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619790 Ano: 2018
Disciplina: Português
Banca: Consulplan
Orgão: Câm. Belo Horizonte-MG
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A gíria é a marca característica da linguagem de um grupo social.

[...]

Sendo um instrumento de agressividade no léxico, como se verá, a gíria está mais ligada à linguagem dos grupos socialmente menos favorecidos ou de oposição a um contexto social.

[...]

A língua é apenas uma entre outras formas de comportamento, um entre outros modos de realização das atividades culturais praticadas pelo grupo. Como essas formas de comportamento, a língua também varia no interior de uma sociedade, de tal maneira que os indivíduos que possuem entre si laços mais estreitos de convívio, relações de maior e mais durável intimidade, apresentam, precisamente por isso, modos de falar muito semelhantes (ou quase idênticos) que os distinguem de outros indivíduos. Quando esses comportamentos, essas marcas contribuem para a formação de uma consciência de grupo; quando os indivíduos fazem dessas marcas grupais uma forma de se auto afirmarem na sociedade, dizemos que essas marcas constituem signos de grupo. Ex.: a moda característica de grupos; a apresentação pessoal (cabelos etc.); o vocabulário gírio com que se comunicam.

No caso específico da língua ou, mais precisamente, do léxico, damos o nome de gíria de grupo ao vocabulário de grupos sociais restritos, cujo comportamento se afasta da maioria, seja pelo inusitado, seja pelo conflito que estabelecem com a sociedade. Inusitados são, por exemplo, os grupos jovens ligados à música, às diversões, aos esportes, aos pontos de encontro nos shoppings , à universidade; conflituosos, violentos são os grupos comprometidos com as drogas e o tráfico, com a prostituição, com o roubo e o crime, com o contrabando, com o ambiente das prisões etc.

[...]

Hoje, com a grande divulgação da informação, com a presença social atuante da mídia, a gíria se vulgariza muito rapidamente, assim como rapidamente se extingue e é substituída por novas formas. Essa efemeridade é uma das características mais presentes no vocabulário gírio e, de certa maneira, identifica-o com a grande mobilidade de costumes da época contemporânea. E, talvez por essa constante dinâmica é que a gíria tornou-se tão utilizada em nossos tempos. [...]

(PRETI, Dino. Revista Língua Portuguesa, São Paulo, 27 fev. 2009.)

Inusitados são, por exemplo, os grupos jovens ligados à música, às diversões, aos esportes, aos pontos de encontro nos shoppings, à universidade; conflituosos, violentos são os grupos comprometidos com as drogas e o tráfico, com a prostituição, com o roubo e o crime, com o contrabando, com o ambiente das prisões etc .” O período destacado anteriormente apresenta diferente opção de pontuação, de acordo com os critérios estabelecidos pela norma padrão da língua, em:
 

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619789 Ano: 2018
Disciplina: Português
Banca: Consulplan
Orgão: Câm. Belo Horizonte-MG

Quão rara é a Terra?

Agora que temos a certeza de que existe um número enorme de planetas com características físicas semelhantes às da Terra, vale perguntar se eles têm, de fato, a chance de abrigar formas de vida e, se tiverem, que vida seria essa.

Antes, alguns números importantes. Os melhores dados com relação à existência de outros planetas vêm do satélite da NASA Kepler , que anda buscando planetas como a Terra mapeando 100 mil estrelas na nossa região cósmica.

Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito: quando um planeta passa em frente à sua estrela (por exemplo, Vênus passando em frente ao Sol) o brilho da estrela é ligeiramente diminuído.

Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela, a diminuição do brilho e, se possível, o período da órbita (quando o planeta retorna ao seu ponto inicial), é possível determinar o tamanho e massa do planeta.

Com isso, a missão estima que cerca de 5,4% de planetas na nossa galáxia têm massa semelhante à da Terra e, possivelmente, estão na zona habitável, o que significa que a temperatura na sua superfície permite a existência de água líquida (se houver água lá).

Como sabemos que o número de estrelas na nossa galáxia é em torno de 200 bilhões, a estimativa da missão Kepler implica que devem existir em torno de 10 bilhões de planetas com dimensões semelhantes às da Terra.

Nada mal, se supusermos que basta isso para que exista vida. Porém, a situação é bem mais complexa e depende das propriedades da vida e, em particular, da história geológica do planeta.

Aqui na Terra, a vida surgiu 3,5 bilhões de anos atrás. Porém, durante aproximadamente 3 bilhões de anos, a vida aqui era constituída essencialmente de seres unicelulares, pouco sofisticados. Digamos, um planeta de amebas.

Apenas quando a atmosfera da Terra foi “oxigenada”, e isso devido à “descoberta” da fotossíntese por essas bactérias (cianobactérias, na verdade), é que seres multicelulares surgiram.

Essa mudança também gerou algo de muito importante: quando o oxigênio atmosférico sofreu a ação da radiação solar é que se formou a camada de ozônio que acaba por proteger a superfície do planeta. Sem essa proteção, a vida complexa na superfície seria inviável.

Fora isso, a Terra tem uma lua pesada, o que estabiliza o seu eixo de rotação: a Terra é como um pião que está por cair, rodopiando em torno de si mesma numa inclinação de 23,5 graus.

Esta inclinação é a responsável pelas estações do ano e por manter o clima da Terra relativamente agradável. Sem nossa Lua, o eixo de rotação teria um movimento caótico e a temperatura variaria de forma aleatória.

Juntemos a isso o campo magnético terrestre, que nos protege também da radiação solar e de outras formas de radiação letal que vêm do espaço, e o movimento das placas tectônicas, que funciona como um termostato terrestre e regula a circulação de gás carbônico na atmosfera, e vemos que são muitas as propriedades que fazem o nosso planeta especial.

Portanto, mesmo que existam outras “Terras” pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe.

(Marcelo Gleiser – Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/1172152-quao-rara-e-a-terra.shtml.)

Analise sintaticamente o período apresentado a seguir: “ Os melhores dados com relação à existência de outros planetas vêm do satélite da NASA Keple r” (2º§). Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.


(  ) “ planetas ” é o núcleo do sujeito da oração.


(  ) “ de outros planetas ” é complemento nominal de “dados”.


(  ) “ Os melhores dados com relação à existência de outros planetas ” é o sujeito da oração.


(  ) “ do satélite da NASA Kepler ” é complemento verbal do tipo objeto indireto do verbo “ vir ”.

A sequência está correta em

 

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Todos nós trazemos no corpo as marcas de uma profunda identidade com o planeta. São marcas profundas, viscerais, que não podem ser apagadas. A primeira delas é a água. O mais fundamental dos elementos está presente em nosso corpo na mesma proporção em que aparece no globo terrestre. As lágrimas que derramamos de dor ou de alegria tem o sabor dos oceanos.

A água do mar tem quase a mesma consistência do soro fisiológico. Em nosso sangue carregamos a terra, pulverizada nos sais minerais, que vitalizam tecidos e órgãos. Ferro, cálcio, manganês, zinco, que jazem nas profundezas do solo, correm pelas nossas veias.

Desde o primeiro choro, quando inauguramos as vias respiratórias e inalamos pela primeira vez o ar que enche os pulmões, participamos de um grande espetáculo da natureza, que revela em pequenos detalhes, a grandeza do universo. Nossa principal fonte de energia é o ar. Podemos suportar dias sem comer ou beber. Mas não podemos ficar tanto tempo sem ar. Enchemos os pulmões de oxigênio e devolvemos gás carbônico para a atmosfera. Esse gás é absorvido pelas espécies vegetais, que através da fotossíntese, devolvem generosamente, oxigênio. Como se vê, interagimos intensamente com o meio natural. Nos confundimos com esse meio ambiente. Somos parte dele e ele de nós.

Neste início de terceiro milênio, quando a humanidade estabelece novos recordes de destruição dos recursos naturais, perdemos o contato com a Mãe Terra e, não por acaso, com nós mesmos. Na agitação da vida moderna, vivemos encubados em casas e apartamentos, elevadores, escritórios, ônibus e carros. O tempo do relógio se sobrepõe ao tempo natural, em que cada coisa acontece na hora certa, sem angústia ou ansiedade.

Esquecemos de nos conectar ao que empresta sentido à vida, que é a própria vida em essência, com um imenso repertório de ensinamentos. Assim, deixamos de olhar para o céu e perceber como está o tempo, perder alguns segundos admirando o esplendor de uma manhã ensolarada, o prazer do vento que desgrenha os cabelos trazendo alívio e frescor, o horizonte sem limites do mar azul, a imponência das montanhas, o brilho cintilante de uma estrela que atravessa milhões de quilômetros na velocidade da luz, e que depois de driblar as nuvens e a poluição, aparece no céu sem que percebamos seu esforço heroico.

Mergulhados em afazeres mais urgentes, nos afastamos de nossa essência. Será coincidência que o avanço da destruição da natureza se dá na mesma velocidade com que registramos o crescimento das estatísticas de depressão e suicídio? É preciso refazer os elos e perceber com humildade que as pequenas coisas da vida encerram as grandes verdades da existência. O mundo está em nós e nós no mundo. O meio ambiente começa no meio da gente.

(TRIGUEIRO, André. Intimidade ecológica. Mundo Sustentável, 10 jun. 2003. Disponível em: http://mundosustentavel.com.br/2003/06/10/ intimidade-ecologica/. Acesso em janeiro de 2018.)

De acordo com a estrutura textual apresentada e seus elementos constitutivos, leia e considere as afirmativas a seguir.


I.
Pode-se notar a impessoalização da linguagem na defesa do ponto de vista e no desenvolvimento dos argumentos.


II.
A expressão “ é preciso ” em “ É preciso refazer os elos [...] ” demonstra o emprego de sujeito indeterminado para tornar a linguagem impessoal.


III.
A escolha da pessoa do discurso na construção do texto evidencia a intenção do autor de generalizar o sujeito para a adequação da linguagem no texto.

Estão corretas as afirmativas

 

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619787 Ano: 2018
Disciplina: Português
Banca: Consulplan
Orgão: Câm. Belo Horizonte-MG
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Come, meu filho

– O mundo parece chato mas eu sei que não é.

[...]

– Sabe por que parece chato? Porque, sempre que a gente olha, o céu está em cima, nunca está embaixo, nunca está de lado. Eu sei que o mundo é redondo porque disseram, mas só ia parecer redondo se a gente olhasse e às vezes o céu estivesse lá embaixo. Eu sei que é redondo, mas para mim é chato, mas Ronaldo só sabe que o mundo é redondo, para ele não parece chato.

– ...

– Porque eu estive em muitos países e vi que nos Estados Unidos o céu também é em cima, por isso o mundo parecia todo reto para mim. Mas Ronaldo nunca saiu do Brasil e pode pensar que só aqui é que o céu é lá em cima, que nos outros lugares não é chato, que só é chato no Brasil, que nos outros lugares que ele não viu vai arredondando. Quando dizem para ele, é só acreditar, pra ele nada precisa parecer. Você prefere prato fundo ou prato chato?

– Chat... raso, quer dizer.

– Eu também. No fundo, parece que cabe mais, mas é só para o fundo, no chato cabe para os lados e a gente vê logo tudo o que tem. Pepino não parece inreal?

– Irreal.

– Por que você acha?

– Se diz assim.

– Não, por que é que você também achou que pepino parece inreal? Eu também. A gente olha e vê um pouco do outro lado, é cheio de desenho bem igual, é frio na boca, faz barulho de um pouco de vidro quando se mastiga. Você não acha que pepino parece inventado?

– Parece.

– Onde foi inventado feijão com arroz?

– Aqui.

– Ou no árabe, igual que Pedrinho disse de outra coisa?

– Aqui.

– Na Sorveteria Gatão o sorvete é bom porque tem gosto igual da cor. Para você carne tem gosto de carne?

– Às vezes.

– Duvido! Só quero ver: da carne pendurada no açougue?!

– Não.

– E nem da carne que a gente fala. Não tem gosto de quando você diz que carne tem vitamina.

– Não fala tanto, come.

– Mas você está olhando desse jeito para mim, mas não é para eu comer, é porque você está gostando muito de mim, adivinhei ou errei?

– Adivinhou. Come, Paulinho.

– Você só pensa nisso. Eu falei muito para você não pensar só em comida, mas você vai e não esquece.

(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo, Círculo do livro, 1988. P. 122-124.)

Em relação à transitividade verbal demonstrada nos trechos destacados a seguir, assinale aquele que se DIFERENCIA dos demais
 

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619786 Ano: 2018
Disciplina: Português
Banca: Consulplan
Orgão: Câm. Belo Horizonte-MG
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Por Cesar Baima

14/12/2017 16:32 / Atualizado 14/12/2017 22:19

RIO — Cientistas anunciaram nesta quinta-feira a descoberta do primeiro sistema estelar com pelo menos tantos planetas quanto o nosso. Designado Kepler-90 , ele já tinha sete planetas conhecidos, aos quais os pesquisadores Andrew Vanderburg , astrônomo da Universidade do Texas, e Christopher Shallue , engenheiro de software da divisão de inteligência artificial do Google , acrescentaram mais um – totalizando oito como o Sistema Solar – graças à aplicação de um novo método de aprendizado de máquina com base em redes neurais em dados coletados durante quatro anos pelo telescópio espacial Kepler , da Nasa, em sua missão original, entre 2009 e 2013.

(Disponível em: https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/cientistas-descobrem-outro-sistema-solar-com-mesmo-numero-de-planetas-quenosso-22192254.)

Tendo em vista os argumentos utilizados por Andrew Vanderburg, astrônomo da Universidade do Texas e Christopher Shallue , engenheiro de software da divisão de inteligência artificial do Google , pode-se afirmar que

 

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619785 Ano: 2018
Disciplina: Português
Banca: Consulplan
Orgão: Câm. Belo Horizonte-MG
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Por que Marte perdeu sua água e acabou não ficando parecido com a Terra?

Embora a superfície de Marte seja hoje árida e inóspita, há bilhões de anos provavelmente estava tão coberta de água quanto a Terra.

O que provocou o desaparecimento deste recurso crucial para o desenvolvimento da vida?

Uma das teorias vigentes é de que a água sumiu do planeta vermelho quando ele perdeu o campo magnético que o protegia dos ventos solares.

No entanto, um estudo recente feito por cientistas da Universidade de Oxford , no Reino Unido, mostrou que a perda do campo magnético não permite explicar o desaparecimento de toda a água que existia no planeta.

O resto, segundo a pesquisa, foi absorvido pelas rochas de basalto, que podem reter em seu interior aproximadamente 25% mais água que as pedras do mesmo tipo na Terra, já que são ricas em óxido de ferro.

Este processo foi tão intenso que é estimado que a crosta do planeta tenha consumido um oceano de mais de 3 km de profundidade.

Processo irreversível

Os pesquisadores da Universidade de Oxford chegaram a essa conclusão após calcular quanta água era possível de eliminar da superfície do planeta pela interação do líquido com os minerais das rochas.

O cálculo incluiu também fatores como a temperatura das pedras e a pressão atmosférica. Os resultados mostram que as rochas levaram grande parte da água da superfície para o interior do planeta.

Depois de absorvida, a água não pode ressurgir, porque as rochas basálticas não funcionam exatamente como uma esponja: elas quebram as moléculas, absorvendo apenas o oxigênio, enquanto o hidrogênio se espalha pelo espaço.

Essas rochas então se afundaram no manto (camada logo abaixo da superfície, assim como na Terra), deixando o planeta seco, sem a possibilidade de abrigar vida.

Diferenças sutis, mas importantes

Por que a Terra não passou por um processo parecido?

Segundo os pesquisadores de um estudo publicado na última edição da revista Nature , “Marte é um planeta muito menor que a Terra, com um perfil de temperatura diferente e uma quantidade maior de ferro em seu manto”. “São diferenças sutis, mas podem ter um efeito significativo, que aumenta com o tempo”, diz o paper .

Esses fatores permitiram que a superfície de Marte fosse mais reativa à água que a nossa, possibilitando a formação de minerais que absorveram água e se afundaram para o interior do manto.

Já na Terra, em seus primeiros anos de formação, as rochas hidratadas tendiam a flutuar até se desidratarem.

(Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-42445360.)

“[...] um estudo recente feito por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostrou que a perda do campo magnético não permite explicar o desaparecimento de toda a água que existia no planeta” (4º§). De acordo com o período transcrito, analise as afirmativas a seguir.


I.
que a perda do campo magnético não permite explicar o desaparecimento de toda a água que existia no planeta ” é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.


II.
“a perda do campo magnético não permite” é a oração principal de “ explicar o desaparecimento de toda a água que existia no planeta ”.


III.
explicar o desaparecimento de toda a água que existia no planeta ” também é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

Estão corretas as afirmativas

 

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619784 Ano: 2018
Disciplina: Português
Banca: Consulplan
Orgão: Câm. Belo Horizonte-MG
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Por que Marte perdeu sua água e acabou não ficando parecido com a Terra?

Embora a superfície de Marte seja hoje árida e inóspita, há bilhões de anos provavelmente estava tão coberta de água quanto a Terra.

O que provocou o desaparecimento deste recurso crucial para o desenvolvimento da vida?

Uma das teorias vigentes é de que a água sumiu do planeta vermelho quando ele perdeu o campo magnético que o protegia dos ventos solares.

No entanto, um estudo recente feito por cientistas da Universidade de Oxford , no Reino Unido, mostrou que a perda do campo magnético não permite explicar o desaparecimento de toda a água que existia no planeta.

O resto, segundo a pesquisa, foi absorvido pelas rochas de basalto, que podem reter em seu interior aproximadamente 25% mais água que as pedras do mesmo tipo na Terra, já que são ricas em óxido de ferro.

Este processo foi tão intenso que é estimado que a crosta do planeta tenha consumido um oceano de mais de 3 km de profundidade.

Processo irreversível

Os pesquisadores da Universidade de Oxford chegaram a essa conclusão após calcular quanta água era possível de eliminar da superfície do planeta pela interação do líquido com os minerais das rochas.

O cálculo incluiu também fatores como a temperatura das pedras e a pressão atmosférica. Os resultados mostram que as rochas levaram grande parte da água da superfície para o interior do planeta.

Depois de absorvida, a água não pode ressurgir, porque as rochas basálticas não funcionam exatamente como uma esponja: elas quebram as moléculas, absorvendo apenas o oxigênio, enquanto o hidrogênio se espalha pelo espaço.

Essas rochas então se afundaram no manto (camada logo abaixo da superfície, assim como na Terra), deixando o planeta seco, sem a possibilidade de abrigar vida.

Diferenças sutis, mas importantes

Por que a Terra não passou por um processo parecido?

Segundo os pesquisadores de um estudo publicado na última edição da revista Nature , “Marte é um planeta muito menor que a Terra, com um perfil de temperatura diferente e uma quantidade maior de ferro em seu manto”. “São diferenças sutis, mas podem ter um efeito significativo, que aumenta com o tempo”, diz o paper .

Esses fatores permitiram que a superfície de Marte fosse mais reativa à água que a nossa, possibilitando a formação de minerais que absorveram água e se afundaram para o interior do manto.

Já na Terra, em seus primeiros anos de formação, as rochas hidratadas tendiam a flutuar até se desidratarem.

(Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-42445360.)

Analise o trecho a seguir: “ Embora a superfície de Marte seja hoje árida e inóspita, há bilhões de anos provavelmente estava tão coberta de água quanto a Terra .” (1º§) A palavra destacada estabelece que tipo de relação entre a ideia que introduz e a oração seguinte?
 

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619783 Ano: 2018
Disciplina: Português
Banca: Consulplan
Orgão: Câm. Belo Horizonte-MG

Quão rara é a Terra?

Agora que temos a certeza de que existe um número enorme de planetas com características físicas semelhantes às da Terra, vale perguntar se eles têm, de fato, a chance de abrigar formas de vida e, se tiverem, que vida seria essa.

Antes, alguns números importantes. Os melhores dados com relação à existência de outros planetas vêm do satélite da NASA Kepler , que anda buscando planetas como a Terra mapeando 100 mil estrelas na nossa região cósmica.

Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito: quando um planeta passa em frente à sua estrela (por exemplo, Vênus passando em frente ao Sol) o brilho da estrela é ligeiramente diminuído.

Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela, a diminuição do brilho e, se possível, o período da órbita (quando o planeta retorna ao seu ponto inicial), é possível determinar o tamanho e massa do planeta.

Com isso, a missão estima que cerca de 5,4% de planetas na nossa galáxia têm massa semelhante à da Terra e, possivelmente, estão na zona habitável, o que significa que a temperatura na sua superfície permite a existência de água líquida (se houver água lá).

Como sabemos que o número de estrelas na nossa galáxia é em torno de 200 bilhões, a estimativa da missão Kepler implica que devem existir em torno de 10 bilhões de planetas com dimensões semelhantes às da Terra.

Nada mal, se supusermos que basta isso para que exista vida. Porém, a situação é bem mais complexa e depende das propriedades da vida e, em particular, da história geológica do planeta.

Aqui na Terra, a vida surgiu 3,5 bilhões de anos atrás. Porém, durante aproximadamente 3 bilhões de anos, a vida aqui era constituída essencialmente de seres unicelulares, pouco sofisticados. Digamos, um planeta de amebas.

Apenas quando a atmosfera da Terra foi “oxigenada”, e isso devido à “descoberta” da fotossíntese por essas bactérias (cianobactérias, na verdade), é que seres multicelulares surgiram.

Essa mudança também gerou algo de muito importante: quando o oxigênio atmosférico sofreu a ação da radiação solar é que se formou a camada de ozônio que acaba por proteger a superfície do planeta. Sem essa proteção, a vida complexa na superfície seria inviável.

Fora isso, a Terra tem uma lua pesada, o que estabiliza o seu eixo de rotação: a Terra é como um pião que está por cair, rodopiando em torno de si mesma numa inclinação de 23,5 graus.

Esta inclinação é a responsável pelas estações do ano e por manter o clima da Terra relativamente agradável. Sem nossa Lua, o eixo de rotação teria um movimento caótico e a temperatura variaria de forma aleatória.

Juntemos a isso o campo magnético terrestre, que nos protege também da radiação solar e de outras formas de radiação letal que vêm do espaço, e o movimento das placas tectônicas, que funciona como um termostato terrestre e regula a circulação de gás carbônico na atmosfera, e vemos que são muitas as propriedades que fazem o nosso planeta especial.

Portanto, mesmo que existam outras “Terras” pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe.

(Marcelo Gleiser – Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/1172152-quao-rara-e-a-terra.shtml.)

Considerando suas características textuais e semânticas, o texto de Marcelo Gleiser se apresenta como um texto
 

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619782 Ano: 2018
Disciplina: Português
Banca: Consulplan
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Trapezista

Querida, eu juro que não era eu. Que coisa ridícula! Se você estivesse aqui – Alô? Alô? – olha, se você estivesse aqui ia ver a minha cara, inocente como o Diabo. O quê? Mas como, ironia? “Como o Diabo” é força de expressão, que diabo. Você acha que eu ia brincar numa hora desta? Alô! Eu juro, pelo que há de mais sagrado, pelo túmulo de minha mãe, pela nossa conta no banco, pela cabeça dos nossos filhos que não era eu naquela foto de carnaval no Cascalho que saiu na Folha da Manhã. O quê? Alô! Alô! Como é que eu sei qual é a foto? Mas você não acaba de dizer... Ah, você não chegou a dizer... ah, você não chegou a dizer qual era o jornal. Bom, bem. Você não vai acreditar mas acontece que eu também vi a foto. Não desliga! Eu também vi a foto e tive a mesma reação. Que sujeito parecido comigo, pensei. Podia ser gêmeo. Agora, querida, nunca, em nenhum momento, está ouvindo? Em nenhum momento me passou pela cabeça a ideia de que você fosse pensar — querida, eu estou até começando a achar graça —, que você fosse pensar que aquele era eu. Por amor de Deus. Pra começo de conversa você pode me imaginar de pareô vermelho e colar havaiano, pulando no Cascalho com uma bandida em cada braço? Não, faça-me o favor. E a cara das bandidas! Francamente, já que você não confia na minha fidelidade, que confiasse no meu bom gosto, poxa! O quê? Querida, eu não disse “pareô vermelho”. Tenho a mais absoluta, a mais tranquila, a mais inabalável certeza que eu disse apenas “pareô”. Como é que eu podia saber que era vermelho se a fotografia não era em cores, certo? Alô? Alô? Não desliga! Não... Olha, se você desligar está tudo acabado. Tudo acabado. Você não precisa nem voltar da praia. Fica aí com as crianças e funda uma colônia de pescadores. Não, estou falando sério.

Perdi a paciência. Afinal, se você não confia em mim não adianta nada a gente continuar. Um casamento deve se... se... como é mesmo a palavra?... se alicerçar na confiança mútua. O casamento é como um número de trapézio, um precisa confiar no outro até de olhos fechados. É isso mesmo. E sabe de outra coisa? Eu não precisava ficar na cidade durante o carnaval. Foi tudo mentira. Eu não tinha trabalho acumulado no escritório coisíssima nenhuma. Eu fiquei sabe para quê? Para testar você. Ficar na cidade foi como dar um salto mortal, sem rede, só para saber se você me pegaria no ar. Um teste do nosso amor. E você falhou. Você me decepcionou. Não vou nem gritar por socorro. Não, não me interrompa.

Desculpas não adiantam mais. O próximo som que você ouvir será do meu corpo se estatelando, com o baque surdo da desilusão, no duro chão da realidade. Alô? Eu disse que o próximo som... que... O quê? Você não estava ouvindo nada? Qual foi a última coisa que você ouviu, coração?

Pois sim, eu não falei — tenho certeza absoluta que não falei — em “pareô vermelho”. Sei lá que cor era o pareô daquele cretino na foto. Você precisa acreditar em mim, querida. O casamento é como um número de...

Sim. Não. Claro. Como? Não. Certo. Quando você voltar pode perguntar para o... Você quer que eu jure? De novo? Pois eu juro. Passei sábado, domingo, segunda e terça no escritório. Não vi carnaval nem pela janela. Só vim em casa tomar um banho e comer um sanduíche e vou logo voltar para lá. Como? Você telefonou para o escritório. Meu bem, é claro que a telefonista não estava trabalhando, não é, bem. Ha, ha, você é demais. Olha, querida? Alô? Sábado eu estou aí. beijo nas crianças. Socorro. Eu disse, um beijo.

(In: Veríssimo, L. F. As mentiras que os homens contam. São Paulo, Objetiva: ????.)

Assinale a alternativa que classifica corretamente a função da palavra destacada na frase recortada.
 

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Por que Marte perdeu sua água e acabou não ficando parecido com a Terra?

Embora a superfície de Marte seja hoje árida e inóspita, há bilhões de anos provavelmente estava tão coberta de água quanto a Terra.

O que provocou o desaparecimento deste recurso crucial para o desenvolvimento da vida?

Uma das teorias vigentes é de que a água sumiu do planeta vermelho quando ele perdeu o campo magnético que o protegia dos ventos solares.

No entanto, um estudo recente feito por cientistas da Universidade de Oxford , no Reino Unido, mostrou que a perda do campo magnético não permite explicar o desaparecimento de toda a água que existia no planeta.

O resto, segundo a pesquisa, foi absorvido pelas rochas de basalto, que podem reter em seu interior aproximadamente 25% mais água que as pedras do mesmo tipo na Terra, já que são ricas em óxido de ferro.

Este processo foi tão intenso que é estimado que a crosta do planeta tenha consumido um oceano de mais de 3 km de profundidade.

Processo irreversível

Os pesquisadores da Universidade de Oxford chegaram a essa conclusão após calcular quanta água era possível de eliminar da superfície do planeta pela interação do líquido com os minerais das rochas.

O cálculo incluiu também fatores como a temperatura das pedras e a pressão atmosférica. Os resultados mostram que as rochas levaram grande parte da água da superfície para o interior do planeta.

Depois de absorvida, a água não pode ressurgir, porque as rochas basálticas não funcionam exatamente como uma esponja: elas quebram as moléculas, absorvendo apenas o oxigênio, enquanto o hidrogênio se espalha pelo espaço.

Essas rochas então se afundaram no manto (camada logo abaixo da superfície, assim como na Terra), deixando o planeta seco, sem a possibilidade de abrigar vida.

Diferenças sutis, mas importantes

Por que a Terra não passou por um processo parecido?

Segundo os pesquisadores de um estudo publicado na última edição da revista Nature , “Marte é um planeta muito menor que a Terra, com um perfil de temperatura diferente e uma quantidade maior de ferro em seu manto”. “São diferenças sutis, mas podem ter um efeito significativo, que aumenta com o tempo”, diz o paper .

Esses fatores permitiram que a superfície de Marte fosse mais reativa à água que a nossa, possibilitando a formação de minerais que absorveram água e se afundaram para o interior do manto.

Já na Terra, em seus primeiros anos de formação, as rochas hidratadas tendiam a flutuar até se desidratarem.

(Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-42445360.)

Das alternativas apresentadas, em apenas uma o uso do acento gráfico é aplicado no par por razão distinta, nos demais a regra que justifica um uso também justifica o outro. Que alternativa é essa?
 

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