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2422389 Ano: 2011
Disciplina: Português
Banca: UFRGS
Orgão: TJ-RS
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Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Há na palavra tolerância algo de condescendente,(a) se não de desdenhoso, que incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês Paul Claudel: "Tolerância? Há casas para isso!" Isso diz(b) muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do outro acaso já não é considerá-las inferiores ou incorretas? À rigor(c), só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito(d) de impedir: se as opiniões são livres, como devem ser, não dependem, pois, da tolerância!(d) Daí(b) (e) um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar sua noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não podem ser toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas, celebradas.

A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo, ao sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância. Esse uso não me parece desprovido de razão(c): ele reflete, na própria virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em verdade, só se pode tolerar o que se teria(e) o direito de impedir, de condenar, de proibir. Mas esse direito que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo. Não temos razão de pensar o que pensamos? E, se temos razão, como os outros não estariam errados? E como a verdade poderia aceitar – a não ser por tolerância – a existência ou a continuidade do erro? O dogmatismo sempre renasce, ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta(b) da verdade. Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos(d), mais generosos, mais justos, deveria(a) chamar-se respeito, de fato, ou simpatia(e) ou amor... Portanto, é a palavra que convém, pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o respeito falta.

A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor(a), isto é, de que os homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender(c), demo-nos por felizes com que eles comecem a se suportar.

Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186- 188. Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm

Assinale a alternativa em que todas as palavras têm igual classificação quanto à posição da sílaba tônica.

 

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2422365 Ano: 2011
Disciplina: Português
Banca: UFRGS
Orgão: TJ-RS
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Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Há na palavra tolerância algo de condescendente, se não de desdenhoso, que incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês Paul Claudel: "Tolerância? Há casas para isso!" Isso diz muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do outro acaso já não é considerá-las inferiores ou incorretas? À rigor, só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de impedir: se as opiniões são livres, como devem ser, não dependem, pois, da tolerância! Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar sua noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não podem ser toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas, celebradas.

A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo, ao sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância. Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de impedir, de condenar, de proibir. Mas esse direito que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo. Não temos razão de pensar o que pensamos? E, se temos razão, como os outros não estariam errados? E como a verdade poderia aceitar – a não ser por tolerância – a existência ou a continuidade do erro? O dogmatismo sempre renasce, ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta da verdade. Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se respeito, de fato, ou simpatia ou amor... Portanto, é a palavra que convém, pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o respeito falta.

A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor, isto é, de que os homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles comecem a se suportar.

Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186- 188. Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm

Considere as seguintes propostas de reescrita do trecho Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria virtude que a supera, a intolerância de cada um.

I - Tal uso a mim não me parece desprovido de razão: reflete, na própria virtude que o supera, a intolerância de cada um.

II - Tal uso não soa sem razão para mim: reflete, na própria virtude que lhe supera, a intolerância de cada um.

III - Esse emprego não parece, para mim, desprovido de razão: ele reflete, na própria virtude que supera a intolerância, a intolerância de cada um.

Quais propostas conservam o sentido original e estão corretas de acordo com a norma gramatical?

 

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2422336 Ano: 2011
Disciplina: Português
Banca: UFRGS
Orgão: TJ-RS
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Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Há na palavra tolerância algo de condescendente, se não de desdenhoso, que incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês Paul Claudel: "Tolerância? Há casas(I) para isso!" Isso diz muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do outro acaso já não é considerá-las(I) inferiores ou incorretas? À rigor, só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de impedir: se as opiniões(II) são livres, como devem ser, não dependem, pois, da tolerância! Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar sua(II) noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não podem ser toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas, celebradas.

A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo, ao sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância. Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de impedir, de condenar, de proibir. Mas esse direito(III) que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo(III). Não temos razão de pensar o que pensamos? E, se temos razão, como os outros não estariam errados? E como a verdade poderia aceitar – a não ser por tolerância – a existência ou a continuidade do erro? O dogmatismo sempre renasce, ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta da verdade. Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se respeito, de fato, ou simpatia ou amor... Portanto, é a palavra que convém, pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o respeito falta.

A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor, isto é, de que os homens(IV) possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles(IV) comecem a se suportar.

Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186- 188. Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm

Considere a seguinte relação de pronomes do texto e de elementos por eles recuperados.

I - lascasas

II - suaas opiniões

III - loesse direito

IV - elesos homens

Quais estão corretas?

 

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2422183 Ano: 2011
Disciplina: Português
Banca: UFRGS
Orgão: TJ-RS
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Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Há na palavra tolerância algo de condescendente, se não de desdenhoso, que incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês Paul Claudel: "Tolerância? Há casas para isso!" Isso diz muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do outro acaso já não é considerá-las inferiores ou incorretas? À rigor, só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de impedir: se as opiniões são livres, como devem ser, não dependem, pois, da tolerância! Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar sua noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não podem ser toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas, celebradas.

A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo, ao sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância. Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de impedir, de condenar, de proibir. Mas esse direito que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo. Não temos razão de pensar o que pensamos? E, se temos razão, como os outros não estariam errados? E como a verdade poderia aceitar – a não ser por tolerância – a existência ou a continuidade do erro? O dogmatismo sempre renasce, ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta da verdade. Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se respeito, de fato, ou simpatia ou amor... Portanto, é a palavra que convém, pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o respeito falta.

A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor, isto é, de que os homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles comecem a se suportar.

Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186- 188. Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm

Marque as afirmações abaixo com V (verdadeiro) ou F (falso), no que se refere a processos de formação identificáveis em vocábulos extraídos do texto.

( ) impedir (l. 03) – derivação por prefixação

( ) autoritarismo (l. 08) – composição por justaposição

( ) intolerância (l. 09) – derivação parassintética

( ) ilusório (l. 12) – derivação por sufixação

( ) passável (l. 15) – derivação por sufixação

A sequência que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo, é

 

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2422029 Ano: 2011
Disciplina: Português
Banca: UFRGS
Orgão: TJ-RS
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Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Há na palavra tolerância algo de condescendente, se não de desdenhoso, que incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês Paul Claudel: "Tolerância? Há casas para isso!" Isso diz muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do outro acaso já não é considerá-las inferiores ou incorretas? À rigor, só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de impedir: se as opiniões são livres, como devem ser, não dependem, pois, da tolerância! Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar sua noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não podem ser toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas, celebradas.

A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo, ao sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância. Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de impedir, de condenar, de proibir. Mas esse direito que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo. Não temos razão de pensar o que pensamos? E, se temos razão, como os outros não estariam errados? E como a verdade poderia aceitar – a não ser por tolerância – a existência ou a continuidade do erro? O dogmatismo sempre renasce, ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta da verdade. Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se respeito, de fato, ou simpatia ou amor... Portanto, é a palavra que convém, pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o respeito falta.

A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor, isto é, de que os homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles comecem a se suportar.

Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186- 188. Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm

Se substituirmos o vocábulo liberdades por liberdade, quantos outros vocábulos do período deverão sofrer ajuste de flexão?

 

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2420753 Ano: 2011
Disciplina: Português
Banca: UFRGS
Orgão: TJ-RS
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Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Há na palavra tolerância algo de condescendente, se não de desdenhoso, que incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês Paul Claudel: "Tolerância? Há casas para isso!" Isso diz muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do outro acaso já não é considerá-las inferiores ou incorretas? À rigor, só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de impedir: se as opiniões são livres, como devem ser, não dependem, pois, da tolerância! Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar sua noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não podem ser toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas, celebradas.

A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo, ao sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância. Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de impedir, de condenar, de proibir. Mas esse direito que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo. Não temos razão de pensar o que pensamos? E, se temos razão, como os outros não estariam errados? E como a verdade poderia aceitar – a não ser por tolerância – a existência ou a continuidade do erro? O dogmatismo sempre renasce, ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta da verdade. Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se respeito, de fato, ou simpatia ou amor... Portanto, é a palavra que convém, pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o respeito falta.

A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor, isto é, de que os homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles comecem a se suportar.

Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186- 188. Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm

Considere as seguintes afirmações.

I - Tolerar, de acordo com o sentido preciso dessa expressão, relaciona-se à ideia de fazer concessão.

II - As pessoas usam a palavra tolerância inadequadamente por desconhecerem seu significado mais preciso.

III - Quem tolera respeita.

Quais correspondem a idéias veiculadas pelo texto?

 

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2420364 Ano: 2011
Disciplina: Português
Banca: UFRGS
Orgão: TJ-RS
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Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Há na palavra tolerância algo de condescendente, se não de desdenhoso, que incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês Paul Claudel: "Tolerância? Há casas para isso!" Isso diz muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do outro acaso já não é considerá-las inferiores ou incorretas? À rigor, só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de impedir: se as opiniões são livres, como devem ser, não dependem, pois, da tolerância! Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar sua noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não podem ser toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas, celebradas.

A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo, ao sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância. Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de impedir, de condenar, de proibir. Mas esse direito que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo. Não temos razão de pensar o que pensamos? E, se temos razão, como os outros não estariam errados? E como a verdade poderia aceitar – a não ser por tolerância – a existência ou a continuidade do erro? O dogmatismo sempre renasce, ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta da verdade. Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se respeito, de fato, ou simpatia ou amor... Portanto, é a palavra que convém, pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o respeito falta.

A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor, isto é, de que os homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles comecem a se suportar.

Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186- 188. Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm

Assinale as afirmações abaixo com V (verdadeiro) ou F (falso), no que se refere à pontuação do texto.

( ) As aspas empregadas em "Tolerância? Há casas para isso!" (l. 02) têm a função de destacar ironia veiculada pelas sentenças.

( ) Os dois-pontos usados em Esse uso não me parece desprovido de razão: (l. 07) servem para introduzir uma enumeração.

( ) O ponto de interrogação empregado em Não temos razão de pensar o que pensamos? (l. 09) serve para caracterizar uma pergunta retórica.

( ) As reticências em ou amor... (l. 12) poderiam ser substituídas por um ponto, sem prejuízo da idéia veiculada pela pontuação original.

A seqüência que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo, é

 

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2420060 Ano: 2011
Disciplina: Português
Banca: UFRGS
Orgão: TJ-RS
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Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Dizem que quando os dois estavam chegando a Nova York, na amurada do navio, Freud virou-se para Jung e perguntou:

– Será que eles sabem que nós estamos trazendo a peste?

Não sei se a história, que li num texto do Stephen Greenblatt publicado recentemente na revista The New Yorker, é verdadeira. Nem sei se Freud e Jung estiveram juntos em Nova York algum dia. Mas o que Freud pretenderia dizer com “a peste” é fácil de entender. Era tudo o que os dois estavam explorando em matéria de subconsciente, inconsciente coletivo, sexualidade precoce – enfim, a revolução no pensamento humano que na Europa já se alastrava, e era combatida como uma epidemia. Os agentes alfandegários não teriam identificado o perigo que os dois recém-chegados representavam para as mentes da América, deixando-os passar para contagiá-las.

Todo desafio ao pensamento convencional e a crenças arraigadas é uma espécie de praga solapadora(a), uma ameaça à normalidade e à saúde públicas. Santo Agostinho dizia que a curiosidade era uma doença. Os que procuravam explicações para o universo e a vida além dos dogmas da Igreja ou da ciência tradicional eram portadores do vírus da discórdia, a serem espantados como se espanta qualquer praga, com barulho e fogo. As idéias de Freud e de Jung divergiram – Jung acabou derivando(b) para um quase misticismo, literariamente mais rico mas menos conseqüente(c) do que o que pensava Freud –, mas as descobertas dos dois significaram uma reviravolta no autoconceito da humanidade comparável ao que significou o heliocentrismo de Copérnico e as sacadas do Galileu. O homem não só não era o centro do universo conhecido como carregava dentro de si um universo desconhecido, que mal controlava. Agostinho tinha razão, a curiosidade debilitava o homem. A partir de Copérnico a curiosidade só levara o homem a ir desvendando(d), pouco a pouco, sua própria precariedade, cada vez mais longe de Deus.

Marx, outro pestilento, tinha proposto o determinismo histórico e a luta de classes como eventuais formadores do Novo Homem, livre da superstição religiosa e de outras tiranias. Suas idéias, e a reação às suas idéias, convulsionaram o mundo. Esta peste se disseminou com violência e foi combatida com sangrias e rezas e no fim – como também é próprio das pestes – amainou(e). Todas as pestes chegam ao seu máximo e recuam. A Terra há séculos não é o centro do universo, o que não impede o prestígio crescente da astrologia. O iluminismo do século dezoito parecia ser o preâmbulo de um futuro racional e prevaleceu o irracionalismo. O Novo Homem de Marx foi visto pela última vez pulando o muro para Berlim Ocidental. E as teses de Freud e Jung, que revolucionariam as relações humanas, nunca foram aplicadas nas relações que interessam, a do homem com seus instintos e a dos seus instintos com uma sociedade sadia. Foi, como as outras, uma novidade, ou uma curiosidade, que expirou.

Mas também é próprio das pestes serem reincidentes. Cedo ou tarde virá outra perturbar a paz da ignorância de Santo Agostinho. E passar.

Adaptado de: VERÍSSIMO, L. F. A peste. ZERO HORA, quinta- feira, 1º de setembro de 2011.

Assinale a alternativa em que a palavra da direita substituiria corretamente a palavra da esquerda, se empregada no texto.

 

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2419869 Ano: 2011
Disciplina: Português
Banca: UFRGS
Orgão: TJ-RS
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Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Dizem que quando os dois estavam chegando a Nova York, na amurada do navio, Freud virou-se para Jung e perguntou:

– Será que eles sabem que nós estamos trazendo a peste?

Não sei se a história, que li num texto do Stephen Greenblatt publicado recentemente na revista The New Yorker, é verdadeira. Nem sei se Freud e Jung estiveram juntos em Nova York algum dia. Mas o que Freud pretenderia dizer com “a peste” é fácil de entender. Era tudo o que os dois estavam explorando em matéria de subconsciente, inconsciente coletivo, sexualidade precoce – enfim, a revolução no pensamento humano que na Europa já se alastrava, e era combatida como uma epidemia. Os agentes alfandegários não teriam identificado o perigo que os dois recém-chegados representavam para as mentes da América, deixando-os passar para contagiá-las.

Todo desafio ao pensamento convencional e a crenças arraigadas é uma espécie de praga solapadora, uma ameaça à normalidade e à saúde públicas. Santo Agostinho dizia que a curiosidade era uma doença. Os que procuravam explicações para o universo e a vida além dos dogmas da Igreja ou da ciência tradicional eram portadores do vírus da discórdia, a serem espantados como se espanta qualquer praga, com barulho e fogo. As idéias de Freud e de Jung divergiram – Jung acabou derivando para um quase misticismo, literariamente mais rico mas menos conseqüente do que o que pensava Freud –, mas as descobertas dos dois significaram uma reviravolta no autoconceito da humanidade comparável ao que significou o heliocentrismo de Copérnico e as sacadas do Galileu. O homem não só não era o centro do universo conhecido como carregava dentro de si um universo desconhecido, que mal controlava. Agostinho tinha razão, a curiosidade debilitava o homem. A partir de Copérnico a curiosidade só levara o homem a ir desvendando, pouco a pouco, sua própria precariedade, cada vez mais longe de Deus.

Marx, outro pestilento, tinha proposto o determinismo histórico e a luta de classes como eventuais formadores do Novo Homem, livre da superstição religiosa e de outras tiranias. Suas idéias, e a reação às suas idéias, convulsionaram o mundo. Esta peste se disseminou com violência e foi combatida com sangrias e rezas e no fim – como também é próprio das pestes – amainou. Todas as pestes chegam ao seu máximo e recuam. A Terra há séculos não é o centro do universo, o que não impede o prestígio crescente da astrologia. O iluminismo do século dezoito parecia ser o preâmbulo de um futuro racional e prevaleceu o irracionalismo. O Novo Homem de Marx foi visto pela última vez pulando o muro para Berlim Ocidental. E as teses de Freud e Jung, que revolucionariam as relações humanas, nunca foram aplicadas nas relações que interessam, a do homem com seus instintos e a dos seus instintos com uma sociedade sadia. Foi, como as outras, uma novidade, ou uma curiosidade, que expirou.

Mas também é próprio das pestes serem reincidentes. Cedo ou tarde virá outra perturbar a paz da ignorância de Santo Agostinho. E passar.

Adaptado de: VERÍSSIMO, L. F. A peste. ZERO HORA, quinta- feira, 1º de setembro de 2011.

A relação de significado que o trecho iniciado pela conjunção e mantém com o trecho anterior do mesmo período poderia ser explicitada inserindo-se, entre vírgulas, antes de prevaleceu (l. 20), a expressão

 

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2416604 Ano: 2011
Disciplina: Português
Banca: UFRGS
Orgão: TJ-RS
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Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Há na palavra tolerância algo de condescendente, se não de desdenhoso, que incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês Paul Claudel: "Tolerância? Há casas para isso!" Isso diz muito sobre Claudel e sobre a tolerância. Tolerar as opiniões do outro acaso já não é considerá-las inferiores ou incorretas? À rigor, só podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de impedir: se as opiniões são livres(I), como devem ser, não dependem, pois, da tolerância! Daí um novo paradoxo da tolerância, que parece invalidar sua noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não podem ser toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas, celebradas.

A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na linguagem corrente, para designar a virtude que se opõe ao fanatismo, ao sectarismo, ao autoritarismo, em suma... à intolerância. Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de impedir, de condenar, de proibir. Mas esse direito que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo. Não temos razão de pensar o que pensamos? E, se temos razão, como os outros não estariam errados? E como a verdade poderia aceitar – a não ser por tolerância(II) – a existência ou a continuidade do erro? O dogmatismo sempre renasce, ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta da verdade. Por isso chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se respeito, de fato, ou simpatia ou amor... Portanto, é a palavra que convém(III), pois o amor falta, pois a simpatia falta, pois o respeito falta.

A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; a espera de melhor, isto é, de que os homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo-nos por felizes com que eles comecem a se suportar.

Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186- 188. Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm

Considere a classificação das orações a seguir, no que concerne à relação sintática estabelecida com suas respectivas orações principais ou coordenadas.

I - se as opiniões são livres – relação de condição

II - a não ser por tolerância – relação adversativa

III - Portanto, é a palavra que convém – relação de conclusão

Quais estão corretas?

 

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