Em geral, as ações de redução de danos em ambientes de trabalho são atividades isoladas, realizadas em parceria com programas de governo e quase todas voltadas à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

O paradigma de que a abstinência é a única alternativa de melhora está sedimentado na cultura organizacional e na prática dos profissionais de saúde ocupacional e recursos humanos das organizações.

A redução de danos não consegue se impor como alternativa plausível e praticável no ambiente das empresas na medida em que a sua prática está associada a uma certa liberalidade de comportamento e de consumo de álcool.

A gravidade da situação dificulta o estabelecimento de parcerias com a comunidade e a busca de estratégias alternativas de prevenção, consolidando a abordagem convencional, cuja tônica é a abstinência, adaptada do modelo americano de Minnesota.

As bases do conceito de controle social, na perspectiva democrática contemporânea, estão fundadas sobre a teoria de Rousseau na medida em que este atribui ao povo o poder de controlar as ações do Poder Executivo, idealizando um Estado totalmente controlado pelo povo.

Para algumas análises marxistas contemporâneas, o Estado tem controlado o conjunto da sociedade em favor dos interesses da classe dominante por meio da implementação de políticas sociais para amenizar os conflitos de classe e manter o seu domínio.

No discurso atual, a visão de sociedade civil tem suas raízes em Habermas, que a compreende como mola democrática da sociedade na perspectiva de uma transformação revolucionária.

Na visão de Gramsci, fazem parte da estrutura da sociedade os aparelhos repressivos, que exercem a coerção sobre a sociedade.

Assim como Marx, Gramsci concebe a sociedade civil como parte da estrutura, lugar em que se dá a formação do poder ideológico, equivalente ao poder político.

Na perspectiva marxiana, a sociedade civil é parte da infra-estrutura, e o Estado é concebido como uma esfera dela derivada, necessária para administrar os conflitos estruturais necessários à reprodução das relações de produção.