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1165933 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: FUMARC
Orgão: Câm. Lagoa Prata-MG
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A crase é obrigatória em:
 

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1165932 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: FUMARC
Orgão: Câm. Lagoa Prata-MG
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DOIS COLUNISTAS E A NORMA CULTA
Sírio Possenti
Publicado em 17 de março de 2016
Não me lembro de ter ouvido ou lido alguma coisa de Tostão sobre língua, gramática. Esses troços de que os que não são do ramo falam tanto. Mas, salvo engano, andou emitindo juízo bem precário sobre a expressão “correr atrás do prejuízo”, que considerou errada (“ninguém corre atrás do prejuízo” sentenciou, se bem que, como psicanalista, deve ter visto muito disso por aí) e que Cipro Neto comemorou (achei no Google).
Está lá: “No último domingo, Tostão fez deliciosa “análise crítica de clichês do futebol”. Um deles (“Vamos correr atrás do prejuízo”) recebeu a seguinte observação: “Se o time está perdendo, tem de correr atrás do lucro”. Já vi muita gente boa defender a legitimidade dessa construção (“correr atrás do prejuízo”), com o argumento de que o uso lhe dá razão. O estranho é que ninguém diz que corre atrás do fracasso, do insucesso, da tristeza. O que se diz é que o time corre atrás da medalha, da vitória, da classificação. Por que diabos, então, correr atrás do prejuízo?”.
Idiomatismos, Pasquale! Os idiomatismos e expressões feitas não têm sentido literal. São como os provérbios ou outras expressões do tipo “enfiar o pé na jaca” ou a “a vaca vai pro brejo”. E “risco de vida”, que muita gente corrigiu para “de morte”, sob empurrões da Globo.
Tostão quis corrigir a cultura. Comentou outras expressões (como “marcar sob pressão”), que podem cansar, mas não veiculam doutrinas erradas. Aliás, por que todos deveriam correr atrás do lucro? Nem Tostão faz isso, que se saiba. Tais expressões exigem boa interpretação: corre-se atrás do prejuízo não para ficar com ele, para aumentá-lo, mas para acabar com ele, para caçá-lo, para anulá-lo.
Mas, em outro domínio, Tostão fornece bons dados para os analistas. No dia 13/03/2016, escreveu: “O amigo e médico Ciro Filogeno sugere, o que concordo…” e, logo depois, “… que nos empates por 0 a 0 os dois times não deveriam ganhar pontos, o que discordo…”.
Um professor meio cego e pouco lido diria que Tostão errou. O argumento é sempre o mesmo: se é “concordo com”, então é “com o que (ou “com quem”) concordo”; e se é “discordo de”, então é “de que discordo”. Mas isso não é verdade. Tostão apenas escreveu segundo outra regra (uma hora dessas vou ficar de caderninho na mão e anotar todos os casos de novas adjetivas que ouço em rádio e TV, já que ninguém mais usa as antigas, especialmente com “cujo”).
As frases de Tostão atestam uma tendência poderosa do português, que é a de fazer orações adjetivas sem a preposição (tem sido chamada de cortadora): num dos casos aqui mencionados saiu “com”, no outro, saiu “de”.
Tostão é obviamente uma pessoa culta, representante no português culto falado e escrito no Brasil, que, entre outras instituições, a escola deveria encampar. (Isso não significa que não se pode ou não se deve empregar a forma tradicional, ou mesmo que ela não seja ensinada. Sem emprego pode ser um bom índice de escrita mais consciente, ou monitorada, o que é bom. É bom, mas não é a única alternativa correta).
Já Ferreira Gullar, ferrenho defensor da gramática (mas eu duvido que a estude!) que a professorinha lhe ensinou (devia ser bem fraquinha), como repetidamente insiste em dizer, escreveu no mesmo dia em sua coluna “que preferem abrir o jogo do que pagar a culpa…” (está avaliando as delações premiadas como o faria um taxista ouvinte da CBN).
Não quero dizer que a escrita de Ferreira Gullar tem problemas (pelo contrário: este é seu lado bom), como provavelmente diriam os que repetem “se é concordo com, então é com o que concordo”. Quando eu estava no então quinto ano, antes do então ginásio, já estudava uma lista de palavras que incluíam “preferir a” em vez de “preferir (mais) do que”. Pois a construção dita “errada” está cada vez mais viva e é cada vez mais empregada por pessoas cultas (vou tentar ouvir o Merval Pereira, por mais difícil que isso seja). Portanto, é cada vez mais “normal”.
As relativas de Tostão (que são de todos, aliás) e a regência de Ferreira Gullar não deveriam mais implicar perda de pontos nas redações, nem serem objeto de provas “objetivas”.
PS 1 – a famosa coluna de Tostão que Pasquale comentou está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0201200009.htm. Tostão questiona, de fato, uma lista grande de clichês. Vejam o segundo da lista: “Empatar fora de casa é bom.” Em um campeonato que a vitória vale três pontos, empatar é sempre ruim. Repararam em “Em um campeonato que a vitória…”? Também aqui “falta” uma preposição. É sempre a mesma regra! Claro que ninguém critica a gramática de Tostão (nem o fez Pasquale, que vivia disso). Um indício de que (“que”, diria o colunista) pertence à “elite intelectual”, cuja gramática é, portanto, culta. Ele diria “cuja”? Duvido.
PS 2 – Da tira Júlio & Gina de segunda, dia 14/03 (Folha de S. Paulo): – Você não odiava TV? – Achei uma coisa que eu gosto. Lá se foi mais uma preposição numa relativa. Minha aposta é que ninguém percebe.
Ref.: https://blogdosirioblog.wordpress.com/page/2/ [adaptado]
No contexto em que ocorrem, as expressões “correr atrás do prejuízo” e “risco de vida” constituem
 

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1165931 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: FUMARC
Orgão: Câm. Lagoa Prata-MG
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DOIS COLUNISTAS E A NORMA CULTA
Sírio Possenti
Publicado em 17 de março de 2016
Não me lembro de ter ouvido ou lido alguma coisa de Tostão sobre língua, gramática. Esses troços de que os que não são do ramo falam tanto. Mas, salvo engano, andou emitindo juízo bem precário sobre a expressão “correr atrás do prejuízo”, que considerou errada (“ninguém corre atrás do prejuízo” sentenciou, se bem que, como psicanalista, deve ter visto muito disso por aí) e que Cipro Neto comemorou (achei no Google).
Está lá: “No último domingo, Tostão fez deliciosa “análise crítica de clichês do futebol”. Um deles (“Vamos correr atrás do prejuízo”) recebeu a seguinte observação: “Se o time está perdendo, tem de correr atrás do lucro”. Já vi muita gente boa defender a legitimidade dessa construção (“correr atrás do prejuízo”), com o argumento de que o uso lhe dá razão. O estranho é que ninguém diz que corre atrás do fracasso, do insucesso, da tristeza. O que se diz é que o time corre atrás da medalha, da vitória, da classificação. Por que diabos, então, correr atrás do prejuízo?”.
Idiomatismos, Pasquale! Os idiomatismos e expressões feitas não têm sentido literal. São como os provérbios ou outras expressões do tipo “enfiar o pé na jaca” ou a “a vaca vai pro brejo”. E “risco de vida”, que muita gente corrigiu para “de morte”, sob empurrões da Globo.
Tostão quis corrigir a cultura. Comentou outras expressões (como “marcar sob pressão”), que podem cansar, mas não veiculam doutrinas erradas. Aliás, por que todos deveriam correr atrás do lucro? Nem Tostão faz isso, que se saiba. Tais expressões exigem boa interpretação: corre-se atrás do prejuízo não para ficar com ele, para aumentá-lo, mas para acabar com ele, para caçá-lo, para anulá-lo.
Mas, em outro domínio, Tostão fornece bons dados para os analistas. No dia 13/03/2016, escreveu: “O amigo e médico Ciro Filogeno sugere, o que concordo…” e, logo depois, “… que nos empates por 0 a 0 os dois times não deveriam ganhar pontos, o que discordo…”.
Um professor meio cego e pouco lido diria que Tostão errou. O argumento é sempre o mesmo: se é “concordo com”, então é “com o que (ou “com quem”) concordo”; e se é “discordo de”, então é “de que discordo”. Mas isso não é verdade. Tostão apenas escreveu segundo outra regra (uma hora dessas vou ficar de caderninho na mão e anotar todos os casos de novas adjetivas que ouço em rádio e TV, já que ninguém mais usa as antigas, especialmente com “cujo”).
As frases de Tostão atestam uma tendência poderosa do português, que é a de fazer orações adjetivas sem a preposição (tem sido chamada de cortadora): num dos casos aqui mencionados saiu “com”, no outro, saiu “de”.
Tostão é obviamente uma pessoa culta, representante no português culto falado e escrito no Brasil, que, entre outras instituições, a escola deveria encampar. (Isso não significa que não se pode ou não se deve empregar a forma tradicional, ou mesmo que ela não seja ensinada. Sem emprego pode ser um bom índice de escrita mais consciente, ou monitorada, o que é bom. É bom, mas não é a única alternativa correta).
Já Ferreira Gullar, ferrenho defensor da gramática (mas eu duvido que a estude!) que a professorinha lhe ensinou (devia ser bem fraquinha), como repetidamente insiste em dizer, escreveu no mesmo dia em sua coluna “que preferem abrir o jogo do que pagar a culpa…” (está avaliando as delações premiadas como o faria um taxista ouvinte da CBN).
Não quero dizer que a escrita de Ferreira Gullar tem problemas (pelo contrário: este é seu lado bom), como provavelmente diriam os que repetem “se é concordo com, então é com o que concordo”. Quando eu estava no então quinto ano, antes do então ginásio, já estudava uma lista de palavras que incluíam “preferir a” em vez de “preferir (mais) do que”. Pois a construção dita “errada” está cada vez mais viva e é cada vez mais empregada por pessoas cultas (vou tentar ouvir o Merval Pereira, por mais difícil que isso seja). Portanto, é cada vez mais “normal”.
As relativas de Tostão (que são de todos, aliás) e a regência de Ferreira Gullar não deveriam mais implicar perda de pontos nas redações, nem serem objeto de provas “objetivas”.
PS 1 – a famosa coluna de Tostão que Pasquale comentou está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0201200009.htm. Tostão questiona, de fato, uma lista grande de clichês. Vejam o segundo da lista: “Empatar fora de casa é bom.” Em um campeonato que a vitória vale três pontos, empatar é sempre ruim. Repararam em “Em um campeonato que a vitória…”? Também aqui “falta” uma preposição. É sempre a mesma regra! Claro que ninguém critica a gramática de Tostão (nem o fez Pasquale, que vivia disso). Um indício de que (“que”, diria o colunista) pertence à “elite intelectual”, cuja gramática é, portanto, culta. Ele diria “cuja”? Duvido.
PS 2 – Da tira Júlio & Gina de segunda, dia 14/03 (Folha de S. Paulo): – Você não odiava TV? – Achei uma coisa que eu gosto. Lá se foi mais uma preposição numa relativa. Minha aposta é que ninguém percebe.
Ref.: https://blogdosirioblog.wordpress.com/page/2/ [adaptado]
Portanto, é cada vez mais “normal”. Nessa frase, as aspas servem para: I. Exprimir uma ironia. II. Evidenciar uma citação. III. Realçar a palavra. Está CORRETO o que se afirma em:
 

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1165930 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: FUMARC
Orgão: Câm. Lagoa Prata-MG
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Há hiato em:
 

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1165929 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: FUMARC
Orgão: Câm. Lagoa Prata-MG
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DOIS COLUNISTAS E A NORMA CULTA
Sírio Possenti
Publicado em 17 de março de 2016
Não me lembro de ter ouvido ou lido alguma coisa de Tostão sobre língua, gramática. Esses troços de que os que não são do ramo falam tanto. Mas, salvo engano, andou emitindo juízo bem precário sobre a expressão “correr atrás do prejuízo”, que considerou errada (“ninguém corre atrás do prejuízo” sentenciou, se bem que, como psicanalista, deve ter visto muito disso por aí) e que Cipro Neto comemorou (achei no Google).
Está lá: “No último domingo, Tostão fez deliciosa “análise crítica de clichês do futebol”. Um deles (“Vamos correr atrás do prejuízo”) recebeu a seguinte observação: “Se o time está perdendo, tem de correr atrás do lucro”. Já vi muita gente boa defender a legitimidade dessa construção (“correr atrás do prejuízo”), com o argumento de que o uso lhe dá razão. O estranho é que ninguém diz que corre atrás do fracasso, do insucesso, da tristeza. O que se diz é que o time corre atrás da medalha, da vitória, da classificação. Por que diabos, então, correr atrás do prejuízo?”.
Idiomatismos, Pasquale! Os idiomatismos e expressões feitas não têm sentido literal. São como os provérbios ou outras expressões do tipo “enfiar o pé na jaca” ou a “a vaca vai pro brejo”. E “risco de vida”, que muita gente corrigiu para “de morte”, sob empurrões da Globo.
Tostão quis corrigir a cultura. Comentou outras expressões (como “marcar sob pressão”), que podem cansar, mas não veiculam doutrinas erradas. Aliás, por que todos deveriam correr atrás do lucro? Nem Tostão faz isso, que se saiba. Tais expressões exigem boa interpretação: corre-se atrás do prejuízo não para ficar com ele, para aumentá-lo, mas para acabar com ele, para caçá-lo, para anulá-lo.
Mas, em outro domínio, Tostão fornece bons dados para os analistas. No dia 13/03/2016, escreveu: “O amigo e médico Ciro Filogeno sugere, o que concordo…” e, logo depois, “… que nos empates por 0 a 0 os dois times não deveriam ganhar pontos, o que discordo…”.
Um professor meio cego e pouco lido diria que Tostão errou. O argumento é sempre o mesmo: se é “concordo com”, então é “com o que (ou “com quem”) concordo”; e se é “discordo de”, então é “de que discordo”. Mas isso não é verdade. Tostão apenas escreveu segundo outra regra (uma hora dessas vou ficar de caderninho na mão e anotar todos os casos de novas adjetivas que ouço em rádio e TV, já que ninguém mais usa as antigas, especialmente com “cujo”).
As frases de Tostão atestam uma tendência poderosa do português, que é a de fazer orações adjetivas sem a preposição (tem sido chamada de cortadora): num dos casos aqui mencionados saiu “com”, no outro, saiu “de”.
Tostão é obviamente uma pessoa culta, representante no português culto falado e escrito no Brasil, que, entre outras instituições, a escola deveria encampar. (Isso não significa que não se pode ou não se deve empregar a forma tradicional, ou mesmo que ela não seja ensinada. Sem emprego pode ser um bom índice de escrita mais consciente, ou monitorada, o que é bom. É bom, mas não é a única alternativa correta).
Já Ferreira Gullar, ferrenho defensor da gramática (mas eu duvido que a estude!) que a professorinha lhe ensinou (devia ser bem fraquinha), como repetidamente insiste em dizer, escreveu no mesmo dia em sua coluna “que preferem abrir o jogo do que pagar a culpa…” (está avaliando as delações premiadas como o faria um taxista ouvinte da CBN).
Não quero dizer que a escrita de Ferreira Gullar tem problemas (pelo contrário: este é seu lado bom), como provavelmente diriam os que repetem “se é concordo com, então é com o que concordo”. Quando eu estava no então quinto ano, antes do então ginásio, já estudava uma lista de palavras que incluíam “preferir a” em vez de “preferir (mais) do que”. Pois a construção dita “errada” está cada vez mais viva e é cada vez mais empregada por pessoas cultas (vou tentar ouvir o Merval Pereira, por mais difícil que isso seja). Portanto, é cada vez mais “normal”.
As relativas de Tostão (que são de todos, aliás) e a regência de Ferreira Gullar não deveriam mais implicar perda de pontos nas redações, nem serem objeto de provas “objetivas”.
PS 1 – a famosa coluna de Tostão que Pasquale comentou está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0201200009.htm. Tostão questiona, de fato, uma lista grande de clichês. Vejam o segundo da lista: “Empatar fora de casa é bom.” Em um campeonato que a vitória vale três pontos, empatar é sempre ruim. Repararam em “Em um campeonato que a vitória…”? Também aqui “falta” uma preposição. É sempre a mesma regra! Claro que ninguém critica a gramática de Tostão (nem o fez Pasquale, que vivia disso). Um indício de que (“que”, diria o colunista) pertence à “elite intelectual”, cuja gramática é, portanto, culta. Ele diria “cuja”? Duvido.
PS 2 – Da tira Júlio & Gina de segunda, dia 14/03 (Folha de S. Paulo): – Você não odiava TV? – Achei uma coisa que eu gosto. Lá se foi mais uma preposição numa relativa. Minha aposta é que ninguém percebe.
Ref.: https://blogdosirioblog.wordpress.com/page/2/ [adaptado]
“[...] num dos casos aqui mencionados, saiu ‘com’, no outro, saiu ‘de’”. A última vírgula é usada para:
 

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1165928 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: FUMARC
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DOIS COLUNISTAS E A NORMA CULTA
Sírio Possenti
Publicado em 17 de março de 2016
Não me lembro de ter ouvido ou lido alguma coisa de Tostão sobre língua, gramática. Esses troços de que os que não são do ramo falam tanto. Mas, salvo engano, andou emitindo juízo bem precário sobre a expressão “correr atrás do prejuízo”, que considerou errada (“ninguém corre atrás do prejuízo” sentenciou, se bem que, como psicanalista, deve ter visto muito disso por aí) e que Cipro Neto comemorou (achei no Google).
Está lá: “No último domingo, Tostão fez deliciosa “análise crítica de clichês do futebol”. Um deles (“Vamos correr atrás do prejuízo”) recebeu a seguinte observação: “Se o time está perdendo, tem de correr atrás do lucro”. Já vi muita gente boa defender a legitimidade dessa construção (“correr atrás do prejuízo”), com o argumento de que o uso lhe dá razão. O estranho é que ninguém diz que corre atrás do fracasso, do insucesso, da tristeza. O que se diz é que o time corre atrás da medalha, da vitória, da classificação. Por que diabos, então, correr atrás do prejuízo?”.
Idiomatismos, Pasquale! Os idiomatismos e expressões feitas não têm sentido literal. São como os provérbios ou outras expressões do tipo “enfiar o pé na jaca” ou a “a vaca vai pro brejo”. E “risco de vida”, que muita gente corrigiu para “de morte”, sob empurrões da Globo.
Tostão quis corrigir a cultura. Comentou outras expressões (como “marcar sob pressão”), que podem cansar, mas não veiculam doutrinas erradas. Aliás, por que todos deveriam correr atrás do lucro? Nem Tostão faz isso, que se saiba. Tais expressões exigem boa interpretação: corre-se atrás do prejuízo não para ficar com ele, para aumentá-lo, mas para acabar com ele, para caçá-lo, para anulá-lo.
Mas, em outro domínio, Tostão fornece bons dados para os analistas. No dia 13/03/2016, escreveu: “O amigo e médico Ciro Filogeno sugere, o que concordo…” e, logo depois, “… que nos empates por 0 a 0 os dois times não deveriam ganhar pontos, o que discordo…”.
Um professor meio cego e pouco lido diria que Tostão errou. O argumento é sempre o mesmo: se é “concordo com”, então é “com o que (ou “com quem”) concordo”; e se é “discordo de”, então é “de que discordo”. Mas isso não é verdade. Tostão apenas escreveu segundo outra regra (uma hora dessas vou ficar de caderninho na mão e anotar todos os casos de novas adjetivas que ouço em rádio e TV, já que ninguém mais usa as antigas, especialmente com “cujo”).
As frases de Tostão atestam uma tendência poderosa do português, que é a de fazer orações adjetivas sem a preposição (tem sido chamada de cortadora): num dos casos aqui mencionados saiu “com”, no outro, saiu “de”.
Tostão é obviamente uma pessoa culta, representante no português culto falado e escrito no Brasil, que, entre outras instituições, a escola deveria encampar. (Isso não significa que não se pode ou não se deve empregar a forma tradicional, ou mesmo que ela não seja ensinada. Sem emprego pode ser um bom índice de escrita mais consciente, ou monitorada, o que é bom. É bom, mas não é a única alternativa correta).
Já Ferreira Gullar, ferrenho defensor da gramática (mas eu duvido que a estude!) que a professorinha lhe ensinou (devia ser bem fraquinha), como repetidamente insiste em dizer, escreveu no mesmo dia em sua coluna “que preferem abrir o jogo do que pagar a culpa…” (está avaliando as delações premiadas como o faria um taxista ouvinte da CBN).
Não quero dizer que a escrita de Ferreira Gullar tem problemas (pelo contrário: este é seu lado bom), como provavelmente diriam os que repetem “se é concordo com, então é com o que concordo”. Quando eu estava no então quinto ano, antes do então ginásio, já estudava uma lista de palavras que incluíam “preferir a” em vez de “preferir (mais) do que”. Pois a construção dita “errada” está cada vez mais viva e é cada vez mais empregada por pessoas cultas (vou tentar ouvir o Merval Pereira, por mais difícil que isso seja). Portanto, é cada vez mais “normal”.
As relativas de Tostão (que são de todos, aliás) e a regência de Ferreira Gullar não deveriam mais implicar perda de pontos nas redações, nem serem objeto de provas “objetivas”.
PS 1 – a famosa coluna de Tostão que Pasquale comentou está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0201200009.htm. Tostão questiona, de fato, uma lista grande de clichês. Vejam o segundo da lista: “Empatar fora de casa é bom.” Em um campeonato que a vitória vale três pontos, empatar é sempre ruim. Repararam em “Em um campeonato que a vitória…”? Também aqui “falta” uma preposição. É sempre a mesma regra! Claro que ninguém critica a gramática de Tostão (nem o fez Pasquale, que vivia disso). Um indício de que (“que”, diria o colunista) pertence à “elite intelectual”, cuja gramática é, portanto, culta. Ele diria “cuja”? Duvido.
PS 2 – Da tira Júlio & Gina de segunda, dia 14/03 (Folha de S. Paulo): – Você não odiava TV? – Achei uma coisa que eu gosto. Lá se foi mais uma preposição numa relativa. Minha aposta é que ninguém percebe.
Ref.: https://blogdosirioblog.wordpress.com/page/2/ [adaptado]
Quando eu estava no então quinto ano, antes do então ginásio, já estudava uma lista de palavras que incluíam “preferir a” em vez de “preferir (mais) do que”. A qual norma gramatical o autor se refere?
 

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1165927 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: FUMARC
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DOIS COLUNISTAS E A NORMA CULTA
Sírio Possenti
Publicado em 17 de março de 2016
Não me lembro de ter ouvido ou lido alguma coisa de Tostão sobre língua, gramática. Esses troços de que os que não são do ramo falam tanto. Mas, salvo engano, andou emitindo juízo bem precário sobre a expressão “correr atrás do prejuízo”, que considerou errada (“ninguém corre atrás do prejuízo” sentenciou, se bem que, como psicanalista, deve ter visto muito disso por aí) e que Cipro Neto comemorou (achei no Google).
Está lá: “No último domingo, Tostão fez deliciosa “análise crítica de clichês do futebol”. Um deles (“Vamos correr atrás do prejuízo”) recebeu a seguinte observação: “Se o time está perdendo, tem de correr atrás do lucro”. Já vi muita gente boa defender a legitimidade dessa construção (“correr atrás do prejuízo”), com o argumento de que o uso lhe dá razão. O estranho é que ninguém diz que corre atrás do fracasso, do insucesso, da tristeza. O que se diz é que o time corre atrás da medalha, da vitória, da classificação. Por que diabos, então, correr atrás do prejuízo?”.
Idiomatismos, Pasquale! Os idiomatismos e expressões feitas não têm sentido literal. São como os provérbios ou outras expressões do tipo “enfiar o pé na jaca” ou a “a vaca vai pro brejo”. E “risco de vida”, que muita gente corrigiu para “de morte”, sob empurrões da Globo.
Tostão quis corrigir a cultura. Comentou outras expressões (como “marcar sob pressão”), que podem cansar, mas não veiculam doutrinas erradas. Aliás, por que todos deveriam correr atrás do lucro? Nem Tostão faz isso, que se saiba. Tais expressões exigem boa interpretação: corre-se atrás do prejuízo não para ficar com ele, para aumentá-lo, mas para acabar com ele, para caçá-lo, para anulá-lo.
Mas, em outro domínio, Tostão fornece bons dados para os analistas. No dia 13/03/2016, escreveu: “O amigo e médico Ciro Filogeno sugere, o que concordo…” e, logo depois, “… que nos empates por 0 a 0 os dois times não deveriam ganhar pontos, o que discordo…”.
Um professor meio cego e pouco lido diria que Tostão errou. O argumento é sempre o mesmo: se é “concordo com”, então é “com o que (ou “com quem”) concordo”; e se é “discordo de”, então é “de que discordo”. Mas isso não é verdade. Tostão apenas escreveu segundo outra regra (uma hora dessas vou ficar de caderninho na mão e anotar todos os casos de novas adjetivas que ouço em rádio e TV, já que ninguém mais usa as antigas, especialmente com “cujo”).
As frases de Tostão atestam uma tendência poderosa do português, que é a de fazer orações adjetivas sem a preposição (tem sido chamada de cortadora): num dos casos aqui mencionados saiu “com”, no outro, saiu “de”.
Tostão é obviamente uma pessoa culta, representante no português culto falado e escrito no Brasil, que, entre outras instituições, a escola deveria encampar. (Isso não significa que não se pode ou não se deve empregar a forma tradicional, ou mesmo que ela não seja ensinada. Sem emprego pode ser um bom índice de escrita mais consciente, ou monitorada, o que é bom. É bom, mas não é a única alternativa correta).
Já Ferreira Gullar, ferrenho defensor da gramática (mas eu duvido que a estude!) que a professorinha lhe ensinou (devia ser bem fraquinha), como repetidamente insiste em dizer, escreveu no mesmo dia em sua coluna “que preferem abrir o jogo do que pagar a culpa…” (está avaliando as delações premiadas como o faria um taxista ouvinte da CBN).
Não quero dizer que a escrita de Ferreira Gullar tem problemas (pelo contrário: este é seu lado bom), como provavelmente diriam os que repetem “se é concordo com, então é com o que concordo”. Quando eu estava no então quinto ano, antes do então ginásio, já estudava uma lista de palavras que incluíam “preferir a” em vez de “preferir (mais) do que”. Pois a construção dita “errada” está cada vez mais viva e é cada vez mais empregada por pessoas cultas (vou tentar ouvir o Merval Pereira, por mais difícil que isso seja). Portanto, é cada vez mais “normal”.
As relativas de Tostão (que são de todos, aliás) e a regência de Ferreira Gullar não deveriam mais implicar perda de pontos nas redações, nem serem objeto de provas “objetivas”.
PS 1 – a famosa coluna de Tostão que Pasquale comentou está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0201200009.htm. Tostão questiona, de fato, uma lista grande de clichês. Vejam o segundo da lista: “Empatar fora de casa é bom.” Em um campeonato que a vitória vale três pontos, empatar é sempre ruim. Repararam em “Em um campeonato que a vitória…”? Também aqui “falta” uma preposição. É sempre a mesma regra! Claro que ninguém critica a gramática de Tostão (nem o fez Pasquale, que vivia disso). Um indício de que (“que”, diria o colunista) pertence à “elite intelectual”, cuja gramática é, portanto, culta. Ele diria “cuja”? Duvido.
PS 2 – Da tira Júlio & Gina de segunda, dia 14/03 (Folha de S. Paulo): – Você não odiava TV? – Achei uma coisa que eu gosto. Lá se foi mais uma preposição numa relativa. Minha aposta é que ninguém percebe.
Ref.: https://blogdosirioblog.wordpress.com/page/2/ [adaptado]
Pode-se afirmar, com base no modo como o autor argumenta, que o texto
 

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1165926 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: FUMARC
Orgão: Câm. Lagoa Prata-MG
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DOIS COLUNISTAS E A NORMA CULTA
Sírio Possenti
Publicado em 17 de março de 2016
Não me lembro de ter ouvido ou lido alguma coisa de Tostão sobre língua, gramática. Esses troços de que os que não são do ramo falam tanto. Mas, salvo engano, andou emitindo juízo bem precário sobre a expressão “correr atrás do prejuízo”, que considerou errada (“ninguém corre atrás do prejuízo” sentenciou, se bem que, como psicanalista, deve ter visto muito disso por aí) e que Cipro Neto comemorou (achei no Google).
Está lá: “No último domingo, Tostão fez deliciosa “análise crítica de clichês do futebol”. Um deles (“Vamos correr atrás do prejuízo”) recebeu a seguinte observação: “Se o time está perdendo, tem de correr atrás do lucro”. Já vi muita gente boa defender a legitimidade dessa construção (“correr atrás do prejuízo”), com o argumento de que o uso lhe dá razão. O estranho é que ninguém diz que corre atrás do fracasso, do insucesso, da tristeza. O que se diz é que o time corre atrás da medalha, da vitória, da classificação. Por que diabos, então, correr atrás do prejuízo?”.
Idiomatismos, Pasquale! Os idiomatismos e expressões feitas não têm sentido literal. São como os provérbios ou outras expressões do tipo “enfiar o pé na jaca” ou a “a vaca vai pro brejo”. E “risco de vida”, que muita gente corrigiu para “de morte”, sob empurrões da Globo.
Tostão quis corrigir a cultura. Comentou outras expressões (como “marcar sob pressão”), que podem cansar, mas não veiculam doutrinas erradas. Aliás, por que todos deveriam correr atrás do lucro? Nem Tostão faz isso, que se saiba. Tais expressões exigem boa interpretação: corre-se atrás do prejuízo não para ficar com ele, para aumentá-lo, mas para acabar com ele, para caçá-lo, para anulá-lo.
Mas, em outro domínio, Tostão fornece bons dados para os analistas. No dia 13/03/2016, escreveu: “O amigo e médico Ciro Filogeno sugere, o que concordo…” e, logo depois, “… que nos empates por 0 a 0 os dois times não deveriam ganhar pontos, o que discordo…”.
Um professor meio cego e pouco lido diria que Tostão errou. O argumento é sempre o mesmo: se é “concordo com”, então é “com o que (ou “com quem”) concordo”; e se é “discordo de”, então é “de que discordo”. Mas isso não é verdade. Tostão apenas escreveu segundo outra regra (uma hora dessas vou ficar de caderninho na mão e anotar todos os casos de novas adjetivas que ouço em rádio e TV, já que ninguém mais usa as antigas, especialmente com “cujo”).
As frases de Tostão atestam uma tendência poderosa do português, que é a de fazer orações adjetivas sem a preposição (tem sido chamada de cortadora): num dos casos aqui mencionados saiu “com”, no outro, saiu “de”.
Tostão é obviamente uma pessoa culta, representante no português culto falado e escrito no Brasil, que, entre outras instituições, a escola deveria encampar. (Isso não significa que não se pode ou não se deve empregar a forma tradicional, ou mesmo que ela não seja ensinada. Sem emprego pode ser um bom índice de escrita mais consciente, ou monitorada, o que é bom. É bom, mas não é a única alternativa correta).
Já Ferreira Gullar, ferrenho defensor da gramática (mas eu duvido que a estude!) que a professorinha lhe ensinou (devia ser bem fraquinha), como repetidamente insiste em dizer, escreveu no mesmo dia em sua coluna “que preferem abrir o jogo do que pagar a culpa…” (está avaliando as delações premiadas como o faria um taxista ouvinte da CBN).
Não quero dizer que a escrita de Ferreira Gullar tem problemas (pelo contrário: este é seu lado bom), como provavelmente diriam os que repetem “se é concordo com, então é com o que concordo”. Quando eu estava no então quinto ano, antes do então ginásio, já estudava uma lista de palavras que incluíam “preferir a” em vez de “preferir (mais) do que”. Pois a construção dita “errada” está cada vez mais viva e é cada vez mais empregada por pessoas cultas (vou tentar ouvir o Merval Pereira, por mais difícil que isso seja). Portanto, é cada vez mais “normal”.
As relativas de Tostão (que são de todos, aliás) e a regência de Ferreira Gullar não deveriam mais implicar perda de pontos nas redações, nem serem objeto de provas “objetivas”.
PS 1 – a famosa coluna de Tostão que Pasquale comentou está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0201200009.htm. Tostão questiona, de fato, uma lista grande de clichês. Vejam o segundo da lista: “Empatar fora de casa é bom.” Em um campeonato que a vitória vale três pontos, empatar é sempre ruim. Repararam em “Em um campeonato que a vitória…”? Também aqui “falta” uma preposição. É sempre a mesma regra! Claro que ninguém critica a gramática de Tostão (nem o fez Pasquale, que vivia disso). Um indício de que (“que”, diria o colunista) pertence à “elite intelectual”, cuja gramática é, portanto, culta. Ele diria “cuja”? Duvido.
PS 2 – Da tira Júlio & Gina de segunda, dia 14/03 (Folha de S. Paulo): – Você não odiava TV? – Achei uma coisa que eu gosto. Lá se foi mais uma preposição numa relativa. Minha aposta é que ninguém percebe.
Ref.: https://blogdosirioblog.wordpress.com/page/2/ [adaptado]
Na frase Já vi muita gente boa defender a legitimidade dessa construção (“correr atrás do prejuízo”), com o argumento de que o uso lhe dá razão., o pronome dessa é classificado como:
 

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1165925 Ano: 2016
Disciplina: Português
Banca: FUMARC
Orgão: Câm. Lagoa Prata-MG
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Viver para postar

Gregório Duduvier

Amo fazer aniversário. Quando era pequeno (continuo pequeno, eu sei, mas nessa época era bem pequeno), lembro da frase mágica: "Hoje você pode fazer o que você quiser" – e o que eu queria era muita coisa. Queria o Tívoli Park, o chico cheese, o Parque da Mônica, tudo ao mesmo tempo. Sempre acabava optando pelo Tívoli Park – Pasárgada da minha infância, onde era feliz – e sabia.

Hoje já não tem Tívoli Park – minha Pasárgada fechou depois de diversos casos de assalto dentro do trem-fantasma – mas a memória dessa liberdade plena e irrestrita volta sempre que faço aniversário. Por isso, não reclamem se esta coluna flertar com a autoajuda. Hoje esse é o meu Tívoli Park.

Ser feliz é a melhor maneira de parecer um idiota completo. Para muita gente, a felicidade dos outros é um acinte. E não estou falando dos invejosos. Não consigo acreditar que existam invejosos de mim, para mim essa paranoia com a inveja alheia é delírio narcísico.

Estou falando dos cronicamente insatisfeitos – esses sim existem, e são muitos. Experimenta dizer que está feliz. O olhar vai ser fulminante, assim como a resposta mental: "Como é que esse imbecil pode ser feliz num país desses, num calor desses, com um dólar desses?".

Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a temperatura nem o dólar. Aprendi que a lei de Murphy só existe pra quem acredita nela. E aprendi que reparar na felicidade te ajuda a reconhecê-la quando esbarrar com ela de novo – e acho que isso foi o mais importante.

"A gente só reconhece a felicidade pelo barulhinho que ela faz quando vai embora", dizia o Jacques Prévert. Dificílimo reconhecer a felicidade quando ela ainda está no recinto. Caso reconheça, é fundamental fotografar, escrever, desenhar, filmar. Para isso servem nossos smartphones: para estocar os mais diversos tipos de felicidade em pixels, áudios e blocos de nota. Às vezes a necessidade de registro pode parecer uma fuga do presente, mas, pelo contrário, é a documentação da felicidade que estica o presente para a vida toda.

Sempre que se depara com os melhores momentos da vida – e no caso dele isso acontece quase todo dia – meu padrasto exclama, com voz de barítono: "Felicidade é isso aqui". Aproveito para dizer: hoje faço 29 anos e estou irremediavelmente feliz. Desculpem todos. Vai passar. Mas enquanto isso, aproveito para exclamar, antes que passe: "Felicidade é isso aqui”.

Disponível em:http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2015/04/1615741-viver-parapostar.shtml Acesso em:7 set. 2016.

Vocabulário:

Tivoli Park foi um parque de diversões localizado no bairro da Lagoa, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Funcionou de 1973 a 1995.

Há traços de linguagem oral em:
 

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Disciplina: Português
Banca: FUMARC
Orgão: Câm. Lagoa Prata-MG
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Viver para postar

Gregório Duduvier

Amo fazer aniversário. Quando era pequeno (continuo pequeno, eu sei, mas nessa época era bem pequeno), lembro da frase mágica: "Hoje você pode fazer o que você quiser" – e o que eu queria era muita coisa. Queria o Tívoli Park, o chico cheese, o Parque da Mônica, tudo ao mesmo tempo. Sempre acabava optando pelo Tívoli Park – Pasárgada da minha infância, onde era feliz – e sabia.

Hoje já não tem Tívoli Park – minha Pasárgada fechou depois de diversos casos de assalto dentro do trem-fantasma – mas a memória dessa liberdade plena e irrestrita volta sempre que faço aniversário. Por isso, não reclamem se esta coluna flertar com a autoajuda. Hoje esse é o meu Tívoli Park.

Ser feliz é a melhor maneira de parecer um idiota completo. Para muita gente, a felicidade dos outros é um acinte. E não estou falando dos invejosos. Não consigo acreditar que existam invejosos de mim, para mim essa paranoia com a inveja alheia é delírio narcísico.

Estou falando dos cronicamente insatisfeitos – esses sim existem, e são muitos. Experimenta dizer que está feliz. O olhar vai ser fulminante, assim como a resposta mental: "Como é que esse imbecil pode ser feliz num país desses, num calor desses, com um dólar desses?".

Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a temperatura nem o dólar. Aprendi que a lei de Murphy só existe pra quem acredita nela. E aprendi que reparar na felicidade te ajuda a reconhecê-la quando esbarrar com ela de novo – e acho que isso foi o mais importante.

"A gente só reconhece a felicidade pelo barulhinho que ela faz quando vai embora", dizia o Jacques Prévert. Dificílimo reconhecer a felicidade quando ela ainda está no recinto. Caso reconheça, é fundamental fotografar, escrever, desenhar, filmar. Para isso servem nossos smartphones: para estocar os mais diversos tipos de felicidade em pixels, áudios e blocos de nota. Às vezes a necessidade de registro pode parecer uma fuga do presente, mas, pelo contrário, é a documentação da felicidade que estica o presente para a vida toda.

Sempre que se depara com os melhores momentos da vida – e no caso dele isso acontece quase todo dia – meu padrasto exclama, com voz de barítono: "Felicidade é isso aqui". Aproveito para dizer: hoje faço 29 anos e estou irremediavelmente feliz. Desculpem todos. Vai passar. Mas enquanto isso, aproveito para exclamar, antes que passe: "Felicidade é isso aqui”.

Disponível em:http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2015/04/1615741-viver-parapostar.shtml Acesso em:7 set. 2016.

Vocabulário:

Tivoli Park foi um parque de diversões localizado no bairro da Lagoa, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Funcionou de 1973 a 1995.

A ideia expressa pelos articuladores sintáticos está corretamente determinada entre parênteses, EXCETO em:
 

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