Foram encontradas 30 questões.
Leia o texto abaixo e, em seguida, responda à questão pertinente:
Mila
(Carlos Heitor Cony)
Era pouco mais do que minha mão: por isso eu
precisei das duas para segurá-la, 13 anos atrás. E, como
eu não tinha muito jeito, encostei-a ao peito para que ela
não caísse, simples apoio nessa primeira vez. Gostei desse
calor e acredito que ela também. Dias depois, quando
abriu os olhinhos, olhou-me fundamente: escolheu-me
para dono. Pior: me aceitou.
Foram 13 anos de chamego e encanto. Dormimos
muitas noites juntos, a patinha dela em cima do meu
ombro. Tinha medo de vento. O que fazer contra o vento?
Amá-la – foi a resposta, e acredito que ela entendeu
isso. Formamos, ela e eu, uma dupla dinâmica contra as
ciladas que se armam. E também contra aqueles que não
aceitam os que se amam. Quando meu pai morreu, ela se
chegou, solidária, encostou sua cabeça em meus joelhos,
não exigiu a minha festa, não queria disputar espaço, ser
maior do que a minha tristeza.
Tendo-a ao meu lado, eu perdi o medo do mundo e
do vento. E ela teve uma ninhada de nove filhotes, escolhi
uma de suas filhinhas e nossa dupla ficou mais dupla
porque passamos a ser três. E passeávamos pela Lagoa,
com a idade ela adquiriu “fumos fidalgos”, como o Dom
Casmurro, de Machado de Assis. Era uma lady, uma
rainha de Sabá numa liteira inundada de sol e
transportada por súditos imaginários.
No sábado, olhando-me nos olhos, com seus
olhinhos cor de mel, bonita como nunca, mais que amada
de todas, deixou que eu a beijasse chorando. Talvez ela
tenha compreendido. Bem maior do que minha mão, bem
maior do que o meu peito, levei-a até o fim.
Eu me considerava um profissional decente. Até
semana passada, houvesse o que houvesse, procurava
cumprir o dever dentro de minhas limitações. Não foi
possível chegar ao gabinete onde, quietinha, deitada a
meus pés, esperava que eu acabasse a crônica para ficar
com ela.
Até o último momento, olhou para mim, me
acolhendo e me aceitando. Levei-a, em meus braços,
apoiada em meu peito. Apertei-a com força, sabendo que
ela seria maior do que a saudade.
As Cem Melhores Crônicas Brasileiras / Joaquim Ferreira dos
Santos, organização e introdução. Rio de Janeiro: Objetiva,
2007. 356 p.
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(Carlos Heitor Cony)
Era pouco mais do que minha mão: por isso eu
precisei das duas para segurá-la, 13 anos atrás. E, como
eu não tinha muito jeito, encostei-a ao peito para que ela
não caísse, simples apoio nessa primeira vez. Gostei desse
calor e acredito que ela também. Dias depois, quando
abriu os olhinhos, olhou-me fundamente: escolheu-me
para dono. Pior: me aceitou.
Foram 13 anos de chamego e encanto. Dormimos
muitas noites juntos, a patinha dela em cima do meu
ombro. Tinha medo de vento. O que fazer contra o vento?
Amá-la – foi a resposta, e acredito que ela entendeu
isso. Formamos, ela e eu, uma dupla dinâmica contra as
ciladas que se armam. E também contra aqueles que não
aceitam os que se amam. Quando meu pai morreu, ela se
chegou, solidária, encostou sua cabeça em meus joelhos,
não exigiu a minha festa, não queria disputar espaço, ser
maior do que a minha tristeza.
Tendo-a ao meu lado, eu perdi o medo do mundo e
do vento. E ela teve uma ninhada de nove filhotes, escolhi
uma de suas filhinhas e nossa dupla ficou mais dupla
porque passamos a ser três. E passeávamos pela Lagoa,
com a idade ela adquiriu “fumos fidalgos”, como o Dom
Casmurro, de Machado de Assis. Era uma lady, uma
rainha de Sabá numa liteira inundada de sol e
transportada por súditos imaginários.
No sábado, olhando-me nos olhos, com seus
olhinhos cor de mel, bonita como nunca, mais que amada
de todas, deixou que eu a beijasse chorando. Talvez ela
tenha compreendido. Bem maior do que minha mão, bem
maior do que o meu peito, levei-a até o fim.
Eu me considerava um profissional decente. Até
semana passada, houvesse o que houvesse, procurava
cumprir o dever dentro de minhas limitações. Não foi
possível chegar ao gabinete onde, quietinha, deitada a
meus pés, esperava que eu acabasse a crônica para ficar
com ela.
Até o último momento, olhou para mim, me
acolhendo e me aceitando. Levei-a, em meus braços,
apoiada em meu peito. Apertei-a com força, sabendo que
ela seria maior do que a saudade.
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Santos, organização e introdução. Rio de Janeiro: Objetiva,
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Era pouco mais do que minha mão: por isso eu
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eu não tinha muito jeito, encostei-a ao peito para que ela
não caísse, simples apoio nessa primeira vez. Gostei desse
calor e acredito que ela também. Dias depois, quando
abriu os olhinhos, olhou-me fundamente: escolheu-me
para dono. Pior: me aceitou.
Foram 13 anos de chamego e encanto. Dormimos
muitas noites juntos, a patinha dela em cima do meu
ombro. Tinha medo de vento. O que fazer contra o vento?
Amá-la – foi a resposta, e acredito que ela entendeu
isso. Formamos, ela e eu, uma dupla dinâmica contra as
ciladas que se armam. E também contra aqueles que não
aceitam os que se amam. Quando meu pai morreu, ela se
chegou, solidária, encostou sua cabeça em meus joelhos,
não exigiu a minha festa, não queria disputar espaço, ser
maior do que a minha tristeza.
Tendo-a ao meu lado, eu perdi o medo do mundo e
do vento. E ela teve uma ninhada de nove filhotes, escolhi
uma de suas filhinhas e nossa dupla ficou mais dupla
porque passamos a ser três. E passeávamos pela Lagoa,
com a idade ela adquiriu “fumos fidalgos”, como o Dom
Casmurro, de Machado de Assis. Era uma lady, uma
rainha de Sabá numa liteira inundada de sol e
transportada por súditos imaginários.
No sábado, olhando-me nos olhos, com seus
olhinhos cor de mel, bonita como nunca, mais que amada
de todas, deixou que eu a beijasse chorando. Talvez ela
tenha compreendido. Bem maior do que minha mão, bem
maior do que o meu peito, levei-a até o fim.
Eu me considerava um profissional decente. Até
semana passada, houvesse o que houvesse, procurava
cumprir o dever dentro de minhas limitações. Não foi
possível chegar ao gabinete onde, quietinha, deitada a
meus pés, esperava que eu acabasse a crônica para ficar
com ela.
Até o último momento, olhou para mim, me
acolhendo e me aceitando. Levei-a, em meus braços,
apoiada em meu peito. Apertei-a com força, sabendo que
ela seria maior do que a saudade.
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eu não tinha muito jeito, encostei-a ao peito para que ela
não caísse, simples apoio nessa primeira vez. Gostei desse
calor e acredito que ela também. Dias depois, quando
abriu os olhinhos, olhou-me fundamente: escolheu-me
para dono. Pior: me aceitou.
Foram 13 anos de chamego e encanto. Dormimos
muitas noites juntos, a patinha dela em cima do meu
ombro. Tinha medo de vento. O que fazer contra o vento?
Amá-la – foi a resposta, e acredito que ela entendeu
isso. Formamos, ela e eu, uma dupla dinâmica contra as
ciladas que se armam. E também contra aqueles que não
aceitam os que se amam. Quando meu pai morreu, ela se
chegou, solidária, encostou sua cabeça em meus joelhos,
não exigiu a minha festa, não queria disputar espaço, ser
maior do que a minha tristeza.
Tendo-a ao meu lado, eu perdi o medo do mundo e
do vento. E ela teve uma ninhada de nove filhotes, escolhi
uma de suas filhinhas e nossa dupla ficou mais dupla
porque passamos a ser três. E passeávamos pela Lagoa,
com a idade ela adquiriu “fumos fidalgos”, como o Dom
Casmurro, de Machado de Assis. Era uma lady, uma
rainha de Sabá numa liteira inundada de sol e
transportada por súditos imaginários.
No sábado, olhando-me nos olhos, com seus
olhinhos cor de mel, bonita como nunca, mais que amada
de todas, deixou que eu a beijasse chorando. Talvez ela
tenha compreendido. Bem maior do que minha mão, bem
maior do que o meu peito, levei-a até o fim.
Eu me considerava um profissional decente. Até
semana passada, houvesse o que houvesse, procurava
cumprir o dever dentro de minhas limitações. Não foi
possível chegar ao gabinete onde, quietinha, deitada a
meus pés, esperava que eu acabasse a crônica para ficar
com ela.
Até o último momento, olhou para mim, me
acolhendo e me aceitando. Levei-a, em meus braços,
apoiada em meu peito. Apertei-a com força, sabendo que
ela seria maior do que a saudade.
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eu não tinha muito jeito, encostei-a ao peito para que ela
não caísse, simples apoio nessa primeira vez. Gostei desse
calor e acredito que ela também. Dias depois, quando
abriu os olhinhos, olhou-me fundamente: escolheu-me
para dono. Pior: me aceitou.
Foram 13 anos de chamego e encanto. Dormimos
muitas noites juntos, a patinha dela em cima do meu
ombro. Tinha medo de vento. O que fazer contra o vento?
Amá-la – foi a resposta, e acredito que ela entendeu
isso. Formamos, ela e eu, uma dupla dinâmica contra as
ciladas que se armam. E também contra aqueles que não
aceitam os que se amam. Quando meu pai morreu, ela se
chegou, solidária, encostou sua cabeça em meus joelhos,
não exigiu a minha festa, não queria disputar espaço, ser
maior do que a minha tristeza.
Tendo-a ao meu lado, eu perdi o medo do mundo e
do vento. E ela teve uma ninhada de nove filhotes, escolhi
uma de suas filhinhas e nossa dupla ficou mais dupla
porque passamos a ser três. E passeávamos pela Lagoa,
com a idade ela adquiriu “fumos fidalgos”, como o Dom
Casmurro, de Machado de Assis. Era uma lady, uma
rainha de Sabá numa liteira inundada de sol e
transportada por súditos imaginários.
No sábado, olhando-me nos olhos, com seus
olhinhos cor de mel, bonita como nunca, mais que amada
de todas, deixou que eu a beijasse chorando. Talvez ela
tenha compreendido. Bem maior do que minha mão, bem
maior do que o meu peito, levei-a até o fim.
Eu me considerava um profissional decente. Até
semana passada, houvesse o que houvesse, procurava
cumprir o dever dentro de minhas limitações. Não foi
possível chegar ao gabinete onde, quietinha, deitada a
meus pés, esperava que eu acabasse a crônica para ficar
com ela.
Até o último momento, olhou para mim, me
acolhendo e me aceitando. Levei-a, em meus braços,
apoiada em meu peito. Apertei-a com força, sabendo que
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A passagem a seguir servirá de base para a próxima questão:
“No sábado, olhando-me nos olhos, com seus olhinhos cor de mel, bonita como nunca, mais que amada de todas, deixou que eu a beijasse chorando.”
O emprego do grau diminutivo na palavra “olhinhos” indica:
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eu não tinha muito jeito, encostei-a ao peito para que ela
não caísse, simples apoio nessa primeira vez. Gostei desse
calor e acredito que ela também. Dias depois, quando
abriu os olhinhos, olhou-me fundamente: escolheu-me
para dono. Pior: me aceitou.
Foram 13 anos de chamego e encanto. Dormimos
muitas noites juntos, a patinha dela em cima do meu
ombro. Tinha medo de vento. O que fazer contra o vento?
Amá-la – foi a resposta, e acredito que ela entendeu
isso. Formamos, ela e eu, uma dupla dinâmica contra as
ciladas que se armam. E também contra aqueles que não
aceitam os que se amam. Quando meu pai morreu, ela se
chegou, solidária, encostou sua cabeça em meus joelhos,
não exigiu a minha festa, não queria disputar espaço, ser
maior do que a minha tristeza.
Tendo-a ao meu lado, eu perdi o medo do mundo e
do vento. E ela teve uma ninhada de nove filhotes, escolhi
uma de suas filhinhas e nossa dupla ficou mais dupla
porque passamos a ser três. E passeávamos pela Lagoa,
com a idade ela adquiriu “fumos fidalgos”, como o Dom
Casmurro, de Machado de Assis. Era uma lady, uma
rainha de Sabá numa liteira inundada de sol e
transportada por súditos imaginários.
No sábado, olhando-me nos olhos, com seus
olhinhos cor de mel, bonita como nunca, mais que amada
de todas, deixou que eu a beijasse chorando. Talvez ela
tenha compreendido. Bem maior do que minha mão, bem
maior do que o meu peito, levei-a até o fim.
Eu me considerava um profissional decente. Até
semana passada, houvesse o que houvesse, procurava
cumprir o dever dentro de minhas limitações. Não foi
possível chegar ao gabinete onde, quietinha, deitada a
meus pés, esperava que eu acabasse a crônica para ficar
com ela.
Até o último momento, olhou para mim, me
acolhendo e me aceitando. Levei-a, em meus braços,
apoiada em meu peito. Apertei-a com força, sabendo que
ela seria maior do que a saudade.
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2007. 356 p.
De acordo com a aplicação das normas constantes do sistema ortográfico da língua portuguesa, as palavras destacadas “beijasse” e “chorando”, respectivamente, contêm:
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eu não tinha muito jeito, encostei-a ao peito para que ela
não caísse, simples apoio nessa primeira vez. Gostei desse
calor e acredito que ela também. Dias depois, quando
abriu os olhinhos, olhou-me fundamente: escolheu-me
para dono. Pior: me aceitou.
Foram 13 anos de chamego e encanto. Dormimos
muitas noites juntos, a patinha dela em cima do meu
ombro. Tinha medo de vento. O que fazer contra o vento?
Amá-la – foi a resposta, e acredito que ela entendeu
isso. Formamos, ela e eu, uma dupla dinâmica contra as
ciladas que se armam. E também contra aqueles que não
aceitam os que se amam. Quando meu pai morreu, ela se
chegou, solidária, encostou sua cabeça em meus joelhos,
não exigiu a minha festa, não queria disputar espaço, ser
maior do que a minha tristeza.
Tendo-a ao meu lado, eu perdi o medo do mundo e
do vento. E ela teve uma ninhada de nove filhotes, escolhi
uma de suas filhinhas e nossa dupla ficou mais dupla
porque passamos a ser três. E passeávamos pela Lagoa,
com a idade ela adquiriu “fumos fidalgos”, como o Dom
Casmurro, de Machado de Assis. Era uma lady, uma
rainha de Sabá numa liteira inundada de sol e
transportada por súditos imaginários.
No sábado, olhando-me nos olhos, com seus
olhinhos cor de mel, bonita como nunca, mais que amada
de todas, deixou que eu a beijasse chorando. Talvez ela
tenha compreendido. Bem maior do que minha mão, bem
maior do que o meu peito, levei-a até o fim.
Eu me considerava um profissional decente. Até
semana passada, houvesse o que houvesse, procurava
cumprir o dever dentro de minhas limitações. Não foi
possível chegar ao gabinete onde, quietinha, deitada a
meus pés, esperava que eu acabasse a crônica para ficar
com ela.
Até o último momento, olhou para mim, me
acolhendo e me aceitando. Levei-a, em meus braços,
apoiada em meu peito. Apertei-a com força, sabendo que
ela seria maior do que a saudade.
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2007. 356 p.
A passagem a seguir servirá de base para a próxima questão:
“Quando meu pai morreu, ela se chegou, solidária, encostou sua cabeça em meus joelhos, não exigiu a minha festa, não queria disputar espaço, ser maior do que a minha tristeza.”
Classifique a palavra “solidária” quanto à acentuação gráfica:
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eu não tinha muito jeito, encostei-a ao peito para que ela
não caísse, simples apoio nessa primeira vez. Gostei desse
calor e acredito que ela também. Dias depois, quando
abriu os olhinhos, olhou-me fundamente: escolheu-me
para dono. Pior: me aceitou.
Foram 13 anos de chamego e encanto. Dormimos
muitas noites juntos, a patinha dela em cima do meu
ombro. Tinha medo de vento. O que fazer contra o vento?
Amá-la – foi a resposta, e acredito que ela entendeu
isso. Formamos, ela e eu, uma dupla dinâmica contra as
ciladas que se armam. E também contra aqueles que não
aceitam os que se amam. Quando meu pai morreu, ela se
chegou, solidária, encostou sua cabeça em meus joelhos,
não exigiu a minha festa, não queria disputar espaço, ser
maior do que a minha tristeza.
Tendo-a ao meu lado, eu perdi o medo do mundo e
do vento. E ela teve uma ninhada de nove filhotes, escolhi
uma de suas filhinhas e nossa dupla ficou mais dupla
porque passamos a ser três. E passeávamos pela Lagoa,
com a idade ela adquiriu “fumos fidalgos”, como o Dom
Casmurro, de Machado de Assis. Era uma lady, uma
rainha de Sabá numa liteira inundada de sol e
transportada por súditos imaginários.
No sábado, olhando-me nos olhos, com seus
olhinhos cor de mel, bonita como nunca, mais que amada
de todas, deixou que eu a beijasse chorando. Talvez ela
tenha compreendido. Bem maior do que minha mão, bem
maior do que o meu peito, levei-a até o fim.
Eu me considerava um profissional decente. Até
semana passada, houvesse o que houvesse, procurava
cumprir o dever dentro de minhas limitações. Não foi
possível chegar ao gabinete onde, quietinha, deitada a
meus pés, esperava que eu acabasse a crônica para ficar
com ela.
Até o último momento, olhou para mim, me
acolhendo e me aceitando. Levei-a, em meus braços,
apoiada em meu peito. Apertei-a com força, sabendo que
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A sílaba final da palavra “tristeza” é grafada com letra Z. Considerando as palavras abaixo, indique a única palavra que NÃO é escrita assim:
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eu não tinha muito jeito, encostei-a ao peito para que ela
não caísse, simples apoio nessa primeira vez. Gostei desse
calor e acredito que ela também. Dias depois, quando
abriu os olhinhos, olhou-me fundamente: escolheu-me
para dono. Pior: me aceitou.
Foram 13 anos de chamego e encanto. Dormimos
muitas noites juntos, a patinha dela em cima do meu
ombro. Tinha medo de vento. O que fazer contra o vento?
Amá-la – foi a resposta, e acredito que ela entendeu
isso. Formamos, ela e eu, uma dupla dinâmica contra as
ciladas que se armam. E também contra aqueles que não
aceitam os que se amam. Quando meu pai morreu, ela se
chegou, solidária, encostou sua cabeça em meus joelhos,
não exigiu a minha festa, não queria disputar espaço, ser
maior do que a minha tristeza.
Tendo-a ao meu lado, eu perdi o medo do mundo e
do vento. E ela teve uma ninhada de nove filhotes, escolhi
uma de suas filhinhas e nossa dupla ficou mais dupla
porque passamos a ser três. E passeávamos pela Lagoa,
com a idade ela adquiriu “fumos fidalgos”, como o Dom
Casmurro, de Machado de Assis. Era uma lady, uma
rainha de Sabá numa liteira inundada de sol e
transportada por súditos imaginários.
No sábado, olhando-me nos olhos, com seus
olhinhos cor de mel, bonita como nunca, mais que amada
de todas, deixou que eu a beijasse chorando. Talvez ela
tenha compreendido. Bem maior do que minha mão, bem
maior do que o meu peito, levei-a até o fim.
Eu me considerava um profissional decente. Até
semana passada, houvesse o que houvesse, procurava
cumprir o dever dentro de minhas limitações. Não foi
possível chegar ao gabinete onde, quietinha, deitada a
meus pés, esperava que eu acabasse a crônica para ficar
com ela.
Até o último momento, olhou para mim, me
acolhendo e me aceitando. Levei-a, em meus braços,
apoiada em meu peito. Apertei-a com força, sabendo que
ela seria maior do que a saudade.
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A Covid-19 é uma doença provocada pelo novo
coronavírus, denominado SARS-CoV-2,
manifestando-se como um dos principais desafios
sanitários em escala global deste século. Foi
identificada pela primeira vez em dezembro de
2019 na República Popular da China. Possui alto
padrão de transmissibilidade com considerável taxa
de mortalidade, sendo definida como uma
pandemia pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) em março de 2020. Sobre o tema, julgue as
afirmativas a seguir sobre as estratégias de
prevenção à Covid-19.
I - Evitar levar as mãos ao rosto. II - Não compartilhar objetos de uso pessoal como copos e talheres. III - Promover e estar presente em aglomerações. IV - Abraçar e dar apertos de mão em pessoas do grupo de risco. V - Minimizar a gravidade da doença, considerando-a uma "gripezinha".
Estão corretas as afirmativas:
I - Evitar levar as mãos ao rosto. II - Não compartilhar objetos de uso pessoal como copos e talheres. III - Promover e estar presente em aglomerações. IV - Abraçar e dar apertos de mão em pessoas do grupo de risco. V - Minimizar a gravidade da doença, considerando-a uma "gripezinha".
Estão corretas as afirmativas:
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