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Durante a República Velha, o presidente Campos Sales criou as bases para a implantação de um tipo de política que predominou do seu governo à Revolução de 1930: a Política dos Governadores. Tal política consistiu em
 

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1893088 Ano: 2019
Disciplina: Português
Banca: DECEx
Orgão: EsFCEx
Os anabolizantes e o cérebro
Entre as diversas substâncias utilizadas para ganho de massa muscular e aumento do desempenho esportivo, poucas são tão populares quanto os esteroides androgênicos anabolizantes. Seus riscos ao sistema cardiovascular, endócrino e hepático são muito conhecidos, mas pouco se fala das alterações no comportamento que também podem provocar. Depressão, ansiedade, aumento da agressividade e insônia são as mais comuns.
Antes de detalhar os efeitos psiquiátricos, é preciso saber que os esteroides são compostos orgânicos da mesma família do cortisol, hormônio relacionado à regulação do estresse. Por serem androgênicos, esses esteroides estimulam o desenvolvimento de características sexuais masculinas. E são anabolizantes porque estimulam a biossíntese (reações químicas que produzem proteínas, por exemplo) e o crescimento dos tecidos do corpo. Para simplificar, chamaremos os derivados sintéticos do hormônio masculino testosterona(d) de anabolizantes ou, simplesmente, esteroides.
Apesar dos muitos relatos de “surtos de fúria” sofridos por usuários de anabolizantes, esse não é um quadro comum. Trata-se, na verdade, de um sintoma controverso, pois é difícil imputarmos sua causa unicamente aos anabolizantes. É comum o uso concomitante de outras substâncias, como estimulantes, hormônios tireoidianos, opioides e até drogas ilícitas, como cocaína e maconha(a). Além disso, não sabemos se algumas das pessoas que cometeram atos de violência quando usavam anabolizantes já apresentavam um histórico de desequilíbrio emocional.
O aumento da agressividade relatado pelos usuários, contudo, é bastante comum. Não são raros os relatos de homens e mulheres sem histórico de violência que agrediram seus companheiros depois que começaram a utilizar anabolizantes. Muitos usuários relatam que ficam mais impacientes, com menos tolerância à frustração e com maior tendência a reagir fisicamente a uma situação de estresse.
O aumento da agressividade é considerado, por alguns autores(b), como uma das explicações para o risco de suicídio observado entre usuários de anabolizantes. Em um determinado momento, o comportamento impulsivo e agressivo pode se voltar contra a própria pessoa, levando-a a atos irresponsáveis, comportamento sexual de risco e mesmo à tentativa de suicídio.
É difícil sabermos a quantidade exata de pessoas que usam anabolizantes no mundo. Estudos epidemiológicos no Brasil revelaram incidências que variam de 3% a 25%, dependendo da população e da região do país observadas. Devido em parte à nossa cultura de valorização de um corpo “sarado”, não é de se espantar que os brasileiros sejam grandes consumidores de anabolizantes e de outras drogas de controle da imagem corporal.
Mas não só no Brasil. Muitos autores consideram que os anabolizantes se tornaram um importante elemento de toda a cultura ocidental, influenciando a percepção de como um corpo masculino saudável deveria parecer. A mudança pode ser constatada na mídia, na publicidade e até mesmo nos brinquedos a partir da década de 1980, quando surgiram filmes estrelados por atores extremamente musculosos, e quando ocorreu a disseminação do consumo das chamadas “bombas” pela população em geral, muito além das fronteiras do esporte de elite.
Esse fenômeno levou à disseminação do uso das substâncias por atletas amadores e por pessoas que apenas desejam parecer mais saudáveis e atraentes. Sem as preocupações dos atletas com os testes antidoping, mas às vezes sem qualquer acompanhamento médico, homens e mulheres em todo o mundo se expõem aos riscos provocados pelos anabolizantes, diariamente.
A insônia é outro sintoma comum. Apesar de aparentemente não ser grave, é uma queixa que, muitas vezes, leva o usuário à automedicação ou ao uso abusivo de álcool e sedativos para dormir. Como já falamos, o uso de anabolizantes é um importante fator de risco para o consumo de outras drogas. Durante entrevistas realizadas por nossa equipe em uma clínica psiquiátrica especializada em dependência química, um usuário relatou que entrava em depressão quando interrompia os anabolizantes, o que o levava a recaídas no uso da cocaína.
Em alguns usuários de anabolizantes, foi identificado um distúrbio psiquiátrico chamado dismorfia muscular. Quem sofre desse transtorno tende a se perceber insuficientemente grande e forte, a despeito da hipertrofia muscular conquistada. Não se pode considerar, entretanto, que os anabolizantes sejam a causa desse tipo de transtorno dismórfico corporal. O uso dessas substâncias, porém, pode agravar as consequências de um distúrbio latente, e levar o indivíduo a desenvolver dependência.
A síndrome de dependência dos anabolizantes é uma entidade clínica estudada pelos professores e psiquiatras Harrison Pope e Gen Kanayama, da Universidade de Harvard(c). Grosso modo, essa síndrome se caracteriza por sintomas de tolerância (usos de doses cada vez maiores – ou a combinação de novos anabolizantes(e) – para obter os efeitos desejados), abstinência (distúrbios do sono e alimentares, perda de libido), uso em quantidades ou períodos de tempo maiores que o previsto, tempo excessivo gasto em atividades relacionadas ao uso de anabolizantes (treinamento físico, grupos de discussão on-line, uso de suplementos), redução importante das atividades sociais e laborais devido a uma preocupação excessiva com o uso de anabolizantes e, por fim, uso dos esteroides a despeito da ocorrência de problemas clínicos ou psiquiátricos.
É importante notarmos o cuidado que esses pesquisadores tiveram em diferenciar o uso nocivo dos anabolizantes de outras substâncias de abuso. Muitas vezes, o tempo excessivo gasto nas academias é visto como uma atividade saudável, e os ganhos sociais de um corpo considerado mais atraente podem fazer com que o usuário de anabolizantes e suas famílias não vejam essas drogas como um problema, até que efeitos graves aconteçam.
Deixar de lado os anabolizantes também não é fácil. É comum os usuários relatarem sintomas depressivos, ainda que seus níveis de testosterona estejam muito mais altos do que o normal. Aparentemente, a simples variação do nível de testosterona é capaz de provocar grande desequilíbrio emocional. Muitos sentem falta daquela disposição “a mais” provocada pelos anabolizantes e têm dificuldade em se adaptar a um nível normal de funcionamento físico e mental.
(...)
(Julio Xerfan. Médico e mestre em Psiquiatria, Instituto de Psiquiatria da UFRJ.
In: Ciência Hoje, agosto de 2019)
Assinale a alternativa em que o termo desempenhe função sintática idêntica à de Harrison Pope e Gen Kanayama.
 

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1857809 Ano: 2019
Disciplina: Português
Banca: DECEx
Orgão: EsFCEx
Enunciado 1857809-1
(Rose Araujo. Disponível em rosearaujo.com)
No terceiro quadrinho, grafou-se corretamente a palavra ideia, de acordo com as mudanças trazidas pelo Acordo Ortográfico.
Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha acontecido.
 

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1823945 Ano: 2019
Disciplina: Português
Banca: DECEx
Orgão: EsFCEx
Enunciado 1823945-1
(Rose Araujo. Disponível em rosearaujo.com)
A respeito da análise do quadrinho, analise as afirmativas a seguir:
I. Nos dois primeiros quadrinhos, o referencial do professor é o mesmo que o do leitor.
II. O efeito de humor se dá pela quebra do referencial no terceiro quadrinho.
III. Os verbos armar e efetuar assumem, para os alunos, dentro do leque de sentidos possíveis, carga bélica.
Assinale
 

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1762553 Ano: 2019
Disciplina: Português
Banca: DECEx
Orgão: EsFCEx
Os anabolizantes e o cérebro
Entre as diversas substâncias utilizadas para ganho de massa muscular e aumento do desempenho esportivo, poucas são tão populares quanto os esteroides androgênicos anabolizantes. Seus riscos ao sistema cardiovascular, endócrino e hepático são muito conhecidos, mas pouco se fala das alterações no comportamento que também podem provocar. Depressão, ansiedade, aumento da agressividade e insônia são as mais comuns.
Antes de detalhar os efeitos psiquiátricos, é preciso saber que os esteroides são compostos orgânicos da mesma família do cortisol, hormônio relacionado à regulação do estresse. Por serem androgênicos, esses esteroides estimulam o desenvolvimento de características sexuais masculinas. E são anabolizantes porque estimulam a biossíntese (reações químicas que produzem proteínas, por exemplo) e o crescimento dos tecidos do corpo. Para simplificar, chamaremos os derivados sintéticos do hormônio masculino testosterona de anabolizantes ou, simplesmente, esteroides.
Apesar dos muitos relatos de “surtos de fúria” sofridos por usuários de anabolizantes, esse não é um quadro comum. Trata-se, na verdade, de um sintoma controverso, pois é difícil imputarmos sua causa unicamente aos anabolizantes. É comum o uso concomitante de outras substâncias, como estimulantes, hormônios tireoidianos, opioides e até drogas ilícitas, como cocaína e maconha. Além disso, não sabemos se algumas das pessoas que cometeram atos de violência quando usavam anabolizantes já apresentavam um histórico de desequilíbrio emocional.
O aumento da agressividade relatado pelos usuários, contudo, é bastante comum. Não são raros os relatos de homens e mulheres sem histórico de violência que agrediram seus companheiros depois que começaram a utilizar anabolizantes. Muitos usuários relatam que ficam mais impacientes, com menos tolerância à frustração e com maior tendência a reagir fisicamente a uma situação de estresse.
O aumento da agressividade é considerado, por alguns autores, como uma das explicações para o risco de suicídio observado entre usuários de anabolizantes. Em um determinado momento, o comportamento impulsivo e agressivo pode se voltar contra a própria pessoa, levando-a a atos irresponsáveis, comportamento sexual de risco e mesmo à tentativa de suicídio.
É difícil sabermos a quantidade exata de pessoas que usam anabolizantes no mundo. Estudos epidemiológicos no Brasil revelaram incidências que variam de 3% a 25%, dependendo da população e da região do país observadas. Devido em parte à nossa cultura de valorização de um corpo “sarado”, não é de se espantar que os brasileiros sejam grandes consumidores de anabolizantes e de outras drogas de controle da imagem corporal.
Mas não só no Brasil. Muitos autores consideram que os anabolizantes se tornaram um importante elemento de toda a cultura ocidental, influenciando a percepção de como um corpo masculino saudável deveria parecer. A mudança pode ser constatada na mídia, na publicidade e até mesmo nos brinquedos a partir da década de 1980, quando surgiram filmes estrelados por atores extremamente musculosos, e quando ocorreu a disseminação do consumo das chamadas “bombas” pela população em geral, muito além das fronteiras do esporte de elite.
Esse fenômeno levou à disseminação do uso das substâncias por atletas amadores e por pessoas que apenas desejam parecer mais saudáveis e atraentes. Sem as preocupações dos atletas com os testes antidoping, mas às vezes sem qualquer acompanhamento médico, homens e mulheres em todo o mundo se expõem aos riscos provocados pelos anabolizantes, diariamente.
A insônia é outro sintoma comum. Apesar de aparentemente não ser grave, é uma queixa que, muitas vezes, leva o usuário à automedicação ou ao uso abusivo de álcool e sedativos para dormir. Como já falamos, o uso de anabolizantes é um importante fator de risco para o consumo de outras drogas. Durante entrevistas realizadas por nossa equipe em uma clínica psiquiátrica especializada em dependência química, um usuário relatou que entrava em depressão quando interrompia os anabolizantes, o que o levava a recaídas no uso da cocaína.
Em alguns usuários de anabolizantes, foi identificado um distúrbio psiquiátrico chamado dismorfia muscular. Quem sofre desse transtorno tende a se perceber insuficientemente grande e forte, a despeito da hipertrofia muscular conquistada. Não se pode considerar, entretanto, que os anabolizantes sejam a causa desse tipo de transtorno dismórfico corporal. O uso dessas substâncias, porém, pode agravar as consequências de um distúrbio latente, e levar o indivíduo a desenvolver dependência.
A síndrome de dependência dos anabolizantes é uma entidade clínica estudada pelos professores e psiquiatras Harrison Pope e Gen Kanayama, da Universidade de Harvard. Grosso modo, essa síndrome se caracteriza por sintomas de tolerância (usos de doses cada vez maiores – ou a combinação de novos anabolizantes – para obter os efeitos desejados), abstinência (distúrbios do sono e alimentares, perda de libido), uso em quantidades ou períodos de tempo maiores que o previsto, tempo excessivo gasto em atividades relacionadas ao uso de anabolizantes (treinamento físico, grupos de discussão on-line, uso de suplementos), redução importante das atividades sociais e laborais devido a uma preocupação excessiva com o uso de anabolizantes e, por fim, uso dos esteroides a despeito da ocorrência de problemas clínicos ou psiquiátricos.
É importante notarmos o cuidado que esses pesquisadores tiveram em diferenciar o uso nocivo dos anabolizantes de outras substâncias de abuso. Muitas vezes, o tempo excessivo gasto nas academias é visto como uma atividade saudável, e os ganhos sociais de um corpo considerado mais atraente podem fazer com que o usuário de anabolizantes e suas famílias não vejam essas drogas como um problema, até que efeitos graves aconteçam.
Deixar de lado os anabolizantes também não é fácil. É comum os usuários relatarem sintomas depressivos, ainda que seus níveis de testosterona estejam muito mais altos do que o normal. Aparentemente, a simples variação do nível de testosterona é capaz de provocar grande desequilíbrio emocional. Muitos sentem falta daquela disposição “a mais” provocada pelos anabolizantes e têm dificuldade em se adaptar a um nível normal de funcionamento físico e mental.
(...)
(Julio Xerfan. Médico e mestre em Psiquiatria, Instituto de Psiquiatria da UFRJ.
In: Ciência Hoje, agosto de 2019)
Apesar de aparentemente não ser grave, é uma queixa que, muitas vezes, leva o usuário à automedicação ou ao uso abusivo de álcool e sedativos para dormir.
Realizando-se as adaptações necessárias, o termo sublinhado NÃO poderia ser substituído por um dos listados nas alternativas a seguir, sob pena de alteração de sentido.
Assinale-o.
 

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1564106 Ano: 2019
Disciplina: Português
Banca: DECEx
Orgão: EsFCEx
Os primeiros passos
Aconteceu como vou contar. Parece fato pequeno, não é.
Meio-dia, eu de pé na esquina da praça esperando a mudança de sinal. A mesma praça de Ipanema de que falei na semana passada. Hoje também dia de feira (não é um dado pessoal, faz parte). Vinha do lado oposto um grupo de jovens, seis, talvez, uma moça com eles. Teriam cerca de 15 ou 16 anos. Jeito de quem vem da praia ou para a praia vai, bermudão lá embaixo, peito nu, descalços. Atravessaram antes mesmo que o sinal abrisse. Um deles, na retaguarda.
Ponhamos agora na cena uma bicicleta velha, presa com corrente no poste. E no quidom da bicicleta, um pano escuro torcido e amarrado.
Eu ainda estou em pé ali ao lado. O garoto passa, vê o pano, talvez pense ser uma camiseta. Diminui a passada o quanto basta para conferir, apalpa o pano, sacode. Não é camiseta. O jovem desiste, dá dois passos à frente.
Não é camiseta, mas está disponível. O garotão volta. Examina o produto. E começa a desamarrá-lo.
– Isso tem dono! – digo alto para ele. – Não é seu!
O jovem gatuno mal me olha.
– Para com isso! – insisto.
As pessoas passam indiferentes. Dia de feira, a esquina tem muito movimento.
O gatuno conseguiu desfazer o nó, que estava apertado.
– Isso é roubo! – exclamo. E repito: – É roubo!
O ladrãozinho me olha mal encarado, mas está mais interessado no exame daquilo que conseguiu. É uma canga.
Ele me dirige algum insulto que intuo mas não ouço, os colegas o estão chamando, ele sai correndo agitando o seu troféu.
A cena, que aqui parece lenta, durou poucos minutos.
Reparo que havia uma jovem mulher ao meu lado, também esperando para atravessar a rua.
Também, o cara deu mole! – comenta agora em tom superior. – Larga a canga assim, solta na bicicleta...
Esse tom, vindo de quem tudo viu e nada disse, me toca os nervos.
– Quer dizer que as pessoas têm que se comportar como se todo cidadão fosse ladrão?! – respondo – Sinto muito, não concordo.
– A senhora ainda foi se meter... tava se arriscando.
– Prefiro me arriscar, que assistir calada. De tanta gente que passou, ninguém fez nada.
O sinal abriu, avançamos ainda próximas rumo ao outro lado. Ela aponta para a cabine da polícia.
– E bem na cara da polícia – diz, já se afastando.
Um fato de nada, que não é de nada e que me trava a garganta.
Homens não usam canga. O ladrãozinho roubou, portanto, um objeto que não pode usar. Certamente não espera vender uma canga velha, escura e usada. Roubou, pois, uma coisa que não lhe dará dinheiro. Então, roubou por quê? Porque roubar tornou-se um hábito nacional. Porque a canga "estava dando mole", como disse a mulher. Porque era alguma coisa – não importa o quê – desassistida, sem proteção de vigilante ou de arame farpado, sem cerca eletrificada, sem cão de guarda feroz, sem alarme. Alguma coisa que se podia tomar de alguém, sem risco. O jovem ladrão testou antes. Tocou a canga na passagem, pronto a correr se fosse necessário. Ainda deu dois passos, nenhuma voz de dono fez-se ouvir, ele voltou. Só o dono reagiria, e por impulso irrefreável. Os outros estão sendo diariamente doutrinados para não ver e não ouvir, para não correr riscos, porque o risco é inútil.
Em dia de semana, aquele rapaz não estava
trabalhando, não estava estudando. Estava dando os
primeiros passos na sua futura profissão.
(Marina Colasanti)
Também, o cara deu mole!
O registro de linguagem empregado na fala acima se encaixa na modalidade
 

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Durante o Período Regencial, ocorreram reformas que ficaram conhecidas como uma "experiência republicana", mas que acabaram por desatar forças até então contidas pelo unitarismo imperial. Por quase todo o período eclodiram revoltas populares que procuraram alterar a ordem política e social estabelecida.
A respeito dessas revoltas, iniciadas, exclusivamente, no Período Regencial, é correto afirmar que
 

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1441809 Ano: 2019
Disciplina: Português
Banca: DECEx
Orgão: EsFCEx
Os primeiros passos
Aconteceu como vou contar. Parece fato pequeno, não é.
Meio-dia, eu de pé na esquina da praça esperando a mudança de sinal. A mesma praça de Ipanema de que falei na semana passada. Hoje também dia de feira (não é um dado pessoal, faz parte). Vinha do lado oposto um grupo de jovens, seis, talvez, uma moça com eles. Teriam cerca de 15 ou 16 anos. Jeito de quem vem da praia ou para a praia vai, bermudão lá embaixo, peito nu, descalços. Atravessaram antes mesmo que o sinal abrisse. Um deles, na retaguarda.
Ponhamos agora na cena uma bicicleta velha, presa com corrente no poste. E no quidom da bicicleta, um pano escuro torcido e amarrado.
Eu ainda estou em pé ali ao lado. O garoto passa, vê o pano, talvez pense ser uma camiseta. Diminui a passada o quanto basta para conferir, apalpa o pano, sacode. Não é camiseta. O jovem desiste, dá dois passos à frente.
Não é camiseta, mas está disponível. O garotão volta. Examina o produto. E começa a desamarrá-lo.
– Isso tem dono! – digo alto para ele. – Não é seu!
O jovem gatuno mal me olha.
– Para com isso! – insisto.
As pessoas passam indiferentes. Dia de feira, a esquina tem muito movimento.
O gatuno conseguiu desfazer o nó, que estava apertado.
– Isso é roubo! – exclamo. E repito: – É roubo!
O ladrãozinho me olha mal encarado, mas está mais interessado no exame daquilo que conseguiu. É uma canga.
Ele me dirige algum insulto que intuo mas não ouço, os colegas o estão chamando, ele sai correndo agitando o seu troféu.
A cena, que aqui parece lenta, durou poucos minutos.
Reparo que havia uma jovem mulher ao meu lado, também esperando para atravessar a rua.
– Também, o cara deu mole! – comenta agora em tom superior. – Larga a canga assim, solta na bicicleta...
Esse tom, vindo de quem tudo viu e nada disse, me toca os nervos.
– Quer dizer que as pessoas têm que se comportar como se todo cidadão fosse ladrão?! – respondo – Sinto muito, não concordo.
– A senhora ainda foi se meter... tava se arriscando.
– Prefiro me arriscar, que assistir calada. De tanta gente que passou, ninguém fez nada.
O sinal abriu, avançamos ainda próximas rumo ao outro lado. Ela aponta para a cabine da polícia.
E bem na cara da polícia – diz, já se afastando.
Um fato de nada, que não é de nada e que me trava a garganta.
Homens não usam canga. O ladrãozinho roubou, portanto, um objeto que não pode usar. Certamente não espera vender uma canga velha, escura e usada. Roubou, pois, uma coisa que não lhe dará dinheiro. Então, roubou por quê? Porque roubar tornou-se um hábito nacional. Porque a canga "estava dando mole", como disse a mulher. Porque era alguma coisa – não importa o quê – desassistida, sem proteção de vigilante ou de arame farpado, sem cerca eletrificada, sem cão de guarda feroz, sem alarme. Alguma coisa que se podia tomar de alguém, sem risco. O jovem ladrão testou antes. Tocou a canga na passagem, pronto a correr se fosse necessário. Ainda deu dois passos, nenhuma voz de dono fez-se ouvir, ele voltou. Só o dono reagiria, e por impulso irrefreável. Os outros estão sendo diariamente doutrinados para não ver e não ouvir, para não correr riscos, porque o risco é inútil.
Em dia de semana, aquele rapaz não estava
trabalhando, não estava estudando. Estava dando os
primeiros passos na sua futura profissão.
(Marina Colasanti)
E bem na cara da polícia
A expressão sublinhada acima faz referência
 

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1441725 Ano: 2019
Disciplina: Português
Banca: DECEx
Orgão: EsFCEx
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme – este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
(Augusto dos Anjos)
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância... (versos 5 e 6)
A relação semântica estabelecida entre os dois versos é de
 

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1427156 Ano: 2019
Disciplina: Português
Banca: DECEx
Orgão: EsFCEx
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme – este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
(Augusto dos Anjos)
Ao empregar escuridão e rutilância para se definir, o autor do texto IV revela o aspecto de que é um ser
 

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