Até o seu fim oficial em 1888, questionar a escravidão nos espaços públicos era proibido à população negra, tendo em vista as diversas ações políticas que temiam um sentimento de revanchismo, caso a escravidão acabasse.

A Lei Áurea, de 13 de maio de 1888, pôs fim efetivo à escravidão, já que a mão de obra escrava ainda era predominante em todo o território brasileiro e os poucos movimentos que combatiam a escravidão eram escassos e isolados.

Não havia representantes de renome nacional dentro dos movimentos artísticos, como a literatura e a música, que se colocaram publicamente contrários à escravidão, já que seriam perseguidos pelo governo e ficariam rotulados como baderneiros.

Na década de 1880 intensificou-se a luta abolicionista nos espaços públicos, ocupados por debates, conferências, peças de teatro e outros eventos. Buscava-se, dessa forma, alcançar a maior parte do povo e mobilizá-lo em prol da causa contra a escravidão.

Ao instituir a Lei do Ventre Livre e a Lei do Sexagenário, o governo foi capaz de frear os movimentos abolicionistas, tendo em vista que, aos olhos da população, o Estado estava fazendo sua parte para acabar gradativamente com a escravidão.