Magna Concursos
1710026 Ano: 2011
Disciplina: Português
Banca: VUNESP
Orgão: Pref. Sorocaba-SP
Leia o texto para responder à questão.
Se fizermos um estudo ou acompanhamento da imprensa durante certo tempo, por exemplo, cinco anos ou uma década, constataremos no movimento da criminalidade duas opiniões bastante comuns. A primeira delas é a de que a opinião veiculada pelos jornais sugere que há uma percepção coletiva do aumento da criminalidade que se expressa por opiniões do tipo: “alguns anos atrás podia-se caminhar nas ruas tranquilamente” ou “as casas podiam ficar de portas abertas”. Trata-se do medo generalizado de ser vítima da ofensa criminal – que antes não existia – e hoje, ao contrário, as pessoas se recolhem em suas casas, totalmente cercadas por dispositivos de segurança, e organizam seus contatos com os outros de modo a ficarem cercados do máximo de segurança possível. Enfim, entre a maioria, há percepção do aumento da criminalidade, que é associada à constatação da diversificação dos padrões de criminalidade. Verifica-se, ainda, que a criminalidade torna-se cada vez mais violenta. Enquanto antigamente, nos assaltos, o famoso meliante que pulava de telhado em telhado, extremamente hábil, era um indivíduo mais ou menos aberto ao diálogo, malandro, mas que podia ser contido pela palavra, hoje parece claro que não há diálogo possível. A criminalidade não apenas aumenta, como também torna-se cada vez mais violenta. Além disso, aparece a criminalidade organizada. Com essa evolução do crime, a imprensa não noticia o ladrão ou o indivíduo que provocou o assalto, mostra a criminalidade organizada. É o tráfico de drogas, são os sequestros, os assaltos a bancos, que de fato ocupam a atenção e se constituem no perigo.
Outro tema também frequente é o das causas dessa criminalidade. Jornalistas, autoridades e público são estimulados a refletir e a expressar opiniões a respeito das causas da criminalidade. Essas opiniões têm, na verdade, uma grande variabilidade. Mas, em linhas gerais, podemos dizer que, em períodos de grande crise social, há o que se denomina sociologização das causas, isto é, a crise econômica – falta de emprego, más condições de vida – explicaria a criminalidade. Quando a crise fica mais ou menos contida, a tendência é psicologizar as causas da criminalidade. Do social para o individual: os criminosos, indivíduos anti-sociais, são pouco habilitados para conviver numa sociedade altamente civilizada e urbanizada, justificando de certo modo a criminalidade.
(Sérgio Adorno. Violência, ficção e realidade.
Em: Mauro Wilton de Sousa (org.), Sujeito, o lado oculto do receptor)
De acordo com o segundo parágrafo do texto, as causas da criminalidade
 

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