Questão 3190081

3190081 Ano: 2023
Disciplina: Literatura Brasileira e Estrangeira
Banca: AGIRH
Orgão: Pref. Areias-SP

Provas:

Prosa e Poema

Leia atentamente O poema VI, integrante da parte inicial de O livro das ignorãças (publicado em 1993), chamado ´Uma didática da invenção´, parte em que o poeta define como é o seu fazer poético. E responda as questões 1, 2, 3, 4 e 5.

“No descomeço era o verbo.

Só depois é que veio o delírio do verbo.

O delírio do verbo estava no começo, lá, Onde a criança diz:

eu escuto a cor dos passarinhos.

A criança não sabe que o verbo escutar não

Funciona para cor, mas para som.

Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira.

E pois.

Em poesia que é voz de poeta, que é a voz

De fazer nascimentos -

O verbo tem que pegar delírio.”

Estabeleça uma relação entre o poema e a seguinte frase, também de autoria de Manoel de Barros: "Não gosto de palavra acostumada".

A frase e o poema tematizam a tensão entre os significados "acostumados" - - estabelecidos, estabilizados, dicionarizados. Porém, traz significações outras, que podem advir de usos vocabulares inusitados (como "descomeço") e combinações linguísticas incomuns (como "eu escuto a cor dos passarinhos"), que irão contra a norma culta estabelecida pela língua e tornam inviáveis as interpretações reais dos versos.

A frase e o poema tematizam uma falta de tensão entre os significados "acostumados" -- estabelecidos, estabilizados, dicionarizados causando um possível entendimento errôneo do significado dos versos.

A frase e o poema tematizam a tensão entre os significados "acostumados" - - estabelecidos, estabilizados, dicionarizados -- e significações outras, que podem advir de usos vocabulares inusitados (como "descomeço") e combinações linguísticas incomuns (como "eu escuto a cor dos passarinhos").

A frase e o poema tematizam a tensão entre os significados e significações, que podem advir de usos vocabulares inusitados (como "descomeço") e combinações linguísticas incomuns (como "eu escuto a cor dos passarinhos") e esses usos tornam as metáforas impossíveis de serem interpretadas.