O Brasil colonial tem sido estudado da mesma maneira que a Lua era observada antes dos vôos espaciais: do lado que reflete o Sol, do lado de Portugal, da Espanha, da Europa. Incorporar os eventos transcorridos em Angola à narrativa dos eventos brasileiros é como descobrir o lado escondido da Lua, a metade oculta da história do Brasil. (Felipe de Alencastro, Tratado dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul). De acordo com o fragmento do texto de Felipe Alencastro, analise as assertivas abaixo:
I. Observar a história como quem observa a Lua antes dos vôos espaciais, isto é, percebê-la apenas pelo lado iluminado pelo Sol, significa dizer que há um pressuposto eurocêntrico presidindo a forma como estudamos a História do Brasil.
II. Criticar a postura eurocêntrica que articula o modo como temos estudado a História do Brasil significa negar a importância e o legado da Europa para a história nacional, reconhecendo outras histórias de nossas heranças americanas e africanas.
III. Descobrir “a metade oculta da história do Brasil” significa perceber que o conhecimento da história da África ou das populações ameríndias, além de expandir a ideia de história mundial, pode contribuir para a criação de outros conhecimentos históricos sobre outros espaços e populações negligenciados ou ideologicamente omitidos.
IV. O estudo da história do Brasil não precisa estar necessariamente integrado à história mundial para que ela seja compreendida em suas articulações com a história em escala mais ampla.
Quais estão corretas?