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Quanto à colocação pronominal, marque a alternativa CORRETA em que há o emprego de ênclise:

 

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Quanto ao uso da crase, marque a alternativa CORRETA.

 

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Marque a alternativa CORRETA cuja função do “que” é de pronome relativo.

 

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Marque a alternativa CORRETA, cujo período é composto somente por coordenação:

 

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Marque a marque CORRETA, cuja palavra em destaque é formada por derivação regressiva.

 

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A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU

Autor: Guaipuan Vieira


Foi numa Semana Santa

Tava o céu em oração

São Pedro estava na porta

Refazendo anotação

Daqueles santos faltosos

Quando chegou Lampião.


Pedro pulou da cadeira

Do susto que recebeu

Puxou as cordas do sino

Bem forte nele bateu

Uma legião de santos

Ao seu lado apareceu.


São Jorge chegou na frente

Com sua lança afiada

Lampião baixou os óculos

Vendo aquilo deu risada

Pedro disse: Jorge expulse

Ele da santa morada..


E tocou Jorge a corneta

Chamando sua guarnição

Numa corrente de força

Cada santo em oração

Pra que o santo Pai Celeste

Não ouvisse a confusão.


O pilotão apressado

Ligeiro marcou presença

Pedro disse a Lampião:

Eu lhe peço com licença

Saia já da porta santa

Ou haverá desavença.


Lampião lhe respondeu:

Mas que santo é o senhor?

Não aprendeu com Jesus

Excluir ódio e rancor?...

Trago paz nesta missão

Não precisa ter temor.


Disse Pedro isso é blasfêmia

É bastante astucioso

Pistoleiro e cangaceiro

Esse povo é impiedoso

Não ganharão o perdão

Do santo Pai Poderoso


Inda mais tem sua má fama

Vez por outra comentada

Quando há um julgamento

Duma alma tão penada

Porque fora violenta

Em sua vida é baseada.


- Sei que sou um pecador

O meu erro reconheço

Mas eu vivo injustiçado

Um julgamento eu mereço

Pra sanar as injustiças

Que só me causam tropeço.


Mas isso não faz sentido

Falou São Pedro irritado

Por uma tribuna livre

Você aqui foi julgado

E o nosso Onipotente

Deu seu caso encerrado.


- Como fazem julgamento

Sem o réu estar presente?

Sem ouvir sua defesa?

Isso é muito deprimente

Você Pedro está mentindo

Disso nunca esteve ausente.


Sobre o batente da porta

Pedro bateu seu cajado

De raiva deu um suspiro

E falou muito exaltado:

Te excomungo Virgulino

Cangaceiro endiabrado.


Houve um grande rebuliço

Naquele exato momento

São Jorge e seus guerreiros

Cada qual mais violento

Gritaram pega o jagunço

Ele aqui não tem talento.


Lampião vendo o afronto

Naquela santa morada

Disse: Deus não está sabendo

Do que há na santarada

Bateu mão no velho rifle

Deu pra cima uma rajada.


O pipocado de bala

Vomitado pelo cano

Clareou toda a fachada

Do reino do Soberano

A guarnição assombrada

Fez Pedro mudar de plano.


Em um quarto bem acústico

Nosso Senhor repousava

O silêncio era profundo

Que nada estranho notava

Sem dúvida o Pai Celeste

Um cansaço demonstrava.


Pedro já desesperado

Ligeiro chamou São João

Lhe disse sobressaltado:

Vá chamar Cícero Romão

Pra acalmar seu afilhado

Que só causa confusão.


Resmungando bem baixinho

Pra raiva poder conter

Falou para Santo Antônio:

Não posso compreender

Este padre não é santo

O que aqui veio fazer?!


Disse Antônio: fale baixo

De José é convidado

Ele aqui ganhou adeptos

Por ser um padre adorado

No Nordeste brasileiro

Onde é “santificado”.


Padre Cícero experiente

Recolheu-se ao aposento

Fingindo não saber nada

Um plano traçava atento

Pra salvar seu afilhado

Daquele acontecimento.


Logo João bateu na porta

Lhe transmitindo o recado

Cícero disse: vá na frente

Fique despreocupado

Diga a Pedro que se acalme

Isso já será sanado.


Alguns minutos o padre

Com uma Bíblia na mão

Ao ver Pedro lhe indagou:

O que há para aflição?

Quem lá fora tenta entrar

E também um ser cristão,


São Pedro disse: absurdo

Que terminou de falar

Mas Cícero foi taxativo:

Vim a confusão sanar

Só escute o réu primeiro

Antes de você julgar.


Não precisa ele entrar

Nesta sagrada mansão

O receba na guarita

Onde fica a guarnição

Com certeza há muitos anos

Nos busca aproximação.


Vou abrir esta exceção

Falou Pedro insatisfeito

O nosso reino sagrado

Merece muito respeito

Virou-se para São Paulo:

Vá buscar este sujeito.


Lampião tirou o chapéu

Descalço também ficou

Avistando o seu padrinho

Aos seus pés se ajoelhou

O encontro foi marcante

De emoção Pedro chorou


Ao ver Pedro transformado

Levantou-se e foi dizendo:

Sou um homem injustiçado

E por isso estou sofrendo

Circula em torno de mim

Só mesmo o lado ruim

Como herói não estão me vendo.


Sou o Capitão Virgulino

Guerrilheiro do sertão

Defendi o nordestino

Da mais terrível aflição

Por culpa duma polícia

Que promovia malícia

Extorquindo o cidadão.


Por um cruel fazendeiro

Foi meu pai assassinado

Tomaram dele o dinheiro

De duro serviço honrado

Ao vingar a sua morte

O destino em má sorte

Da “lei” me fez um soldado.


Mas o que devo a visita

Pedro fez indagação

Lampião sem bater vista:

Vê padim Ciço Romão

Pra antes do ano novo

Mandar chuva pro meu povo

Você só manda trovão


Pedro disse: é malcriado

Nem o diabo lhe aceitou

Saia já seu excomungado

Sua hora já esgotou

Volte lá pro seu Nordeste

Que só o cabra da peste

Com você se acostumo


FIM



Título: A chegada de Lampião no Céu

Autor: Guaipuan Vieira

Categoria: Literatura de Cordel - 32 páginas

Idioma: Português

Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel

1ª Edição: 1997 8ª Edição: 2005

Gravação: 2005 Repentistas: Antônio Jocélio e Zé Vicente

Quando Pedro disse a Lampião Volte lá pro seu Nordeste / Que só o cabra da peste / Com você se acostumou é CORRETO afirmar que a expressão cabra da peste refere-se:

 

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A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU

Autor: Guaipuan Vieira


Foi numa Semana Santa

Tava o céu em oração

São Pedro estava na porta

Refazendo anotação

Daqueles santos faltosos

Quando chegou Lampião.


Pedro pulou da cadeira

Do susto que recebeu

Puxou as cordas do sino

Bem forte nele bateu

Uma legião de santos

Ao seu lado apareceu.


São Jorge chegou na frente

Com sua lança afiada

Lampião baixou os óculos

Vendo aquilo deu risada

Pedro disse: Jorge expulse

Ele da santa morada..


E tocou Jorge a corneta

Chamando sua guarnição

Numa corrente de força

Cada santo em oração

Pra que o santo Pai Celeste

Não ouvisse a confusão.


O pilotão apressado

Ligeiro marcou presença

Pedro disse a Lampião:

Eu lhe peço com licença

Saia já da porta santa

Ou haverá desavença.


Lampião lhe respondeu:

Mas que santo é o senhor?

Não aprendeu com Jesus

Excluir ódio e rancor?...

Trago paz nesta missão

Não precisa ter temor.


Disse Pedro isso é blasfêmia

É bastante astucioso

Pistoleiro e cangaceiro

Esse povo é impiedoso

Não ganharão o perdão

Do santo Pai Poderoso


Inda mais tem sua má fama

Vez por outra comentada

Quando há um julgamento

Duma alma tão penada

Porque fora violenta

Em sua vida é baseada.


- Sei que sou um pecador

O meu erro reconheço

Mas eu vivo injustiçado

Um julgamento eu mereço

Pra sanar as injustiças

Que só me causam tropeço.


Mas isso não faz sentido

Falou São Pedro irritado

Por uma tribuna livre

Você aqui foi julgado

E o nosso Onipotente

Deu seu caso encerrado.


- Como fazem julgamento

Sem o réu estar presente?

Sem ouvir sua defesa?

Isso é muito deprimente

Você Pedro está mentindo

Disso nunca esteve ausente.


Sobre o batente da porta

Pedro bateu seu cajado

De raiva deu um suspiro

E falou muito exaltado:

Te excomungo Virgulino

Cangaceiro endiabrado.


Houve um grande rebuliço

Naquele exato momento

São Jorge e seus guerreiros

Cada qual mais violento

Gritaram pega o jagunço

Ele aqui não tem talento.


Lampião vendo o afronto

Naquela santa morada

Disse: Deus não está sabendo

Do que há na santarada

Bateu mão no velho rifle

Deu pra cima uma rajada.


O pipocado de bala

Vomitado pelo cano

Clareou toda a fachada

Do reino do Soberano

A guarnição assombrada

Fez Pedro mudar de plano.


Em um quarto bem acústico

Nosso Senhor repousava

O silêncio era profundo

Que nada estranho notava

Sem dúvida o Pai Celeste

Um cansaço demonstrava.


Pedro já desesperado

Ligeiro chamou São João

Lhe disse sobressaltado:

Vá chamar Cícero Romão

Pra acalmar seu afilhado

Que só causa confusão.


Resmungando bem baixinho

Pra raiva poder conter

Falou para Santo Antônio:

Não posso compreender

Este padre não é santo

O que aqui veio fazer?!


Disse Antônio: fale baixo

De José é convidado

Ele aqui ganhou adeptos

Por ser um padre adorado

No Nordeste brasileiro

Onde é “santificado”.


Padre Cícero experiente

Recolheu-se ao aposento

Fingindo não saber nada

Um plano traçava atento

Pra salvar seu afilhado

Daquele acontecimento.


Logo João bateu na porta

Lhe transmitindo o recado

Cícero disse: vá na frente

Fique despreocupado

Diga a Pedro que se acalme

Isso já será sanado.


Alguns minutos o padre

Com uma Bíblia na mão

Ao ver Pedro lhe indagou:

O que há para aflição?

Quem lá fora tenta entrar

E também um ser cristão,


São Pedro disse: absurdo

Que terminou de falar

Mas Cícero foi taxativo:

Vim a confusão sanar

Só escute o réu primeiro

Antes de você julgar.


Não precisa ele entrar

Nesta sagrada mansão

O receba na guarita

Onde fica a guarnição

Com certeza há muitos anos

Nos busca aproximação.


Vou abrir esta exceção

Falou Pedro insatisfeito

O nosso reino sagrado

Merece muito respeito

Virou-se para São Paulo:

Vá buscar este sujeito.


Lampião tirou o chapéu

Descalço também ficou

Avistando o seu padrinho

Aos seus pés se ajoelhou

O encontro foi marcante

De emoção Pedro chorou


Ao ver Pedro transformado

Levantou-se e foi dizendo:

Sou um homem injustiçado

E por isso estou sofrendo

Circula em torno de mim

Só mesmo o lado ruim

Como herói não estão me vendo.


Sou o Capitão Virgulino

Guerrilheiro do sertão

Defendi o nordestino

Da mais terrível aflição

Por culpa duma polícia

Que promovia malícia

Extorquindo o cidadão.


Por um cruel fazendeiro

Foi meu pai assassinado

Tomaram dele o dinheiro

De duro serviço honrado

Ao vingar a sua morte

O destino em má sorte

Da “lei” me fez um soldado.


Mas o que devo a visita

Pedro fez indagação

Lampião sem bater vista:

Vê padim Ciço Romão

Pra antes do ano novo

Mandar chuva pro meu povo

Você só manda trovão


Pedro disse: é malcriado

Nem o diabo lhe aceitou

Saia já seu excomungado

Sua hora já esgotou

Volte lá pro seu Nordeste

Que só o cabra da peste

Com você se acostumo


FIM



Título: A chegada de Lampião no Céu

Autor: Guaipuan Vieira

Categoria: Literatura de Cordel - 32 páginas

Idioma: Português

Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel

1ª Edição: 1997 8ª Edição: 2005

Gravação: 2005 Repentistas: Antônio Jocélio e Zé Vicente

Leia o recorte do texto a seguir: Sou o Capitão Virgulino / Guerrilheiro do sertão / Defendi o nordestino / Da mais terrível aflição / Por culpa duma polícia / Que promovia malícia / Extorquindo o cidadão. Em seguida, marque a alternativa CORRETA que corresponda ao perfil de pessoa o qual Lampião procura demonstrar ser nesta passagem do texto:

 

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A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU

Autor: Guaipuan Vieira


Foi numa Semana Santa

Tava o céu em oração

São Pedro estava na porta

Refazendo anotação

Daqueles santos faltosos

Quando chegou Lampião.


Pedro pulou da cadeira

Do susto que recebeu

Puxou as cordas do sino

Bem forte nele bateu

Uma legião de santos

Ao seu lado apareceu.


São Jorge chegou na frente

Com sua lança afiada

Lampião baixou os óculos

Vendo aquilo deu risada

Pedro disse: Jorge expulse

Ele da santa morada..


E tocou Jorge a corneta

Chamando sua guarnição

Numa corrente de força

Cada santo em oração

Pra que o santo Pai Celeste

Não ouvisse a confusão.


O pilotão apressado

Ligeiro marcou presença

Pedro disse a Lampião:

Eu lhe peço com licença

Saia já da porta santa

Ou haverá desavença.


Lampião lhe respondeu:

Mas que santo é o senhor?

Não aprendeu com Jesus

Excluir ódio e rancor?...

Trago paz nesta missão

Não precisa ter temor.


Disse Pedro isso é blasfêmia

É bastante astucioso

Pistoleiro e cangaceiro

Esse povo é impiedoso

Não ganharão o perdão

Do santo Pai Poderoso


Inda mais tem sua má fama

Vez por outra comentada

Quando há um julgamento

Duma alma tão penada

Porque fora violenta

Em sua vida é baseada.


- Sei que sou um pecador

O meu erro reconheço

Mas eu vivo injustiçado

Um julgamento eu mereço

Pra sanar as injustiças

Que só me causam tropeço.


Mas isso não faz sentido

Falou São Pedro irritado

Por uma tribuna livre

Você aqui foi julgado

E o nosso Onipotente

Deu seu caso encerrado.


- Como fazem julgamento

Sem o réu estar presente?

Sem ouvir sua defesa?

Isso é muito deprimente

Você Pedro está mentindo

Disso nunca esteve ausente.


Sobre o batente da porta

Pedro bateu seu cajado

De raiva deu um suspiro

E falou muito exaltado:

Te excomungo Virgulino

Cangaceiro endiabrado.


Houve um grande rebuliço

Naquele exato momento

São Jorge e seus guerreiros

Cada qual mais violento

Gritaram pega o jagunço

Ele aqui não tem talento.


Lampião vendo o afronto

Naquela santa morada

Disse: Deus não está sabendo

Do que há na santarada

Bateu mão no velho rifle

Deu pra cima uma rajada.


O pipocado de bala

Vomitado pelo cano

Clareou toda a fachada

Do reino do Soberano

A guarnição assombrada

Fez Pedro mudar de plano.


Em um quarto bem acústico

Nosso Senhor repousava

O silêncio era profundo

Que nada estranho notava

Sem dúvida o Pai Celeste

Um cansaço demonstrava.


Pedro já desesperado

Ligeiro chamou São João

Lhe disse sobressaltado:

Vá chamar Cícero Romão

Pra acalmar seu afilhado

Que só causa confusão.


Resmungando bem baixinho

Pra raiva poder conter

Falou para Santo Antônio:

Não posso compreender

Este padre não é santo

O que aqui veio fazer?!


Disse Antônio: fale baixo

De José é convidado

Ele aqui ganhou adeptos

Por ser um padre adorado

No Nordeste brasileiro

Onde é “santificado”.


Padre Cícero experiente

Recolheu-se ao aposento

Fingindo não saber nada

Um plano traçava atento

Pra salvar seu afilhado

Daquele acontecimento.


Logo João bateu na porta

Lhe transmitindo o recado

Cícero disse: vá na frente

Fique despreocupado

Diga a Pedro que se acalme

Isso já será sanado.


Alguns minutos o padre

Com uma Bíblia na mão

Ao ver Pedro lhe indagou:

O que há para aflição?

Quem lá fora tenta entrar

E também um ser cristão,


São Pedro disse: absurdo

Que terminou de falar

Mas Cícero foi taxativo:

Vim a confusão sanar

Só escute o réu primeiro

Antes de você julgar.


Não precisa ele entrar

Nesta sagrada mansão

O receba na guarita

Onde fica a guarnição

Com certeza há muitos anos

Nos busca aproximação.


Vou abrir esta exceção

Falou Pedro insatisfeito

O nosso reino sagrado

Merece muito respeito

Virou-se para São Paulo:

Vá buscar este sujeito.


Lampião tirou o chapéu

Descalço também ficou

Avistando o seu padrinho

Aos seus pés se ajoelhou

O encontro foi marcante

De emoção Pedro chorou


Ao ver Pedro transformado

Levantou-se e foi dizendo:

Sou um homem injustiçado

E por isso estou sofrendo

Circula em torno de mim

Só mesmo o lado ruim

Como herói não estão me vendo.


Sou o Capitão Virgulino

Guerrilheiro do sertão

Defendi o nordestino

Da mais terrível aflição

Por culpa duma polícia

Que promovia malícia

Extorquindo o cidadão.


Por um cruel fazendeiro

Foi meu pai assassinado

Tomaram dele o dinheiro

De duro serviço honrado

Ao vingar a sua morte

O destino em má sorte

Da “lei” me fez um soldado.


Mas o que devo a visita

Pedro fez indagação

Lampião sem bater vista:

Vê padim Ciço Romão

Pra antes do ano novo

Mandar chuva pro meu povo

Você só manda trovão


Pedro disse: é malcriado

Nem o diabo lhe aceitou

Saia já seu excomungado

Sua hora já esgotou

Volte lá pro seu Nordeste

Que só o cabra da peste

Com você se acostumo


FIM



Título: A chegada de Lampião no Céu

Autor: Guaipuan Vieira

Categoria: Literatura de Cordel - 32 páginas

Idioma: Português

Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel

1ª Edição: 1997 8ª Edição: 2005

Gravação: 2005 Repentistas: Antônio Jocélio e Zé Vicente

Nas sequências de palavras abaixo, escolha a alternativa CORRETA, que corresponda aos contextos de emprego da linguagem na seguinte ordem: contexto religioso - contexto regional - contexto jurídico.

 

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A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU

Autor: Guaipuan Vieira

Foi numa Semana Santa

Tava o céu em oração

São Pedro estava na porta

Refazendo anotação

Daqueles santos faltosos

Quando chegou Lampião.

Pedro pulou da cadeira

Do susto que recebeu

Puxou as cordas do sino

Bem forte nele bateu

Uma legião de santos

Ao seu lado apareceu.

São Jorge chegou na frente

Com sua lança afiada

Lampião baixou os óculos

Vendo aquilo deu risada

Pedro disse: Jorge expulse

Ele da santa morada..

E tocou Jorge a corneta

Chamando sua guarnição

Numa corrente de força

Cada santo em oração

Pra que o santo Pai Celeste

Não ouvisse a confusão.

O pilotão apressado

Ligeiro marcou presença

Pedro disse a Lampião:

Eu lhe peço com licença

Saia já da porta santa

Ou haverá desavença.

Lampião lhe respondeu:

Mas que santo é o senhor?

Não aprendeu com Jesus

Excluir ódio e rancor?...

Trago paz nesta missão

Não precisa ter temor.

Disse Pedro isso é blasfêmia

É bastante astucioso

Pistoleiro e cangaceiro

Esse povo é impiedoso

Não ganharão o perdão

Do santo Pai Poderoso

Inda mais tem sua má fama

Vez por outra comentada

Quando há um julgamento

Duma alma tão penada

Porque fora violenta

Em sua vida é baseada.

- Sei que sou um pecador

O meu erro reconheço

Mas eu vivo injustiçado

Um julgamento eu mereço

Pra sanar as injustiças

Que só me causam tropeço.

Mas isso não faz sentido

Falou São Pedro irritado

Por uma tribuna livre

Você aqui foi julgado

E o nosso Onipotente

Deu seu caso encerrado.

- Como fazem julgamento

Sem o réu estar presente?

Sem ouvir sua defesa?

Isso é muito deprimente

Você Pedro está mentindo

Disso nunca esteve ausente.

Sobre o batente da porta

Pedro bateu seu cajado

De raiva deu um suspiro

E falou muito exaltado:

Te excomungo Virgulino

Cangaceiro endiabrado.

Houve um grande rebuliço

Naquele exato momento

São Jorge e seus guerreiros

Cada qual mais violento

Gritaram pega o jagunço

Ele aqui não tem talento.

Lampião vendo o afronto

Naquela santa morada

Disse: Deus não está sabendo

Do que há na santarada

Bateu mão no velho rifle

Deu pra cima uma rajada.

O pipocado de bala

Vomitado pelo cano

Clareou toda a fachada

Do reino do Soberano

A guarnição assombrada

Fez Pedro mudar de plano.

Em um quarto bem acústico

Nosso Senhor repousava

O silêncio era profundo

Que nada estranho notava

Sem dúvida o Pai Celeste

Um cansaço demonstrava.

Pedro já desesperado

Ligeiro chamou São João

Lhe disse sobressaltado:

Vá chamar Cícero Romão

Pra acalmar seu afilhado

Que só causa confusão.

Resmungando bem baixinho

Pra raiva poder conter

Falou para Santo Antônio:

Não posso compreender

Este padre não é santo

O que aqui veio fazer?!

Disse Antônio: fale baixo

De José é convidado

Ele aqui ganhou adeptos

Por ser um padre adorado

No Nordeste brasileiro

Onde é “santificado”.

Padre Cícero experiente

Recolheu-se ao aposento

Fingindo não saber nada

Um plano traçava atento

Pra salvar seu afilhado

Daquele acontecimento.

Logo João bateu na porta

Lhe transmitindo o recado

Cícero disse: vá na frente

Fique despreocupado

Diga a Pedro que se acalme

Isso já será sanado.

Alguns minutos o padre

Com uma Bíblia na mão

Ao ver Pedro lhe indagou:

O que há para aflição?

Quem lá fora tenta entrar

E também um ser cristão,

São Pedro disse: absurdo

Que terminou de falar

Mas Cícero foi taxativo:

Vim a confusão sanar

Só escute o réu primeiro

Antes de você julgar.

Não precisa ele entrar

Nesta sagrada mansão

O receba na guarita

Onde fica a guarnição

Com certeza há muitos anos

Nos busca aproximação.

Vou abrir esta exceção

Falou Pedro insatisfeito

O nosso reino sagrado

Merece muito respeito

Virou-se para São Paulo:

Vá buscar este sujeito.

Lampião tirou o chapéu

Descalço também ficou

Avistando o seu padrinho

Aos seus pés se ajoelhou

O encontro foi marcante

De emoção Pedro chorou

Ao ver Pedro transformado

Levantou-se e foi dizendo:

Sou um homem injustiçado

E por isso estou sofrendo

Circula em torno de mim

Só mesmo o lado ruim

Como herói não estão me vendo.

Sou o Capitão Virgulino

Guerrilheiro do sertão

Defendi o nordestino

Da mais terrível aflição

Por culpa duma polícia

Que promovia malícia

Extorquindo o cidadão.

Por um cruel fazendeiro

Foi meu pai assassinado

Tomaram dele o dinheiro

De duro serviço honrado

Ao vingar a sua morte

O destino em má sorte

Da “lei” me fez um soldado.

Mas o que devo a visita

Pedro fez indagação

Lampião sem bater vista:

Vê padim Ciço Romão

Pra antes do ano novo

Mandar chuva pro meu povo

Você só manda trovão

Pedro disse: é malcriado

Nem o diabo lhe aceitou

Saia já seu excomungado

Sua hora já esgotou

Volte lá pro seu Nordeste

Que só o cabra da peste

Com você se acostumo

FIM

Título: A chegada de Lampião no Céu

Autor: Guaipuan Vieira

Categoria: Literatura de Cordel - 32 páginas

Idioma: Português

Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel

1ª Edição: 1997 8ª Edição: 2005

Gravação: 2005 Repentistas: Antônio Jocélio e Zé Vicente

Sobre as passagens do texto: Não posso compreender Este padre não é santo O que aqui veio fazer?! e Ele aqui ganhou adeptos Por ser um padre adorado No Nordeste brasileiro Onde é “santificado”. Marque a alternativa CORRETA que corresponda à visão crítica do autor ao posicionamento religioso face à adoração popular por Padre Cícero:

 

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A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU

Autor: Guaipuan Vieira


Foi numa Semana Santa

Tava o céu em oração

São Pedro estava na porta

Refazendo anotação

Daqueles santos faltosos

Quando chegou Lampião.


Pedro pulou da cadeira

Do susto que recebeu

Puxou as cordas do sino

Bem forte nele bateu

Uma legião de santos

Ao seu lado apareceu.


São Jorge chegou na frente

Com sua lança afiada

Lampião baixou os óculos

Vendo aquilo deu risada

Pedro disse: Jorge expulse

Ele da santa morada..


E tocou Jorge a corneta

Chamando sua guarnição

Numa corrente de força

Cada santo em oração

Pra que o santo Pai Celeste

Não ouvisse a confusão.


O pilotão apressado

Ligeiro marcou presença

Pedro disse a Lampião:

Eu lhe peço com licença

Saia já da porta santa

Ou haverá desavença.


Lampião lhe respondeu:

Mas que santo é o senhor?

Não aprendeu com Jesus

Excluir ódio e rancor?...

Trago paz nesta missão

Não precisa ter temor.


Disse Pedro isso é blasfêmia

É bastante astucioso

Pistoleiro e cangaceiro

Esse povo é impiedoso

Não ganharão o perdão

Do santo Pai Poderoso


Inda mais tem sua má fama

Vez por outra comentada

Quando há um julgamento

Duma alma tão penada

Porque fora violenta

Em sua vida é baseada.


- Sei que sou um pecador

O meu erro reconheço

Mas eu vivo injustiçado

Um julgamento eu mereço

Pra sanar as injustiças

Que só me causam tropeço.


Mas isso não faz sentido

Falou São Pedro irritado

Por uma tribuna livre

Você aqui foi julgado

E o nosso Onipotente

Deu seu caso encerrado.


- Como fazem julgamento

Sem o réu estar presente?

Sem ouvir sua defesa?

Isso é muito deprimente

Você Pedro está mentindo

Disso nunca esteve ausente.


Sobre o batente da porta

Pedro bateu seu cajado

De raiva deu um suspiro

E falou muito exaltado:

Te excomungo Virgulino

Cangaceiro endiabrado.


Houve um grande rebuliço

Naquele exato momento

São Jorge e seus guerreiros

Cada qual mais violento

Gritaram pega o jagunço

Ele aqui não tem talento.


Lampião vendo o afronto

Naquela santa morada

Disse: Deus não está sabendo

Do que há na santarada

Bateu mão no velho rifle

Deu pra cima uma rajada.


O pipocado de bala

Vomitado pelo cano

Clareou toda a fachada

Do reino do Soberano

A guarnição assombrada

Fez Pedro mudar de plano.


Em um quarto bem acústico

Nosso Senhor repousava

O silêncio era profundo

Que nada estranho notava

Sem dúvida o Pai Celeste

Um cansaço demonstrava.


Pedro já desesperado

Ligeiro chamou São João

Lhe disse sobressaltado:

Vá chamar Cícero Romão

Pra acalmar seu afilhado

Que só causa confusão.


Resmungando bem baixinho

Pra raiva poder conter

Falou para Santo Antônio:

Não posso compreender

Este padre não é santo

O que aqui veio fazer?!


Disse Antônio: fale baixo

De José é convidado

Ele aqui ganhou adeptos

Por ser um padre adorado

No Nordeste brasileiro

Onde é “santificado”.


Padre Cícero experiente

Recolheu-se ao aposento

Fingindo não saber nada

Um plano traçava atento

Pra salvar seu afilhado

Daquele acontecimento.


Logo João bateu na porta

Lhe transmitindo o recado

Cícero disse: vá na frente

Fique despreocupado

Diga a Pedro que se acalme

Isso já será sanado.


Alguns minutos o padre

Com uma Bíblia na mão

Ao ver Pedro lhe indagou:

O que há para aflição?

Quem lá fora tenta entrar

E também um ser cristão,


São Pedro disse: absurdo

Que terminou de falar

Mas Cícero foi taxativo:

Vim a confusão sanar

Só escute o réu primeiro

Antes de você julgar.


Não precisa ele entrar

Nesta sagrada mansão

O receba na guarita

Onde fica a guarnição

Com certeza há muitos anos

Nos busca aproximação.


Vou abrir esta exceção

Falou Pedro insatisfeito

O nosso reino sagrado

Merece muito respeito

Virou-se para São Paulo:

Vá buscar este sujeito.


Lampião tirou o chapéu

Descalço também ficou

Avistando o seu padrinho

Aos seus pés se ajoelhou

O encontro foi marcante

De emoção Pedro chorou


Ao ver Pedro transformado

Levantou-se e foi dizendo:

Sou um homem injustiçado

E por isso estou sofrendo

Circula em torno de mim

Só mesmo o lado ruim

Como herói não estão me vendo.


Sou o Capitão Virgulino

Guerrilheiro do sertão

Defendi o nordestino

Da mais terrível aflição

Por culpa duma polícia

Que promovia malícia

Extorquindo o cidadão.


Por um cruel fazendeiro

Foi meu pai assassinado

Tomaram dele o dinheiro

De duro serviço honrado

Ao vingar a sua morte

O destino em má sorte

Da “lei” me fez um soldado.


Mas o que devo a visita

Pedro fez indagação

Lampião sem bater vista:

Vê padim Ciço Romão

Pra antes do ano novo

Mandar chuva pro meu povo

Você só manda trovão


Pedro disse: é malcriado

Nem o diabo lhe aceitou

Saia já seu excomungado

Sua hora já esgotou

Volte lá pro seu Nordeste

Que só o cabra da peste

Com você se acostumo


FIM



Título: A chegada de Lampião no Céu

Autor: Guaipuan Vieira

Categoria: Literatura de Cordel - 32 páginas

Idioma: Português

Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel

1ª Edição: 1997 8ª Edição: 2005

Gravação: 2005 Repentistas: Antônio Jocélio e Zé Vicente

Nas assertivas abaixo, marque “V” se for verdadeira ou “F” se for falsa e, em seguida, marque a alternativa que contém a sequência de respostas CORRETA, na ordem de cima para baixo:

( ) No ambiente celeste, Padre Cícero era o convidado de João.

( ) No ambiente celeste, Padre Cícero era o convidado de José.

( ) A reação violenta de Lampião em atirar para o alto foi motivada pela ação de São Jorge e seus guerreiros.

( ) A reação violenta de Lampião em atirar para o alto não foi motivada pela ação de São Jorge e seus guerreiros.

 

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