Para Manuela Carneiro da Cunha, muitos grupos indígenas,
sobretudo os de contato mais antigo com a população
neobrasileira, foram induzidos a se expressar por meio de
línguas exógenas, o que interferiu em suas crenças, seus
costumes matrimoniais, sua organização política, sua
tecnologia e seus hábitos alimentares, estes já afetados pela
diminuição dos territórios de caça e pesca. A resistência
indígena manifestou-se, porém, no apego a alguns traços
culturais que, enfatizados, preservaram a identidade do
grupo como processo recorrente de afirmação étnica.