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2375904 Ano: 2007
Disciplina: Português
Banca: FCC
Orgão: Câm. Deputados
Para agir de maneira ética, basta pensar de forma racional ou é preciso se deixar envolver pelas emoções? De acordo com um estudo recente, julgamentos morais que as pessoas fazem diante de um dilema são mais emocionais do que se imaginava – sinal de que a moral não é baseada na cultura, mas faz parte da natureza humana.
Para lidar com essa questão, um grupo liderado pelo psicólogo americano Marc Hauser e pelo neurologista português António Damásio submeteu diversos voluntários a um questionário com situações imaginárias de grande conflito moral. Os pesquisadores incluíram nesse grupo seis pessoas que haviam sofrido lesões numa área específica do cérebro, o córtex frontal ventromedial, entre cujas funções está a integração de sentimentos à consciência. O resultado foi que os portadores de lesões, que carecem de emoções sociais e morais apropriadas, tenderam a pensar de maneira mais “utilitária”: escolhiam mais friamente a decisão que prejudicasse o menor número de pessoas.
Tal resultado, de certa forma, era o que os pesquisadores esperavam, pois pacientes com esse tipo de lesão exibem menos empatia, compaixão, culpa, vergonha e arrependimento. Ao contrário do que se poderia imaginar, porém, tais características não tornaram essas pessoas “más” ou “cruéis”. Em situações sem dilemas, as respostas dos pacientes lesionados foram bastante semelhantes às dos voluntários sadios. Na opinião dos cientistas, o estudo é uma forte evidência de que pensar de maneira puramente utilitarista é simplesmente contra a natureza humana. O córtex frontal ventromedial, afinal, seria um produto da evolução, que ajudou a moldar a forma como as pessoas se relacionam. Afirmam, porém, que não é possível separar a influência do ambiente na ética. A reação da maquinaria emocional com respeito a questões morais é sem dúvida moldada por forças culturais.
(Adaptado de Rafael Garcia, Folha de S. Paulo, Ciência, A19, 22 de março de 2007)
De acordo com o texto, a resposta correta à questão inicial é a de que
 

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