrastado pela

massa oposta. Os edifícios de apartamentos tinham fechado suas

portas, logo que o primeiro foi invadido por pessoas que

pretendiam, ao mesmo tempo, salvar o pelo e contemplar lá de

cima. Janelas e balcões apinhados de moradores, que gritavam:

— Pega! Pega! Correu pra lá!

— Olha ela ali!

— Eles entraram na Kombi ali adiante!

— É um mascarado! Não, são dois mascarados!

Ouviu-se nitidamente o pipocar de uma metralhadora, a

pequena distância. Foi um deitar-no-chão geral, e como não havia

espaço uns caíam por cima de outros. Cessou o ruído, Voltou.

Que assalto era esse, dilatado no tempo, repetido, confuso?

— Olha o diabo daquele escurinho tocando matraca! E a

gente com dor-de-barriga, pensando que era metralhadora!

Caíram em cima do garoto, que soverteu na multidão. A

senhora gorda apareceu, muito vermelha, protestando sempre:

— É um assalto! Chuchu por aquele preço é um verdadeiro

assalto!

Carlos Drummond de Andrade

Pode-se afirmar que o Texto I é

 

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TEXTO I

O Assalto

Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o

preço do chuchu:

— Isto é um assalto!

Houve um rebuliço. Os que estavam perto fugiram. Alguém,

correndo, foi chamar o guarda. Um minuto depois, a rua inteira,

atravancada, mas provida de um admirável serviço de

comunicação espontânea, sabia que se estava perpetrando um

assalto ao banco. Mas que banco? Havia banco naquela rua?

Evidente que sim, pois do contrário como poderia ser assaltado?

— Um assalto! Um assalto! — a senhora continuava a

exclamar, e quem não tinha escutado, escutou, multiplicando a

notícia. Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes era

como a própria sirena policial, documentando, por seu uivo, a

ocorrência grave, que fatalmente se estaria consumando ali, na

claridade do dia, sem que ninguém pudesse evitá-la.

Moleques de carrinho corriam em todas as direções,

atropelando-se uns aos outros. Queriam salvar as mercadorias

que transportavam. Não era o instinto de propriedade que os

impelia. Sentiam-se responsáveis pelo transporte. E no atropelo

da fuga, pacotes rasgavam-se, melancias rolavam, tomates

esborrachavam-se no asfalto. Se a fruta cai no chão, já não é de

ninguém; é de qualquer um, inclusive do transportador. Em

ocasiões de assalto, quem é que vai reclamar uma penca de

bananas meio amassadas?

— Olha o assalto! Tem um assalto ali adiante!

O ônibus na rua transversal parou para assuntar.

Passageiros ergueram-se, puseram o nariz para fora. Não se via

nada. O motorista desceu, desceu o trocador, um passageiro

advertiu:

— No que você vai a fim do assalto, eles assaltam sua caixa.

Ele nem escutou. Então os passageiros também acharam

de bom alvitre abandonar o veículo, na ânsia de saber, que vem

movendo o homem, desde a idade da pedra até a idade do

módulo lunar.

Outros ônibus pararam, a rua entupiu.

— Melhor. Todas as ruas estão bloqueadas. Assim eles não

podem dar no pé.

— É uma mulher que chefia o bando!

— Já sei. A tal dondoca loira.

— A loura assalta em São Paulo. Aqui é morena.

— Uma gorda. Está de metralhadora. Eu vi.

— Minha Nossa Senhora, o mundo está virado!

— Vai ver que está caçando é marido.

— Não brinca numa hora dessas. Olha aí sangue

escorrendo!

— Sangue nada, é tomate.

Na confusão, circularam notícias diversas. O assalto fora a

uma joalheria, as vitrinas tinham sido esmigalhadas a bala. E

havia joias pelo chão, braceletes, relógios. O que os bandidos não

levaram, na pressa, era agora objeto de saque popular. Morreram

no mínimo duas pessoas, e três estavam gravemente feridas.

Barracas derrubadas assinalavam o ímpeto da convulsão

coletiva. Era preciso abrir caminho a todo custo. No rumo do

assalto, para ver, e no rumo contrário, para escapar. Os grupos

divergentes chocavam-se, e às vezes trocavam de direção; quem

fugia dava marcha à ré, quem queria espiar era arrastado pela

massa oposta. Os edifícios de apartamentos tinham fechado suas

portas, logo que o primeiro foi invadido por pessoas que

pretendiam, ao mesmo tempo, salvar o pelo e contemplar lá de

cima. Janelas e balcões apinhados de moradores, que gritavam:

— Pega! Pega! Correu pra lá!

— Olha ela ali!

— Eles entraram na Kombi ali adiante!

— É um mascarado! Não, são dois mascarados!

Ouviu-se nitidamente o pipocar de uma metralhadora, a

pequena distância. Foi um deitar-no-chão geral, e como não havia

espaço uns caíam por cima de outros. Cessou o ruído, Voltou.

Que assalto era esse, dilatado no tempo, repetido, confuso?

— Olha o diabo daquele escurinho tocando matraca! E a

gente com dor-de-barriga, pensando que era metralhadora!

Caíram em cima do garoto, que soverteu na multidão. A

senhora gorda apareceu, muito vermelha, protestando sempre:

— É um assalto! Chuchu por aquele preço é um verdadeiro

assalto!

Carlos Drummond de Andrade

De acordo com a leitura do texto, indique a única opção que não se aplica ao Texto I.

 

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2648106 Ano: 2016
Disciplina: Biologia
Banca: CETREDE
Orgão: Pref. Caucaia-CE
Provas:

Em uma infecção viral, qual provável grupo celular será responsável pela leucocitose apresentada no exame sanguíneo (leucograma)?

Questão Anulada

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