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Foram encontradas 50 questões.

2253907 Ano: 2020
Disciplina: Português
Banca: Marinha
Orgão: Marinha

Tendo em vista as relações dialógicas entre os textos lI, IlI e IV, em que opção as ideias expostas apresentam perspectivas diferentes sobre o mesmo assunto?

 

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2253906 Ano: 2020
Disciplina: Português
Banca: Marinha
Orgão: Marinha

Texto IV

IDIOMA E IDENTIDADE

Na clássica história de Babel o que mais chama a atenção é, claro, a confusão dos idiomas que se instala quando Deus pune este projeto arrogante. O que fica num segundo plano é o projeto propriamente dito, o projeto da torre. É a materialização de uma blasfêmia, como a Bíblia deixa bem claro, mas é, reconheçamos, um projeto arrojado e que, aparentemente, unia toda a humanidade. Concluída, a torre de Babel representaria uma mensagem universal, uma mensagem que todos os homens entenderiam. Mensagem abominável, do ponto de vista de Jeová, mas mensagem, de qualquer modo, como é mensagem todo monumento. Essa mensagem unificadora nunca foi concluída, por causa exatamente do caos linguístico; e foi então substituída por um novo projeto comum, menos ambicioso e mais lógico: o projeto de um idioma universal de que o esperanto do doutor Zamenhoff é o grande exemplo. Dito projeto não chegou a decolar, mas caracterizou como válida a aspiração humana de união. De fato, unidade e diversidade são dois polos da nossa realidade cotidiana, como o são a globalização e a regionalização. Correspondem a duas necessidades básicas da pessoa, a necessidade de uma identidade pessoal e grupal e a necessidade de dissolver-se no todo em que se constitui a condição humana.

O Brasil é um exemplo disso. Por causa de sua extensão classicamente é conhecido como um país continental. E, sendo do tamanho de um continente, poderia ter vários idiomas, como acontece em regiões, aliás muito menores, da Europa. Não, o idioma é um só. Mas é um só diferenciado de acordo com as regiões. O linguajar do gaúcho é muito diferente do linguajar do nordestino, ou do paulista, ou do carioca. Dei-me conta disso quando escrevi o prefácio para um livro de contos do grande escritor rio-grandense-do-sul Simões Lopes Neto. Quando recebi da editora o livro, fiquei impressionado com o tamanho do glossário, que daria até um volume à parte. O que é explicável: pouca gente fora do Rio Grande do Sul sabe, por exemplo, o que é um tirador, aquele avental de couro que o gaúcho usa para conter a rês. E pouca gente usa o "tu" como pronome de segunda pessoa.

A situação poderia permanecer assim por muito tempo, talvez indefinidamente. Mas então surgem as redes de TV, e o Brasil, de sul a norte e de leste a oeste, começa a ouvir um idioma único. O resultado é a homogeneização, que chega a todo o país e põe em xeque as nuances regionais.

No Rio Grande do Sul o "tu" começa a dar lugar ao "você", primeiro nos programas de rádio e TV, logo na conversa informal. O "tu" ainda permanece nos lares e nos bares, mas quem sabe por quanto tempo? E quem imaginaria, por outro lado, a quantidade de anglicismos que, por causa do papel hegemônico dos Estados Unidos, tem penetrado na linguagem corrente?

Caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos do idioma, como caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos da humanidade, que ora levam à identidade individual/grupal ora à identidade universal. E caprichoso e imprevisível é o destino dos projetos nessa área. Os construtores da torre de Babel que o digam.

(SCLIAR, Moacyr. Idioma e identidade. Revista Língua: ano 7, nº 80, junho de 2012.)

Assinale a opção em que a linguagem se destaca por estar na forma conotativa.

 

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2253905 Ano: 2020
Disciplina: Português
Banca: Marinha
Orgão: Marinha

Texto IV

IDIOMA E IDENTIDADE

Na clássica história de Babel o que mais chama a atenção é, claro, a confusão dos idiomas que se instala quando Deus pune este projeto arrogante. O que fica num segundo plano é o projeto propriamente dito, o projeto da torre. É a materialização de uma blasfêmia, como a Bíblia deixa bem claro, mas é, reconheçamos, um projeto arrojado e que, aparentemente, unia toda a humanidade. Concluída, a torre de Babel representaria uma mensagem universal, uma mensagem que todos os homens entenderiam. Mensagem abominável, do ponto de vista de Jeová, mas mensagem, de qualquer modo, como é mensagem todo monumento. Essa mensagem unificadora nunca foi concluída, por causa exatamente do caos linguístico; e foi então substituída por um novo projeto comum, menos ambicioso e mais lógico: o projeto de um idioma universal de que o esperanto do doutor Zamenhoff é o grande exemplo. Dito projeto não chegou a decolar, mas caracterizou como válida a aspiração humana de união. De fato, unidade e diversidade são dois polos da nossa realidade cotidiana, como o são a globalização e a regionalização. Correspondem a duas necessidades básicas da pessoa, a necessidade de uma identidade pessoal e grupal e a necessidade de dissolver-se no todo em que se constitui a condição humana.

O Brasil é um exemplo disso. Por causa de sua extensão classicamente é conhecido como um país continental. E, sendo do tamanho de um continente, poderia ter vários idiomas, como acontece em regiões, aliás muito menores, da Europa. Não, o idioma é um só. Mas é um só diferenciado de acordo com as regiões. O linguajar do gaúcho é muito diferente do linguajar do nordestino, ou do paulista, ou do carioca. Dei-me conta disso quando escrevi o prefácio para um livro de contos do grande escritor rio-grandense-do-sul Simões Lopes Neto. Quando recebi da editora o livro, fiquei impressionado com o tamanho do glossário, que daria até um volume à parte. O que é explicável: pouca gente fora do Rio Grande do Sul sabe, por exemplo, o que é um tirador, aquele avental de couro que o gaúcho usa para conter a rês. E pouca gente usa o "tu" como pronome de segunda pessoa.

A situação poderia permanecer assim por muito tempo, talvez indefinidamente. Mas então surgem as redes de TV, e o Brasil, de sul a norte e de leste a oeste, começa a ouvir um idioma único. O resultado é a homogeneização, que chega a todo o país e põe em xeque as nuances regionais.

No Rio Grande do Sul o "tu" começa a dar lugar ao "você", primeiro nos programas de rádio e TV, logo na conversa informal. O "tu" ainda permanece nos lares e nos bares, mas quem sabe por quanto tempo? E quem imaginaria, por outro lado, a quantidade de anglicismos que, por causa do papel hegemônico dos Estados Unidos, tem penetrado na linguagem corrente?

Caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos do idioma, como caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos da humanidade, que ora levam à identidade individual/grupal ora à identidade universal. E caprichoso e imprevisível é o destino dos projetos nessa área. Os construtores da torre de Babel que o digam.

(SCLIAR, Moacyr. Idioma e identidade. Revista Língua: ano 7, nº 80, junho de 2012.)

Assinale a opção que apresenta corretamente a regra de acentuação para o termo em destaque no trecho.

 

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2253904 Ano: 2020
Disciplina: Português
Banca: Marinha
Orgão: Marinha

Texto IV

IDIOMA E IDENTIDADE

Na clássica história de Babel o que mais chama a atenção é, claro, a confusão dos idiomas que se instala quando Deus pune este projeto arrogante. O que fica num segundo plano é o projeto propriamente dito, o projeto da torre. É a materialização de uma blasfêmia, como a Bíblia deixa bem claro, mas é, reconheçamos, um projeto arrojado e que, aparentemente, unia toda a humanidade. Concluída, a torre de Babel representaria uma mensagem universal, uma mensagem que todos os homens entenderiam. Mensagem abominável, do ponto de vista de Jeová, mas mensagem, de qualquer modo, como é mensagem todo monumento. Essa mensagem unificadora nunca foi concluída, por causa exatamente do caos linguístico; e foi então substituída por um novo projeto comum, menos ambicioso e mais lógico: o projeto de um idioma universal de que o esperanto do doutor Zamenhoff é o grande exemplo. Dito projeto não chegou a decolar, mas caracterizou como válida a aspiração humana de união. De fato, unidade e diversidade são dois polos da nossa realidade cotidiana, como o são a globalização e a regionalização. Correspondem a duas necessidades básicas da pessoa, a necessidade de uma identidade pessoal e grupal e a necessidade de dissolver-se no todo em que se constitui a condição humana.

O Brasil é um exemplo disso. Por causa de sua extensão classicamente é conhecido como um país continental. E, sendo do tamanho de um continente, poderia ter vários idiomas, como acontece em regiões, aliás muito menores, da Europa. Não, o idioma é um só. Mas é um só diferenciado de acordo com as regiões. O linguajar do gaúcho é muito diferente do linguajar do nordestino, ou do paulista, ou do carioca. Dei-me conta disso quando escrevi o prefácio para um livro de contos do grande escritor rio-grandense-do-sul Simões Lopes Neto. Quando recebi da editora o livro, fiquei impressionado com o tamanho do glossário, que daria até um volume à parte. O que é explicável: pouca gente fora do Rio Grande do Sul sabe, por exemplo, o que é um tirador, aquele avental de couro que o gaúcho usa para conter a rês. E pouca gente usa o "tu" como pronome de segunda pessoa.

A situação poderia permanecer assim por muito tempo, talvez indefinidamente. Mas então surgem as redes de TV, e o Brasil, de sul a norte e de leste a oeste, começa a ouvir um idioma único. O resultado é a homogeneização, que chega a todo o país e põe em xeque as nuances regionais.

No Rio Grande do Sul o "tu" começa a dar lugar ao "você", primeiro nos programas de rádio e TV, logo na conversa informal. O "tu" ainda permanece nos lares e nos bares, mas quem sabe por quanto tempo? E quem imaginaria, por outro lado, a quantidade de anglicismos que, por causa do papel hegemônico dos Estados Unidos, tem penetrado na linguagem corrente?

Caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos do idioma, como caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos da humanidade, que ora levam à identidade individual/grupal ora à identidade universal. E caprichoso e imprevisível é o destino dos projetos nessa área. Os construtores da torre de Babel que o digam.

(SCLIAR, Moacyr. Idioma e identidade. Revista Língua: ano 7, nº 80, junho de 2012.)

Leia o trecho a seguir.

"Caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos do idioma, como caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos da humanidade, que ora levam à identidade individual/grupal ora à identidade universal." (5°§)

Segundo o autor, individual/grupal e respectivamente: são da exemplos da identidade identidade universal,

 

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2253903 Ano: 2020
Disciplina: Português
Banca: Marinha
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Texto IV

IDIOMA E IDENTIDADE

Na clássica história de Babel o que mais chama a atenção é, claro, a confusão dos idiomas que se instala quando Deus pune este projeto arrogante. O que fica num segundo plano é o projeto propriamente dito, o projeto da torre. É a materialização de uma blasfêmia, como a Bíblia deixa bem claro, mas é, reconheçamos, um projeto arrojado e que, aparentemente, unia toda a humanidade. Concluída, a torre de Babel representaria uma mensagem universal, uma mensagem que todos os homens entenderiam. Mensagem abominável, do ponto de vista de Jeová, mas mensagem, de qualquer modo, como é mensagem todo monumento. Essa mensagem unificadora nunca foi concluída, por causa exatamente do caos linguístico; e foi então substituída por um novo projeto comum, menos ambicioso e mais lógico: o projeto de um idioma universal de que o esperanto do doutor Zamenhoff é o grande exemplo. Dito projeto não chegou a decolar, mas caracterizou como válida a aspiração humana de união. De fato, unidade e diversidade são dois polos da nossa realidade cotidiana, como o são a globalização e a regionalização. Correspondem a duas necessidades básicas da pessoa, a necessidade de uma identidade pessoal e grupal e a necessidade de dissolver-se no todo em que se constitui a condição humana.

O Brasil é um exemplo disso. Por causa de sua extensão classicamente é conhecido como um país continental. E, sendo do tamanho de um continente, poderia ter vários idiomas, como acontece em regiões, aliás muito menores, da Europa. Não, o idioma é um só. Mas é um só diferenciado de acordo com as regiões. O linguajar do gaúcho é muito diferente do linguajar do nordestino, ou do paulista, ou do carioca. Dei-me conta disso quando escrevi o prefácio para um livro de contos do grande escritor rio-grandense-do-sul Simões Lopes Neto. Quando recebi da editora o livro, fiquei impressionado com o tamanho do glossário, que daria até um volume à parte. O que é explicável: pouca gente fora do Rio Grande do Sul sabe, por exemplo, o que é um tirador, aquele avental de couro que o gaúcho usa para conter a rês. E pouca gente usa o "tu" como pronome de segunda pessoa.

A situação poderia permanecer assim por muito tempo, talvez indefinidamente. Mas então surgem as redes de TV, e o Brasil, de sul a norte e de leste a oeste, começa a ouvir um idioma único. O resultado é a homogeneização, que chega a todo o país e põe em xeque as nuances regionais.

No Rio Grande do Sul o "tu" começa a dar lugar ao "você", primeiro nos programas de rádio e TV, logo na conversa informal. O "tu" ainda permanece nos lares e nos bares, mas quem sabe por quanto tempo? E quem imaginaria, por outro lado, a quantidade de anglicismos que, por causa do papel hegemônico dos Estados Unidos, tem penetrado na linguagem corrente?

Caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos do idioma, como caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos da humanidade, que ora levam à identidade individual/grupal ora à identidade universal. E caprichoso e imprevisível é o destino dos projetos nessa área. Os construtores da torre de Babel que o digam.

(SCLIAR, Moacyr. Idioma e identidade. Revista Língua: ano 7, nº 80, junho de 2012.)

Leia a frase a seguir.

"O linguajar do gaúcho é muito diferente do linguajar do nordestino, ou do paulista, ou do carioca." (2º§)

Que estratégia argumentativa foi empregada pelo autor na frase acima?

 

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2253902 Ano: 2020
Disciplina: Português
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Texto IV

IDIOMA E IDENTIDADE

Na clássica história de Babel o que mais chama a atenção é, claro, a confusão dos idiomas que se instala quando Deus pune este projeto arrogante. O que fica num segundo plano é o projeto propriamente dito, o projeto da torre. É a materialização de uma blasfêmia, como a Bíblia deixa bem claro, mas é, reconheçamos, um projeto arrojado e que, aparentemente, unia toda a humanidade. Concluída, a torre de Babel representaria uma mensagem universal, uma mensagem que todos os homens entenderiam. Mensagem abominável, do ponto de vista de Jeová, mas mensagem, de qualquer modo, como é mensagem todo monumento. Essa mensagem unificadora nunca foi concluída, por causa exatamente do caos linguístico; e foi então substituída por um novo projeto comum, menos ambicioso e mais lógico: o projeto de um idioma universal de que o esperanto do doutor Zamenhoff é o grande exemplo. Dito projeto não chegou a decolar, mas caracterizou como válida a aspiração humana de união. De fato, unidade e diversidade são dois polos da nossa realidade cotidiana, como o são a globalização e a regionalização. Correspondem a duas necessidades básicas da pessoa, a necessidade de uma identidade pessoal e grupal e a necessidade de dissolver-se no todo em que se constitui a condição humana.

O Brasil é um exemplo disso. Por causa de sua extensão classicamente é conhecido como um país continental. E, sendo do tamanho de um continente, poderia ter vários idiomas, como acontece em regiões, aliás muito menores, da Europa. Não, o idioma é um só. Mas é um só diferenciado de acordo com as regiões. O linguajar do gaúcho é muito diferente do linguajar do nordestino, ou do paulista, ou do carioca. Dei-me conta disso quando escrevi o prefácio para um livro de contos do grande escritor rio-grandense-do-sul Simões Lopes Neto. Quando recebi da editora o livro, fiquei impressionado com o tamanho do glossário, que daria até um volume à parte. O que é explicável: pouca gente fora do Rio Grande do Sul sabe, por exemplo, o que é um tirador, aquele avental de couro que o gaúcho usa para conter a rês. E pouca gente usa o "tu" como pronome de segunda pessoa.

A situação poderia permanecer assim por muito tempo, talvez indefinidamente. Mas então surgem as redes de TV, e o Brasil, de sul a norte e de leste a oeste, começa a ouvir um idioma único. O resultado é a homogeneização, que chega a todo o país e põe em xeque as nuances regionais.

No Rio Grande do Sul o "tu" começa a dar lugar ao "você", primeiro nos programas de rádio e TV, logo na conversa informal. O "tu" ainda permanece nos lares e nos bares, mas quem sabe por quanto tempo? E quem imaginaria, por outro lado, a quantidade de anglicismos que, por causa do papel hegemônico dos Estados Unidos, tem penetrado na linguagem corrente?

Caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos do idioma, como caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos da humanidade, que ora levam à identidade individual/grupal ora à identidade universal. E caprichoso e imprevisível é o destino dos projetos nessa área. Os construtores da torre de Babel que o digam.

(SCLIAR, Moacyr. Idioma e identidade. Revista Língua: ano 7, nº 80, junho de 2012.)

Assinale a opção em que o tipo de encadeamento estabelecido pela palavra destacada em "É a materialização de uma blasfêmia, como a Bíblia deixa bem claro [ ... ]" (1 º§) está corretamente indicado.

 

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2253901 Ano: 2020
Disciplina: Português
Banca: Marinha
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IDIOMA E IDENTIDADE

Na clássica história de Babel o que mais chama a atenção é, claro, a confusão dos idiomas que se instala quando Deus pune este projeto arrogante. O que fica num segundo plano é o projeto propriamente dito, o projeto da torre. É a materialização de uma blasfêmia, como a Bíblia deixa bem claro, mas é, reconheçamos, um projeto arrojado e que, aparentemente, unia toda a humanidade. Concluída, a torre de Babel representaria uma mensagem universal, uma mensagem que todos os homens entenderiam. Mensagem abominável, do ponto de vista de Jeová, mas mensagem, de qualquer modo, como é mensagem todo monumento. Essa mensagem unificadora nunca foi concluída, por causa exatamente do caos linguístico; e foi então substituída por um novo projeto comum, menos ambicioso e mais lógico: o projeto de um idioma universal de que o esperanto do doutor Zamenhoff é o grande exemplo. Dito projeto não chegou a decolar, mas caracterizou como válida a aspiração humana de união. De fato, unidade e diversidade são dois polos da nossa realidade cotidiana, como o são a globalização e a regionalização. Correspondem a duas necessidades básicas da pessoa, a necessidade de uma identidade pessoal e grupal e a necessidade de dissolver-se no todo em que se constitui a condição humana.

O Brasil é um exemplo disso. Por causa de sua extensão classicamente é conhecido como um país continental. E, sendo do tamanho de um continente, poderia ter vários idiomas, como acontece em regiões, aliás muito menores, da Europa. Não, o idioma é um só. Mas é um só diferenciado de acordo com as regiões. O linguajar do gaúcho é muito diferente do linguajar do nordestino, ou do paulista, ou do carioca. Dei-me conta disso quando escrevi o prefácio para um livro de contos do grande escritor rio-grandense-do-sul Simões Lopes Neto. Quando recebi da editora o livro, fiquei impressionado com o tamanho do glossário, que daria até um volume à parte. O que é explicável: pouca gente fora do Rio Grande do Sul sabe, por exemplo, o que é um tirador, aquele avental de couro que o gaúcho usa para conter a rês. E pouca gente usa o "tu" como pronome de segunda pessoa.

A situação poderia permanecer assim por muito tempo, talvez indefinidamente. Mas então surgem as redes de TV, e o Brasil, de sul a norte e de leste a oeste, começa a ouvir um idioma único. O resultado é a homogeneização, que chega a todo o país e põe em xeque as nuances regionais.

No Rio Grande do Sul o "tu" começa a dar lugar ao "você", primeiro nos programas de rádio e TV, logo na conversa informal. O "tu" ainda permanece nos lares e nos bares, mas quem sabe por quanto tempo? E quem imaginaria, por outro lado, a quantidade de anglicismos que, por causa do papel hegemônico dos Estados Unidos, tem penetrado na linguagem corrente?

Caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos do idioma, como caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos da humanidade, que ora levam à identidade individual/grupal ora à identidade universal. E caprichoso e imprevisível é o destino dos projetos nessa área. Os construtores da torre de Babel que o digam.

(SCLIAR, Moacyr. Idioma e identidade. Revista Língua: ano 7, nº 80, junho de 2012.)

Assinale a opção correta quanto à ideia referida pelo pronome destacado em: "O Brasil é um exemplo disso." (2º§) -

 

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2253900 Ano: 2020
Disciplina: Português
Banca: Marinha
Orgão: Marinha

Texto IV

IDIOMA E IDENTIDADE

Na clássica história de Babel o que mais chama a atenção é, claro, a confusão dos idiomas que se instala quando Deus pune este projeto arrogante. O que fica num segundo plano é o projeto propriamente dito, o projeto da torre. É a materialização de uma blasfêmia, como a Bíblia deixa bem claro, mas é, reconheçamos, um projeto arrojado e que, aparentemente, unia toda a humanidade. Concluída, a torre de Babel representaria uma mensagem universal, uma mensagem que todos os homens entenderiam. Mensagem abominável, do ponto de vista de Jeová, mas mensagem, de qualquer modo, como é mensagem todo monumento. Essa mensagem unificadora nunca foi concluída, por causa exatamente do caos linguístico; e foi então substituída por um novo projeto comum, menos ambicioso e mais lógico: o projeto de um idioma universal de que o esperanto do doutor Zamenhoff é o grande exemplo. Dito projeto não chegou a decolar, mas caracterizou como válida a aspiração humana de união. De fato, unidade e diversidade são dois polos da nossa realidade cotidiana, como o são a globalização e a regionalização. Correspondem a duas necessidades básicas da pessoa, a necessidade de uma identidade pessoal e grupal e a necessidade de dissolver-se no todo em que se constitui a condição humana.

O Brasil é um exemplo disso. Por causa de sua extensão classicamente é conhecido como um país continental. E, sendo do tamanho de um continente, poderia ter vários idiomas, como acontece em regiões, aliás muito menores, da Europa. Não, o idioma é um só. Mas é um só diferenciado de acordo com as regiões. O linguajar do gaúcho é muito diferente do linguajar do nordestino, ou do paulista, ou do carioca. Dei-me conta disso quando escrevi o prefácio para um livro de contos do grande escritor rio-grandense-do-sul Simões Lopes Neto. Quando recebi da editora o livro, fiquei impressionado com o tamanho do glossário, que daria até um volume à parte. O que é explicável: pouca gente fora do Rio Grande do Sul sabe, por exemplo, o que é um tirador, aquele avental de couro que o gaúcho usa para conter a rês. E pouca gente usa o "tu" como pronome de segunda pessoa.

A situação poderia permanecer assim por muito tempo, talvez indefinidamente. Mas então surgem as redes de TV, e o Brasil, de sul a norte e de leste a oeste, começa a ouvir um idioma único. O resultado é a homogeneização, que chega a todo o país e põe em xeque as nuances regionais.

No Rio Grande do Sul o "tu" começa a dar lugar ao "você", primeiro nos programas de rádio e TV, logo na conversa informal. O "tu" ainda permanece nos lares e nos bares, mas quem sabe por quanto tempo? E quem imaginaria, por outro lado, a quantidade de anglicismos que, por causa do papel hegemônico dos Estados Unidos, tem penetrado na linguagem corrente?

Caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos do idioma, como caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos da humanidade, que ora levam à identidade individual/grupal ora à identidade universal. E caprichoso e imprevisível é o destino dos projetos nessa área. Os construtores da torre de Babel que o digam.

(SCLIAR, Moacyr. Idioma e identidade. Revista Língua: ano 7, nº 80, junho de 2012.)

No trecho "Concluída, a torre de Babel representaria uma mensagem universal, uma mensagem que todos os homens entenderiam." (1°§), o termo em destaque pode ser classificado como uma oração subordinada reduzida de particípio:

 

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2253899 Ano: 2020
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Na clássica história de Babel o que mais chama a atenção é, claro, a confusão dos idiomas que se instala quando Deus pune este projeto arrogante. O que fica num segundo plano é o projeto propriamente dito, o projeto da torre. É a materialização de uma blasfêmia, como a Bíblia deixa bem claro, mas é, reconheçamos, um projeto arrojado e que, aparentemente, unia toda a humanidade. Concluída, a torre de Babel representaria uma mensagem universal, uma mensagem que todos os homens entenderiam. Mensagem abominável, do ponto de vista de Jeová, mas mensagem, de qualquer modo, como é mensagem todo monumento. Essa mensagem unificadora nunca foi concluída, por causa exatamente do caos linguístico; e foi então substituída por um novo projeto comum, menos ambicioso e mais lógico: o projeto de um idioma universal de que o esperanto do doutor Zamenhoff é o grande exemplo. Dito projeto não chegou a decolar, mas caracterizou como válida a aspiração humana de união. De fato, unidade e diversidade são dois polos da nossa realidade cotidiana, como o são a globalização e a regionalização. Correspondem a duas necessidades básicas da pessoa, a necessidade de uma identidade pessoal e grupal e a necessidade de dissolver-se no todo em que se constitui a condição humana.

O Brasil é um exemplo disso. Por causa de sua extensão classicamente é conhecido como um país continental. E, sendo do tamanho de um continente, poderia ter vários idiomas, como acontece em regiões, aliás muito menores, da Europa. Não, o idioma é um só. Mas é um só diferenciado de acordo com as regiões. O linguajar do gaúcho é muito diferente do linguajar do nordestino, ou do paulista, ou do carioca. Dei-me conta disso quando escrevi o prefácio para um livro de contos do grande escritor rio-grandense-do-sul Simões Lopes Neto. Quando recebi da editora o livro, fiquei impressionado com o tamanho do glossário, que daria até um volume à parte. O que é explicável: pouca gente fora do Rio Grande do Sul sabe, por exemplo, o que é um tirador, aquele avental de couro que o gaúcho usa para conter a rês. E pouca gente usa o "tu" como pronome de segunda pessoa.

A situação poderia permanecer assim por muito tempo, talvez indefinidamente. Mas então surgem as redes de TV, e o Brasil, de sul a norte e de leste a oeste, começa a ouvir um idioma único. O resultado é a homogeneização, que chega a todo o país e põe em xeque as nuances regionais.

No Rio Grande do Sul o "tu" começa a dar lugar ao "você", primeiro nos programas de rádio e TV, logo na conversa informal. O "tu" ainda permanece nos lares e nos bares, mas quem sabe por quanto tempo? E quem imaginaria, por outro lado, a quantidade de anglicismos que, por causa do papel hegemônico dos Estados Unidos, tem penetrado na linguagem corrente?

Caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos do idioma, como caprichosos e às vezes imprevisíveis são os caminhos da humanidade, que ora levam à identidade individual/grupal ora à identidade universal. E caprichoso e imprevisível é o destino dos projetos nessa área. Os construtores da torre de Babel que o digam.

(SCLIAR, Moacyr. Idioma e identidade. Revista Língua: ano 7, nº 80, junho de 2012.)

Assinale a opção em que predomina a função metalingu ística da linguagem.

 

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2253898 Ano: 2020
Disciplina: Português
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Texto III

A LUZ DA NOSSA LÍNGUA

O incêndio que atingiu o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, não provocou piores danos - excetuando a perda, sempre irreparável, de uma vida humana - pela simples razão de aquilo que nele se mostrava ser resistente ao fogo. A língua portuguesa é patrimônio imaterial. Não há incêndio capaz de a devorar, a não ser o da ignorância.

Inaugurado em março de 2006, o Museu da Língua Portuguesa, ou Estação Luz da Nossa Língua, teve sucesso imediato. Tal sucesso justifica-se pela qualidade da mostra principal e das exposições temporárias entretanto realizadas; o principal motivo, contudo, tem a ver simplesmente com o fato de ser tão necessário. O museu faz sucesso porque precisamos dele. O que surpreende é não ter surgido mais cedo. O que espanta é que não existam em todos os países e territórios onde se fala a nossa língua, bem como em todos os estados brasileiros, estruturas semelhantes.

Compreender como se formou e afirmou a língua que falamos, conhecer as diferentes variantes do português, ajuda-nos a perceber melhor a história do mundo e - acredito - pode tornar-nos um pouco mais abertos ao outro. O pensamento xenófobo e racista que volta e meia aflora, como uma doença repugnante, em certas franjas das sociedades brasileira e portuguesa, é, em larga medida, uma expressão da ignorância da história da língua que nos deu origem.

Acredito que existe hoje um maior conhecimento mútuo das diferentes variantes da língua portuguesa, desde logo porque as novas tecnologias tendem a derrubar fronteiras. Persiste, mesmo assim, muita ignorância. Recordo certa ocasião, há alguns anos, quando, em viagem pelo interior de Pernambuco, parei junto a um pequeno bar para pedir informações. O rapaz que me recebeu não compreendeu o meu sotaque. Repeti a mesma questão uma e outra vez, sem qualquer sucesso. Tentei de novo, mas dessa vez com o meu melhor sotaque pernambucano. O rosto do rapaz iluminou-se: "Moço, se você fala português, por que estava falando comigo em estrangeiro?".

Numa outra ocasião, no Rio, um taxista, estranhando o meu sotaque, quis saber de onde eu vinha. "Angola?! E em que estado fica isso?" Quando lhe expliquei que Angola é um país, na costa ocidental de África, fez questão de me parabenizar pela qualidade do meu português. Disse-lhe que em Angola também falamos português: "Jura?/" - retorquiu. - "Pensei que só no Brasil se falasse português".

Se nós criamos as línguas, as línguas também nos criam a nós. Não 'é a mesma coisa crescer falando português, tupi ou . swahli. Um dos meus sobrinhos, Samuel, nasceu e cresceu em Luxemburgo, filho de pai luxemburguês. Aprendeu a falar português com a mãe e luxemburguês e alemão com o pai. Como os pais falavam um com o outro em francês, domina também essa língua desde o berço. Sempre que muda do português para o alemão, e deste para o francês ou o luxemburguês, há alguma coisa em Samuel, um sutil aspecto da personalidade, que parece se alterar também. É como se coexistissem dentro dele várias pessoas, cada uma se exprimindo num idioma diferente.

Em Cabo Verde, o bilinguismo é uma situação vulgar. As pessoas falam naturalmente duas línguas maternas, o português e o crioulo. Fascina-me a forma como os cabo-verdianos cultos trocam de língua, enquanto conversam, dependendo do tema e do interlocutor. Ao mudarem do crioulo para o português, verifica-se também uma ligeira mudança de personalidade. Um cabo-verdiano ao falar português torna-se um tudo-nada mais formal. Não por acaso, a esmagadora maioria da riquíssima música cabo-verdiana usa o crioulo, ao passo que a língua portuguesa reina quase isolada na literatura.

Uma das consequências ainda menos estudadas do triunfo das redes sociais tem a ver com o regresso da comunicação escrita, e com uma maior atenção prestada aos idiomas utilizados nessa comunicação. O bom domínio da língua é uma condição cada vez mais valorizada na hora de escolher amigos e parceiros.

Espero assistir, em 2016, à reabertura do Museu da Língua Portuguesa. Espero que a tragédia que agora o atingiu, em vez de o diminuir, possa servir para chamar a atenção para a sua importância e que este ressurja - à imagem da própria língua - mais pujante e mais diverso do que nunca.

(AGUALUSA, José Eduardo. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/cultura/a-luz-da-nossa-lingua- 18371130> - texto adaptado)

A partir do exemplo apresentado por Agualusa, assinale a opção em que o parecer teórico avaliza a ideia implícita na argumentação do autor.

 

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