O técnico de enfermagem (TE) observou que, no último mês, A.A., 44 anos, motorista de ônibus, havia procurado, frequentemente, o ambulatório da empresa antes de iniciar a jornada de trabalho, referindo diferentes problemas de saúde que, segundo o mencionado funcionário, o impediriam de trabalhar naquele(s) dia(s). Ao atendê-lo no ambulatório de saúde mais uma vez, o TE mostrou interesse em saber o que o estava incomodando A.A. e foi informado de que, há dois meses, o motorista fora vítima de assalto ao veículo que dirigia, tendo sido ameaçado com arma de fogo pelos assaltantes, o que o deixara muito assustado, pois um dos passageiros havia sido baleado. Referiu que, nas últimas semanas, vinha apresentando insônia e, quando dormia, passava a reviver intensamente o evento estressor. Relatou, ainda,que vinha fazendo esforços para evitar pensamentos, sentimentos ou conversas associadas ao trauma, bem como para evitar atividades, lugares ou pessoas que tragam lembranças do trauma, tais como realizar paradas no local onde ocorreu a abordagem ou permitir o acesso de passageiros que se vestiam de modo semelhante aos assaltantes, fato que o estava prejudicando, pois isso o mantinha em estado de alerta contínuo e exagerado e com dificuldade de concentração.

Frente a essa situação, o TE encaminhou o funcionário para avaliação médica uma vez que os sinais e sintomas relatados por A.A. são sugestivos de doença relacionada ao trabalho denominada