PROCESSO DA CORRUPÇÃO

Dístico

Como um cirurgião que retalha a escalpelo
Um ventre escultural, lácteo, gentil e belo,

Como quem fura um odre*...

Assim, Mundo, também – peito imoral e amado –
Corpo todo de azul e de lama estrelado,
Eu te hei de retalhar nos teus milhões deitado,
Carcaça linda e podre!

(Antônio Duarte Gomes Leal – 1848-1921)

*odre: espécie de saco feito de pele, usado para transporte de líquidos; pele.

Considere as afirmativas:

I- O poeta (o “eu” que escreve) se compara a um cirurgião que utiliza um instrumento cortante.
II- O poeta rompe com as convenções e com a beleza aparente, a fim de examinar o mundo em profundidade.
III- Os principais verbos empregados pelo poeta indicam que ele é um ser contemplativo, apático e sem livre-arbítrio.
IV- Na primeira linha do texto, “como” é uma conjunção subordinativa comparativa. Na terceira linha, “como” é conjunção causal.
V- Ocorre crase facultativa no seguinte trecho: “que retalha a escalpelo”.
VI- No trecho “Eu te hei de retalhar” ocorre próclise.
VII- Gomes Leal revela indignação diante do estado de putrefação e decadência do mundo.
VIII- Estes versos têm como característica mover um combate à corrupção.

A alternativa que contém todas as afirmativas corretas a respeito do texto lido é: