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Foram encontradas 30 questões.

São características do Romantismo no Brasil:

I- Subjetivismo

II- Idealização feminina

III- Objetivismo

IV- Morbidez

V- Ironia

Estão corretas:

 

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2183381 Ano: 2021
Disciplina: Português
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira, considerando as concepções de linguagem:

(1) Linguagem como Forma de Interação

(2) Linguagem como instrumento de comunicação

(3) Linguagem como expressão do pensamento

( ) Essa concepção de linguagem é sustentada pela tradição gramatical grega, passando pelos latinos, pela Idade Média e pela Moderna, teoricamente só rompida no início do século XX, de forma efetiva, por Saussure (1969). Tal concepção preconiza que a expressão se dá, inicialmente, no interior da mente dos indivíduos e que a exteriorização da linguagem dependerá da capacidade do homem de organizar a lógica do pensamento, por meio de uma linguagem articulada e organizada.

Nesse modelo teórico, a língua é encarada como um sistema de caráter abstrato, homogêneo, estável e imutável. Trata-se, então, de um ensino de língua que enfatiza a gramática teórico normativa sob os moldes de: conceituar, classificar, para, sobretudo, entender e seguir as prescrições em relação à concordância, à regência, à acentuação, pontuação ortografia, etc.

( ) Essa concepção de linguagem é observada em Saussure, que estabeleceu a célebre dicotomia langue/parole, ou seja, língua/fala, elegendo a langue como objeto de estudo. Em oposição à parole, manifestação individual e concreta dos falantes, sujeita as variações. Assim, a língua passa a ser vista historicamente, como um código, um conjunto de signos que se combinam segundo regras e que tem o papel de transmitir uma mensagem de um emissor a um receptor, isolada de sua utilização. Esse código deve ser dominado pelos falantes e utilizado de forma semelhante, preestabelecido, convencionado, para que se efetive o ato comunicativo.

A dinâmica comunicativa dessa concepção de linguagem se dá por meio da relação entre o falante e o ouvinte, quando o falante tem em sua mente ideias a transmitir ao seu interlocutor. Essa concepção de linguagem focaliza o estudo dos fatos linguísticos por intermédio de exercícios estruturais morfossintáticos, visando a internalização inconsciente de hábitos linguísticos, próprios da norma culta. O tipo de gramática mais apropriado a essa concepção é a descritiva por fazer uma descrição da estrutura e funcionamento da língua, de sua forma e função, bem como registrar, para uma variedade da língua, em determinado momento, as unidades e categorias linguísticas existentes, os tipos de construções possíveis e a função desses elementos, o modo e as condições de uso dos mesmos.

( ) Nessa concepção o indivíduo atua, age, realiza ações por meio da linguagem que não é apenas elemento de exteriorização do pensamento ou mero transmissor de informações, mas agente de interação comunicativa pela produção de efeitos de sentido entre os interlocutores em uma dada situação comunicativa e em um contexto sócio-histórico e ideológico. A linguagem é assumida aqui em sua dimensão histórica, social, humana e dialética, segundo a qual o homem e a linguagem são inseparáveis. Nessa concepção não se concebe erro quando o falante desvirtua as normas linguísticas, mas inadequação da variedade linguística empregada num determinado contexto comunicativo, por esta não atender aos princípios sociais de uso da língua e inadequação do uso de certo recurso linguístico numa determinada comunicação quando seria mais adequado outro recurso.

A concepção de gramática associada a esse enfoque de trabalho com a língua é a gramática internalizada que consiste num conjunto de regras que o falante realmente sabe e das quais se utiliza ao falar, numa situação de interação comunicativa.

A sequência correta de cima para baixo é:

 

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2183377 Ano: 2021
Disciplina: Português
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira, considerando as três orientações metodológicas mais frequentes para o ensino da gramática:

( 1 ) Escola Tradicional

( 2 ) Escola Nova

( 3 ) Metodologia inovadora

( ) Valoriza estritamente o uso, a produção linguística em detrimento da prescrição da língua. A realidade só a torna ineficaz porque valoriza estruturas preestabelecidas e não as dificuldades e necessidades dos estudantes.

( ) Ensina-se a teoria gramatical para que os alunos usem a língua com eficácia. É uma concepção normativa que parte do pressuposto de que o aluno transferirá seu saber para comportamentos e a teoria será, pois, facilmente transformada em prática.

( ) Valoriza a proposta de que se aprende a fazer fazendo, ou seja, busca-se o uso linguístico para se chegar à gramática.

A sequência correta de cima para baixo é:

 

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PRONOMINAIS

Dê-me um cigarro

Diz a gramática

Do professor e do aluno

E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco

Da Nação Brasileira

Dizem todos os dias

Deixa disso camarada

Me dá um cigarro.

Oswald de Andrade

O poema acima faz parte da primeira geração modernista do Brasil. Assinale a alternativa que apresenta características da primeira geração modernista presentes no poema.

 

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2183371 Ano: 2021
Disciplina: Português
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

Considere o texto abaixo para responder a questão 25.

A VOLTA DA ASA BRANCA

Luiz Gonzaga

Já faz três noites

Que pro norte relampeia

E a asa branca

Ouvindo o ronco do trovão

Já bateu asas

E voltou pro meu sertão

Ai, ai eu vou me embora

Vou cuidar da plantação

Já bateu asas

E voltou pro meu sertão

Ai, ai eu vou me embora

Vou cuidar da plantação

A seca fez eu desertar da minha terra

Mas felizmente Deus agora se alembrou

De mandar chuva

Pr'esse sertão sofredor

Sertão das muié séria

Dos homens trabaiador

De mandar chuva

Pr'esse sertão sofredor

Sertão das muié séria

Dos homens trabaiador

Rios correndo

As cachoeira tão zoando

Terra moiada

Mato verde, que riqueza

E a asa branca

Tarde canta, que beleza

Ai, ai, o povo alegre

Mais alegre é a natureza

E a asa branca

Tarde canta, que beleza

Ai,…

Sentindo a chuva

Eu me arrescordo de Rosinha

A linda flor

Do meu sertão pernambucano

E se a safra

Não atrapaiá meus pranos

Que que há, o seu vigário

Vou casar no fim do ano.

Analise as proposições a seguir:

1- É perceptível no texto que a matéria fônica adquire valor estilístico e remete a traços identificadores da origem geográfica, da classe social, dentre outros aspectos da identidade sociocultural do emissor.

2- No texto, percebe-se a queda/supressão de alguns fonemas. Conhecido como síncope, esse fenômeno é entendendo, linguisticamente, como uma espécie de supressão de fonema(s) no segmento átono do lexema.

3- Na estrofe 2, há uma série de alterações fonéticofonológicas. Além dos processos marcados por supressão como nos vocábulos ‘presse’, no quarto verso, identificamos também alterações caracterizadas pelo acréscimo de fonemas no início dos vocábulos, como em ‘alembrou’, no segundo verso. Em linhas gerais, esse fenômeno é denominado de prótese.

4- As alterações fonético-fonológica estendem-se para o nível dos morfemas, como é possível perceber na estrofe 2, essas alterações referem-se à ausência de concordância nominal, como nos versos ‘das muié séria ’ e ‘Dos home trabaiado ’.

É ou são verdadeira(s):

 

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A narrativa a seguir faz parte do romance Quincas Borba, de Machado de Assis, leia com atenção para responder as questões 22 a 24.

CAPÍTULO XVI

- Quincas Borba! Quincas Borba! eh! Quincas Borba! bradou ele entrando em casa.

Nada de Quincas Borba. Só então é que ele se lembrou de havê-lo mandado dar à comadre Angélica. Correu à casa da comadre, que era longe da cidade. De caminho acudiram-lhe todas as ideias feias à cabeça, algumas extraordinárias. Uma ideia feia, é que o cão tivesse fugido. Outra extraordinária é que algum inimigo, sabedor da cláusula e do presente, fosse ter com a comadre, e roubasse o cachorro, e o escondesse ou matasse. Neste caso a herança... Passou-lhe uma nuvem pelos olhos; depois começou a ver mais claro.

- Não conheço negócios de justiça, pensava ele, mas parece que não tenho nada com isso. A cláusula supõe o cão vivo ou em casa; mas se ele fugiu ou morreu... Não se há de inventar um cão; logo a intenção principal... Mas são capazes de fazer chicana... os meus inimigos... Não cumprida a cláusula...

Aqui a testa e as costas das mãos do nosso homem ficaram em água. Outra nuvem... E o coração batendo-lhe rápido, rápido... A cláusula começava a parecer-lhe extravagante... Pois agora um cachorro? Desse o defunto todo seu dinheiro a quem quisesse, mais obrigar a gente a cousas esquisitas... Era isso; era o caiporismo; quando o mal parecia extinto, lá vinha a ponta do rabo do diabo. Rubião pedia a Deus, prometia missas, dez missas... Mas lá estava a casa da comadre.... Rubião picou o passo, viu a própria comadre... Era ela? era, era ela, encostada à porta e rindo.

- Que figura que o senhor vem fazendo, meu compadre, disse ela ainda de longe. Meio tonto, jogando com os braços.

CAPÍTULO XVII

A comadre era muito feia. Peço desculpa de ser tão feia a primeira mulher que aqui aparece; mas as bonitas hão de vir. Creio até que já estão nos bastidores, impacientes de entrar em cena. Sossegai, muchachas! Não me façais cair a peça. Aqui vireis todas, em tempo idôneo... Deixai a comadre que é feia, muito feia.

CAPÍTULO XVIII

- Sinhá comadre, o cachorro? perguntou Rubião com indiferença, mas pálido.

- Entre, e sente-se, respondeu ela oferecendo-lhe um banco. Que cachorro?

- Que cachorro? tornou Rubião cada vez mais pálido. O que lhe mandei. Pois não se lembra que lhe mandei um cachorro para ficar aqui alguns dias, descansando a ver se... em suma, um animal de muita estimação... Não é meu... Veio para ... Mas não se lembra?

- Ah! não me fale nesse bicho! respondeu ela precipitando as palavras.

Era pequena, tremia por qualquer cousa, e quando se apaixonava, engrossavam-lhe as veias do pescoço. Repetiu que lhe não falasse do bicho.

- Mas que lhe fez ele, sinhá comadre?

- Que me fez? Que é que me faria o pobre animal? Não come nada, não bebe, chora que parece gente, e anda só com o olho para fora, a ver se foge...

Rubião respirou. Ela continuou a dizer as melancolias do bicho; falava com tais ternuras que (Deus me perdoe!) que até parecia bonita. Rubião, ansioso, queria ir vê-lo. Onde estava?

- Está lá no fundo, no cercado grande; está só para que os outros não bulam com ele. Mas o meu compadre vem buscá-lo? Não foi isso o que me disseram. Pareceu-me ouvir que era para mim, que era dado...

- Daria cinco ou seis, se pudesse, respondeu Rubião com ar contrito. Este não posso; sou apenas depositário. Mas deixe estar, prometo-lhe um filho. Há uma cadelinha que veio de Inglaterra... Creia que o recado veio torto.

Rubião ia mentindo e andando; e a comadre, em vez de o guiar, acompanhava-o. Lá estava o cão, dentro do cercado, deitado à distância de um alguidar de comida. Cães, gatos, saltavam de todos os lados, cá fora; a um lado havia um galinheiro, mais longe porcos, e ali perto um bonito pavão, que era o feitiço da comadre.

- Olhe o meu pavão! dizia ela ao compadre.

- Rubião tinha os olhos no cercado. O cão ouvindo passos, deu um salto, e veio à cerca farejar; logo que o nosso homem lhe pôs a mão e falou, houve uma explosão de prazer, de delírio. Rubião entrou no cercado, e então é que foi uma cena de comover a feia Angélica. Ela, do lado de fora, olhava enternecida, tão enternecida que não podia falar. Quando eles saíram do cercado, ela ainda fez ao cachorro alguns carinhos; ele correspondeu-lhe, mas pouco, rápido, toda a sua felicidade estava agora no Rubião. Perdera um Deus, aqui estava outro Deus.

ASSIS,Machado de. Quincas Borba. Obras completaem quatro volumes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,2008.p.773-774.v.1.(Fragmento)

Das proposições abaixo, quais apresentam características do Realismo brasileiro:

I- Objetividade

II- Subjetividade

III- Idealização feminina

IV- Mal do século

V- Fim das idealizações: retratos de adultério, miséria e fracasso social

VI- Abordagem psicológica das personagens como composição da realidade que veem.

São características do Realismo brasileiro as proposições:

 

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A narrativa a seguir faz parte do romance Quincas Borba, de Machado de Assis, leia com atenção para responder as questões 22 a 24.

CAPÍTULO XVI

- Quincas Borba! Quincas Borba! eh! Quincas Borba! bradou ele entrando em casa.

Nada de Quincas Borba. Só então é que ele se lembrou de havê-lo mandado dar à comadre Angélica. Correu à casa da comadre, que era longe da cidade. De caminho acudiram-lhe todas as ideias feias à cabeça, algumas extraordinárias. Uma ideia feia, é que o cão tivesse fugido. Outra extraordinária é que algum inimigo, sabedor da cláusula e do presente, fosse ter com a comadre, e roubasse o cachorro, e o escondesse ou matasse. Neste caso a herança... Passou-lhe uma nuvem pelos olhos; depois começou a ver mais claro.

- Não conheço negócios de justiça, pensava ele, mas parece que não tenho nada com isso. A cláusula supõe o cão vivo ou em casa; mas se ele fugiu ou morreu... Não se há de inventar um cão; logo a intenção principal... Mas são capazes de fazer chicana... os meus inimigos... Não cumprida a cláusula...

Aqui a testa e as costas das mãos do nosso homem ficaram em água. Outra nuvem... E o coração batendo-lhe rápido, rápido... A cláusula começava a parecer-lhe extravagante... Pois agora um cachorro? Desse o defunto todo seu dinheiro a quem quisesse, mais obrigar a gente a cousas esquisitas... Era isso; era o caiporismo; quando o mal parecia extinto, lá vinha a ponta do rabo do diabo. Rubião pedia a Deus, prometia missas, dez missas... Mas lá estava a casa da comadre.... Rubião picou o passo, viu a própria comadre... Era ela? era, era ela, encostada à porta e rindo.

- Que figura que o senhor vem fazendo, meu compadre, disse ela ainda de longe. Meio tonto, jogando com os braços.

CAPÍTULO XVII

A comadre era muito feia. Peço desculpa de ser tão feia a primeira mulher que aqui aparece; mas as bonitas hão de vir. Creio até que já estão nos bastidores, impacientes de entrar em cena. Sossegai, muchachas! Não me façais cair a peça. Aqui vireis todas, em tempo idôneo... Deixai a comadre que é feia, muito feia.

CAPÍTULO XVIII

- Sinhá comadre, o cachorro? perguntou Rubião com indiferença, mas pálido.

- Entre, e sente-se, respondeu ela oferecendo-lhe um banco. Que cachorro?

- Que cachorro? tornou Rubião cada vez mais pálido. O que lhe mandei. Pois não se lembra que lhe mandei um cachorro para ficar aqui alguns dias, descansando a ver se... em suma, um animal de muita estimação... Não é meu... Veio para ... Mas não se lembra?

- Ah! não me fale nesse bicho! respondeu ela precipitando as palavras.

Era pequena, tremia por qualquer cousa, e quando se apaixonava, engrossavam-lhe as veias do pescoço. Repetiu que lhe não falasse do bicho.

- Mas que lhe fez ele, sinhá comadre?

- Que me fez? Que é que me faria o pobre animal? Não come nada, não bebe, chora que parece gente, e anda só com o olho para fora, a ver se foge...

Rubião respirou. Ela continuou a dizer as melancolias do bicho; falava com tais ternuras que (Deus me perdoe!) que até parecia bonita. Rubião, ansioso, queria ir vê-lo. Onde estava?

- Está lá no fundo, no cercado grande; está só para que os outros não bulam com ele. Mas o meu compadre vem buscá-lo? Não foi isso o que me disseram. Pareceu-me ouvir que era para mim, que era dado...

- Daria cinco ou seis, se pudesse, respondeu Rubião com ar contrito. Este não posso; sou apenas depositário. Mas deixe estar, prometo-lhe um filho. Há uma cadelinha que veio de Inglaterra... Creia que o recado veio torto.

Rubião ia mentindo e andando; e a comadre, em vez de o guiar, acompanhava-o. Lá estava o cão, dentro do cercado, deitado à distância de um alguidar de comida. Cães, gatos, saltavam de todos os lados, cá fora; a um lado havia um galinheiro, mais longe porcos, e ali perto um bonito pavão, que era o feitiço da comadre.

- Olhe o meu pavão! dizia ela ao compadre.

- Rubião tinha os olhos no cercado. O cão ouvindo passos, deu um salto, e veio à cerca farejar; logo que o nosso homem lhe pôs a mão e falou, houve uma explosão de prazer, de delírio. Rubião entrou no cercado, e então é que foi uma cena de comover a feia Angélica. Ela, do lado de fora, olhava enternecida, tão enternecida que não podia falar. Quando eles saíram do cercado, ela ainda fez ao cachorro alguns carinhos; ele correspondeu-lhe, mas pouco, rápido, toda a sua felicidade estava agora no Rubião. Perdera um Deus, aqui estava outro Deus.

ASSIS,Machado de. Quincas Borba. Obras completaem quatro volumes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,2008.p.773-774.v.1.(Fragmento)

Considerando o texto, analise as proposições abaixo, levando em conta as características da obra do autor e o período em que foi escrito.

I- Em pleno vigor da estética Realista, Joaquim Maria Machado de Assis utilizou, dentre outros temas, e por mais de uma vez, o da loucura, valendo-se da ironia, da análise tragicômica e psicológica das personagens.

II- Machado de Assis criticou vários valores burgueses por meio de ironias e metalinguagens. Precedendo não só o próprio realismo, instaurou o realismo psicológico, claramente visto em seus romances por fazer diálogos diretos com o leitor e também por conta de pensamentos pontuais que surgem ao longo da narrativa.

III- Na obra de Machado de Assis, os personagens envolvidos na trama apresentam complexidade psicológica, são personagens esféricos e o narrador dialoga com o leitor, permitindo a este fazer reflexões sobre a obra.

IV- Na maioria dos textos machadianos, o narrador torna-se o centro do eixo narrativo e, portanto, a linearidade do enredo dissolve-se.

É ou são verdadeira(s).

 

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A narrativa a seguir faz parte do romance Quincas Borba, de Machado de Assis, leia com atenção para responder as questões 22 a 24.

CAPÍTULO XVI

- Quincas Borba! Quincas Borba! eh! Quincas Borba! bradou ele entrando em casa.

Nada de Quincas Borba. Só então é que ele se lembrou de havê-lo mandado dar à comadre Angélica. Correu à casa da comadre, que era longe da cidade. De caminho acudiram-lhe todas as ideias feias à cabeça, algumas extraordinárias. Uma ideia feia, é que o cão tivesse fugido. Outra extraordinária é que algum inimigo, sabedor da cláusula e do presente, fosse ter com a comadre, e roubasse o cachorro, e o escondesse ou matasse. Neste caso a herança... Passou-lhe uma nuvem pelos olhos; depois começou a ver mais claro.

- Não conheço negócios de justiça, pensava ele, mas parece que não tenho nada com isso. A cláusula supõe o cão vivo ou em casa; mas se ele fugiu ou morreu... Não se há de inventar um cão; logo a intenção principal... Mas são capazes de fazer chicana... os meus inimigos... Não cumprida a cláusula...

Aqui a testa e as costas das mãos do nosso homem ficaram em água. Outra nuvem... E o coração batendo-lhe rápido, rápido... A cláusula começava a parecer-lhe extravagante... Pois agora um cachorro? Desse o defunto todo seu dinheiro a quem quisesse, mais obrigar a gente a cousas esquisitas... Era isso; era o caiporismo; quando o mal parecia extinto, lá vinha a ponta do rabo do diabo. Rubião pedia a Deus, prometia missas, dez missas... Mas lá estava a casa da comadre.... Rubião picou o passo, viu a própria comadre... Era ela? era, era ela, encostada à porta e rindo.

- Que figura que o senhor vem fazendo, meu compadre, disse ela ainda de longe. Meio tonto, jogando com os braços.

CAPÍTULO XVII

A comadre era muito feia. Peço desculpa de ser tão feia a primeira mulher que aqui aparece; mas as bonitas hão de vir. Creio até que já estão nos bastidores, impacientes de entrar em cena. Sossegai, muchachas! Não me façais cair a peça. Aqui vireis todas, em tempo idôneo... Deixai a comadre que é feia, muito feia.

CAPÍTULO XVIII

- Sinhá comadre, o cachorro? perguntou Rubião com indiferença, mas pálido.

- Entre, e sente-se, respondeu ela oferecendo-lhe um banco. Que cachorro?

- Que cachorro? tornou Rubião cada vez mais pálido. O que lhe mandei. Pois não se lembra que lhe mandei um cachorro para ficar aqui alguns dias, descansando a ver se... em suma, um animal de muita estimação... Não é meu... Veio para ... Mas não se lembra?

- Ah! não me fale nesse bicho! respondeu ela precipitando as palavras.

Era pequena, tremia por qualquer cousa, e quando se apaixonava, engrossavam-lhe as veias do pescoço. Repetiu que lhe não falasse do bicho.

- Mas que lhe fez ele, sinhá comadre?

- Que me fez? Que é que me faria o pobre animal? Não come nada, não bebe, chora que parece gente, e anda só com o olho para fora, a ver se foge...

Rubião respirou. Ela continuou a dizer as melancolias do bicho; falava com tais ternuras que (Deus me perdoe!) que até parecia bonita. Rubião, ansioso, queria ir vê-lo. Onde estava?

- Está lá no fundo, no cercado grande; está só para que os outros não bulam com ele. Mas o meu compadre vem buscá-lo? Não foi isso o que me disseram. Pareceu-me ouvir que era para mim, que era dado...

- Daria cinco ou seis, se pudesse, respondeu Rubião com ar contrito. Este não posso; sou apenas depositário. Mas deixe estar, prometo-lhe um filho. Há uma cadelinha que veio de Inglaterra... Creia que o recado veio torto.

Rubião ia mentindo e andando; e a comadre, em vez de o guiar, acompanhava-o. Lá estava o cão, dentro do cercado, deitado à distância de um alguidar de comida. Cães, gatos, saltavam de todos os lados, cá fora; a um lado havia um galinheiro, mais longe porcos, e ali perto um bonito pavão, que era o feitiço da comadre.

- Olhe o meu pavão! dizia ela ao compadre.

- Rubião tinha os olhos no cercado. O cão ouvindo passos, deu um salto, e veio à cerca farejar; logo que o nosso homem lhe pôs a mão e falou, houve uma explosão de prazer, de delírio. Rubião entrou no cercado, e então é que foi uma cena de comover a feia Angélica. Ela, do lado de fora, olhava enternecida, tão enternecida que não podia falar. Quando eles saíram do cercado, ela ainda fez ao cachorro alguns carinhos; ele correspondeu-lhe, mas pouco, rápido, toda a sua felicidade estava agora no Rubião. Perdera um Deus, aqui estava outro Deus.

ASSIS,Machado de. Quincas Borba. Obras completaem quatro volumes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,2008.p.773-774.v.1.(Fragmento)

Considerando o texto, analise as proposições abaixo, colocando ( V) para o que for verdadeiro e ( F ) para o que for falso:

( ) Rubião era um homem interesseiro, materialista e frio, pouco apegado a sentimentos.

( ) Rubião se mostra aflito por não encontrar Quincas Borba de imediato e teme que algo lhe tenha acontecido.

( ) A palidez de Rubião enquanto dialoga com a comadre representa um enorme medo de que o cão não estivesse mais ali,motivo pelo qual perderia o direito à herança.

( ) Rubião demonstra sentimento de culpa por ter abandonado Quincas Borba.

( ) Quincas Borba se emociona com a volta de Rubião, depois do abandono, numa reação de verdadeiro delírio . Rubião, por sua vez, também demonstra alegria por encontrar o cão vivo, mas só porque esse fato garantiria sua herança.

( ) Há uma profunda ironia nas palavras do autor ao produzir o diálogo final entre a comadre e Rubião.

A sequência correta de cima para baixo é :

 

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2183361 Ano: 2021
Disciplina: Português
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

Leia o trecho final de um artigo sobre o tsunami de março de 2011 no Japão para responder a questão 21:

[...] Esta força que faz resistir, este pudor que controla estão concentrados no olhar do prefeito de Rikuzen Takata, Futoshi Toba. Ele responde com uma infinita a cada jornalista que passa pelo centro de distribuição de mantimentos, novo coração desta comunidade sem cidade. Só depois de várias perguntas mais pessoais, ele deixa escapar que sua própria esposa está entre os desaparecidos. Sem insistir. É porque o Japão é povoado por pessoas como este homem é que não se deve abandonar o país nem, sobretudo, dar-lhe as costas.

Considerando o trecho acima analise as proposições a seguir:

I- A saliência da frase colocada em itálico é assegurada pelo fato de que se trata da última do texto, que condensa a tese defendida no artigo.

II- A frase colocada em itálico, no final do texto, é do tipo enunciado generalizante.

III- A frase colocada em itálico, no final do texto, é uma colocação em relevo com relação a um ambiente textual, ou seja uma sobreasseveração.

É verdade o que se afirma em:

 

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2183360 Ano: 2021
Disciplina: Português
Banca: ASSEGE
Orgão: Pref. Aramari-BA

Leia o texto “No meio do caminho de Carlos Drummond e o início do poema NEL MEZZO DEL CAMIN de Bilac para responder as questões 19 e 20.

NO MEIO DO CAMINHO

No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra

EL MEZZO DEL CAMIN

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada

E triste, e triste e fatigado eu vinha.

Tinhas a alma de sonhos povoada,

E alma de sonhos povoada eu tinha...

....

Publicado no livro Poesias, 1884/1887 (1888).

Poema integrante da série Sarças de Fogo.

In: BILAC, Olavo. Poesias. Posfácio R. Magalhães Júnior.

Analise as sentenças abaixo:

I – O poema “No meio do caminho”, de Drummond, retoma, para parodiá-lo, desconstruindo sua solenidade, o título e um dos elementos centrais da composição, o quiasmo, do poema “Nel mezzo del camin...”, de Bilac.

II- A discursivização opera pelos procedimentos de tematização, figurativização, actorialização, temporalização e espacialização. Já a textualização vale-se de outros procedimentos: a linearização e a elastização.

III- A linearização “consiste em organizar em contiguidades temporais ou espaciais as organizações hierárquicas, os segmentos substituíveis, as estruturas concomitantes, etc.

IV – Na linguagem verbal, para marcar a simultaneidade do que é linear, usam-se, por exemplo, locuções adverbiais, advérbios sequenciadores ou orações adverbiais indicando simultaneidade.

São verdadeiras:

 

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