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Foram encontradas 50 questões.

3188076 Ano: 2023
Disciplina: Português
Banca: CONSULPAM
Orgão: Pref. Itaocara-RJ
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TEXTO ll

BERLIOZ DESCOBRE FAUSTO

Em 1828, Hector Berlioz, com apenas 25 anos, era já a quintessência do artista torturado: intensamente idealista, terrivelmente sensível, perpetuamente apaixonado e incrivelmente ambicioso. Ele sonhava com música onde as regras formais dessem lugar às expressões passionais. Ele queria deslumbrar audiências com o elemento surpresa e sobrecarregá-las de emoções.

Quando Berlioz leu a versão francesa de Fausto, Primeira Parte, traduzida por Gérard de Nerval, apaixonou-se imediatamente pelas histórias fantásticas, as vastas paisagens, e personagens multicores. Ele identificou-se com Fausto, que anseia transcender, rompe com as normas, e é torturado pelo amor. Naquele mesmo ano, Berlioz começou a compor música para algumas partes do poema.

Berlioz trabalhou com secções do Fausto escritas em verso: A Balada do Rei de Tule, de Margarida; a Canção do Rato, de Brander, e o Hino Pascal, entre outros. As oito cenas que ele compôs não contavam uma história contínua - na verdade, o próprio Fausto nunca apareceu nestas cenas. Berlioz simplesmente queria conjurar a atmosfera da obra de Goethe.

Berlioz publicou suas Huit Scènes de Faust (Oito Cenas de Fausto) em 1829. Esta foi assim a sua primeira obra publicada, o seu Opus 1. Mas pouco tempo depois, a apresentação de uma das cenas decepcionou o compositor. Irado, Berlioz anunciou que as suas cenas eram primitivas e queimou todas as cópias publicadas que encontrou da obra.

(Adaptado de: https://www.rtp.pt/antena2/argumentos-de-operas/letra-g/charles-goumod_1934_1935. acesso em: 17/04/2023)

"As oito cenas que ele compôs não contavam uma historia continua - na verdade, o próprio Fausto nunca apareceu nestas cenas."

O verbo sublinhado no trecho acima está conjugado no seguinte tempo e modo:

 

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3188075 Ano: 2023
Disciplina: Português
Banca: CONSULPAM
Orgão: Pref. Itaocara-RJ
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TEXTO ll

BERLIOZ DESCOBRE FAUSTO

Em 1828, Hector Berlioz, com apenas 25 anos, era já a quintessência do artista torturado: intensamente idealista, terrivelmente sensível, perpetuamente apaixonado e incrivelmente ambicioso. Ele sonhava com música onde as regras formais dessem lugar às expressões passionais. Ele queria deslumbrar audiências com o elemento surpresa e sobrecarregá-las de emoções.

Quando Berlioz leu a versão francesa de Fausto, Primeira Parte, traduzida por Gérard de Nerval, apaixonou-se imediatamente pelas histórias fantásticas, as vastas paisagens, e personagens multicores. Ele identificou-se com Fausto, que anseia transcender, rompe com as normas, e é torturado pelo amor. Naquele mesmo ano, Berlioz começou a compor música para algumas partes do poema.

Berlioz trabalhou com secções do Fausto escritas em verso: A Balada do Rei de Tule, de Margarida; a Canção do Rato, de Brander, e o Hino Pascal, entre outros. As oito cenas que ele compôs não contavam uma história contínua - na verdade, o próprio Fausto nunca apareceu nestas cenas. Berlioz simplesmente queria conjurar a atmosfera da obra de Goethe.

Berlioz publicou suas Huit Scènes de Faust (Oito Cenas de Fausto) em 1829. Esta foi assim a sua primeira obra publicada, o seu Opus 1. Mas pouco tempo depois, a apresentação de uma das cenas decepcionou o compositor. Irado, Berlioz anunciou que as suas cenas eram primitivas e queimou todas as cópias publicadas que encontrou da obra.

(Adaptado de: https://www.rtp.pt/antena2/argumentos-de-operas/letra-g/charles-goumod_1934_1935. acesso em: 17/04/2023)

A Balada do Rei de Tule.

Conforme o Acordo Ortográfico vigente, a grafia do titulo da obra mencionada no enunciado acima:

 

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3188074 Ano: 2023
Disciplina: Português
Banca: CONSULPAM
Orgão: Pref. Itaocara-RJ
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TEXTO ll

BERLIOZ DESCOBRE FAUSTO

Em 1828, Hector Berlioz, com apenas 25 anos, era já a quintessência do artista torturado: intensamente idealista, terrivelmente sensível, perpetuamente apaixonado e incrivelmente ambicioso. Ele sonhava com música onde as regras formais dessem lugar às expressões passionais. Ele queria deslumbrar audiências com o elemento surpresa e sobrecarregá-las de emoções.

Quando Berlioz leu a versão francesa de Fausto, Primeira Parte, traduzida por Gérard de Nerval, apaixonou-se imediatamente pelas histórias fantásticas, as vastas paisagens, e personagens multicores. Ele identificou-se com Fausto, que anseia transcender, rompe com as normas, e é torturado pelo amor. Naquele mesmo ano, Berlioz começou a compor música para algumas partes do poema.

Berlioz trabalhou com secções do Fausto escritas em verso: A Balada do Rei de Tule, de Margarida; a Canção do Rato, de Brander, e o Hino Pascal, entre outros. As oito cenas que ele compôs não contavam uma história contínua - na verdade, o próprio Fausto nunca apareceu nestas cenas. Berlioz simplesmente queria conjurar a atmosfera da obra de Goethe.

Berlioz publicou suas Huit Scènes de Faust (Oito Cenas de Fausto) em 1829. Esta foi assim a sua primeira obra publicada, o seu Opus 1. Mas pouco tempo depois, a apresentação de uma das cenas decepcionou o compositor. Irado, Berlioz anunciou que as suas cenas eram primitivas e queimou todas as cópias publicadas que encontrou da obra.

(Adaptado de: https://www.rtp.pt/antena2/argumentos-de-operas/letra-g/charles-goumod_1934_1935. acesso em: 17/04/2023)

Quando Berlioz leu a versão francesa de Fausto, Primeira Parte, traduzida por Gerard de Nerval, apaixonou-se imediatamente pelas histórias fantásticas as vastas paisagens e personagens multicores.

No período o termo agente da voz passiva é:

 

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3188073 Ano: 2023
Disciplina: Português
Banca: CONSULPAM
Orgão: Pref. Itaocara-RJ
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TEXTO ll

BERLIOZ DESCOBRE FAUSTO

Em 1828, Hector Berlioz, com apenas 25 anos, era já a quintessência do artista torturado: intensamente idealista, terrivelmente sensível, perpetuamente apaixonado e incrivelmente ambicioso. Ele sonhava com música onde as regras formais dessem lugar às expressões passionais. Ele queria deslumbrar audiências com o elemento surpresa e sobrecarregá-las de emoções.

Quando Berlioz leu a versão francesa de Fausto, Primeira Parte, traduzida por Gérard de Nerval, apaixonou-se imediatamente pelas histórias fantásticas, as vastas paisagens, e personagens multicores. Ele identificou-se com Fausto, que anseia transcender, rompe com as normas, e é torturado pelo amor. Naquele mesmo ano, Berlioz começou a compor música para algumas partes do poema.

Berlioz trabalhou com secções do Fausto escritas em verso: A Balada do Rei de Tule, de Margarida; a Canção do Rato, de Brander, e o Hino Pascal, entre outros. As oito cenas que ele compôs não contavam uma história contínua - na verdade, o próprio Fausto nunca apareceu nestas cenas. Berlioz simplesmente queria conjurar a atmosfera da obra de Goethe.

Berlioz publicou suas Huit Scènes de Faust (Oito Cenas de Fausto) em 1829. Esta foi assim a sua primeira obra publicada, o seu Opus 1. Mas pouco tempo depois, a apresentação de uma das cenas decepcionou o compositor. Irado, Berlioz anunciou que as suas cenas eram primitivas e queimou todas as cópias publicadas que encontrou da obra.

(Adaptado de: https://www.rtp.pt/antena2/argumentos-de-operas/letra-g/charles-goumod_1934_1935. acesso em: 17/04/2023)

Assinale a alternativa que apresenta um sinônimo para a palavra quintessência, conforme o sentido que esta palavra possui no texto ll, acima.

 

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3188072 Ano: 2023
Disciplina: Português
Banca: CONSULPAM
Orgão: Pref. Itaocara-RJ
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TEXTO 1

O IMAGINÁRIO EUROPEU, AS VISÕES SOBRE O "NOVO MUNDO" E SUAS GENTES

Nos séculos XV e XVI, quando ocorreram as grandes viagens marítimas, os europeus se depararam com realidades que eram bastante estranhas para eles. O oceano era um lugar onde reinava o imprevisível, ou seja, os navegadores não tinham certeza do que poderia acontecer, nem do que poderiam encontrar pelo caminho. As informações que eles tinham haviam sido retiradas, em sua maioria, de livros de outros navegadores, como por exemplo Nicolló Matteo, Marco Polo. Mas tais informações eram povoadas de mitos e superstições. Assim, ao partirem para as grandes viagens pelo oceano, os navegadores tinham em mente as informações de livros sobre viagens e também suas próprias crenças e mitos, que desde a Antiguidade povoavam seus pensamentos.

Essa informações míticas e supersticiosas pertenciam quase todas à tradição grega: Ctésias de Cnido, em 398 antes de Cristo, já escrevia sobre a existência de raças fantásticas como os ciápodas que possuíam um único e grande pé, os homens peludos, sem cabeça, e que tinham os olhos nos ombros, Plínio, em 77 depois de Cristo, também escrevia sobre os monstros e maravilhas que foram avistadas na Índia, como seres antropófagos (que comiam carne humana), seres andrógenos (que possuíam os dois sexos), etc.

E tais informações foram sendo adaptadas ao longo do tempo. Porém, em geral, mantiveram-se quase sem alterações até o século XVI. Dessa forma pode-se entender o fato de os navegadores europeus terem visto sereias, antípodas (criaturas com os pés virados para trás), cinocéfalos (criaturas com corpo humano e cabeça de cachorro que comiam carne humana), ciclopes (monstro caracterizado por ter um único olho no meio da testa), e outras tantas criaturas monstruosas e maravilhosas, quando viajaram por regiões desconhecidas.

O imaginário, ou seja, o conjunto das ideias e imagens que faziam parte da mentalidade dos europeus, foi projetado sobre aquilo que eles viram de diferente durante as viagens pelo mar, e também ao entrarem em contato com terras desconhecidas. Dessa forma, quando eles chegaram às terras que mais tarde chamaram de Continente Americano, tudo aquilo que havia de exuberante ou de estranho foi identificado com as imagens que já lhes eram familiares. Aquilo que já fazia parte do pensamento cotidiano dos europeus projetou-se sobre a realidade que estava diante deles e, dessa forma, eles puderam entendê-la. Foi por causa desse tipo de identificação que os europeus viram no “Novo Mundo” vários monstros e criaturas fantásticas e maravilhosas.

Foi também por causa dessa identificação que os europeus acreditaram ter chegado ao Paraíso Terrestre (que era o lugar onde se encontrava o estado original do mundo, ou seja, onde se encontravam a ausência do pecado original, a pureza e a liberdade). A natureza exuberante e os bons ares eram características que contribuíam para que o “Novo Mundo” fosse associado ao Paraíso. Comparando-se as características das novas terras com as paradisíacas e encontrando semelhanças entre elas, os europeus logo fizeram uma associação. Dessa forma, ficava mais fácil entender a existência dessas novas terras. Mas o Paraíso nem sempre foi identificado com o Novo Mundo. Ele migrava de uma região para outra, conforme os europeus iam descobrindo e conhecendo lugares novos: ele esteve no oriente, no meio do oceano, no Novo mundo etc.

Se existia a ideia de Paraíso, existia também a ideia de inferno entre os europeus contemporâneos ao período das grandes viagens marítimas. Eles eram homens profundamente religiosos e seus pensamentos eram marcados por uma constante luta entre o bem e o mal. Dessa forma, no Novo Continente não foram identificadas apenas características paradisíacas, como a vegetação exuberante, por exemplo, mas também demoníacas, os inúmeros insetos e animais peçonhentos, o forte calor e, principalmente, os costumes das gentes da terra, ou seja, dos indígenas.

Os indígenas foram também relacionados com seres que estavam presentes no imaginário dos europeus: suas características assemelhavam-se às dos “homens selvagens” que habitavam livremente os bosques, gozando de liberdade e vivendo com base em seus instintos. Todas essas características eram contrárias ao ser humano cavalheiro e cristão que os europeus tinham como modelo. Os rituais dos indígenas, suas danças, sua nudez, suas práticas sexuais, sua preguiça, seus deuses, suas práticas religiosas, foram vistos pelos europeus como ações demoníacas, sobretudo o ritual antropofágico, no qual se comia a carne humana.

Contudo, deve-se ter em mente que essas características que se atribuíam aos indígenas têm uma razão de ser, pois aqueles que escreviam sobre o modo de viver do índios tinham uma visão centrada na religiosidade e nos padrões de vida europeus. Além disso, a identificação do que existia no imaginário europeu com a realidade contribuiu para que o diferente não fosse visto realmente como era, mas sim filtrado por algo que já era conhecido e comum.

Dessa forma, pode-se perceber que os europeus não viram os indígenas como seres humanos com um modo de vida diferenciado, mas identificaram-nos com os “homens selvagens”, desclassificando seus costumes e hábitos. E, do ponto de vista espiritual, os europeus consideraram as práticas indígenas demoníacas, identificando suas ações religiosas com bruxaria, feitiçaria e outros tantos rituais anti-cristãos, que já faziam parte de sua mentalidade. Assim, eles conseguiram dar sentido à existência de seres humanos em uma região que, com base nas informações que tinham, só podia ser habitada por monstros e criaturas maravilhosas.

Pode-se, por fim, concluir que a visão que os europeus tiveram do Novo Mundo e das gentes que o habitavam estava fundamentada no imaginário europeu que era marcado pela religiosidade e pela crença em uma série de mitos e superstições. Todas as imagens que permeavam o pensamento dos europeus, entre os séculos XV e XVI, acabaram sendo associadas à realidade do Novo mundo, de forma que ele pudesse ser entendido. Assim, as ideias de bem e mal, de Paraíso e Inferno, conduziram a visão que foi lançada sobre as novas terras e aqueles que a habitavam, ora edenizando-os, ora detratando-os.

(Adaptado de: SOUZA, Wanessa de. O imaginário europeu, as visões sobre o "Novo Mundo" e suas gentes. Disponível em: https://www.fafich.ufmg.br/pae/apoio/oimaginarioeuropeuasvisoessobreonovomundoesuasgentes.pdf. Acesso em: 17/04/2023)

As sequências textuais presentes no texto são características de alguns gêneros textuais específicos.

Assinale a alternativa cujo enunciado NÃO é um gênero textual constituído pela predominância de sequências textuais como aquelas presentes no texto.

 

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3188071 Ano: 2023
Disciplina: Português
Banca: CONSULPAM
Orgão: Pref. Itaocara-RJ
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TEXTO 1

O IMAGINÁRIO EUROPEU, AS VISÕES SOBRE O "NOVO MUNDO" E SUAS GENTES

Nos séculos XV e XVI, quando ocorreram as grandes viagens marítimas, os europeus se depararam com realidades que eram bastante estranhas para eles. O oceano era um lugar onde reinava o imprevisível, ou seja, os navegadores não tinham certeza do que poderia acontecer, nem do que poderiam encontrar pelo caminho. As informações que eles tinham haviam sido retiradas, em sua maioria, de livros de outros navegadores, como por exemplo Nicolló Matteo, Marco Polo. Mas tais informações eram povoadas de mitos e superstições. Assim, ao partirem para as grandes viagens pelo oceano, os navegadores tinham em mente as informações de livros sobre viagens e também suas próprias crenças e mitos, que desde a Antiguidade povoavam seus pensamentos.

Essa informações míticas e supersticiosas pertenciam quase todas à tradição grega: Ctésias de Cnido, em 398 antes de Cristo, já escrevia sobre a existência de raças fantásticas como os ciápodas que possuíam um único e grande pé, os homens peludos, sem cabeça, e que tinham os olhos nos ombros, Plínio, em 77 depois de Cristo, também escrevia sobre os monstros e maravilhas que foram avistadas na Índia, como seres antropófagos (que comiam carne humana), seres andrógenos (que possuíam os dois sexos), etc.

E tais informações foram sendo adaptadas ao longo do tempo. Porém, em geral, mantiveram-se quase sem alterações até o século XVI. Dessa forma pode-se entender o fato de os navegadores europeus terem visto sereias, antípodas (criaturas com os pés virados para trás), cinocéfalos (criaturas com corpo humano e cabeça de cachorro que comiam carne humana), ciclopes (monstro caracterizado por ter um único olho no meio da testa), e outras tantas criaturas monstruosas e maravilhosas, quando viajaram por regiões desconhecidas.

O imaginário, ou seja, o conjunto das ideias e imagens que faziam parte da mentalidade dos europeus, foi projetado sobre aquilo que eles viram de diferente durante as viagens pelo mar, e também ao entrarem em contato com terras desconhecidas. Dessa forma, quando eles chegaram às terras que mais tarde chamaram de Continente Americano, tudo aquilo que havia de exuberante ou de estranho foi identificado com as imagens que já lhes eram familiares. Aquilo que já fazia parte do pensamento cotidiano dos europeus projetou-se sobre a realidade que estava diante deles e, dessa forma, eles puderam entendê-la. Foi por causa desse tipo de identificação que os europeus viram no “Novo Mundo” vários monstros e criaturas fantásticas e maravilhosas.

Foi também por causa dessa identificação que os europeus acreditaram ter chegado ao Paraíso Terrestre (que era o lugar onde se encontrava o estado original do mundo, ou seja, onde se encontravam a ausência do pecado original, a pureza e a liberdade). A natureza exuberante e os bons ares eram características que contribuíam para que o “Novo Mundo” fosse associado ao Paraíso. Comparando-se as características das novas terras com as paradisíacas e encontrando semelhanças entre elas, os europeus logo fizeram uma associação. Dessa forma, ficava mais fácil entender a existência dessas novas terras. Mas o Paraíso nem sempre foi identificado com o Novo Mundo. Ele migrava de uma região para outra, conforme os europeus iam descobrindo e conhecendo lugares novos: ele esteve no oriente, no meio do oceano, no Novo mundo etc.

Se existia a ideia de Paraíso, existia também a ideia de inferno entre os europeus contemporâneos ao período das grandes viagens marítimas. Eles eram homens profundamente religiosos e seus pensamentos eram marcados por uma constante luta entre o bem e o mal. Dessa forma, no Novo Continente não foram identificadas apenas características paradisíacas, como a vegetação exuberante, por exemplo, mas também demoníacas, os inúmeros insetos e animais peçonhentos, o forte calor e, principalmente, os costumes das gentes da terra, ou seja, dos indígenas.

Os indígenas foram também relacionados com seres que estavam presentes no imaginário dos europeus: suas características assemelhavam-se às dos “homens selvagens” que habitavam livremente os bosques, gozando de liberdade e vivendo com base em seus instintos. Todas essas características eram contrárias ao ser humano cavalheiro e cristão que os europeus tinham como modelo. Os rituais dos indígenas, suas danças, sua nudez, suas práticas sexuais, sua preguiça, seus deuses, suas práticas religiosas, foram vistos pelos europeus como ações demoníacas, sobretudo o ritual antropofágico, no qual se comia a carne humana.

Contudo, deve-se ter em mente que essas características que se atribuíam aos indígenas têm uma razão de ser, pois aqueles que escreviam sobre o modo de viver do índios tinham uma visão centrada na religiosidade e nos padrões de vida europeus. Além disso, a identificação do que existia no imaginário europeu com a realidade contribuiu para que o diferente não fosse visto realmente como era, mas sim filtrado por algo que já era conhecido e comum.

Dessa forma, pode-se perceber que os europeus não viram os indígenas como seres humanos com um modo de vida diferenciado, mas identificaram-nos com os “homens selvagens”, desclassificando seus costumes e hábitos. E, do ponto de vista espiritual, os europeus consideraram as práticas indígenas demoníacas, identificando suas ações religiosas com bruxaria, feitiçaria e outros tantos rituais anti-cristãos, que já faziam parte de sua mentalidade. Assim, eles conseguiram dar sentido à existência de seres humanos em uma região que, com base nas informações que tinham, só podia ser habitada por monstros e criaturas maravilhosas.

Pode-se, por fim, concluir que a visão que os europeus tiveram do Novo Mundo e das gentes que o habitavam estava fundamentada no imaginário europeu que era marcado pela religiosidade e pela crença em uma série de mitos e superstições. Todas as imagens que permeavam o pensamento dos europeus, entre os séculos XV e XVI, acabaram sendo associadas à realidade do Novo mundo, de forma que ele pudesse ser entendido. Assim, as ideias de bem e mal, de Paraíso e Inferno, conduziram a visão que foi lançada sobre as novas terras e aqueles que a habitavam, ora edenizando-os, ora detratando-os.

(Adaptado de: SOUZA, Wanessa de. O imaginário europeu, as visões sobre o "Novo Mundo" e suas gentes. Disponível em: https://www.fafich.ufmg.br/pae/apoio/oimaginarioeuropeuasvisoessobreonovomundoesuasgentes.pdf. Acesso em: 17/04/2023)

Assim, eles conseguiram dar sentido à existência de seres humanos em uma região que, com base nas informações que tinham, só podia ser habitada por monstros e criaturas maravilhosas.

Os fenômenos da língua que mencionam o emprego do sinal grave no vocábulo sublinhado acima são:

 

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3188070 Ano: 2023
Disciplina: Português
Banca: CONSULPAM
Orgão: Pref. Itaocara-RJ
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TEXTO 1

O IMAGINÁRIO EUROPEU, AS VISÕES SOBRE O "NOVO MUNDO" E SUAS GENTES

Nos séculos XV e XVI, quando ocorreram as grandes viagens marítimas, os europeus se depararam com realidades que eram bastante estranhas para eles. O oceano era um lugar onde reinava o imprevisível, ou seja, os navegadores não tinham certeza do que poderia acontecer, nem do que poderiam encontrar pelo caminho. As informações que eles tinham haviam sido retiradas, em sua maioria, de livros de outros navegadores, como por exemplo Nicolló Matteo, Marco Polo. Mas tais informações eram povoadas de mitos e superstições. Assim, ao partirem para as grandes viagens pelo oceano, os navegadores tinham em mente as informações de livros sobre viagens e também suas próprias crenças e mitos, que desde a Antiguidade povoavam seus pensamentos.

Essa informações míticas e supersticiosas pertenciam quase todas à tradição grega: Ctésias de Cnido, em 398 antes de Cristo, já escrevia sobre a existência de raças fantásticas como os ciápodas que possuíam um único e grande pé, os homens peludos, sem cabeça, e que tinham os olhos nos ombros, Plínio, em 77 depois de Cristo, também escrevia sobre os monstros e maravilhas que foram avistadas na Índia, como seres antropófagos (que comiam carne humana), seres andrógenos (que possuíam os dois sexos), etc.

E tais informações foram sendo adaptadas ao longo do tempo. Porém, em geral, mantiveram-se quase sem alterações até o século XVI. Dessa forma pode-se entender o fato de os navegadores europeus terem visto sereias, antípodas (criaturas com os pés virados para trás), cinocéfalos (criaturas com corpo humano e cabeça de cachorro que comiam carne humana), ciclopes (monstro caracterizado por ter um único olho no meio da testa), e outras tantas criaturas monstruosas e maravilhosas, quando viajaram por regiões desconhecidas.

O imaginário, ou seja, o conjunto das ideias e imagens que faziam parte da mentalidade dos europeus, foi projetado sobre aquilo que eles viram de diferente durante as viagens pelo mar, e também ao entrarem em contato com terras desconhecidas. Dessa forma, quando eles chegaram às terras que mais tarde chamaram de Continente Americano, tudo aquilo que havia de exuberante ou de estranho foi identificado com as imagens que já lhes eram familiares. Aquilo que já fazia parte do pensamento cotidiano dos europeus projetou-se sobre a realidade que estava diante deles e, dessa forma, eles puderam entendê-la. Foi por causa desse tipo de identificação que os europeus viram no “Novo Mundo” vários monstros e criaturas fantásticas e maravilhosas.

Foi também por causa dessa identificação que os europeus acreditaram ter chegado ao Paraíso Terrestre (que era o lugar onde se encontrava o estado original do mundo, ou seja, onde se encontravam a ausência do pecado original, a pureza e a liberdade). A natureza exuberante e os bons ares eram características que contribuíam para que o “Novo Mundo” fosse associado ao Paraíso. Comparando-se as características das novas terras com as paradisíacas e encontrando semelhanças entre elas, os europeus logo fizeram uma associação. Dessa forma, ficava mais fácil entender a existência dessas novas terras. Mas o Paraíso nem sempre foi identificado com o Novo Mundo. Ele migrava de uma região para outra, conforme os europeus iam descobrindo e conhecendo lugares novos: ele esteve no oriente, no meio do oceano, no Novo mundo etc.

Se existia a ideia de Paraíso, existia também a ideia de inferno entre os europeus contemporâneos ao período das grandes viagens marítimas. Eles eram homens profundamente religiosos e seus pensamentos eram marcados por uma constante luta entre o bem e o mal. Dessa forma, no Novo Continente não foram identificadas apenas características paradisíacas, como a vegetação exuberante, por exemplo, mas também demoníacas, os inúmeros insetos e animais peçonhentos, o forte calor e, principalmente, os costumes das gentes da terra, ou seja, dos indígenas.

Os indígenas foram também relacionados com seres que estavam presentes no imaginário dos europeus: suas características assemelhavam-se às dos “homens selvagens” que habitavam livremente os bosques, gozando de liberdade e vivendo com base em seus instintos. Todas essas características eram contrárias ao ser humano cavalheiro e cristão que os europeus tinham como modelo. Os rituais dos indígenas, suas danças, sua nudez, suas práticas sexuais, sua preguiça, seus deuses, suas práticas religiosas, foram vistos pelos europeus como ações demoníacas, sobretudo o ritual antropofágico, no qual se comia a carne humana.

Contudo, deve-se ter em mente que essas características que se atribuíam aos indígenas têm uma razão de ser, pois aqueles que escreviam sobre o modo de viver do índios tinham uma visão centrada na religiosidade e nos padrões de vida europeus. Além disso, a identificação do que existia no imaginário europeu com a realidade contribuiu para que o diferente não fosse visto realmente como era, mas sim filtrado por algo que já era conhecido e comum.

Dessa forma, pode-se perceber que os europeus não viram os indígenas como seres humanos com um modo de vida diferenciado, mas identificaram-nos com os “homens selvagens”, desclassificando seus costumes e hábitos. E, do ponto de vista espiritual, os europeus consideraram as práticas indígenas demoníacas, identificando suas ações religiosas com bruxaria, feitiçaria e outros tantos rituais anti-cristãos, que já faziam parte de sua mentalidade. Assim, eles conseguiram dar sentido à existência de seres humanos em uma região que, com base nas informações que tinham, só podia ser habitada por monstros e criaturas maravilhosas.

Pode-se, por fim, concluir que a visão que os europeus tiveram do Novo Mundo e das gentes que o habitavam estava fundamentada no imaginário europeu que era marcado pela religiosidade e pela crença em uma série de mitos e superstições. Todas as imagens que permeavam o pensamento dos europeus, entre os séculos XV e XVI, acabaram sendo associadas à realidade do Novo mundo, de forma que ele pudesse ser entendido. Assim, as ideias de bem e mal, de Paraíso e Inferno, conduziram a visão que foi lançada sobre as novas terras e aqueles que a habitavam, ora edenizando-os, ora detratando-os.

(Adaptado de: SOUZA, Wanessa de. O imaginário europeu, as visões sobre o "Novo Mundo" e suas gentes. Disponível em: https://www.fafich.ufmg.br/pae/apoio/oimaginarioeuropeuasvisoessobreonovomundoesuasgentes.pdf. Acesso em: 17/04/2023)

“Se existia a ideia de Paraiso existia também a ideia de Inferno entre os europeus contemporâneos ao período das grandes viagens marítimas.

Assinale a alternativa cujo período composto apresenta o mesmo sentido do enunciado reportado acima.

 

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TEXTO 1

O IMAGINÁRIO EUROPEU, AS VISÕES SOBRE O "NOVO MUNDO" E SUAS GENTES

Nos séculos XV e XVI, quando ocorreram as grandes viagens marítimas, os europeus se depararam com realidades que eram bastante estranhas para eles. O oceano era um lugar onde reinava o imprevisível, ou seja, os navegadores não tinham certeza do que poderia acontecer, nem do que poderiam encontrar pelo caminho. As informações que eles tinham haviam sido retiradas, em sua maioria, de livros de outros navegadores, como por exemplo Nicolló Matteo, Marco Polo. Mas tais informações eram povoadas de mitos e superstições. Assim, ao partirem para as grandes viagens pelo oceano, os navegadores tinham em mente as informações de livros sobre viagens e também suas próprias crenças e mitos, que desde a Antiguidade povoavam seus pensamentos.

Essa informações míticas e supersticiosas pertenciam quase todas à tradição grega: Ctésias de Cnido, em 398 antes de Cristo, já escrevia sobre a existência de raças fantásticas como os ciápodas que possuíam um único e grande pé, os homens peludos, sem cabeça, e que tinham os olhos nos ombros, Plínio, em 77 depois de Cristo, também escrevia sobre os monstros e maravilhas que foram avistadas na Índia, como seres antropófagos (que comiam carne humana), seres andrógenos (que possuíam os dois sexos), etc.

E tais informações foram sendo adaptadas ao longo do tempo. Porém, em geral, mantiveram-se quase sem alterações até o século XVI. Dessa forma pode-se entender o fato de os navegadores europeus terem visto sereias, antípodas (criaturas com os pés virados para trás), cinocéfalos (criaturas com corpo humano e cabeça de cachorro que comiam carne humana), ciclopes (monstro caracterizado por ter um único olho no meio da testa), e outras tantas criaturas monstruosas e maravilhosas, quando viajaram por regiões desconhecidas.

O imaginário, ou seja, o conjunto das ideias e imagens que faziam parte da mentalidade dos europeus, foi projetado sobre aquilo que eles viram de diferente durante as viagens pelo mar, e também ao entrarem em contato com terras desconhecidas. Dessa forma, quando eles chegaram às terras que mais tarde chamaram de Continente Americano, tudo aquilo que havia de exuberante ou de estranho foi identificado com as imagens que já lhes eram familiares. Aquilo que já fazia parte do pensamento cotidiano dos europeus projetou-se sobre a realidade que estava diante deles e, dessa forma, eles puderam entendê-la. Foi por causa desse tipo de identificação que os europeus viram no “Novo Mundo” vários monstros e criaturas fantásticas e maravilhosas.

Foi também por causa dessa identificação que os europeus acreditaram ter chegado ao Paraíso Terrestre (que era o lugar onde se encontrava o estado original do mundo, ou seja, onde se encontravam a ausência do pecado original, a pureza e a liberdade). A natureza exuberante e os bons ares eram características que contribuíam para que o “Novo Mundo” fosse associado ao Paraíso. Comparando-se as características das novas terras com as paradisíacas e encontrando semelhanças entre elas, os europeus logo fizeram uma associação. Dessa forma, ficava mais fácil entender a existência dessas novas terras. Mas o Paraíso nem sempre foi identificado com o Novo Mundo. Ele migrava de uma região para outra, conforme os europeus iam descobrindo e conhecendo lugares novos: ele esteve no oriente, no meio do oceano, no Novo mundo etc.

Se existia a ideia de Paraíso, existia também a ideia de inferno entre os europeus contemporâneos ao período das grandes viagens marítimas. Eles eram homens profundamente religiosos e seus pensamentos eram marcados por uma constante luta entre o bem e o mal. Dessa forma, no Novo Continente não foram identificadas apenas características paradisíacas, como a vegetação exuberante, por exemplo, mas também demoníacas, os inúmeros insetos e animais peçonhentos, o forte calor e, principalmente, os costumes das gentes da terra, ou seja, dos indígenas.

Os indígenas foram também relacionados com seres que estavam presentes no imaginário dos europeus: suas características assemelhavam-se às dos “homens selvagens” que habitavam livremente os bosques, gozando de liberdade e vivendo com base em seus instintos. Todas essas características eram contrárias ao ser humano cavalheiro e cristão que os europeus tinham como modelo. Os rituais dos indígenas, suas danças, sua nudez, suas práticas sexuais, sua preguiça, seus deuses, suas práticas religiosas, foram vistos pelos europeus como ações demoníacas, sobretudo o ritual antropofágico, no qual se comia a carne humana.

Contudo, deve-se ter em mente que essas características que se atribuíam aos indígenas têm uma razão de ser, pois aqueles que escreviam sobre o modo de viver do índios tinham uma visão centrada na religiosidade e nos padrões de vida europeus. Além disso, a identificação do que existia no imaginário europeu com a realidade contribuiu para que o diferente não fosse visto realmente como era, mas sim filtrado por algo que já era conhecido e comum.

Dessa forma, pode-se perceber que os europeus não viram os indígenas como seres humanos com um modo de vida diferenciado, mas identificaram-nos com os “homens selvagens”, desclassificando seus costumes e hábitos. E, do ponto de vista espiritual, os europeus consideraram as práticas indígenas demoníacas, identificando suas ações religiosas com bruxaria, feitiçaria e outros tantos rituais anti-cristãos, que já faziam parte de sua mentalidade. Assim, eles conseguiram dar sentido à existência de seres humanos em uma região que, com base nas informações que tinham, só podia ser habitada por monstros e criaturas maravilhosas.

Pode-se, por fim, concluir que a visão que os europeus tiveram do Novo Mundo e das gentes que o habitavam estava fundamentada no imaginário europeu que era marcado pela religiosidade e pela crença em uma série de mitos e superstições. Todas as imagens que permeavam o pensamento dos europeus, entre os séculos XV e XVI, acabaram sendo associadas à realidade do Novo mundo, de forma que ele pudesse ser entendido. Assim, as ideias de bem e mal, de Paraíso e Inferno, conduziram a visão que foi lançada sobre as novas terras e aqueles que a habitavam, ora edenizando-os, ora detratando-os.

(Adaptado de: SOUZA, Wanessa de. O imaginário europeu, as visões sobre o "Novo Mundo" e suas gentes. Disponível em: https://www.fafich.ufmg.br/pae/apoio/oimaginarioeuropeuasvisoessobreonovomundoesuasgentes.pdf. Acesso em: 17/04/2023)

"As informações que eles tinham haviam sido retiradas, em sua maioria, de livros de outros navegadores, como por exemplo, Nicolló Matteo, Marco Polo.".

Assinale a alternativa que apresenta a classe de palavras qual pertence o vocábulo sublinhado no trecho acima.

 

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3188068 Ano: 2023
Disciplina: Português
Banca: CONSULPAM
Orgão: Pref. Itaocara-RJ
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TEXTO 1

O IMAGINÁRIO EUROPEU, AS VISÕES SOBRE O "NOVO MUNDO" E SUAS GENTES

Nos séculos XV e XVI, quando ocorreram as grandes viagens marítimas, os europeus se depararam com realidades que eram bastante estranhas para eles. O oceano era um lugar onde reinava o imprevisível, ou seja, os navegadores não tinham certeza do que poderia acontecer, nem do que poderiam encontrar pelo caminho. As informações que eles tinham haviam sido retiradas, em sua maioria, de livros de outros navegadores, como por exemplo Nicolló Matteo, Marco Polo. Mas tais informações eram povoadas de mitos e superstições. Assim, ao partirem para as grandes viagens pelo oceano, os navegadores tinham em mente as informações de livros sobre viagens e também suas próprias crenças e mitos, que desde a Antiguidade povoavam seus pensamentos.

Essa informações míticas e supersticiosas pertenciam quase todas à tradição grega: Ctésias de Cnido, em 398 antes de Cristo, já escrevia sobre a existência de raças fantásticas como os ciápodas que possuíam um único e grande pé, os homens peludos, sem cabeça, e que tinham os olhos nos ombros, Plínio, em 77 depois de Cristo, também escrevia sobre os monstros e maravilhas que foram avistadas na Índia, como seres antropófagos (que comiam carne humana), seres andrógenos (que possuíam os dois sexos), etc.

E tais informações foram sendo adaptadas ao longo do tempo. Porém, em geral, mantiveram-se quase sem alterações até o século XVI. Dessa forma pode-se entender o fato de os navegadores europeus terem visto sereias, antípodas (criaturas com os pés virados para trás), cinocéfalos (criaturas com corpo humano e cabeça de cachorro que comiam carne humana), ciclopes (monstro caracterizado por ter um único olho no meio da testa), e outras tantas criaturas monstruosas e maravilhosas, quando viajaram por regiões desconhecidas.

O imaginário, ou seja, o conjunto das ideias e imagens que faziam parte da mentalidade dos europeus, foi projetado sobre aquilo que eles viram de diferente durante as viagens pelo mar, e também ao entrarem em contato com terras desconhecidas. Dessa forma, quando eles chegaram às terras que mais tarde chamaram de Continente Americano, tudo aquilo que havia de exuberante ou de estranho foi identificado com as imagens que já lhes eram familiares. Aquilo que já fazia parte do pensamento cotidiano dos europeus projetou-se sobre a realidade que estava diante deles e, dessa forma, eles puderam entendê-la. Foi por causa desse tipo de identificação que os europeus viram no “Novo Mundo” vários monstros e criaturas fantásticas e maravilhosas.

Foi também por causa dessa identificação que os europeus acreditaram ter chegado ao Paraíso Terrestre (que era o lugar onde se encontrava o estado original do mundo, ou seja, onde se encontravam a ausência do pecado original, a pureza e a liberdade). A natureza exuberante e os bons ares eram características que contribuíam para que o “Novo Mundo” fosse associado ao Paraíso. Comparando-se as características das novas terras com as paradisíacas e encontrando semelhanças entre elas, os europeus logo fizeram uma associação. Dessa forma, ficava mais fácil entender a existência dessas novas terras. Mas o Paraíso nem sempre foi identificado com o Novo Mundo. Ele migrava de uma região para outra, conforme os europeus iam descobrindo e conhecendo lugares novos: ele esteve no oriente, no meio do oceano, no Novo mundo etc.

Se existia a ideia de Paraíso, existia também a ideia de inferno entre os europeus contemporâneos ao período das grandes viagens marítimas. Eles eram homens profundamente religiosos e seus pensamentos eram marcados por uma constante luta entre o bem e o mal. Dessa forma, no Novo Continente não foram identificadas apenas características paradisíacas, como a vegetação exuberante, por exemplo, mas também demoníacas, os inúmeros insetos e animais peçonhentos, o forte calor e, principalmente, os costumes das gentes da terra, ou seja, dos indígenas.

Os indígenas foram também relacionados com seres que estavam presentes no imaginário dos europeus: suas características assemelhavam-se às dos “homens selvagens” que habitavam livremente os bosques, gozando de liberdade e vivendo com base em seus instintos. Todas essas características eram contrárias ao ser humano cavalheiro e cristão que os europeus tinham como modelo. Os rituais dos indígenas, suas danças, sua nudez, suas práticas sexuais, sua preguiça, seus deuses, suas práticas religiosas, foram vistos pelos europeus como ações demoníacas, sobretudo o ritual antropofágico, no qual se comia a carne humana.

Contudo, deve-se ter em mente que essas características que se atribuíam aos indígenas têm uma razão de ser, pois aqueles que escreviam sobre o modo de viver do índios tinham uma visão centrada na religiosidade e nos padrões de vida europeus. Além disso, a identificação do que existia no imaginário europeu com a realidade contribuiu para que o diferente não fosse visto realmente como era, mas sim filtrado por algo que já era conhecido e comum.

Dessa forma, pode-se perceber que os europeus não viram os indígenas como seres humanos com um modo de vida diferenciado, mas identificaram-nos com os “homens selvagens”, desclassificando seus costumes e hábitos. E, do ponto de vista espiritual, os europeus consideraram as práticas indígenas demoníacas, identificando suas ações religiosas com bruxaria, feitiçaria e outros tantos rituais anti-cristãos, que já faziam parte de sua mentalidade. Assim, eles conseguiram dar sentido à existência de seres humanos em uma região que, com base nas informações que tinham, só podia ser habitada por monstros e criaturas maravilhosas.

Pode-se, por fim, concluir que a visão que os europeus tiveram do Novo Mundo e das gentes que o habitavam estava fundamentada no imaginário europeu que era marcado pela religiosidade e pela crença em uma série de mitos e superstições. Todas as imagens que permeavam o pensamento dos europeus, entre os séculos XV e XVI, acabaram sendo associadas à realidade do Novo mundo, de forma que ele pudesse ser entendido. Assim, as ideias de bem e mal, de Paraíso e Inferno, conduziram a visão que foi lançada sobre as novas terras e aqueles que a habitavam, ora edenizando-os, ora detratando-os.

(Adaptado de: SOUZA, Wanessa de. O imaginário europeu, as visões sobre o "Novo Mundo" e suas gentes. Disponível em: https://www.fafich.ufmg.br/pae/apoio/oimaginarioeuropeuasvisoessobreonovomundoesuasgentes.pdf. Acesso em: 17/04/2023)

Dá-se o nome de sequências textuais às unidades linguístico-textuais básicas (prototípicas) que organizadas segundo uma ordem mais ou menos estável, estruturam os gêneros textuais. Nesse sentido, a predominância de um determinado tipo de sequência textual caracteriza o próprio gênero. Tendo em vista essa conceituação, pode-se afirmar que o texto acima NÃO apresenta a seguinte sequência textual:

 

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3188117 Ano: 2023
Disciplina: Enfermagem
Banca: CONSULPAM
Orgão: Pref. Itaocara-RJ
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Segundo a conduta adequada em caso de obstrução de vias áreas por corpos estranhos, analise as alternativas a seguir e assinale e CORRETA:

Questão Anulada

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