A respeito dos organismos geneticamente modificados (OGM) já existe legislação específica. A Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/2005) estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvem os OGM e seus derivados. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), estruturada sob a forma de colegiado multidisciplinar, estabelece os critérios para a manipulação e o descarte de OGM. Está prevista, para cada instituição que desenvolva pesquisas nessa área, a indicação de um pesquisador principal e de uma comissão interna de biossegurança (CIBio) que serão responsáveis pelo cumprimento das normas e determinações da CTNBio. Quanto ao manuseio e ao descarte de OGM, assinale a opção correta.

Segundo Mamizuka e Hirata (2002), os riscos biológicos são decorrentes da exposição a agentes do reino animal, vegetal e de microrganismos ou de seus subprodutos. Desse modo, faz-se necessário avaliar e classificar os agentes, para manuseá-los e descartá-los corretamente. Para os microrganismos patogênicos ao homem, a classificação de riscos foi elaborada com base nas informações biológicas e etiológicas disponíveis para cada agente, variando de 1 a 4, sendo que para cada grupo, já foram estabelecidos os procedimentos para o manuseio, controle e descarte. Julgue os itens a seguir, considerando os riscos biológicos, o manuseio e o descarte de material biológico.

I No grupo 1, se enquadram agentes infecciosos patogênicos que geralmente causam doenças graves em humanos ou animais, que podem ser facilmente transmitidas entre indivíduos. Na maioria dos casos, não se conhece tratamento eficaz e as medidas profiláticas não estão bem estabelecidas.

II O grupo 2 inclui microrganismos patogênicos capazes de causar doenças em humanos ou animais, porém, geralmente não representam perigo sério para o laboratorista, a comunidade, os amimais e o meio ambiente. Um exemplo desse grupo é o fungo Aspergillus fumigatus, que invade apenas organismos debilitados ou imunocomprometidos. Nesse caso, recomenda-se que tais organismos sejam manuseados em laboratório com nível de segurança 2.

III Com a manipulação de microrganismos em um laboratório de microbiologia, o ambiente está sob freqüente exposição à contaminação por produtos biológicos. Para organismos patogênicos, formadores de estruturas de resistência (endósporos bacterianos), uma boa limpeza seguida de desinfecção é o suficiente para tornar o ambiente seguro para manipulação.

IV A eficiência do controle químico de contaminantes biológicos varia com a sensibilidade do organismo, com o número e localização dos microrganismos, com a concentração do agente e com fatores como pH e concentrações de sais no ambiente.

V Para o descarte, as culturas de agentes infecciosos devem ser recolhidas em sacos plásticos resistentes e encaminhadas diretamente para um incinerador ou outro tipo de tratamento de lixo fora do laboratório.

Estão certos apenas os itens

Teixeira e Valle (1996) conceituaram biossegurança como um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando a saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados. Em um laboratório de microbiologia, a biossegurança se aplica desde a avaliação dos riscos até as medidas de controle e proteção. No que se refere a biossegurança em laboratórios de microbiologia, assinale a opção incorreta.

O espaço e as atividades de rotina em um laboratório de microbiologia devem ser cuidadosamente planejados, tanto para maximizar o rendimento do trabalho como para reduzir os riscos de acidentes com materiais perfurocortantes, contaminações com produtos químicos e material biológico, exposição a radiações deletérias e o desenvolvimento de problemas ergonômicos. Julgue os itens seguintes, acerca da sanidade do ambiente de trabalho em laboratórios de microbiologia.

I As atividades administrativas e outras relacionadas ao manuseio de papéis e de alimentação devem ser mantidas separadas das bancadas e de outros recintos onde ocorre o manuseio de produtos químicos e materiais biológicos.

II A higiene pessoal deve ser obrigatória, devendo existir lavatórios adequados para higiene corporal, principalmente para lavagem freqüente das mãos.

III O pessoal responsável pela limpeza de vidrarias e de outros instrumentos usados no laboratório deve ser devidamente treinado sobre os procedimentos de lavagem e descarte de resíduos químicos e biológicos.

IV Dependendo dos produtos químicos ou biológicos ou equipamentos que estão sendo manuseados, o laboratorista deve usar equipamentos de proteção individual, como luvas, óculos protetores, máscaras, aventais, calçados adequados e protetor sonoro.

V Em um laboratório de microbiologia, as medidas de proteção coletiva devem estar acima das medidas de proteção individual, que serão acionadas em situações de emergência ou quando ocorrerem eventuais falhas nas medidas de proteção coletiva.

A quantidade de itens certos é igual a

Para o bom funcionamento de laboratórios de pesquisas com microrganismos faz-se necessário o planejamento adequado das instalações, bem como de toda a rotina de trabalho, de modo a oferecer aos usuários conforto e segurança no trabalho. Acerca das práticas seguras em laboratório, julgue os itens seguintes.

I A limpeza é fundamental, pois reduz os riscos de contaminação de culturas e amostras de trabalho, bem como evita riscos de contaminação biológica e química do laboratorista.

II O depósito de reagentes químicos deve ser adequadamente organizado, em ambiente com exaustão adequada. Para facilitar o acesso, todos os produtos químicos devem estar rotulados e colocados em prateleiras, lado a lado, seguindo a seqüência alfabética dos nomes dos produtos.

III Superfícies de bancadas, câmaras de fluxo laminar e pisos do laboratório devem ser desinfetadas pelo menos duas vezes a cada dia, antes do início e no final das atividades laboratoriais.

IV Os resíduos químicos devem ser adequadamente descartados em um ambiente coletor comum. Para minimizar eventuais problemas de exposição a esses resíduos, a parte líquida deve ser drenada no sistema de esgoto do laboratório e a parte sólida deve ser recolhida em sacos plásticos e depositada nos coletores de lixo fora do laboratório.

V O laboratorista deve estar consciente dos riscos de manuseio de cada equipamento e produto químico com que trabalha e, em nenhuma hipótese, deve pipetar qualquer substância por sucção bucal.

Estão certos apenas os itens

Mesmo sendo viável manter culturas de bactérias e fungos em suas formas ativas, existem técnicas de preservação destes organismos, por longos períodos, isentos de contaminação e sem riscos da perda de suas características originais. Algumas dessas técnicas são de fácil execução, podendo ser usadas mesmo em laboratórios de pequeno porte, outras, por serem mais elaboradas e necessitarem de grandes investimentos, são mais adequadas às grandes coleções de microrganismos e às indústrias biotecnológicas. Acerca da preservação de microrganismos, julgue os itens seguintes.

I Uma maneira econômica de preservação, por longo período, de bactérias fitopatogênicas Gram-negativas, como Agrobacterium tumefaciens e Xanthomonas spp., pode ser em tubos de ensaio fechados contendo água destilada esterilizada e mantidos a 4 ºC.

II A liofilização consiste no congelamento de suspensão de microrganismos, com rápida evaporação no vácuo. O tubo de vidro contendo o organismo a ser preservado deve ser hermeticamente vedado por fusão do vidro submetido a uma chama. Essa técnica, de grande eficiência para a preservação de bactérias, não pode ser utilizada para a preservação de fungos.

III Tiras de papel impregnadas com suspensão bacteriana, após secagem e mantidas em envelopes de alumínio no interior de uma jarra contendo cristais de sílica desidratados, podem preservar bactérias viáveis por vários anos.

IV Bactérias ou esporos de fungos podem ser preservados por longos períodos, supercongelados em freezer a -80 ºC. Nesse caso, a suspensão aquosa de células bacterianas ou de esporos de fungos, em frascos de vidro fechados, passa por um congelamento rápido, sendo então mantida à temperatura de -80 ºC.

V Até o momento, não se obteve sucesso com a criopreservação de fungos e bactérias em nitrogênio líquido (-179 ºC a -196 ºC).

Estão certos apenas os itens

Isolados em cultura pura, bactérias e fungos devem ser cuidadosamente mantidos para evitar contaminação e perda de suas características desejáveis. A propósito da manutenção de culturas de microrganismos, julgue os itens que se seguem.

I Fungos e bactérias parasitas obrigatórios não podem ser cultivados em meios de cultura conhecidos, mesmo por pouco tempo (horas ou dias). As estruturas propagativas desses parasitas obrigatórios só podem ser mantidas em suas hospedeiras vivas.

II Para a manutenção de cultura-estoque de bactérias, estas devem ser repicadas com uma certa freqüência para evitar o acúmulo de resíduos tóxicos produzidos pela própria bactéria.

III Fungos patogênicos mantidos em meio de cultura não correm o risco da perda da virulência, desde que repicados com freqüência.

IV Alguns parasitas intracelulares podem contribuir para a deterioração de culturas de fungos ou bactérias mantidas em meio de cultura. Para as bactérias, alguns vírus podem ser importantes e, para os fungos algumas bactérias, podem comprometer a preservação das hifas.

V Bactérias sem parede celular parasitas de plantas, como Spiroplasma citri e S. kunkelii, mesmo extraídas de tecidos de plantas ou da hemolinfa do inseto-vetor infectado e posteriormente filtradas (poros de 0,45 !$ \mu !$m de diâmetro), não podem ser mantidas in vitro.

Estão certos apenas os itens

Uma grande diversidade de microrganismos pode compartilhar um mesmo espaço e os mesmos recursos alimentares. Assim, quando se espalha uma pequena porção de solo ou de água não tratada em uma placa contendo meio de cultura, diferentes tipos de microrganismos se desenvolvem simultaneamente sobre o meio. Porém, para que um microrganismo possa ser estudado ou aproveitado para um outro fim, torna-se necessário o cultivo deste em cultura pura. A necessidade de obtenção de cultura pura levou ao desenvolvimento de técnicas que permitem o isolamento de determinado organismo. Acerca do isolamento de microrganismos, julgue os itens seguintes.

I O isolamento de bactérias ou leveduras de tecidos de plantas ou animais a partir de uma suspensão aquosa ou de fluidos corporais é feito com sucesso pela técnica de esgotamento por meio de estrias superficiais, utilizando uma alça metálica para espalhar pequeno volume da suspensão sobre os vários setores de uma placa contendo meio de cultura solidificado. Desse modo, nos últimos setores riscados, há a chance do crescimento de colônias de uma única espécie de bactéria.

II Quando se pretende isolar fungos, geralmente o meio é ligeiramente acidificado (pH 6 a 4,5), enquanto que para bactéria o pH é ajustado para 7 a 7,5. Desse modo, em uma placa preparada para o isolamento de fungos, não há risco de contaminação com bactérias.

III Nos estudos de biodiversidade microbiana no solo, o método de diluição e plaqueamento de suspensão em meio enriquecido com variados nutrientes e fatores de crescimento garante uma representação fiel da comunidade microbiana.

IV Pretendendo isolar-se uma bactéria estritamente anaeróbia a partir de uma suspensão de líquido corporal, em um tubo de ensaio contendo meio bacteriológico líquido, após 48 horas da inoculação existe maior probabilidade de se recuperar a bactéria no fundo do tubo do que próximo à superfície.

V As enzimas atuantes nas várias reações que garantem a vida de uma bactéria requerem uma faixa específica de temperaturas para catalisação adequada. Assim, a aplicação de testes de crescimento bacteriano sob várias faixas de temperatura permite o isolamento seletivo de bactérias.

Estão certos apenas os itens

Os microrganismos estão presentes em todos os biomas, influenciando as condições físicas, químicas e bióticas do ambiente. A diversidade de atividades microbianas resulta em muitos benefícios para a humanidade. Por outro lado, muitas dessas atividades são nocivas à saúde ou contrariam outros interesses do homem. Para beneficiar-se mais de seus serviços ou defender-se de seus ataques, a ciência vem gerando conhecimentos sobre esses organismos. Muitos desses estudos não seriam possíveis se não existissem as coleções microbiológicas. No que diz respeito às coleções microbiológicas, julgue os itens seguintes.

I No Brasil, as coleções microbiológicas, por abrigarem culturas e informações de componentes da biodiversidade brasileira, foram criadas e são mantidas pelo governo federal.

II Devido às dimensões do país e ao tamanho de sua biodiversidade, existem poucas coleções de microrganismos no Brasil. A saúde e a tecnologia de alimentos já contam com um acervo considerável de coleções de microrganismos, ao passo que, para outras áreas, como a agricultura, ainda não existem tais coleções.

III As coleções microbiológicas de trabalho têm como característica principal o atendimento às necessidades de pesquisadores e docentes.

IV Para atender exigências da Lei de Patentes brasileira (Lei n.º 9.279/1996), as culturas patenteadas de microrganismos de interesse industrial devem ser depositadas em um centro depositário biológico, que pode ser uma coleção de microrganismos devidamente credenciada no INPI e em outros órgãos governamentais pertinentes.

V No mesmo ano da aprovação da Lei de Patentes brasileira, entrou em funcionamento um grande centro depositário biológico, o único da América Latina, onde foram depositadas as primeiras culturas de microrganismos patenteados no Brasil.

A quantidade de itens certos é igual a

São vários os métodos empregados na identificação de fungos, prevalecendo os métodos morfológicos de observação direta de espécimes no microscópio óptico composto. As maiores dificuldades surgem quando as estruturas reprodutivas não se fazem presentes e quando os fungos não crescem ou se desenvolvem lentamente em meios de cultura. Em casos como estes, métodos sorológicos e moleculares podem ser aplicados com sucesso. Com base nos métodos de diagnose em micologia, julgue os itens subseqüentes.

I Para fungos que se desenvolvem e geram estruturas reprodutivas em meios de cultura, é fácil sua precisa identificação em nível específico e mesmo infra-específico, já que os caracteres morfológicos desses fungos não são afetados por variações ambientais nos meios de cultura.

II Tanto para os fungos fitopatogênicos, quanto para fungos parasitas de animais, as modernas técnicas da biologia molecular, como o RAPD, RFLP e PCR, além de detectarem a variabilidade genética intra-específica, correlacionam com altíssima precisão essa variabilidade genética com as diferenças de patogenicidade existentes na espécie do patógeno.

III Para a identificação e estudos filogenéticos de fungos, são utilizadas apenas as seqüências gênicas do rARN 16S, já que as seqüências do ARN mitocondrial, dos espaçadores intragênicos (ITS) e dos espaçadores intergênicos (IGS) praticamente não sofrem variação.

IV O ergosterol figura como principal esterol nas membranas de fungos dos filos Ascomycota, Basidiomycota, Chytridiomycota e dos fungos imperfeitos. A avaliação quantitativa do ergosterol em tecidos de plantas ou em outros substratos pode ser utilizada como método indireto para a detecção e mensuração da biomassa de fungos vivos presentes nesses substratos.

V A quitina é um polímero presente na parede celular da maioria dos fungos. Métodos otimizados na extração e quantificação de quitina podem refletir a quantidade de biomassa fúngica em tecidos de plantas colonizados por fungos fitopatogênicos ou por fungos micorrízicos.

Estão certos apenas os itens