Infere-se do texto que há divergência, entre os países ocidentais, acerca de uma futura democracia na China. Enquanto para uns ela é uma questão de tempo, impelida pelas próprias condições econômicas, para outros há que se levar em conta as dificuldades para sua implantação devidas ao histórico desrespeito pelos direitos humanos.

A expressão “fábrica de competidores desleais”, que está presente no texto e que sintetiza um tipo de observação externa relativa aos chineses, parte do pressuposto de que baixos salários e apropriação indébita da propriedade industrial dão à China vantagens indevidas no competitivo comércio global.

O histórico desconhecimento em relação à China, um país milenar e quase sempre fechado ao exterior, talvez seja a melhor explicação para a homogeneidade de pontos de vista do Ocidente sobre esse gigante asiático, tal como demonstrado no texto.

A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, à frente de volumosa delegação de empresários, sinaliza para a importância que o Brasil confere ao grande país asiático, o que explica os esforços de ampliação da parceria — particularmente comercial — entre as duas nações.

Embora expressiva em termos absolutos, a população chinesa é demasiado pequena quando comparada à imensidão de seu território, em grande parte ainda aberto à ocupação humana, com todas as condições geográficas favoráveis para que isso ocorra.

No caso da extinta URSS, que o texto afirma ter sido o oposto do atual modelo chinês, o fracasso de sua experiência liberalizante, que levou à desintegração do país, deveu-se à insistência de seus dirigentes em não admitir qualquer abertura em seu rígido e centralizado regime político.

A “receita aparentemente milagrosa” seguida pela China, a partir de Deng Xiaoping, pode ser traduzida pela conjugação de dois fatores: liberalização econômica e preservação do controle político do país.

O silêncio do governo russo nos dias que se seguiram aos acontecimentos de Beslan, relativamente à estratégia de caça aos terroristas, levantou suspeitas — que a mídia internacional tratou de difundir — de que a fragilidade militar e financeira do país não permitiria lances mais ousados de Moscou no enfrentamento desse novo tipo de inimigo.

Ao citar o fanatismo religioso como elemento presente no episódio terrorista que ensangüentou a Ossétia do Norte, o texto se estriba no fato confirmado, ainda no calor dos acontecimentos, de que Osama bin Laden foi o mentor direto do massacre das crianças na escola de Beslan.

Circunscrito à conflagrada região do Oriente Médio, sobretudo após a invasão do Iraque liderada pelos EUA, o terrorismo internacional parece ter dado mostras de que se universaliza, como exemplifica o recente e dramático acontecimento narrado no texto.