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2058777 Ano: 2013
Disciplina: Português
Banca: FUNCAB
Orgão: IF-RR
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Leia os textos abaixo e responda a questão proposta.
Texto 3
Para construir seu romance Macunaíma , Mário de Andrade usou como matéria-prima o livro Do Roraima ao Orinoco, escrito pelo etnólogo alemão Theodor Koch-Grünberg. Em razão disso, as obras apresentam similitudes temáticas, como as referências aos mitos contados entre os indígenas. Nos fragmentos abaixo, Koch-Grünberg menciona a lenda de Makunaíma e narra um contratempo de sua jornada:
Apesar desse clima relativamente áspero para os trópicos, com o qual até mesmo os nativos às vezes sofrem, eles amam sua terra ventosa e se orgulham, com razão, do seu Roraima. Muitas de suas canções e muitos de seus mitos têm relação com esse monte majestoso. Para eles, o Roraima é o berço da humanidade. Aqui, o herói de sua tribo, Makunaíma, viveu com seus irmãos. Aqui, em sua loucura e cobiça, ele derrubou a árvore do mundo, que dava todos os frutos bons. A copa caiu para o norte. Por isso, ao norte do Roraima até hoje nascem todas as frutas na úmida região de florestas, enquanto ao sul do Roraima, na seca savana, somente com muito trabalho é que o índio tira o alimento do solo.
KOCH-GRÜNBERG, Theodor. Do Roraima ao Orinoco, v. 1.
Trad. Cristina Alberts-Franco. São Paulo: Unesp, 2006.
pp. 126-127.
Texto 4
Em 11 de novembro, Pirokaí e o manduca Wapischána me deixam. A princípio, também queriam me acompanhar parte do caminho, mas mudaram de ideia.
Pobre Pirokaí! Se você tivesse ido comigo, talvez ainda estivesse vivo! O verão nas savanas foi terrível, especialmente seco e muito prolongado, mortal para pessoas, animais e plantas. De setembro de 1911 a junho de 1912 quase não choveu. As savanas foram destruídas pelo fogo, o solo ficou com sulcos largos e profundos. O gado morreu em grande quantidade. Além disso, houve extensas queimadas. Serras inteiras foram descalvadas pelo fogo. Durante semanas a atmosfera encheu-se de fumaça, como uma névoa espessa. O sol nascia e morria vermelho como sangue, sombrio. De dia reinava constante crepúsculo. Os meses de fevereiro a junho foram marcados por grande fome. As plantações incendiaram-se ou não produziam e, entre os índios, que, na falta de sua alimentação costumeira à base de mandioca, tinham de recorrer a cocos, ervas e raízes, apareceram doenças, causando grande número de mortes. Muitos de meus amigos morreram, Pirokaí também.
Nossa farinha está acabando. Por isso, envio o Majonggóng e Mário até o outro lado do rio, para comprarem alguns cestos de farinha dos Makuschí e Wapischána que vivem lá. Regressam somente à noite, sem ter conseguido nada. Contam que aquela gente estava brava. Que tinham farinha, mas não queriam vendê-la, já que se destina a outro branco. Um velho disse que queria vir aqui e me pedir “permissão para matar o José”. É um assunto antigo dos dois. José viveu durante algum tempo com a filha do velho e depois a abandonou. Agora a vingança do sogro o persegue.
KOCH-GRÜNBERG, Theodor. Do Roraima ao Orinoco, v. 1.
Trad. CristinaAlberts-Franco. São Paulo: Unesp, 2006. p. 147.
O adjetivo ÁSPERO é corretamente transposto para o superlativo absoluto sintético em:
 

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